Peças que se encaixam
Hogwarts acordou tarde no dia seguinte ao baile, todos
pareciam sonolentos, porém felizes.Não havia nenhum resquício da festa no salão
quando os alunos desceram para tomar café.O teto do salão estava cinza chumbo e
com rumores de trovão, prometendo engrenar de vez o inverno.Kevin acordou com
uma tremenda dor de cabeça, mas já com planos formados para o dia.Não queria ver
ninguém, por isso tomou o café rapidamente e se recolheu na mesa mais
reclusa da biblioteca com vários rolos de pergaminho e pilhas e pilhas de
livros.Não tinha nenhum trabalho atrasado, mas queria estudar e estudar,
memorizar cada livro da biblioteca, mentalizar cada feitiço e decorar cada
poção.Sempre gostara de estudar, mas naquele dia em especial queria manter a
cabeça ocupada, livre de qualquer pensamento perturbador, já bastara os que teve
durante toda a noite.Tudo o que queria era solidão para por a cabeça em ordem.
Harry sabia que o filho tinha se isolado durante todo o
domingo e sabia também o motivo. Lutou contra a vontade de procurá-lo e desfiar
um monte de conselhos, mas achara melhor deixar Kevin sozinho com os seus
fantasmas.Viu muito bem o jeito como ele saiu do salão depois de ter falado com
Kim e quase podia adivinhar o que ele estava sentindo. Uma vez, ele e Katreena
haviam apostado que Kevin e Kim se apaixonariam, Harry era cético quanto a isso,
já a esposa acreditava piamente no romance entre eles.Isso era quando Kim e
Kevin tinham apenas oito anos e parecia um futuro muito distante a adolescência
deles, agora Harry pode ver que Katreena estava certa, já podia ver o sorriso
dela quando lhe contasse. Harry sentiu uma repentina pontada de saudades da
esposa.
- Já viu isso Potter? – disse Snape estendendo o profeta
diário para Harry. Era manhã de segunda feira, ele mal havia terminado de tomar
café, quando Snape se sentou ao seu lado.Quase podia adivinhar o que era.
- Bom dia pra você também Snape. – disse Harry pegando o
jornal e o desdobrando.Na primeira página havia uma foto sua, de terno e gravata
na festa de sábado.A manchete dizia “Desrespeito aos trouxas por parte de auror
do ministério” – Que ótimo, nada como um bom escândalo logo cedo para alegrar o
dia...
O auror Major do Ministério, Harry Potter,
apresentou neste sábado dia 30 uma conduta zombeteira em relação aos trouxas ao
se fantasiar de executivo.Todos nós sabemos que Harry Potter é um partidário
fervoroso das relações amigas entre a comunidade não-mágica, porém...
Harry correu os olhos pela matéria com as sobrancelhas
erguidas, aquilo com certeza não passaria despercebido como o outro artigo.Snape
observava a sua reação avidamente.
- Más noticias? – disse ele sorrindo maliciosamente.
- Nenhuma. – disse Harry, forçadamente calmo – a propósito,
já não está na hora de tirar a máscara Snape? O Halloween foi sábado!
Snape não teria feito uma careta mais desagradável se
tivesse chupado limão.
- Posso entrar? – perguntou Kevin, entrando na sala de
Harry à noite – está muito ocupado?
- Não, estou apenas revisando algumas coisas – respondeu
Harry – estava querendo mesmo falar com você.
Kevin se acomodou na poltrona em frente a Harry.
- Pode falar.
- Você leu o profeta diário hoje, não leu?
- É, Marcel me mostrou – disse Kevin – você está
encrencado?
- Não muito, recebi uma carta do Ministério pedido
esclarecimentos sobre a noticia.Tive que explicar que foi mais uma das invenções
de Rubi Marlowe, o problema maior não é o ministério e sim as outras pessoas que
lêem e pensam que realmente sou um pierrô de circo mambembe...
- Depois do berrador da mamãe, também passei a odiar essa
jornalista. – disse Kevin – gostaria de saber como é que ela se infiltra aqui
dentro.
- Também gostaria, mas não posso sair atrás dela porque
tenho aulas para preparar.Kevin, tem certeza de que Eve não tem nada a ver com
isso?
Kevin deu um suspiro impaciente.
- Tenho pai, já disse que não tem qualquer possibilidade
lógica de Eve estar ajudando Marlowe.Além do mais ela é minha namorada e não
me trairia assim.
- Você é quem sabe...Aliás, não tivemos treino hoje porque
tive esse problema com o Ministério, amanhã vamos treinar em dobro.
Kevin se levantou furioso.
- Você não acha que já chega?Estou treinando há uma semana
e não vejo do isso me serve.Como se não bastasse tudo ainda tenho que cumprir
castigo.
- Tudo o quê, Kevin? – perguntou Harry, encarando o filho.
