Capitulo 6



obs1:Capitulo dedicado a Andréa Pismel que está em fase de recuperação!!!Bjux pra você!!!!E para todas as outras pessoas que comentam ou somente leiem a fic, bjux também!!!!Obrigada!!!!



CAPITULO VI

Mal-humorado, Harry arrumou na escrivaninha as pastas contendo processos e esperou que a secretária anunciasse o próximo cliente. Não conseguia acreditar que deixara Hermione ficar em seu apartamento. Mesmo tendo se passado dois dias, ele ainda não entendia por que se rendera tão facilmente às manobras dela.
Mas o que poderia fazer? Cecília convidara Hermione a ficar com ela e seria um alívio livrar-se daquele "anjo" insistente, mas isso não seria justo. O problema era dele.
Com um suspiro, pegou uma caneta. Ficar pensando em Hermione era perda de tempo e ele não podia dar-se a esse luxo. Trabalhava sessenta horas por semana e sempre fizera isso, desde que entrara para a firma. Não era de admirar que se tornara sócio em três anos.
Contudo, nas duas últimas noites, ele não conseguira fazer o trabalho que levara para casa. Na primeira noite, Hermione convidara os inquilinos de baixo, a sra. Miller e os dois filhos, para jantar com eles. Ela conhecera a mulher quando fora pedir-lhe emprestado o lustra-móveis que usara em todas as superfícies de madeira do apartamento.
Harry estranhou o fato de ela ter convidado os vizinhos, mas Hermione explicou que desejava fazer amigos. Apesar disso, ele suspeitou que ela queria mesmo era provar que os meninos não tinham nada a ver com a água caída do céu.
E não se enganou. Em dado momento, Hermione comentou que as ferragens das janelas encontravam-se emperradas e a inquilina, a sra. Miller, disse que acontecia a mesma coisa em seu apartamento.
— Uma delas, a que dá para a frente da casa, eu nunca consegui abrir — a mulher acrescentou. — Não que eu esteja me queixando. O senhor tem sido muito bom para nós, sr. Potter, porque nos alugou um lugar muito agradável a um preço que podemos pagar sem fazer sacrifícios. Nunca poderei agradecer e...
— Não precisa agradecer — declarou Harry, constrangido. — E do meu interesse alugar meus apartamentos para gente honesta. Vou mandar consertar as janelas todas e sempre que aparecer algum problema, por favor, avise-me.
Na noite anterior, Hermione convidara as duas velhinhas do primeiro andar, a sra. Frederick e a sra. Richards. As duas também tinham mostrado muita gratidão pelo aluguel baixo que Harry cobrava. No fim do jantar, já o estavam chamando de "rapaz" e prometeram mandar-lhe algumas dúzias de biscoitos caseiros todas as semanas.
Nas duas ocasiões, Hermione mostrara estar divertindo-se bastante. Ela não só enfiara na cabeça que precisava "acertar" a vida amorosa dele, como parecia disposta a dar novo rumo também às suas atividades sociais.
Percebendo que estava pensando nela outra vez, Harry pousou a caneta e suspirou. Estendeu a mão e apertou o botão do interfone.
— Evelyn? Ligue-me com o hospital Cedar Sinai.
Dez minutos depois, a secretária anunciou que conseguira uma ligação para a sala do corpo de enfermagem do hospital. E dez minutos depois, Harry descobriu que não arrancaria nada da enfermeira que o atendera. A mulher nem mesmo quis informar se uma moça chamada Hermione Granger fora levada para lá depois de sofrer um acidente.
Então, ele mandou Evelyn ligar para os outros hospitais e investigar, embora sem muita esperança. Poucos instantes depois, a secretária avisou-o que a sra. Adamson chegara. Mas não foi apenas Helen Adamson que entrou. Estava acompanhada pelas duas filhas de meia-idade e pelo genro calvo e humilde, que nunca abria a boca para nada.
Harry deu a volta na escrivaninha e foi ao encontro do grupo, tomando a mão da velha senhora entre as suas. Ela fitou-o por mais tempo do que o necessário, como que implorando que ele a salvasse. De fato, ladeada pelas duas filhas, ambas altas, mas uma ossuda e outra gorducha, a mulher miudinha, de cabelos grisalhos, lembrava uma prisioneira entre guardas implacáveis.
