O Encontro Desejado - BETADO
E nisso a porta se abriu, e uma alegria imensa mista com euforia invadiu Harry. Ele estava vendo seus pais, e poderia falar com eles, abraçá-los, dizer o quanto havia sonhado com aquele momento, o quanto os amava, mas naquele momento ele não pensou em mais nada, a única coisa que fez foi correr ao encontro de seus pais, e ao abraçá-los, sentiu o amor de seus pais penetrar em sua pele e correr em direção ao seu peito, e este retribuir a com a mesma intensidade que recebeu, e sentiu um calor gostoso e repentino, que foi capaz de fazer desaparecer todo o clima frio do lugar, fazendo Harry sentir o calor das labaredas.
- Harry! – disseram Tiago e Lílian, admirados com a presença do filho.
- Jamais imaginaríamos que um dia isso fosse possível! – disse Tiago.
- Ou... Harry, você morreu? – disse Lílian preocupada.
- Não. Tem um espelho lá fora, o Espelho de Ojesed...
- Nós sabemos filho, mas você deve tomar muito cuidado com o espelho, ele é muito traiçoeiro... – disse Tiago.
- Isso não importa agora! O que importa é que nosso filho está aqui com a gente! Harry, querido, você está bem? – quis saber Lílian.
- Estou! – exclamou Harry. – E vocês?
- Estamos, filho! – disse Tiago, emocionado.
- Mas este lugar... é bom aqui? – perguntou Harry, preocupado.
- No início, foi difícil se acostumar, mas aqui estão pessoas maravilhosas, Merlin também está aqui, e ele é surpreendentemente engraçado e inteligente! Nós gostamos de ficar aqui – explicou Lílian.
- Vocês não imaginam o quanto sonhei com este momento!... Eu fiquei todo aquele tempo olhando para vocês no espelho... Até que Hermione me ajudou, e descobri como entrar aqui – disse Harry.
- Quem é Hermione? Sua namorada? – questionou sua mãe.
- Não, é minha melhor amiga. Ela é muito inteligente.
- Então diga a ela que mesmo que eu não a conheça, eu gosto muito dela, pois ela ajudou meu filho. Serei grata a ela por toda a eternidade – completou Lílian. - E, Harry, querido, acho melhor você não se demorar, você tem aula amanhã cedo, e...
- Lílian, quem dá bola pra aula neste momento? – cortou-a o pai.
- Tiago! Nosso filho está sendo educado em Hogwarts! Ele tem que se sair bem! Ele com certeza é inteligente, e...
- Mamãe, eu quero ficar com vocês! – interrompeu-a Harry.
- Harry, acho melhor você ir agora – disse Tiago.
- Mas será que vocês não entendem? Eu nunca estive com vocês! Eu sempre sonhei com este momento! - choramingou Harry com a voz embargada. – Tudo bem então - falou, ao ver a cara de culpa do pai, - mas eu volto.
- Não, filho. Não volte. Melhor não. Você ficará dependente deste espelho eternamente caso volte aqui mais uma vez. Eu já lhe disse, este espelho é traiçoeiro, ele mexe com o tempo, você está aqui agora, mas aqui o dia em que estamos é o mesmo em que morremos, logo, você voltou no tempo para nos ver, então você está, sim, mexendo com o tempo, e coisas terríveis acontecem com bruxos que mexem com o tempo e tentam usufruir dele. Nós não queremos o seu mal. Vá e nunca mais procure por este espelho – disse Tiago.
- Mas então nunca mais estarei com vocês? Nunca mais teremos um momento como este? – quis saber Harry, aturdido.
- Harry, querido, nós estamos sempre com você, estamos sempre em seu coração! – exclamou Lílian, com os olhos cheios de lágrimas.
- Nós amamos você, querido. – e, com essas palavras, uma lágrima escorreu pelo rosto de Tiago.
- Eu também.
Dizendo isso, a angústia e o desespero novamente tomaram conta do coração de Harry. O menino deu um abraço em seus pais, e estes voltaram pela porta em que vieram, e ele ficou ali, parado, observando a porta se desmaterializar... Nunca se sentira tão só, tão triste e ao mesmo tempo tão aliviado. Aliviado por ter visto seus pais, os abraçado, e dito que os amava; e só e triste por encontrar-se mais uma vez longe deles e saber que não poderia mais vê-los da mesma maneira que os vira. Não por que não tinha vontade, pois isso não lhe faltava, e sim porque iria obedecer a seu pai, afinal, era a única coisa que seu pai lhe pedira em sua vida, e não iria decepcioná-lo... Era incrível como as palavras de sua mãe o confortaram, e o fizeram entender que eles estariam sempre consigo, em seu coração, mas mesmo assim, um pingo de teimosia insistia em querer reinar sobre ele. No fundo, queria voltar para falar com seus pais, voltar sempre, todos os dias, sua alegria era imensa, e com um aperto no coração, pensou “Vou obedecer a meu pai”.
- Gárgula?
Disse Harry, na esperança que a gárgula reaparecesse, mas nada aconteceu. Pouco conformado, Harry continuou andando, voltou a sentir o clima gelado do local, e à medida que voltava, as labaredas iam ces-sando, até que chegou ao espelho, murmurou o feitiço, e atravessou a seda.
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