- Tudo...tudo...- Kevin sentiu-se tentado a contar à Harry
sobre a confusão de sentimentos dentro dele, mas desistiu.Seu pai não o deixaria
em paz se soubesse – Ah, você sabe, os deveres, os exames...
Harry percebeu claramente que o filho mentia.
- Olha Kevin, acho que você deveria...
-... “se abrir comigo, você deve se considerar muito
sortudo porque na sua idade não tive um pai que me aconselhasse e tive que
aprender tudo sozinho” – completou Kevin monotonamente.
- Exatamente.- disse Harry, sorrindo.
- Agora não, você me ensinou que devo ser adulto e encarar
os problemas de frente, não é? – disse Kevin saindo da sala – Então Harry
Potter, continue sendo um herói que eu me viro sozinho.
Dividido entre os treinos e deveres, Kevin nem viu o mês
passar e novembro já estava quase acabando.A manhã do jogo entre Corvinal e
Sonserina estava com um vento cortante que açoitava as vestes dos alunos e fazia
os chapéus se desequilibrarem das suas respectivas cabeças.Kevin estava torcendo
para que Sonserina ganhasse, caso Corvinal tomasse a dianteira as chances da
Grifinória de ganhar a taça seriam reduzidas a zero e Montgomery infernizaria
até os seus tataranetos.Eve, no entanto parecia muito confiante e até dizia a
ele que o enfrentaria na final. Kevin já não estava assim tão otimista, preferia
enfrentar a Lufa-lufa, mas nada disse a ela para que não a aborrecesse.
O jogo até que foi demorado, Risdopher segurou todas as
goles que iam para o seu lado e Miller da Sonserina não conseguia marcar
nada.Até que Venable achou o pomo e Eve partiu para cima dele.Como Kim dissera;
ela esperava que o adversário achasse o pomo para depois tomar dele.Por fim, Eve
derrubou Venable da vassoura sem querer e apanhou o pomo garantindo a
vitória para o time da Sonserina.
Depois do jogo, Eve seguiu Kevin até o saguão principal e
lhe disse confidencialmente:
- Vamos fazer uma festa naquele mesmo salão, você vai não
é?
Kevin sacudiu a cabeça.
- Sem chance, da ultima vez quase me ferrei, não quero
abusar da sorte. – ele respondeu.”Além de que, Kim não irá te salvar novamente
se for pego”.
- Mas eu quero que você vá! – disse ela com aquela
exasperante voz chorosa – meu amor, se você não for ficarei muito chateada.
- Eve sinto muito, mas não vou e ponto final! – disse ele,
enfático.
Eve sorriu condescendente.
- Eu sei que você só está fazendo isso pra me contrariar,
todo mundo faz todas as minhas vontades e você quer se diferenciar dos outros
pra me conquistar. Querido, acorda!Você não precisa ficar fazendo esses
joguinhos pra me ter, sou toda sua!
Kevin soltou uma risada alta.
- Eu adoro essa sua humildade Eve, mas não estou fazendo
joguinho nenhum.Vai pra sua festa que eu vou para a biblioteca estudar –
acrescentou cético - Se não está satisfeita desista da festa e fica comigo.
- Tá bom! – disse ela sorrindo.
Kevin ergueu as sobrancelhas.
- Tá bom o quê?
- Vou estudar com você na biblioteca!
Kevin nunca pensou que poderia detestar uma garota tanto
quanto detestara Eve naquela noite.Ela o seguira até a biblioteca falando sem
parar em como a festa seria legal e como não compreendia aquela atitude nerd
de Kevin.Depois ficou mexendo nas suas coisas procurando alguma coisa da Kim que
pudesse estar entre a bolsa dele.Então o ficou perturbando tentando fazer
trancinhas no cabelo dele, perguntando a toda hora quando ele iria sair da
biblioteca e se ele gostava do penteado dela.Kevin rangia os dentes de raiva e a
mandava ficar quieta, mas parecia que haviam posto uma pilha na garota e ela não
parava de falar.Por fim Madame Pince resolveu a questão a expulsando da
biblioteca.Eve ficou da porta fazendo sinais para Kevin, mas ele fingiu estar
concentrado demais lendo Cautela e Segurança na magia para ter visto.
Uma fina camada de gelo cobria a superfície do lago de
Hogwarts em dezembro.Com a chegada do inverno os treinos de quadribol que já
eram bem torturantes para Kevin, haviam se tornado insuportáveis. Montgomery
andava cheio de si porque ganhara uma vassoura nova e agora exigia que os
jogadores voassem como aviões super sônicos pelo campo para acompanhá-lo. Os
floquinhos de neve caiam sobre o time e poderia até ser chamado de visão
agradável para quem assistia ao treino, mas para quem jogava não, o cabo da
vassoura ficava mais escorregadio mesmo com luvas.E Kim parecia estar sentindo
os efeitos do inverno mais do que qualquer outro jogador.Ela andava com uma
aparência apática e parecia muito fraca.Marcel insistira para que ela ficasse
fora do treino naquela sexta, mas Montgomery estava empolgado demais com a sua
nova vassoura para dar-lhe ouvidos.Kevin a observava de longe, preocupado com a
amiga que parecia que iria desmaiar a qualquer momento.Ela segurava o bastão com
as mãos tremendo e não tinha força alguma para rebater os balaços.Montgomery
parecia mais ranzinza do que o de costume e pediu uma pausa no jogo para
discutirem os esquemas táticos.