Harry ofereceu-lhe a poltrona mais confortável, sorrindo com ar amigável.
— É um prazer tornar a vê-la, sra. Adamson — declarou, antes de virar-se para os outros. — Por favor, sentem-se todos.
As duas irmãs apressaram-se na direção da cadeira mais próxima da mãe, empurrando-se discretamente, e Clara, a mais velha, venceu a batalha. Com um sorriso triunfante, a mulher acomodou o traseiro magro na cadeira. Lisa Ann, com ar de zanga contida, escolheu ficar em pé, desprezando outra cadeira um pouco mais distante. O genro, pigarreando, como se estivesse constrangido, ocupou uma banqueta perto da porta.
Voltando para seu lugar atrás da escrivaninha, Harry examinou as pessoas a sua frente. Clara, a magra, era parecida com Lisa Ann, a gordinha, e essa semelhança tornava-se mais, forte porque as duas usavam conjuntos de linho quase iguais e o mesmo corte de cabelo. Tinham o mesmo tom de cabelo, castanho-escuro e os rostos bem-maquilados mostravam-se igualmente sisudos. Nenhuma delas herdara da mãe o porte delicado.
Walter, marido de Lisa Ann, mostrava-se, como sempre, aliás, confuso e nervoso.
— E então, sra. Adamson, em que posso ajudá-la? — perguntou Harry.
— Bem... — a idosa começou, hesitante.
— Sr. Potter, estamos numa situação desagradável — Clara interrompeu-a em tom estridente. — Receamos que nossa mãe esteja sendo vítima de uma fraude.
Harry sentiu-se interessado diante dessa declaração. Fraude? Cecília não mencionara isso. Puxou o bloco de anotações para mais perto e pegou uma caneta.
— Do que se trata especificamente? — indagou. — Investimento de pirâmide? Fraude bancária?
— Não, não — Lisa Ann negou, dando um passo à frente e balançando a mão gorducha. —- Muito pior! É algo pessoal. Mamãe está envolvida com um homem!
Harry quase mandou-as escrever para algum consultório sentimental de revista, mas Clara não lhe deu tempo.
— Ela encontrou esse homem num jogo de bingo — a mulher informou. — As mulheres que costumam jogar lá até deram um apelido a ele: "Bert, o namorador".
Lisa Ann ajeitou a alça da bolsa no ombro, bufando.
— Por aí pode ver de que tipo se trata, sr. Potter E logo percebeu que mamãe é a vítima perfeita para suas patifarias.
— E começou sua campanha suja — acrescentou a irmã. — Agora, sai com mamãe todas as noites. Leva-a ao cinema, a restaurantes, até a discotecas!
— Discotecas, não, querida — a mãe protestou. — Vamos a um clube onde tocam música country.
— Uma discoteca country — Clara teimou. — Mas o que interessa é que esse homem está usando a falta que a senhora sente de companhia para alcançar seu objetivo egoísta.
— Que objetivo é esse? — indagou Harry.
— Ele quer casar com mamãe! — as duas irmãs exclamaram em uníssono.
Harry reclinou-se na poltrona giratória com um sorriso sarcástico.
— Admito que casamento seja uma medida drástica, mas a acusação de fraude contra um homem que deseja uma determinada mulher como esposa dificilmente será motivo para alguém ir aos tribunais.
Clara empertigou-se ainda mais e seus olhos pequenos pareciam emitir fagulhas.
— O senhor não está entendendo. Acontece que mamãe é uma pessoa muito rica e...
— Extremamente rica! — enfatizou Lisa Ann. — E esse tal de Herbert Granger não tem um centavo! Faz anos que não trabalha e parece que tinha uma ocupação obscura, antes dessas "férias".
— Ele era vendedor, querida — informou a sra. Adamson. Lisa Ann virou-se para ela, carrancuda.
— Todo mundo sabe como são esses vendedores. Tom uma lábia fantástica. Mas vamos ao que interessa. Mamãe investiu uma soma enorme num negócio com ele, com contrato assinado e tudo.
