One
Lílian olhou pela janela, observando os grupos de estudantes que, agora, aproveitavam o sol daquela tarde para dar um mergulho no lago. Ficando séria ao ver aquela bagunça toda, voltou sua atenção ao livro em seu colo, ficando em posição de lótus sobre o sofá no canto do salão comunal.
Logo alguém entrou pelo buraco do retrato, e Lily sorriu ao ver de quem se tratava, relembrando o que havia acontecido naquela manhã.
Flashback
Lílian e Marlene caminhavam pelo colégio, a ruiva mais quieta, mas mesmo assim distribuindo sorrisos pelo corredor. Já Marlene piscava, sorria e mandava beijos, sempre rindo depois com a amiga, sem pressa nenhuma de ir ás aulas. Logo dois garotos se aproximaram e as abordaram no meio do corredor, os dois cumprimentando Lílian com beijos e passando um braço por sua cintura, de lado.
-Sim, e eu? – Marlene perguntou fingindo-se de brava, cruzando os braços e fazendo bico.
-Nada disso, Lene – Mark disse, sorrindo para a morena – Não antes de você decidir o que queremos que decida.
-Isso mesmo – Bryan concordou, começando a mexer no rabo de cavalo bem feito de Lílian.
-Decidir o que, exatamente? – Ela perguntou, desfazendo o bico, mas continuando com os braços cruzados.
-Entre um de nós – Mark disse, objetivo.
-Lene, você já sabe que nós dois somos afim de você faz tempo – Bryan argumentou.
-E queremos acabar logo com isso pra não acabarmos brigando, entende? – Mark continuou.
-E aí? – Bryan perguntou e Lene olhou para Lílian, que indicava para que ela decidisse logo e acabasse com aquilo.
-Me encontrem ás 3 no pátio. Sem falta – Ela sentenciou e continuou a andar com Lílian, que notou, ela começara a manear um pouco mais os quadris. E de certeza que eles estavam olhando.
“Só tu mesmo Marlene” Pensou sorrindo e continuou a distribuir oi’s pelo corredor.
-Escolheu qual dos dois, Marlene? – Lily perguntou á amiga, que entrava no salão comunal da grifinória com os lábios inchados e vermelhos, e as roupas um tanto amarrotadas.
A morena olhou a amiga e sorriu maliciosamente, sentando-se ao seu lado.
-Não escolhi nenhum – Lílian franziu a testa – Fiquei com o amigo deles – A morena piscou e Lily riu, balançando a cabeça. – Vamos comer, estou faminta. – Lene pediu se abanando com sua toca vermelha, e logo Lílian assentiu e ambas foram até o salão principal.
Mal botaram os pés no lugar, Lílian já sentiu um perfume difícil de não reconhecer, principalmente naquela quantidade, que parecia abraçar o ar á volta delas, mas não chegava a ser exagerado.
-Sirius – Foi o que Marlene disse ao sentir aquele cheiro e logo se virou, dando de cara com o sorriso derretedor de gelerias do maroto.
-Oi Lene – Ele alargou o sorriso e se aproximou dela – Tudo bem?
-Estava tudo bem até você aparecer, Six – Ela dispensou-o e várias pessoas vaiaram, rindo do fora.
-Ora Lene, não seja tão evasiva... – Ele barrou-a novamente – Já te chamei pra sair três vezes nessa semana e você só me dá fora... – Ele fez cara de coitado – Tenho saudade de você.
-Seu cínico, tem saudade de mim e das outras vinte com quem se atracava enquanto dizia que estava comigo - Ela disse com desprezo, ajeitando o cabelo – Só que eu não perdôo, Six – Ela passou a unha do indicador levemente sobre a bochecha do rapaz, e ele parecia meio fora do ar – Agora você perdeu, meu bem. Divirta-se com as outras vinte, viu? – E, mandando um beijinho para ele, Marlene saiu sendo seguida por Lily, e ambas se sentaram com as amigas na mesa da grifinória.
-Marlene, como você é má – Alice brincou, olhando para a amiga com um sorriso malicioso.
-Eu estou sendo boazinha de mais, isso sim – A morena de olhos azuis disse, decidida – Eu deveria estar castrando ele e dispondo tudo em bandejas de prata, pra todas as que já forem enganadas por ele enfiarem um alfinete com toda a raiva que possam ter – Ela disse e todas riram.
-Bom, aí você estaria sendo boazinha com elas e bem má com ele – Emmeline analisou, sorrindo.
-É que quando eu sou boa, eu sou boa... – Elas sorriram – Mas quando eu sou má, sou melhor ainda.
-Vamos? Estamos atrasadas – Lílian disse olhando apreensiva para a mesa da sonserina, se levantando.
-Claro, tenho que chegar antes pra pegar as anotações com o nerd do Remo – Alice disse, achando estranha a reação da amiga, mas indo sem comentar nada.
“Espero que ele não me veja...” Foi o que Lílian pessou ao sair quase correndo do salão principal, sem nem ao menos esperar pelas amigas “Merlim queira que ele não tenha me visto” Repetiu mentalmente e foi direto para as aulas, esquecendo-se de esperar as meninas.
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Ao sair da aula, Lílian praticamente saiu correndo pelo corredor, mas parou ao ouvir uma voz conhecida gritar seu nome.