- Que parte do voem direito vocês não entenderam? –
disse ele ríspido – Potter toda hora entra em rota de colisão com Peterson, você
tem que olhar para onde voa.
- É, até parece ser bem simples – disse Kevin sarcástico –
só que por incrível que pareça tenho dois olhos e ambos enxergam apenas na mesma
direção.Portanto ou procuro o pomo ou cuido para não me chocar contra os outros
jogadores.
- Não me envergonhe Potter! – bradou Montgomery – Você tem
mais condições de ser melhor do que qualquer um aqui do time!E aqueles treinos
todos com o seu pai não estão surtindo efeito?
- Sabe, eu acho que ele esqueceu de dizer Abracadabra
pra dar certo! – retrucou Kevin.
- Chega! – disse Kim debilmente – Montgomery, Potter não
tem mais conserto!Agora, será que dá pra vocês pararem com essa discussão idiota
e vamos terminar o treino?
- Kim, você está bem? – perguntou Kevin, alarmado.
- Es-estou ótima – ela respondeu cambaleando até a vassoura
– vamos acabar logo com isso...- ela não chegou a terminou a frase, caiu
inconsciente sobre a neve.Marcel correu até ela e a pegou nos braços.
- Kim, acorda! – gritou ele a chacoalhando.
- Vamos levar ela pra enfermaria! – disse Montgomery
ajudando Marcel a erguê-la. Kevin os seguiu em direção ao salão principal até
que Montgomery se voltou para ele e disse bruscamente:
- Volte para o treino! – disse ele – Você precisa treinar
mais do que todo mundo, não sei porque quer vir junto, ela não quer ver você!
As palavras atingiram Kevin como um golpe físico.Montgomery
estava certo, precisava treinar mais e quando Kim acordasse não iria querer
vê-lo.Ele ficou parado em meio ao saguão vendo Marcel se afastar em direção a
enfermaria com Kim nos braços e Montgomery ao lado segurando a mão dela,
ocupando o que seria o seu lugar. Ele voltou para o campo sabendo que não
poderia voltar a treinar nem se quisesse.
Kevin passou o jantar todo bombardeando Amanda com
perguntas sobre Kim.
- Ela não tem nada grave não é? – perguntou ele pressuroso.
- Não, ela só não estava se alimentando direito – respondeu
Amanda pacientemente – Se bem que ouvi Madame Pomfrey e a srta. Ibiza
conversando sobre Kim ter alguma coisa a mais que as preocupava...
- Você disse que não era nada grave! – gritou Kevin
chamando a atenção de toda a mesa da Grifinória.
- Calma Kevin! – disse Amanda, olhando para os lados
envergonhada – Madame Pomfrey deu uma poção restauradora para Kim e ela
melhorou, só que a srta. Ibiza disse que ela ainda estava meio adoentada, você
sabe que as poções de Madame Pomfrey curam tudo, então ela disse que só podia
ser algo...- ela acrescentou suavemente – emocional.
- Então...?- perguntou Kevin sem entender.Amanda deu um
suspiro impaciente.
- Olha Kevin, se está tão preocupado porque não a visita?
Kevin baixou os olhos tristemente.
- Ela não quer me ver, da ultima vez que tentei falar com
ela, bem...não deu certo.
- E com toda a razão, você foi muito estúpido com ela,
preferiu acreditar nas intrigas da Eve Blackwell do que na sua melhor amiga, no
lugar dela eu teria feito o mesmo.
- Ah, obrigado Amanda, você realmente sabe com animar uma
pessoa. – disse Kevin, sarcasticamente.
- De nada, quando precisar...– ela respondeu sorrindo.
Harry recebeu uma carta de Rony com um relatório do
escritório no Ministério sobre atividades estranhas vindas de algum ponto na
cidade de Swindon, próximo a Londres. E o que o intrigava mais era o fato de ser
algo tão furtivo que ninguém sabia de onde vinha ou do que se tratava.Alguns
aurores foram mandados até lá, mas nada foi descoberto. Rony escreveu que
“Estamos de mãos atadas aqui, ninguém está disposto a desperdiçar tempo
procurando por pistas perdidas ao vento. Mas sabemos que há algo e você vai
concordar comigo, vou esperar você voltar para averiguarmos isso porque ninguém
aqui é capaz de achar tantos problemas quanto você!”. Harry não conseguiu
deixar de sorrir diante a franqueza do amigo.Kevin bateu na porta fazendo Harry
ter um sobressalto.Ele escondeu rapidamente a carta sob alguns livros.
