O que o futuro reserva



 

Uma última chance


Capítulo 5: O que o futuro reserva


Quando enfim conseguimos encara-lo, Dumbledore mantinha sua postura serena característica e tentou nos relatar suas decisões da forma mais paciente possível.


- Entendo o que vocês estão sentindo, é muito cruel o que essa profecia narra, mas antes de tudo gostaria de alerta-los que ela não se refere a vocês dois especificamente. Se prestaram atenção, as palavras usadas foram: "Uma criança nascida no sétimo mês, cujos pais desafiaram Voldemort três vezes” Existe a possibilidade de ser outro bebê, porém não sei dizer indubitavelmente qual será o escolhido.


James e eu trocamos um olhar de significativa esperança, mas no fundo sabíamos que não existiam muitas pessoas que tivessem desafiado o Lorde das Trevas tantas vezes, e muito menos que estivessem esperando uma criança. A profecia era clara, e pior, muito específica. Se tivéssemos chances de sair dessa, seria por muito pouco.


Já mais calma tentei interpretar o que a profecia tinha revelado, e logo surgiam algumas dúvidas. Ao que me parecia James também não demonstrava estar entendendo todos os pontos revelados que tínhamos acabado de ouvir, por voz um tanto esotérica.


- Professor, existe outra opção?- comecei um tanto confusa. - Quer dizer, existe outro bebê? Pergunto por que o senhor deu a entender que havia uma possibilidade...


- Frank e Alice Longbotton! – exclamou James estarrecido, com uma expressão de profundo desgosto – Só podem ser eles – disse bem baixo e seu olhar era desfocado, em seguida se virou para mim. – Você lembra, Lil? Lembra que vocês duas ficaram grávidas quase ao mesmo tempo, lembra que eu cheguei bêbado em casa por termos comemorado na Ordem?!


Ficamos todos mudos, por um momento, pensando no triste destino que uma família teria que enfrentar. Seja qual for a escolha de Voldemort, será imensamente doloroso. E o mais triste é que naquele momento estávamos desejando intensamente que esse futuro terrível não nos fosse destinado, e sim a outros, aos Longbotton, aos nossos amigos.


- Não há outra criança, Dumbledore? – perguntou James, em seu tom sério pouco usual.


- Não James, você acertou, só existem duas famílias de bruxos que se encaixam na profecia. Vocês ou os Longbotton. A questão é que tenho quase certeza da escolha feita por Tom Riddle.


Evitávamos usar o nome Voldemort, pois estava enfeitiçado, nos denunciaria. Tudo era muito perigoso nesses tempos. Qualquer movimento em falso, qualquer palavra mal empregada, tudo era arriscado, ainda mais para membros da Ordem da Fênix.


- Acredito que sejam vocês os escolhidos.


Nenhuma palavra foi proferida por alguns longos minutos. James não encarou nenhum de nós, ficou imóvel por um tempo, e aquilo estava começando a me preocupar. Apesar da dor que estava sentindo, eu sabia que podíamos fazer alguma coisa, achar uma solução, reforçar a guarda. Mas a imobilidade dele me fazia temer o futuro. Ele nunca fora de calar, de desistir facilmente, de se reservar.


- James? James, por favor, olhe para mim! Nós vamos sair dessa, vamos acabar com eles. Por favor, precisamos ter esperança, precisamos ser racionais... Por favor, eu preciso de você. Nós dois precisamos de você.


Ele enfim encontrou meu olhar, e pude enxergar através de seus olhos aquilo que sempre tive medo de ver dentro deles, a frustração.


- É minha culpa ele ter nos escolhido, Lílian. Eu devia ter ficado quieto, não devia ter enfrentado aqueles comensais estúpidos tantas vezes, não devia tê-lo enfrentado. Devia ter cuidado de você, devia ter pensado no Harry. Coragem?! Pra quê adianta tudo isso, se não posso proteger vocês...


Ele dizia isso de maneira descontrolada, andava de um lado para o outro, desprezando a presença de Dumbledore, que se mostrava muito compreensivo. Mas aquilo tudo me doía muito. Seria mais difícil agüentar esse peso todo se ele não estivesse inteiramente comigo.


