Cap 5
Vários minutos depois, Hermione se viu apreciando imensamente a jornada através da estreita rodovia litorânea. O oceano rugiu a sua esquerda, e, à direita, verdes colinas e arvores limitavam a estrada. Lá em baixo, o Éden 2 parecia acenar em sua direção. Ate mesmo o nome soava relaxante. Deus sabia o quanto ela precisava relaxar.
Antes de uma curva, ela trocou de marcha reduziu a velocidade. Olhou para o oceano e suspirou.
No intimo, ela se sentia a pior das malvadas após ter deixado Harry Potter para trás, de mãos vazias, lá no estacionamento. Foi por isso que, após pensar melhor, ela deu-lhe a dica sobre o jipe. Ele era inteligente o bastante para concluir que as chaves haviam sido trocadas, disse a si mesma. Decerto retornara ao balcão da locadora para se entender com o funcionário. Que culpa ela tinha se a mulher do balcão se enganou e entregou-lhe a chave errada?
Claro que a troca de chaves foi providenciada por ela mesma, quando a senhora atrás da escrivaninha se virou de costas para falar ao telefone.
Seja como for, ela não devia tê-lo deixado la.
Pensando melhor, foi bem-feito. Quem mandou ele sair do avião feito um foguete, sem se despedir, e ter lhe despistado assim que passaram pela alfândega? Ele era um arrogante e convencido deus nórdico. Aposto que a mãe dele ainda lava suas meias.
Ao ajustar o espelho retrovisor, ela avistou um veiculo que se aproximava velozmente. Logo estava bem próximo do seu pára-choque. Então, o jipe desviou a esquerda e emparelhou com o carro dela.
Hermione não esperava por isso.
Harry localizo o Miata vermelho, o seu Miata vermelho, e seu sangue ferveu nas veias. Prometeu a si mesmo não estrangular aquela lunática quando a encontrasse. Se alguma vez na vida ele estivera enfurecido o suficiente para estrangular alguém, era aquele dia. Amaldiçoou a si mesmo durante cerca de vinte minutos, enquanto tentava abrir com as chaves todos os jipes do maldito lote. Chegou a ser acusado, por um dos atendentes, de tentar arrombar a porta de um deles.
E ali estava ele, voando baixo por aquela estrada estreita em uma velocidade bem maior do que deveria, arriscando a própria vida. Acelerou atrás do Miata, e viu de relance os cabelos escuros, presos em um rabo-de-cavalo, no boné de beisebol. Cortou a frente dela, tentando fazê-la parar. Mas ela foi mais rápida, desviou para o lado e acelerou ainda mais. Harry a seguiu e, ao alcançá-la, fez sinal para que ela encostasse.
Hermione sorriu e tornou a acelerar.
- Não pense que vou ficar brincando de gato e rato com você o dia todo – esbravejou, e tornou a acelerar.
Passaram a rodar velozmente, lado a lado na estrada estreita. Harry abaixou o vidro do passageiro e gritou:
- Encoste!
Hermione negou com a cabeça e também abaixou o vidro.
- Deixe-me em paz!
- Eu quero o meu carro! – Harry gritou atrás dela. Gostaria de poder colocar as mãos em torno daquele pescoço e aperta. – Encoste, antes que acabemos nos matando!
- Não! – Gritou ela.
Harry balançou a cabeça e enrijeceu os músculos dos ombros. Quando olhou para frente, avistou um animal no meio da estrada e pisou no freio.
- Um cavalo!
Hermione se assustou.
- Que foi?
- Cuidado! Olhe para frente!
O Miata deslizou na frente do jipe. Harry tornou a pisar no freio e a observou virar a cabeça bruscamente para frente. Os faróis de freio se acenderam, e o Miata deixou marcas de pneus na estrada atrás dele.
Embora concentrado em manter o próprio veiculo na estrada, Harry estava consciente das luzes traseiras do Miata ziguezagueando na frente dele.
O jipe saiu do asfalto, à direita, e afundou no solo molhado e arenoso, antes de parar abruptamente. Ele amaldiçoou. E então...
Então ouviu o ruidoso amassar de metal contra algo muito duro.
Zonzo por um instante, ele sacudiu a cabeça ate ser de novo capaz de enxergar claramente. O Miata encontrava-se adiante, fora da estrada, a parte da frente apontando para uma enorme pedra.