- Você não deveria estar na sala comunal uma hora dessas? –
perguntou Harry se voltando um tanto desajeitadamente para o filho. Se Kevin
notou, não deixou transparecer.
- Paimeemprestaacapadeinvisibilidade?- perguntou Kevin
apressadamente atropelando as palavras.
- Não entendi nada! – disse Harry.
- Me empresta a...ahn...a...você sabe...
- O quê? – perguntou Harry já impaciente.
- A capa de invisibilidade! – disse Kevin constrangido.
- Pra quê?
- Não posso responder – respondeu Kevin, aflito.Harry
compreendeu o que era e rindo foi pegar a capa dentro do malão.
- Aqui está – ele estendeu a capa ao filho – Só não deixe
ninguém apanhar você.
Kevin, muito vermelho, apanhou a capa e saiu antes que
Harry fizesse mais perguntas.
Ele esperou os colegas irem dormir, jogou a capa sobre os
ombros e saiu furtivamente.Foi pelo caminho torcendo para que Madame Pomfrey e a
enfermeira Ibiza já tivessem ido dormir. Ele planejara ir ver como Kim estava,
sem acordá-la e voltar rapidamente para o dormitório. Era na verdade um ato
inútil, mas inexplicavelmente queria vê-la, se arriscar por ela assim como ela
havia feito quando o salvou dos professores naquela noite. Só olhá-la e ver que
estava bem seria o suficiente.Os corredores pareciam intermináveis e
assustadores, além do frio que enregelava os seus pés, Kevin considerou
seriamente a idéia de voltar para a sua cama quentinha, mas logo afastou a
idéia, sabia que não conseguiria dormir enquanto não visse como Kim estava.
Ele lentamente abriu a porta da enfermaria e só depois de
se certificar de que não havia ninguém resolveu entrar.A enfermaria estava
iluminada apenas pela débil luz da lua que entrava pela janela, mas o restante
da sala estava escura.Kevin tirou a varinha do bolso do pijama e murmurou “Lumus”.Kim
estava numa cama ao canto da enfermaria, enrolada em um pesado edredom, ele
caminhou até ela nas pontas dos pés para não fazer barulho.Ela dormia
profundamente e Kevin não pode deixar de sorrir ao vê-la abraçada ao seu
inseparável unicórnio de pelúcia.”Ela parece bem”, pensou Kevin “Aquele papo de
doença emocional só podia ser frescura da Amanda mesmo”. Ele tocou levemente no
rosto dela, “Ela é tão bonita! Não como Eve é claro, seria até uma covardia
comparar as duas, mas não sei por que adoro o sorriso dela! E faz tanto tempo
que não vejo a Kim sorrir, por minha culpa...”.Kevin deixou a capa de
invisibilidade escorregar e quando se abaixou para pegá-la, bateu na mesinha ao
lado da cama fazendo cair uma jarra metálica. Houve um tremendo estrondo quando
a jarra bateu no chão e saiu rolando, Kevin se assustou e deixou a varinha rolar
para debaixo da cama. Kim acordou bruscamente, tateou a varinha sobre a mesa,
acendeu as velas ao lado da cama e apontou a varinha às cegas para o escuro.
- Quem está aí? – perguntou ela, assustada.
Kevin saiu de debaixo da cama dela onde esteve procurando
por sua varinha e se levantou.
- Kevin?!
- Ahn...oi! – disse ele inseguro.
- O que você está fazendo aqui? – perguntou Kim.
- Vim ver se você estava bem – Kevin deu um sorrisinho – já
vi que está, agora tenho que ir antes que alguém me pegue. – ele jogou a capa
sobre os ombros e já ia saindo.
- Espere! – disse ela – foi Marcel que mandou você vir
aqui?
- Não, vim porque estava preocupado com você – ele
respondeu timidamente.
- Estou melhor, Madame Pomfrey me deu um tônico e disse que
eu precisava ficar em observação – ela sorriu – obrigado por se preocupar
comigo.
Ele se aproximou da cama dela e jogou a capa sobre a
cadeira.
- Ultimamente pode ter parecido que não, mas sempre me
preocupei com você.Não vim mais cedo porque pensei que ainda estivesse chateada
comigo.
Kim encolheu os ombros.
- Na festa de Haloween estava bem magoada mesmo, aquela
briga insana entre você e Joshua foi a gota d’água. Achei que tinha perdido você
pro lado das trevas.
Kevin se sentou na cama ao lado dela.
- Fui um idiota, não fui?
Kim balançou a cabeça sorrindo.
- Você foi um meio idiota, os idiotas completos não admitem
os seus erros.