- Mas o que você está dizendo?! Você não tem culpa de nada, ninguém tem. Não se martirize James, pois foi depois de descobrir a sua essência, a sua coragem, os seus princípios que me apaixonei por você. Nós estávamos onde deveríamos ter estado, enfrentando-os, fazendo o que é certo, e sempre tivemos consciência disso, do risco.


- Você não entende! Eu não devia ter te exposto tanto. Nos exposto tanto! Ele nem se lembraria de nós, poderíamos ter corrido menos risco, Lil.


- Você realmente se arrepende de ter lutado?! Por que se isso for verdade acho que você não é mais a mesma pessoa com quem casei, a pessoa que mais amo.


Ele agora me encarava desarmado, com os olhos cheios d’água.


- Eu só queria ver vocês dois seguros, afinal é para isso que os pais servem, não é?


- James, você quer que nosso filho tenha orgulho de você?! - perguntei inquisitóriamente. - Ele terá quando souber de tudo que enfrentamos, por tudo que lutamos, pelo que você fez para tentar criar um mundo melhor para ele e para os que virão. Não importa se morrermos tentando acabar com esses seguidores malucos das artes das trevas, pois essa é uma causa que vale a pena todo o esforço. Você me ouviu? Ele terá orgulho de você!


Seus braços me envolviam com tal força que era como se ele acreditasse que eu desapareceria a qualquer momento. Suas lágrimas umedeciam meu rosto, e nossas mãos estavam entrelaçadas. James se afastou lentamente ao ponto de poder ver meu rosto com mais exatidão. Soltou uma das mãos da minha e com ela acariciava minha face com delicadeza.


- Eu te amo, Lil.


Não sei realmente quanto tempo ficamos naquele estado, não me importava com o tempo, só conseguia apreciar aquele novo brilho em seus olhos. Era a confiança. Me sentia mais forte depois de ter certeza que ele estaria aqui sempre, de corpo e alma, sem perder sua essência, sem fraquejar ao ponto de desistir. Naquele momento tive certeza que estaríamos juntos até o fim, tive certeza que Harry estaria seguro.


- Desculpe diretor, acabamos nos esquecendo de sua presença – disse James, um pouco embaraçado.


- Não tem problema, entendo o que vocês estão passando e quero que saibam que eu farei tudo o que estiver ao meu alcance para garantir a segurança de vocês, e foi por isso que vim aqui hoje. Não há meios de saber a decisão dele com absoluta certeza, mas como disse, acredito que ele esteja inclinado a ver o bebê de vocês com maior potencial, pode ser até que se identifique com ele, porque nascerá sendo mestiço. É por isso que acredito que devemos ter mais cuidado com vocês.


- E como devemos proceder? Quero dizer, existem meios de nos escondermos com eficácia, mas não sei se funcionaria.


- Na verdade existe um meio, o feitiço Fidelius, acredito que já tenham ouvido falar. É muito perigoso, mas acho que com isso ninguém os achará, porém ainda não é o momento certo. Se vocês desaparecessem agora todos notariam, e ele tomaria consciência que vocês sabem de tudo. Tomaremos todos os cuidados possíveis, mas o Fidelius só será executado quando tivermos certeza que ele agirá, que ele, de fato, escolheu o Harry. Posso dizer que tenho um informante em potencial - e dizendo isso parou o olhar em mim.


- Entendo, poderíamos reforçar a guarda aqui, lançar feitiços de proteção – disse com convicção. – Mas quem seria o fiel do segredo?


- Bem, eu iria me candidatar quando chegasse a hora. – disse Dumbledore seriamente.


- Na verdade professor, eu pensei no Sirius, não que desconfiemos do senhor, pelo contrário, mas ele vai ser o padrinho do Harry e é quase meu irmão.


- Entendo seus motivos, mas quero deixar claro que devem tomar todo cuidado com quem confiarem. Isso é muito sério, e eu acredito no Sr. Black, mas como podemos saber se as pessoas que lidam com ele são confiáveis? Já disse a vocês, creio que exista alguém infiltrado, alguém do nosso lado que está passando informações para eles.