Oh, Deus, Não. Não queria vê-la machucada.
Pulou para fora do jipe e correu para ela. O vidro do Miata estava aberto, e Hermione encontrava-se caída sobre o volante.
Ele estendeu a mão e tocou-a no ombro.
- Você esta bem?
Ela levantou a cabeça.
- Você é mesmo um maluco. De todas as coisas estúpidas, irresponsáveis, idiotas...
Harry respirou aliviado. Ela estava bem.
- Perguntei se você estava bem.
- Bem? Oh, sim, estou bem. Você também esta?
Harry trocou o peso do corpo para o outro pé e cruzou os braços diante do peito.
- Estou perfeitamente bem.
A porta foi bruscamente aberta, batendo em sua coxa, fazendo-o quase que perder o equilíbrio.
- Que você pensa estar fazendo? Poderia ter nos matado com a sua irresponsabilidade. Você é idiota ou o que? – gritou ela, ainda sentada atrás do volante.
Harry estreitou os olhos.
- Na verdade, acho que esse tipo de personalidade combina melhor com você. Quero meu carro.
- Seu carro? Você quer seu carro? – Ela o alcançou e agarrou sua camisa com ambas as mãos – seu idiota materialista! Arriscou nossas vidas por causa de um carro?
Ela o libertou com um empurrão, e harry recuou. O plano dele era... estragular aquela maluca! Então o que aconteceu?
Hermione esticou o corpo para alcançar a mochila e a sacola de viagem no banco do passageiro. Harry se permitiu olhar para o seu corpo perfeito, e se viu sorrindo, gostando do modo como o shorts subia ligeiramente.
Ela então recuou, saiu do carro e bateu a porta.
- Você quer o seu carro? Pegue-o, é todo seu. – Em um acesso de ira, ela se afastou do Miata. Ele ficou assistindo-a rebolar enquanto se aproximava do jipe. E continuou assistindo, enquanto ela abria a porta, alcançava dentro do veiculo e pegava a bagagem e a pasta dele e as lançava sobre o pavimento. Um carro que ia pela estrada quase passou por cima dos objetos. Harry esbravejou e correu naquela direção.
- Cuidado! Há coisas valiosas ai dentro!
- Então trate de tirar da estrada – gritou ela.
Depois pulou para dentro do jipe, girou a chave na ignição e pisou no acelerador. O jipe não se moveu. Tentou mais uma vez. Areia e poeira levantaram na forma de arco atrás do jipe enquanto ele avançava e, em seguida, recuava. Ela tentou mais uma vez. Mais areia, pedregulho e poeira voaram.
Por fim ela desligou o motor e olhou para harry através do vidro. Um pensamento ocorreu a harry. Ele correu de volta para o Miata, abriu a porta e instalou-se no assento no motorista. Seu temor realizou-se: a ignição estava vazia. Ela tinha levado as malditas chaves.
- Precisa disso?
Ele virou-se. Perto do jipe, com as chaves balançando na porta do dedo, ela sorria, caçoando dele.
Harry sentiu o mesmo que costumava sentir quando seu irmão mais velho caçoava dele. Na época ele já não gostava daquilo, tampouco gostava agora. Estava cansado daquele jogo.
- Exatamente. Se não se importa, eu gostaria de ter as chaves de volta.
Ela tornou a sorrir e, no momento seguinte, lançou as chaves o mais longe que pode para o lado do oceano. Em seguida foi a vez da bagagem e depois da pasta.
Ela poupou o Laptop.
Harry ficou de pé, abismado, e viu suas coisas saltarem as pedras para cair no oceano.
Foi então que começou a chover.
O ônibus do Éden 2 chegou quinze minutos depois. Harry e hermione embarcaram nele, encharcados ate os ossos.
Bem feito para aquele arrogante, ela pensou, sorrindo. Talvez agora ele desistisse de vez da gravata e daquele terno horrível. Na certa ela teria de acompanhá-lo a uma das lojas do resort. Detestaria ver que tipo de roupas ele trouxera para usar na praia.
Ele estava com um humor terrível e ate mesmo se recusou a fazer o sinal para o ônibus parar. Hermione teve de fazer isso. Em seguida, acomodou-se em um dos assentos vagos sem se preocupar em verificar se ele viera ou não atrás dela.
