Angústia - BETADO



- Harry! – guinchou Hermione com os olhos inchados, dando-lhe um abraço que o fez ficar sem ar. – Por alguns instantes imaginei que você não fosse voltar! Como foi? Você está bem?
- Estou – disse Harry, e nisso, atirou-se no chão, e começou a cho-rar.
- Harry! O que houve? Você não encontrou seus pais? – disse Hermione, agachando-se para tentar acalmá-lo.
- Encontrei, Hermione! Mas... eu não poderei voltar...
- Por quê? Você foi proibido de retornar lá?
- Não... apenas meu pai... ele pediu para eu não voltar mais lá – falou Harry, demonstrando explicitamente pela voz que não estava afim de dizer mais palavra alguma.
- Bem, você deve estar cansado – disse Hermione, colocando a mão em seu ombro. – Venha, vamos dormir um pouco, acredito que temos umas duas horas até o amanhecer.
- Está bem.
Dizendo isso, Harry e Hermione levantaram-se, cobriram-se com a Capa da Invisibilidade, e rumaram para o Salão Comunal.
Harry sentia-se incrivelmente relutante. A cada passo que davam, aumentava sua angústia, sua vontade de voltar correndo ao espelho e ver seus pais mais uma vez, ou até mesmo entrar no espelho mais uma vez. Então imaginava: será que seus pais iriam aparecer para ele na frente do espelho? E se aparecessem, com certeza seu pai demonstraria uma cara de decepção para com o filho, que haveria desobedecido à única ordem que lhe dera. Devido a isso, Harry lutou consigo mesmo, e por mais que sua vontade fosse maior que tudo nesse mundo, ele iria obedecer às or-dens de seu pai.
Ao entrarem pelo buraco da Mulher-Gorda, Harry atirou-se em uma poltrona. Àquele horário, encontravam-se apenas ele e Hermione na Sala Comunal. Uma lágrima escorreu dos olhos do garoto, enquanto fitavam as brasas na lareira.
- Harry, você quer conversar? – perguntou Hermione, hesitante.
- Desculpe-me, Mione, você me ajudou em tudo, mas eu quero guardar isso tudo apenas pra mim, ok? – respondeu-lhe Harry.
- Tudo bem. Você tem esse direito. São os seus pais. Eu entendo. Bem, eu vou dormir. Você não vai? – Harry não respondeu. – Tudo bem. Eu estou indo. Boa noite, Harry.
- Boa noite – soltou Harry, com a voz embargada.
Ele ficou ali, fitando o fogo, refletindo em tudo o que acontecera. Estava confuso. A única coisa da qual tinha certeza, era que iria obedecer a seu pai. Jamais voltaria a procurar o espelho. E, com o tempo, sua an-gústia cessaria.

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