- E esse alguém não é o Sirius, tenho completa certeza disso. Por favor, nem pense em desconfiar dele, ele é meu melhor amigo, Dumbledore.


- Não desconfio dele, pode ser qualquer outra pessoa, só peço que tomem cuidado e me mantenham informado de tudo.


Com a saída de Dumbledore, me vi sentada no sofá da sala, esperando por James me perguntar aquilo que mais obviamente perguntaria. Era tão fácil ler suas expressões, ele era tão transparente para mim.


- Você confia neles, não é? Confia nos nossos amigos?


- É claro que sim, confio no Sirius, no Remo...


Ele não me deixou terminar.


-Então nossa decisão está tomada Sra. Potter! – disse com convicção.


Não havia dúvidas disso. Estávamos entre boas pessoas. Estamos seguros, pelo menos é a isso que me pego a acreditar, que podemos confiar nas pessoas, que algumas deles são fies às amizades. Quando a incerteza aparece, faço de tudo para passar por ela. É absurdo duvidar dos nossos amigos. Absurdo.


xxx


Gina abaixou o velho livro vermelho com lentidão. Estava incrivelmente surpresa. Então era isso que a profecia narrava. Era isso que os comensais tinham ido buscar no Ministério há dois anos. Pela profecia que tinham atraído Harry até lá, que todos eles tinham lutado, que Sirius havia morrido. Tudo estava tão claro agora.


Nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver.”


Era esse o destino de Harry, a luta pela sobrevivência. Mas não devia ser só isso, havia mais coisa na história, na misteriosa missão do Trio. Quem sabe haveria empecilhos a mais. E o que seria horcrux? Será que isso tinha a ver com a busca deles?


Gina queria ajudar desesperadamente, por isso passara as últimas semanas em Hogwarts em meio a livros. Tinha tentado ir à seção restrita da biblioteca, porém se antes já era difícil, agora com os Carrows havia piorado consideravelmente.


Os alunos eram tratados como membros de uma espécie de exército pró-Voldemort. Era angustiante ter que presenciar as pessoas serem forçadas a lançarem maldições imperdoáveis nas outras. Não havia mais Defesa Contra as Artes das Trevas, e sim, Artes das Trevas. Hogwarts era definitivamente outra, e ela não era a única a notar isso.


Já havia um tempo que ela, Neville e Luna tinham pensado em convocar a AD novamente, mas era muito perigoso, e por isso estavam investigando meios para fazê-lo com o máximo de segurança que pudessem contar.


Neville. Então ele podia ter estado no lugar de Harry agora. Era tão difícil de acreditar.


Ler o diário de Lílian Potter havia mexido muito com ela. Os fatos que eram narrados pela mãe de Harry eram de uma intensidade nunca percebida antes, que parecia que Gina podia ver tudo acontecer. E a descoberta, por parte dos Potter, da profecia que era destinada a Harry, tinha sido emocionante. Quase que podia ver o próprio Harry lendo isso tudo naquele momento.


Sonhava com ele sempre, tentava inúmeras vezes descobrir onde ele estava e o que estaria fazendo. Gostaria muito de dividir esse momento com ele, de entregá-lo o diário de sua mãe, que com certeza lhe seria algo extremamente precioso.


Podia compreender a conduta de Harry diante de sua responsabilidade, com mais exatidão agora. Nunca duvidou de que ele teria fortes motivos para partir sem ter lhe revelado o motivo, porém respeitava suas decisões e confiava nele mesmo antes de saber a importância de sua missão. Isso só fazia aumentar seu respeito por ele, seu amor por ele. Afinal, se não fosse daquele jeito, se ele não tivesse sido aquela espécie de nobre herói, ela não o amaria tanto. Talvez fosse como Lilian, tinha se apaixonado pelos princípios de Harry, pela sua essência.


Diante desses pensamentos uma lembrança lhe veio em mente. Agora que estava aconchegada no vazio Salão Comunal, iluminado fracamente pelas chamas da lareira, podia lembrar daqueles felizes dias com mais freqüência.


