A Gárgula - BETADO



Harry encontrava-se em estado de choque. Todas as suas perguntas haviam sido respondidas. Seu maior desejo se realizaria: iria ver seus pais, e se fosse possível, trazê-los de volta. Tudo isso sempre pairara em sua cabeça, mas jamais passara por esta a idéia da possibilidade de que poderia tornar-se verdade. O que mais desejava fazer naquele momento era ver seus pais, estava louco para encontrá-los e dizer o quanto os amava, e o quanto sonhara com aquele momento.
- Hermione, vamos! São os meus pais! Eu irei vê-los!
- Harry, eu, bem, acho que não vou com você.
- Por quê?
- Bem, trata-se da sua família, Harry. É um momento seu, acho melhor eu ficar aqui, ou então, eu vou até o espelho com você, mas não entro.
- Então vamos!
E ao proferir estas palavras, o desespero fundiu-se à alegria. Será que ao entrar no espelho, ele morreria? Afinal, estaria indo para o mundo dos mortos! Mas se havia a possibilidade de voltar, provavelmente não morreria, e também, morrer não faria diferença, o que interessava era que estaria junto aos seus pais, e seu maior sonho estaria realizado. Preferiu não atordoar Hermione com tal idéia, apesar de ter certeza que se morresse provavelmente não voltaria, e a amiga ficaria desolada e preocupada, e também resolveu não insistir com a amiga para ela entrar no espelho junto com ele, pois se ao entrar a pessoa morresse, certamente a amiga morreria, e provavelmente ninguém jamais encontraria seus corpos.
Ao chegarem à sala do espelho, despiram a capa, e então Harry dirigiu-se a Hermione e disse:
- Mione, olha, se alguma coisa acontecer comigo, corra até Dumbledore e conte tudo a ele. Mas tudo mesmo. Conte do que todos nós vimos aqui, conte do livro e conte que vim aqui.
- Porque está me dizendo isso, Harry?
- Por nada.
E ao dizer isso, dirigiu-se à frente do espelho, apontou a varinha para seu reflexo, observou seus pais, ambos estavam com um ar de extrema alegria. Será que seus pais saberiam que se Harry entrasse no espelho jamais poderia voltar? Será que estavam felizes porque finalmente o filho se juntaria a eles? Harry, no entanto, preferiu não pensar por esse ponto, e com um calor que lhe subiu desde os dedos do pé até o último fio de cabelo, proferiu o feitiço.
- Ojesed Mortatum!
E nisso o cristal transformou-se em seda. Hermione encontrava-se estática, parecia difícil acreditar que aquilo era realmente possível. Então Harry abraçou-a, e atravessou a seda.
Ao chegar do outro lado, percebeu que o clima local era gelado, apesar das labaredas de fogo que se formavam nos cantos à medida que ia passando, o clima parecia tornar-se cada vez mais gelado, até que chegou à frente de uma grande gárgula de pedra. No momento em que Harry postou-se à sua frente, ela abriu os olhos, que pareciam dois grandes balaços (a única diferença era sua extrema vermelhidão, que lembrava a pedra filosofal), e disse:
- O que traz um jovem garoto ao mundo dos mortos?
Harry parecia estático. Pensou consigo: que respondo? Será que, se responder errado, ela me mata?
- Não, eu não te mato. Você apenas deve me dizer o que procura aqui.
- Você lê?...
- Sim, leio pensamentos. Então, quem está procurando?
- Meus pais – respondeu Harry, em um tom oscilante. – Tiago e Lílian Potter.
- Céus! És o menino Potter?
- Sou, mas... – respondeu um Harry confuso.
- É, meu jovem! Você é muito famoso, até mesmo aqui! Você devia estar aqui há muito tempo, devia ter vindo junto aos seus pais, mas vejo que descobriu o Espelho de Ojesed, eu não seria capaz de imaginar que um dia viria apenas para uma visita... E para acabar com o seu sofrimento, não, você não está morto nem morrerá aqui, você veio apenas para uma visita, e já que soube como vir, saberá como voltar.
E ao dizer isso, a gárgula enfiou a cabeça em um buraco, e Harry ouviu sua voz pronunciar o nome de seus pais, e nisso, uma porta materializou-se, e a gárgula voltou a dizer:
- Agora você verá seus pais. Eu não volto mais aqui hoje. Adeus.

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