Cap 6
Harry se virou e, por um momento, olharam um para o outro. Hermione gostou de olhar dentro daqueles olhos verdes e intensos. Ele então destruiu a conexão, afastando-se. Ignorando-a, empurrou a porta e entrou.
Hermione o seguiu de perto enquanto ele adentrava a recepção, ampla e forrada com carpete vermelho. Folhagens viçosas de vários tamanhos e espécies decoravam o lugar. Os enormes ventiladores de teto giravam de vagar.
À direita do balcão, havia varias poltronas e sofás e, ao fundo do salão, os janelões, do chão ao teto, revelavam uma área aberta onde se viam algumas cabanas individuais. A piscina era visível à esquerda.
Mas algo chamou a atenção de Hermione, assim como a de Harry, ela suspeitou.
O homem atrás da mesa da recepção estava nu da cintura pra cima. Isso era tudo o que se conseguia ver, porque o balcão o encobria da cintura pra baixo. Este lugar deve ser bem descontraído, para permitir que os funcionários trabalhem sem camisa... – pensou ela.
Sem camisa?
Olhou intrigada para Harry. Ele tinha o rosto pálido ao olhar para fora, através da janela. Seguiu sua linha de visão.
Havia vários hospedes nadando na piscina e, para seu espanto, nenhum deles usava traje de banho.
Oh, meu deus! Então era esse o au naturel tão alardeado no panfleto de propaganda?
Passada a surpresa, Hermione sorriu. Aquela estada prometia ser muito interessante.
A expressão no rosto de Harry era de puro espanto. Ela fitou-o de cima a baixo, perguntando-se como ele ficaria sem aquela sufocante camisa branca.
Ela sorriu de modo hesitante. Harry balançou a cabeça e se afastou.
- Espere! – correu atrás dele ate o lado de fora da porta – espere, harry! – quando finalmente o alcançou ela o agarrou pelo braço e o fez parar – ouça um pouco. Pense bem antes de tomar qualquer atitude... – ela ofegou – fique, pode ser divertido.
Ele a fuzilou com o olhar.
- Esta muito enganada se pensa que vou passar uma semana inteira em uma colônia de nudismo – ele deu-lhe as costas.
Hermione riu.
- Isso não é uma colônia de nudismo, é o Éden 2, esqueceu?
- Ninguém aqui esta usando roupas! O recepcionista, eu não estou bem certo, mas aqueles hospedes na piscina...
- Oh, ele deve estar usando algo, estou certa que sim.
- Não estou tão seguro. É melhor ir embora.
- Vai desistir de suas férias?
- Vou tentar outro hotel.
- Porque não fica, já esta aqui?
Harry balançou a cabeça.
- Depois de tudo que me fez passar nessas ultimas seis ou sete horas, acredita que concordarei em partilhar minhas férias com você em um lugar como esse? Então deve ser mais maluca do que pensei que fosse – ele avançou em direção a saída.
- Por que não? Não tem coragem?
Mais uma vez ele a ignorou. E mais uma vez Hermione o seguiu.
- É só uma semana, e pode ser divertido – insistiu ela – faça algum bem a si mesmo, livre-se dessas roupas sufocantes, enterre os dedos do pe na areia, relaxe. Caia na gandaia, vista um sarongue e festeje a noite toda – ela sorriu.
- Você é louca.
Ela deu de ombros.
- Você já disse isso... Ouça. Não haverá outro ônibus, pelo menos ate amanha cedo. Você pode esta viajando há horas e deve estar cansado. Passe a noite, pelo menos. Pela manha, as coisas serão diferentes.
- Tem razão, estou muito cansado. Cansado de suas maluquices, cansado de tê-la me seguindo.
- Não o estou seguindo.
Harry suspirou. Olhou em torno e correu os dedos de ambas as mãos pelos cabelos escuros e curtos, uma expressão exasperada no rosto. Ela desejou que seus cabelos fossem um pouco mais longos. Gostaria de correr os dedos através daqueles fios escuros.