Estavam sentados na grama, debaixo de uma árvore nos jardins da Escola. Gina acabara de fazer seus NOM’S de Transfiguração, e após relatar as provas a Harry, os dois ficaram um tempo em silêncio admirando o preguiçoso movimento das águas do lago.


Ela repousava sua cabeça no colo dele, que acariciava seus cabelos delicadamente. Os dois desfrutavam, particularmente, de uma serenidade confortável, que era a companhia e a proximidade de um ao outro.


Ela foi a primeira a quebrar o momento. Olhou-o com intensidade, aqueles olhos verdes estavam escondendo algo.


-Um beijo por seus pensamentos.


Ele sorriu.


-Eu posso cobrar juros – disse entrando no jogo da ruiva.


-Tenho como pagar – respondeu ela com um sorriso maroto.


-Estava pensando no futuro – começou ele agora mais seriamente -, tudo é muito incerto. Não sei exatamente como e aonde vou estar daqui a algum tempo.


Ela voltou a sentar-se lentamente, mas sem perder o contato com seus olhos. Seu silêncio convidava-o a continuar falando.


-Talvez eu tenha que... Afastar-me por uns tempos. Resolver algumas coisas, bem sérias por sinal, o que envolveria muitas pessoas, sendo que estas podem correr riscos.


- Harry, por acaso eu sei dar nome a essa coisa que você vai enfrentar. É a sua nobreza idiota falando agora, eu te conheço o suficiente para ter uma idéia do que se trata.


-E o que você pensa a respeito? – perguntou inquisitoriamente, talvez duvidando do quanto que ela sabia.


-Apesar de odiar ficar de fora de seus planos, desse seu futuro incerto, porque eu sei que posso ajudar, estarei aqui esperando por você, esperando você sair com vida dessa guerra que se formará mais cedo ou mais tarde.


- Não quero ter a pretensão de achar que você me esperará, não quero que você desperdice seu tempo, Gina.


-Será que você realmente não quer que eu te espere?- perguntou ela sinceramente.


- O que não quero é que você sofra. - disse encarando-a intensamente.


- Você sabe que isso é inevitável, todos estamos, de um jeito ou de outro, metidos nessa. Só não sabemos quando vai começar de verdade.


E com isso compartilharam novamente daquela muda compreensão que lhes era característica.


-Eu te amo. - disse Harry para uma surpresa Gina.


Ela sabia o quanto era difícil para ele verbalizar seus sentimentos, mas no momento nem ligou para isso, pois estava absorvendo aquelas palavras uma a uma, queria guardá-las para sempre.


Em seus lábios formava-se um sorriso apaixonado, talvez um dos mais belos que ele já vira, e por querer tomá-lo para si, seus lábios se encontraram com urgência. Harry, naquele momento, não podia considerar a idéia de se afastar dela.


Estavam deitados na relva, sentindo a grama molhada. Aos poucos recuperavam a respiração no ritmo habitual, e se tranqüilizavam através do olhar. Não eram necessárias palavras, só a presença.


- Ainda estou esperando os juros. – disse Harry um pouco mais descontraído, o que foi acompanhado por um esplendido sorriso cheio de segundas intenções da ruiva.”




ginny & harry, cap 5 from One last Shot

                                                             xxx


N/B: Ohhh la-em-casa! Esses dois são fofos neee? Eu ate acho bonito os dois juntinhos! Huahuaha. Agora, fiquei com dó da Lily e James sô! Arrazou no capitulo flor! Beijos.


N/A: Adoro-te viu, minha beta?! Essa Vivi eh mto engraçada....E aí pessoal, o que acharam? O cap. Não demorou mto dessa vez, neh? Eh pq to me dedicando mais a fic, já q as aulas na universidade so começam no segundo semestre. Mas se Deus quiser eu consigo prosseguir na fic bastante até lá.


Então, é isso, espero q tenham gostado e comentem, viu?! Eh mto importante pra mim q vcs digam oq estão achando. Ah! Pra aqueles q reclamaram da falta de H/G na fic, espero q tenham curtido.


Bjao a tds, e não desistam da fic, viu?


Até o próximo cap...:*

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