- Nunca ficamos tanto tempo brigados – ele baixou os olhos
– você me desculpa?
- Eu morreria se não te desculpasse, Kevin, eu morro se
ficar longe de você.- No momento seguinte, Kim ficou enrubesceu de sua
franqueza.
- Puxa, não precisa ser tão drástica! – riu Kevin.Ele a
puxou para si gentilmente e a abraçou – Senti sua falta.
- Também senti muito a sua falta, Kev. – ela ergueu o rosto
para olhá-lo e os seus olhares se encontraram por um instante. O que aconteceu a
seguir, nenhum dos dois jamais soube dizer quem havia tomado a iniciativa. Como
dois imãs de polaridades diferentes, eles se atraíram quase que
inconscientemente como se tivessem planejado aquele beijo há muito tempo.Não foi
um daqueles beijos simples de quem apenas quer mais um numero na sua lista de
conquistas, mas algo diferente e cálido de quem realmente deseja ser beijado por
aquela pessoa em especial. Foi como uma...uma conexão perfeita entre o
desejo e a curiosidade, a descoberta e o susto e todas essas coisas das quais
eles nunca conseguiriam explicar mesmo que vivessem um milhão de anos. É o que
acontece quando se beija alguém de quem estamos apaixonados, algo que não
acontecia entre ele e Eve. Mas a conexão entre os dois foi bruscamente desfeita
como se tivessem levado um choque elétrico. Eles se afastaram e trocaram um
olhar apavorado de quem foi pego fazendo algo proibido.
- Porque você me beijou? – perguntaram os dois ao mesmo
tempo.
- Não, você me beijou primeiro, eu só...correspondi! –
disse Kevin, saltando da cama.
- Não seja ridículo Kevin, você começou!
Se eles pudessem se ver teriam rido; estavam vermelhos e
com uma expressão de total perplexidade no rosto.
- Tudo bem, eu acho que foi só um ataque de curiosidade...-
disse Kevin com um sorrisinho sem-graça.
- É, eu...eu sempre quis saber como era beijar você... –
Kim riu forçadamente - bem, agora eu sei!
- Isso é normal entre primos, quer dizer, er...somos como
primos então temos a mesma curiosidade, bom, se não fossemos não teríamos mas
como somos, isto é, nós tivemos e agora não temos mais... – Kevin estava
completamente atordoado com sentimentos oscilantes entre “Uau!” e “O que eu
fiz?”.
- Pois é...- disse Kim sem encará-lo, se metendo embaixo do
edredom novamente.
- Tenho que ir agora...- disse Kevin, apanhando a capa –
Você vai tomar café comigo amanhã?Faz tempo que não vejo você no salão
principal.
- Vou sim – respondeu ela, ainda evitando olhá-lo – Boa
noite, Kevin. – e se escondeu sob o edredom.
- Ahn...boa noite. – Kevin respondeu e jogando a capa sobre
si saiu da enfermaria.
Kim esperou Kevin sair, apagou as velas e sentou sobre a
cama com a mente em turbilhão. “Não, por favor, não posso estar me apaixonando
por ele, não posso!”.
Kevin só conseguiu pegar no sono quando o dia estava
amanhecendo.Por um lado estava se sentindo esquisito e irreal, e a palavra
“Culpa” não parava de aparecer diante dos seus olhos.Tinha namorada e acabara de
traí-la.Mas por outro lado...Uau!Uau e uau! Aquele beijo pode ter sido um erro,
mas Kevin tinha a sensação de que foi o erro mais gostoso da sua vida.
Todos ficaram agradavelmente surpresos ao verem Kim e Kevin
juntos no café da manhã no dia seguinte.Era verdade que havia uma certa
formalidade entre eles e que os dois tomaram uma considerável distancia de meio
metro enquanto andavam, só para o caso de esbarrarem um no outro, já havia
intimidade demais para o gosto deles.Mas vê-los juntos novamente era como se as
coisas retomasse o seu curso normal e os colegas agradeciam porque aquele clima
chato entre eles já estava cansando.Só quem não parecia nada satisfeita com a
reconciliação era Eve que na primeira oportunidade que teve no intervalo entre
as aulas foi procurar Kevin furiosa.
- Você pode me explicar o que está havendo? – perguntou ela
indignada.
- Do que você está falando minha princesa? –
perguntou Kevin suavemente já prevendo uma cena desagradável.
- Só falo depois que a cachinhos ruivos aí desgrudar
de você! – disse Eve, lançando um olhar fulminante para Kim que esperava Kevin
um pouco adiante.
- Não se preocupe Vossa Imaturidade, a cachinhos
ruivos já está de saída – disse Kim cinicamente – Kevin não demore, Snape come
alunos atrasados no almoço.
- Certo, pode ir – disse Kevin acenando para a amiga e
voltou-se para Eve – e então?