Chegou a pensar que ele iria preferir ficar lá, ao lado da estrada. No entanto, ele entrou no ônibus, parecendo um filhote de cachorro molhado, abraçado ao laptop. Entrou no veiculo e escolheu um assento bem longe dela. Mas hermione não deu importância, ainda não terminara com HARRY POTTER. Tinha seis dias e sete noites para fazer isso.
A floresta tropical com seu tom verde profundo obscurecia a estrada estreita que serpenteava a montanha. A vegetação nativa e selvagem esparramava suas cores vibrantes por todo o trajeto. A chuva de verão parara, e o sol brilhante novamente surgia entre as nuvens. Afinal de contas, iria ser uma tarde agradável.
Estavam próximos do resort, pensou ela. Sabia disso porque seguia todo o trajeto no mapa fornecido pela locadora de carros e foi capaz de reconhecer todos os marcos do caminho. Soube de imediato que estavam nos arredores de Negril. A viagem de ônibus foi rápida, apesar da parada para apanhá-los sob a chuva torrencial e da meia hora que perderam quando o motorista fez uma parada em uma choupana a margem da estrada, onde se vendia artesanato local para que turistas pudessem fazer compras.
Após passarem por uma curva fechada, ela adivinhou que, por fim, chegavam ao destino.
E não errou.
O ônibus por dois pilares de pedra na estrada e avançou lentamente por entre as palmeiras. Hermione abriu a janela do ônibus para melhor apreciar o ar puro, o gorjeio dos pássaros, e a rebentação hipnotizadora das ondas do mar contra os rochedos.
Harry Potter e todas as suas idiotices foram esquecidas.
- Ahhh... Isto é como o paraíso na terra – Sussurrou para si mesma.
Quando o ônibus saiu de uma curva, hermione se deparou com uma enorme área aberta, um estacionamento lotado de carros e, um pouco alem, uma magnífica estrutura que, de acordo com as fotografias que ela vira nos folhetos de propaganda, reconheceu como sendo o edifício principal, o Éden 2.
No panfleto, lia-se: “Uma semana de intenso prazer e paixão, um repouso para o corpo, a alma, o espírito e a mente. Desfrute de tudo isso no exclusivo pacote de férias do Éden 2, que oferece de coquetéis ilimitados a noitadas intermináveis, alem de banhos de sol au naturel...”
Será que Harry Potter sabia de tudo isso? Hermione se perguntou. Seria muito divertido descobrir.
De repente se viu frente a frente com o deus nórdico... e se perguntou como ele ficaria au naturel.
- Ola!
As feições dele se fecharam. Abraçou o laptop contra o peito e se afastou apressado em direção ao hotel.
- Imagine só. Desde de o inicio nos estávamos indo para o mesmo lugar. Quem haveria de dizer?
Harry a ignorou.
- Ah. Estou me lembrando... você disse que iria a Miami a negócios.
Ele continuou a ignorá-la.
- Costuma mentir assim descaradamente?
Ele parou e virou-se para encará-la.
- Por favor, procure outra pessoa para importunar. Você é uma bomba-relógio ambulante, e não quero estar por perto quando explodir. – Após dizer isso, ele se afastou apressado.
- Não seja ranzinza, procure relaxar. Eu não sou tão ma assim.
Ele parou e virou ligeiramente, como se pretendesse dizer algo, mas desistiu após ter pensado melhor. Continuou seguindo em direção a entrada do hotel. Hermione apressou-se para alcançá-lo.
- Escute – ela começou, tentando se manter no ritmo das largas passadas dele. – Espero que me desculpe pelo transtorno que causei com a historia do carro, mas não tive culpa. E você tem de admitir que quase nos matou lá na estrada.
Ele apenas a fitou e balançou a cabeça.
Alcançaram os degraus da entrada do hotel.
- E quanto ao computador, eu disse que pagaria por ele, embora, provavelmente, eu leve a vida inteira pagando-o.
Alcançaram a porta de vidro dupla que conduzia a recepção. Harry acomodou o laptop sob o braço esquerdo e estendeu a mão direita para a porta. Hermione então pousou a mão na dele.
- Que tal esquecermos nossas divergências e fazer de conta que acabamos de nos conhecer? – Sugeriu.
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Gente Novo Cap ai pra vocês espero q gostem.... pq vem mais por ai....
Beijosssssssss
Comentemmmmm...........
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