Surpreendeu-se com tal pensamento. Mas de certo modo, ele estava cansado, dela talvez, mas cansado. Fora um longo dia aquele, mas ela não desistiria tão fácil. Harry era um desafio, que ela queria enfrentar a qualquer custo.
- Fique – ela pediu mais uma vez.
Harry a fitou por um longo momento, correndo os olhos por seus lábios sedutores, pelo pescoço esguio, parou no decote arredondado da camiseta. Ela gostava quando ele a olhava daquele jeito.
- Não! Quero me ver longe desse lugar o quanto antes – ele espiou lá fora.
- Aonde pretende ir?
- Procurar um ônibus ou qualquer coisa que me leve pra longe daqui.
- Isso não vai ser fácil.
- Não importa. Esperarei a noite inteira se necessário.
- Esta assim tão ansioso pra se ver longe de mim?
Ele girou o corpo e a encarou.
- O que acha?
Hermione sentiu o rosto arder. Aquela aspereza a machucou.
- Bem, se é assim que se sente, eu não posso fazer nada. Confesso que gostaria de vê-lo livre dessas roupas sufocantes. Mas o que fazer se você não quer? Acho que tem medo de se soltar, de se divertir e perder o controle sobre si mesmo.
Harry estreitou os olhos.
- Você não sabe nada a meu respeito. É apenas uma jovem, e das mais liberais!
Hermione mordeu o lábio, tentando conter o riso. Enquanto harry esbravejava, colocando para fora toda sua frustração, sua atenção foi atraída por algo lá fora. Os olhos dela se arregalaram quando o riso ameaçou explodir na sua garganta.
Por fim ela não conseguiu mais se conter e riu.
Harry a fitou intrigado.
- O que há de tão engraçado?
- Desculpe, não estou rindo de você. Estou rindo do que esta acontecendo atrás de você, e que na certa arruinara seus planos.
Harry a encarou.
- Do que esta falando?
Ainda rindo ela respondeu.
- Acho que você não ira a lugar algum esta noite, talvez nem amanha.
Ele estreitou os olhos.
- O que a faz ter tanta certeza?
- Olhe ali – disse hermione e apontou para um ponto atrás dele.
Ao virar-se para olhar, harry se viu frente a frente com o que tanto a divertia.
O cartaz dos piquetes dizia:
GREVE GERAL DE MOTORISTAS DE ONIBUS
Os grevistas se reuniam no estacionamento do hotel, refestelados em espreguiçadeiras, bebendo pina colada e ouvindo reggae.
Hermione deu de ombros.
- Acho que você não tem escolha, a não ser ficar.
A expressão no rosto de Harry era impagável. Ele balançou a cabeça, descrente.
- Nem pensar. Não posso ficar nesse lugar, não com você.
Hermione riu.
- Não precisa ficar comigo, seu tolo. Você tem seu quarto. Então, qual é o problema? Com certeza não vai querer caminhar ate encontrar outro hotel. Seja sensato e vamos nos registrar.
Harry recostou-se a parede, fechou os olhos e suspirou.
- Isso não pode estar acontecendo... – murmurou.
Hermione viu cansaço em seus olhos verdes. Passou o braço pelo dele e lentamente o conduziu de volta a recepção. Harry se deixou levar sem se rebelar.
- Um banho longo e relaxante, uma cama confortável em uma agradável suíte fará maravilhas com você. E pela manha, ao acordar, decidira com mais calma o que fazer.
Harry gemeu baixinho e assentiu.
- Finalmente nos concordamos em uma coisa – disse ele enquanto tornavam a passar pelas portas duplas.
Hermione deu tapinhas confortadores em seu braço e sorriu.
- Deixe comigo. Eu trouxe algo que melhorara seu animo. Uma mistura de ervas, bastante eficaz. Costuma fazer maravilhas com o nosso organismo em dias tensos como este.
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Desculpem a demora ando meia sem tempo....
espero que gostem....
Comentem....
Beijosss
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