- Porque você voltou a falar com ela? – perguntou Eve
irritada.
- Estava com saudades dela, Kim é minha melhor amiga e o
fato de estarmos namorando não muda isso. – respondeu Kevin sinceramente.
- Mesmo depois de tudo o que ela falou de você? Kevin,
essa...essa...Kimberly é uma falsa, ela vai fazer de tudo para acabar com o
nosso namoro! – Eve parecia desesperada.
- Calma Eve, ela não vai fazer nada!Kim não é assim como
você pensa, eu ficaria muito feliz se vocês duas fossem amigas!- disse Kevin,
aborrecido.
Eve soltou uma gargalhada cavernosa.
- Amigas?Ah, por favor Kevin, você está pedindo a um
vampiro para tomar um banho de sol!Ela não tem nada a ver...
- Eve! – interrompeu Kevin – Se quer continuar sendo minha
namorada terá que respeitar os meus amigos quer goste ou não! – ele olhou para o
relógio – Espero que isso seja o suficiente, já estou bem encrencado com Snape,
conversamos mais tarde.Tchau!
Ele saiu correndo deixando Eve se espernear sozinha em meio
ao corredor.Kevin correu derrapando pelo chão caprichosamente encerado até
chegar à sala de Poções e deu de cara com Snape que sorria satisfeito à porta.
- Claro que ele está atrasado, se não fosse o Potter não
seria mais ninguém! – ele acompanhou com os olhos Kevin se encaminhar para a sua
carteira – Dez pontos a menos para a Grifinória.
- Bingo! – rosnou Kevin, jogando a mochila com violência
sobre a mesa.
- O que você disse Potter? – perguntou Snape com aquele
familiar brilho de “vamos pegá-lo” nos olhos.
- Nada professor, o senhor mal entrou na terceira idade e
já está tendo problemas de audição? – perguntou Kevin com cinismo.
- Detenção Potter! – disse Snape com a sua cara macilenta
vermelha de raiva.
Kevin suspirou desanimado.
- Yeah Kevin, vamos bater o recorde do ano passado...
Na ultima semana antes das férias de natal, os professores
encheram os alunos de exames e trabalhos extensos e penosos.A única exceção foi
Harry que dera um trabalho prático organizando um duelo entre os alunos que
exigia que eles usassem todos os feitiços defensivos e atacantes que ele passara
em aula.Até mesmo Joshua que era o aluno mais relapso da classe havia se saído
bem. Snape vendo tantas notas boas, coisa que poucos alunos conseguiam quando
ele era o professor, criticou Harry severamente mal conseguindo conter a inveja
o acusando de ser um professor permissivo e incompetente.
Os alunos foram dispensados das aulas no dia anterior às
férias. Já com as malas prontas, Kevin, Kim e Marcel desceram para o jardim para
aproveitar a neve fresca e macia que cobria o gramado.Harry os observava da
janela tão imerso em seus pensamentos que nem havia percebido que Dumbledore
estava ao seu lado.
- Não quer nos acompanhar Harry? Minerva está servindo
chocolate quente na sala dos professores. – perguntou o diretor erguendo uma
caneca de cerâmica com uma ovelha gravada nela.
- Estou observando Kevin, ele parece menos tenso agora –
disse Harry vagamente.
- Já passava da hora, não é? – perguntou Dumbledore
bebericando o chocolate quente na caneca – Lembra que eu disse que seria bom
você assumir o cargo de professor substituto?Foi bom para todas as partes.Agora
você não é só um estranho heróico e sim o pai dele e isso o ajudou a perceber
que os seus medos não tinham fundamentos.
- Não tenho certeza de que ele percebeu isso totalmente,
estive conversando com ele e pelo que pude ver ele ainda se sente pressionado.-
Harry seguiu Kevin com os olhos que corria atrás de Tristtan com as mãos cheias
de bolas de neve – Suspendi os treinos comigo porque acho que ele já atingiu o
seu próprio limite.Ele quer largar o time de quadribol, mas não tem coragem por
medo da reação dos colegas.Kevin ainda acha que tem que ser uma copia minha para
ser aceito.
- Você sabe Harry, o maior medo de Kevin não é decepcionar
os outros e sim a você.Os jovens são assim mesmo acham que nós adultos somos
donos do destino.- Dumbledore fez uma pausa - Mas se Kevin parece mais tranqüilo
é porque você o ajudou nisso.
- Espero que seja assim mesmo...Mas não é só isso que está
me preocupando – Harry tirou do bolso das vestes um pedaço de papel e estendeu a
Dumbledore – Este artefato sumiu ontem a noite do museu de Londres.
Dumbledore analisou a figura.Era uma adaga de prata
cravejada de opalas, dentro de um estojo de madeira de lei.
- Sei, a Adaga de Marcondes usada em rituais de
imortalidade – disse o diretor – Ano que vem completa o centenário desde o
ultimo ritual.
