Lembrança de Ojesed - BETADO



N/A: A história a partir daqui começa no final do capítulo 15, em Harry Pot-ter e as Relíquias da Morte.


- Ele f-f-foi embora! Desaparatou! – disse Hermione, atirando-se em uma poltrona, aos prantos.
- Calma, Mione! – exclamou Harry. – Ele vai voltar!
- N-não! Ele não vai voltar Harry! Eu c-conheço o Ronald! – retrucou Hermione, puxando uma caixa de lenços de papel da bolsinha de contas.
- Tudo bem, então – falou Harry, calmamente, e completou: – Eu vou dormir. E acho que você também deveria.
- Bem, eu vou fazer a vigia. Boa noite, Harry – revidou Hermione, friamente, num tom de quem o culpava pelo ocorrido.
- B‘noite – respondeu Harry.
Harry rumou para seu quarto, deitou-se na cama de cima do beliche, e ficou fitando os pingos de chuva caírem sobre a barraca. De vez em quando, ele ouvia um soluço vindo do lado de fora da barraca, tinha certeza que era Hermione acordada, chorando pela ausência de Rony, e sentia-se culpado por isso; e mais culpado ainda por não saber o que fa-zer.
Na manhã seguinte, quando acordou, a chuva já havia cessado, e do lado de fora da barraca, Hermione encontrava-se enterrada em “Os Contos de Beedle, O Bardo”, e com seu exemplar de “Silabário de Spell-man”, tão penetrada nos livros que pareceu não escutar a chegada de Harry, que lhe deu bom dia em um extremo tom de culpa. Quando a me-nina ergueu a cabeça para lhe retribuir, o garoto notou a vermelhidão de seus olhos, como quem passara a noite inteira chorando; e Harry tinha absoluta certeza de que isso acontecera.
- Mione, vá dormir um pouco, eu faço a vigia a partir de agora – disse Harry. – Você está legal? – quis saber.
Hermione assentiu, apesar de Harry ter certeza que a amiga estava mentindo.
- Vá Mione.
A garota, então, lhe entregou sua varinha, fechou os livros e rumou para o quarto, e Harry teve a sensação de ter ouvido a amiga chorar.
Havia tantas perguntas sem respostas... A missão que Dumbledore lhes deixara apresentava-se praticamente impossível de solucionar; em todo aquele tempo, haviam encontrado apenas uma Horcrux, e nenhum meio para destruí-la, e ainda perderam um integrante do grupo. A situação estava totalmente desesperadora.
Foi quando Harry começou a lembrar de seus pais... Fazia tempo que não pensava neles, e então resolveu dar uma olhada no álbum de fotos que Hagrid lhe dera no final de seu primeiro ano em Hogwarts. A cada foto que passava, aumentava sua angústia, até que chegou a uma foto em especial, em que seus pais se encontravam na mesma posição que Harry os via no Espelho de Ojesed... O Espelho de Ojesed... É claro! Como a idéia não lhe viera à cabeça antes? As respostas estariam todas lá! “Mas meu pai pediu para eu jamais retornar lá...” pensou Harry, mas a situação atual exigia tal desobediência, era a única maneira dele derrotar Voldemort. Infelizmente iria desobedecer a seu pai. Não havia escolha.
- Hermione! – gritou Harry, entrando na Barraca. – Hermione!
- O que foi? – perguntou a garota, levantando-se da cama com um pulo.
- Vamos a Hogwarts! – exclamou Harry, ofegante, com um sorriso que atravessava seu rosto de canto a canto.
- O-o quê?! – Hermione estava atordoada. – Você enlouqueceu? Fazer o que em Hogwarts? Harry, estamos sendo procurados em todo o país! Se formos a Hogwarts, será o mesmo que oferecermos uma xícara de chá a Você-Sabe-Quem!
- Hermione! Eu conheço um meio de saber as respostas para todas as nossas perguntas! E ouvi-las do próprio Dumbledore! – disse Harry, com um sorriso surpreendente.
- É? Como? Oh, não Harry, se está pensando em invadir a sala de Snape para falar com o retrato...
- Não é nada disso, Mione! O espelho! O Espelho de Ojesed!
- O espelho...? Mas... É CLARO! COMO NÃO PENSAMOS NISSO ANTES? – festejou Hermione, eufórica.
- Então! Mas temos um problema... Como vamos achar o espelho? Quero dizer, será que ao menos ainda está em Hogwarts? – disse Harry, agora num misto de ansiedade e nervosismo.
- Se ao menos pudéssemos falar com algum dos professores...
- Fineus!

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