-HEY, VACA EVANS, COMO ANDA? DANDO MUITO PRA TODO MUNDO POR AÍ? – Narcisa Black gritou saindo da sala de poções e vendo a ruiva correr. Lílian parou, respirou fundo e virou-se lentamente, os olhos faiscando em fúria.
-O que disse? - Lílian perguntou, se aproximando devagar da loira, que ria com os amigos.
-Oras, você ouviu muito bem, Evans. Até uma vaca com você, que dá até pro Slugorn pra conseguir nota, escuta perfeitamente que eu te chamei de VACA – Narcisa repetiu, desafiando Lílian.
-Cuida da sua vida, vadia! – Lily berrou em pleno corredor, recebendo de volta as risadinhas debochadas da loira á sua frente.
-Ou o que, vaquinha ruiva? Vai me queimar com esses cabelos medonhos? – Narcisa desdenhou, satisfeita com a risada de seus ‘amigos’.
-Não me provoque, sonserinazinha petulante – Lílian empurrou a garota para uma parede e encurralou-a, a varinha perigosamente do pescoço alvo da garota, agora acuada – Você não sabe do que eu sou capaz.
-Uuuh, estou realmente morrendo de medo - Venha logo e irá pagar por ficar com Amos. – A loira apontou a varinha para Lílian, e então a ruiva entendeu.
-Isso é tudo porque fiquei com Amos antes de você? Que é, Narcisinha, não agüenta ficar com meus restos, é isso? – Lílian provocou e Narcisa reagiu, empurrando Lílian com força.
-Devia deixar de ser recalcada, Narcisa – Lene, Dorcas, Lice e Emmeline chegaram com varinhas a postos, prontas para ajudar a amiga.
-Fique fora disso, McKinnon – Avery se aproximou com varinha em punho, juntamente com o resto da trupe sonserina.
-Não sou você, Avery, e por isso recebo presentes no natal, sabe? – Marlene respondeu, desafiando-o.
Logo, sem aviso, começaram a voar feitiços por todo o corredor, na saideira da aula de Poções de onde as duas turmas haviam saído. Uma voz conhecida se sobressaiu, e todos os sonserinos correram, enquanto as meninas tratavam de fingirem que estavam acabando de sair da aula.
-O que está acontecendo aqui? – Minerva McGonagal chegou andando rápido, apressada, com varinha em punho. – Quem fez isso?
-Por Merlim! – Lílian largou os livros no chão, colocando ambas as mãos em sua boca, sua expressão do mais puro horror – Professora, olhe! – Ela apontou para o teto e Minerva então reparou no aluno.
-Por Morgana! – A mulher disse repetindo o gesto de Lílian – Mas isso é um absurdo! É um ultraje! Quem fez isso? – A professora aparentava tanto horror como cada uma das meninas, mas a que se sobressaía mesmo era Lílian. Logo ela olhou para o lado e viu os Marotos brincando com suas varinhas, então sorriu levemente, voltando para sua expressão de horror.
-Professora... – Ela, apreensiva, apontou para os Marotos, que vinham para aquela direção do corredor brincando com as varinhas em punho, um tanto apressados. E então desabou no choro, enquanto Minerva abordava os meninos.
-O que está fazendo? – Emmeline perguntou ao ver a amiga se jogar em seus braços, soluçando desesperadamente. – Foi você que fez aquilo, não foi? – Lílian apenas sorriu levemente, então Emmeline entendeu. – Genial – Foi o que ela disse, então fingiu consolar a ruiva, prestando atenção na palavras da professora.
-Quem foi, Srta. Evans? – Minerva perguntou, olhando compreensiva para a ruiva que chorava quase desesperadamente, como se tivesse sido a maior atrocidade que vira na vida.
-Potter – Foi o que saiu da boca de Lílian entre os soluços descompassados, e a professora olhou severamente para o garoto.
-Isso foi a pior barbaridade que você já fez até hoje dentro desta escola, Sr Potter! – A professora disse indicando o teto para o garoto, que tinha a mais pura expressão de desentendimento. Logo ele entendeu, ficando indignado.
-O que? Eu não fiz isso professora, foi ela! – James disse rapidamente, apontando para Lílian.
-Foi você que fez isso, Srita. Evans? – McGonagal perguntou á garota, que chorava copiosamente nos braços das amigas.
-N-n-não, professora, eu juro que não fui eu, eu n-nem sei fazer algo assim – Lílian soluçava, sendo amparada por Marlene e Emmeline, enquanto Dorcas e Alice lhe diziam palavras de consolo.
James soltou uma exclamação de indignação. “Como ela pode mentir tão bem? Não sabia que ela era assim” Pensou ele vendo Snape ser retirado do teto com o cabelo rosa, cheio de espinhas e furúnculos, com uma gosma estranha saindo de seus olhos e uma espécie de tromba saindo de seu traseiro.
-Senhor Potter, o Sr. Vem comigo – A professora sentenciou duramente, sob o olhar surpreso do garoto, sem notar o fraco sorriso que perpassava pelo rosto da ruiva.
-Você me paga, Evans – Foi o que ele disse baixinho ao passar por ela com McGonagal ao seu lado. A ruiva piscou para ele.
-Pois venha. – Ela disse e ele rangeu os dentes. – Eu mal posso esperar, Potter – E então ele entrou na sala da professora, a raiva borbulhando dentro dele.
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