- Esta manhã recebi outra carta de Rony, ele acha que o
sumiço da Adaga tem algo a ver com o que está acontecendo em Swindon.- disse
Harry – mas acho que é cedo para nos preocuparmos, talvez seja apenas um alarme
falso, ninguém que quisesse usar a Adaga faria o roubo ser descoberto assim tão
facilmente.
- Pode ser Harry, mas é sempre prudente se manter alerta. –
disse Dumbledore e depois sorriu – Teremos que nos apressar se ainda quisermos
chocolate, Hagrid sabe ser bem guloso de vez em quando.
Kim estava deitada na neve agitando os braços para cima e
para baixo fazendo anjos, Marcel jogava bolas de neve em Kevin quando ele viu de
longe Joshua cruzar o salão principal em direção as escadarias.Kevin fez um
sinal para que Marcel o esperasse e correu para dentro do salão.
- Joshua! – gritou ele – espere!
Joshua se voltou surpreso e parou vendo Kevin se aproximar
ofegante.
- Oi...eu...quero...falar com você...- disse Kevin
respirando com dificuldade por causa da corrida.
- O que foi?- perguntou Joshua na defensiva.
- Eu quero pedir desculpas pela briga, tá eu sei que já faz
mais de um mês, mas não faz sentido a gente ficar brigado assim...- disse Kevin,
timidamente – eu não queria ter dado aquele soco em você só que eu tava
meio...chateado com umas coisas e acabei descontando em você. – Kevin não teve
coragem de dizer “estava com ciúmes porque você estava perto demais da Kim”,
sabia que no momento em que admitisse isso as coisas já não teriam mais volta.
Joshua continuou calado.
- Então, você me desculpa? – perguntou Kevin, ansioso.
Joshua sorriu.
- Tá perdoado, ninguém consegue fazer uma guerra de
bolinhas de papel como você mesmo...
Kevin também sorriu e radiante estendeu a mão para Joshua.
- Amigos de novo?
- Amigos de novo! – Joshua apertou a mão de Kevin – O
convite para te visitar nas férias ainda está de pé?
Kevin estava com o coração mais leve, sentia que finalmente
aquela maré de azar havia passado.Tinha os seus amigos de volta e era só isso
que importava.
A Professora Trelawney conferia os alunos que haviam
assinado a lista para passarem às festas em casa, absolutamente histérica. O
salão principal estava cheio de alunos com suas malas e gaiolas de corujas,
todos se preparando para entrarem nas carruagens.Harry também não estava muito
feliz, arrastava o seu malão, segurava a gaiola de Heitor, estava com o a gaiola
de Marshmallow num braço e a vassoura de Kevin sob o outro.
- Vocês podiam deixar de ser preguiçosos e me ajudar a
carregar isso aqui – disse ele.
- Ah tio, não é todo o dia que você está aqui para nos
ajudar a arrumar as coisas, temos que aproveitar! – disse Kim piscando para
Kevin.
- Hunf...Rony estará nos esperando em King’s Cross daí
vocês podem jogar as suas coisas em cima dele. – resmungou Harry.
A viagem até King’s Cross foi relativamente divertida; Eve
não desgrudou de Kevin por um segundo sequer e não o deixou jogar Snap Explosivo
com Kim, Marcel e Joshua, na verdade ela não o deixou fazer nada e passou o
tempo todo reclamando de como ele andava frio com ela.Foi com alivio que ele
sentiu o trem reduzir a marcha até parar e ela teve que se separar dele, não sem
antes exigir um presente de natal bem caro.
Mal desceu do trem, Harry foi recebido por uma chuva de
cumprimentos dos pais de seus alunos.Kevin que vinha logo atrás dele também foi
pego pela onda de elogios, muitos deles, digamos, forçados.
- Harry Potter, que prazer em vê-lo! – disse um bruxo baixo
e atarracado que fumava um charuto fumarento – Sou pai de Beverly Parker e tenho
ouvido excelentes relatos sobre as suas aulas!- ele olhou para Kevin – Oh, esse
é Kevin,não?Olha só, robusto como o pai!Deve pegar todas ahn?
- Todas o quê? – perguntou Kevin perplexo, recebendo um
olhar reprovador de Harry em seguida.
- Como é modesto este garoto! – ele soltou uma risada
estrondosa e deu um tapa nas costas de Kevin quase o derrubando – Garanto que
deve perder as contas!
Harry deu um sorriso constrangido.
- Obrigado senhor Parker, mas estão nos esperando, até
breve. – e saiu puxando Kevin pelo braço.
Kim e Marcel tinham se separado de Kevin e Harry e os
esperavam junto a Rony no estacionamento.Enquanto tentavam atravessar o tumulto
da estação, Kevin e Harry toda hora eram parados por alguém que os conheciam
desde não-sei-quando e vinham de não-sei-onde.
- Olá Harry Potter, como vai? – perguntava um.
- Puxa, como o seu filho está grande! – dizia outro.
- Tal pai, tal filho, observe o jeito imponente que eles
andam! – apontava outro.
- Lá vão os Potters, bela família hein? – comentavam daqui.
- Li não me lembro aonde que ele não é feliz no casamento –
cochichavam de lá.
Kevin ouvia tudo irritado, todo ano era assim mas parecia
que este estava sendo pior de todos.
- Francamente, quero um pai novo, este tá com
defeito...- disse ele aborrecido – Pai, você não podia deixar pra ser famoso
longe de mim?
- Cala a boca e continua andando. – disse Harry secamente.
Quando finalmente conseguiram chegar ao estacionamento,
Harry foi atacado por uma figura pequena de cabelos longos, negros e lustrosos
vestida de rosa que saltara do Audi prata de Rony e se jogara sobre ele.
- Papai!Kev! – disse Lilith pulando no colo de Harry e
passando os braçinhos em volta do pescoço dele.
- Olha quem veio buscar vocês! – disse Rony que colocava os
malões dos filhos dentro do carro – Lilith não me deixaria em paz se não viesse
comigo, Katreena já estava meio irritada e resolveu concordar em deixá-la vir.
Rony aos trinta e sete anos ainda conservava os cabelos
ruivos e revoltos e agora estava com charmosas linhas de expressão no rosto e o
mesmo senso de humor de quando era adolescente.Kim e Marcel já estavam dentro do
carro protegidos do frio que estava lá fora e faziam caretas para Kevin com o
rosto grudado no vidro.Harry ajudou o Rony a por o resto da bagagem no
porta-malas, Kevin entrou no carro com Lilith provando que o carro magicamente
ampliado era mesmo confortável.Depois de se acomodarem, Rony manobrou o carro
para saírem do estacionamento e saíram da estação para a rodovia.
- Porque a mamãe não veio buscar a gente também? –
perguntou Kim.
- Ela está na casa de Harry com Katreena analisando uns
diagramas – respondeu Rony.Ele e Harry trocaram um olhar significativo.Dessa vez
Kevin não deixou passar.
- Porque vocês andam tão misteriosos?Tá acontecendo alguma
coisa? – perguntou ele.
- Assunto de trabalho Kevin – respondeu Harry
apressadamente e achou melhor mudar de assunto – você já contou ao seu tio que
está com uma namorada nova?
Kevin enrubesceu, Rony riu e o olhou pelo espelho do carro.
- Já?Até outro dia você estava com a filha da Parvati e do
Tommy Carter, como é o nome dela mesmo?
- Amanda, pai – respondeu Kim friamente – Kevin gosta de
variar, primeiro a morena, agora a loira...
- É uma pena que ele não ligue para as ruivas...- Marcel
alfinetou rindo.Se ele tivesse idéia do quanto deixou Kevin e Kim constrangidos
não teria feito essa brincadeira.Agora as coisas entre eles não eram mais
inocentes como antes, já atingiram um plano sério e qualquer insinuação já
trazia a tona aquele beijo.
- Porque ficaram tão calados? – perguntou Harry – E ponham
o cinto na Lilith senão ela voa pra fora do carro.
- É, essa eu também não entendi!Cadê as brincadeirinhas e
as ironias que vocês costumam fazer?- perguntou Rony.
Kim e Kevin se encolheram no banco, envergonhadíssimos.
- Vamos mudar de assunto por favor, agora sou um garoto
comprometido. – disse Kevin sem graça.
Eles entraram na avenida em direção a Godric’s Hollow.
- Vamos jantar n’A Toca essa noite, mamãe preparou um
pernil ao abacaxi maravilhoso! – disse Rony.
- Papai, onde está a sua varinha? – perguntou Lilith
desafivelando o cinto e pulando Marcel.
- Longe do seu alcance garotinha, agora se comporte ou
mandarei o tio Rony por você dentro do porta-luvas – disse Harry – Serão quantos
ao todo para a ceia?
- Vamos ver...Nós e as crianças já contam oito, mais Fred e
Natalie com Diana e Tom, Jorge e Maryann com Rachel, Gui e Tonks, Carlinhos e
Mariah, Lupin e Pandora, meus pais...
- Está esquecendo do tio Percy e tia Louise – lembrou Kim.
- Ah é...- disse Rony relutante – Percy e Lousie.Teremos a
casa cheia esse ano, vinte e três bocas na ceia!
- Menos Hagrid que vai passar o natal com Máxime – disse
Harry – mas talvez ele apareça para o reveillon.Adoro a casa cheia!
A possibilidade de passar as férias se divertindo n’A Toca,
que fora aumentada para comportar toda a família Weasley que havia triplicado,
era maravilhosa.E Harry se sentia feliz por ter conseguido a família que sempre
sonhara em ter.
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