Andou até Walter e apertou-lhe o ombro com jeito autoritário. O homenzinho sobressaltou-se e entregou-lhe a pasta que estivera segurando. A mulher pegou a pasta e levou-a até Harry, jogando-a em cima da escrivaninha.
— Está tudo aqui. Mamãe entrou num negócio com esse homem e investiu duzentos e cinqüenta mil dólares! — exclamou em tom furioso.
harry abriu a pasta e examinou o conteúdo.
— Vão entrar no ramo de turismo, sra. Adamson? — perguntou.
— É o que pretendemos — ela respondeu, hesitante. — Bert diz que pessoas de nossa idade precisam de atenções especiais quando viajam, de modo que queremos abrir uma agência de turismo voltada para pessoas idosas. Estou entrando com a maior parte do dinheiro e Bert...
— Vai ser processado por tentar abusar de uma mulher crédula! — completou Lisa Ann, interrompendo a mãe com rispidez.
— Ele também investiu um pouco de dinheiro, querida — observou a sra. Adamson nervosamente.
— Apenas um quarto da quantia que a senhora pôs no negócio, mamãe! — exclamou Lisa Ann, lançando um olhar sugestivo para Harry. — Os dois estão planejando viajar pelo país para encontrar os melhores pontos para viagens de turismo.
— Mas temos de fazer isso, querida — murmurou a mãe com um sorriso complacente.
— De trailer, mamãe? Uma Adamson, andando de trailer para cá e para lá?!
— Exigimos que, como advogado, faça alguma coisa! — declarou a empertigada Clara. — Aquele homem só está interessado em nossa mãe por causa do dinheiro. Ela não sabia o que estava fazendo, quando assinou aquele contrato.
— Claro que sabia — afirmou a idosa.
— Se não tivéssemos interferido a tempo, ele a faria passar por uma lavagem cerebral completa — replicou a filha. — Queremos processar o embusteiro.
— Isso mesmo — apoiou Lisa Ann. — Não somos contra mamãe casar de novo. Mas se ela quer um marido, deve escolher alguém de sua posição, um homem digno, como Walter.
Automaticamente, todos olharam para o homenzinho sentado perto da porta, que encostara a cabeça na parede e cochilava com a boca entreaberta.
— Walter! — gritou a esposa, irritada. Ele acordou com um sobressalto.
— Concordo plenamente! — murmurou com ênfase.
Harry conteve uma risadinha.
— Bem, as explicações dos três foram bastante esclarecedoras, mas acho que preciso ter uma conversa a sós com a sra. Adamson — declarou em tom grave, levantando-se e caminhando para a porta, indicando que deviam segui-lo. — Importam-se?
— Mamãe precisa de nossa presença — protestou Lisa Ann.
— Além disso, temos uma carta que prova que ela não sabia o que estava fazendo e queríamos mostrar ao senhor.
Tirou uma carta da bolsa e balançou-a no ar. Num gesto ousado, Harry tirou-lhe o papel da mão.
— Examinaremos tudo detalhadamente — prometeu, abrindo a porta que dava para a sala da secretária. — Evelyn, por favor, sirva café aos nossos visitantes, enquanto esperam. Preciso falar em particular com a sra. Adamson.
— Naturalmente, sr. Potter.
Harry tornou a entrar e fechou a porta. A velha senhora não se movera do lugar e seu rosto demonstrava que ela se sentia confusa e triste. Ele parou no meio da sala e leu a carta que tirara de Lisa Ann. A sra. Adamson escrevera-a a Herbert Granger, expressando o quanto sentia-se entusiasmada com o negócio que iam dirigir juntos.
Harry releu tudo, pensativo, e sentou-se perto da cliente.
— Sra. Adamson, tenho a impressão de que suas filhas não gostam muito de Herbert Granger. Querem cancelar o contrato, certo? E ele? Pretende contestar?
Ela assentiu e fitou-o com os olhos cheios de lágrimas.
— Pretende, sim, sr. Potter. Bert diz que não quer que eu volte a levar a vida que levava, quando ele me conheceu. Acha que minhas filhas só estão preocupadas com à herança e que não querem que eu seja amada e que me divirta no tempo que me resta.
— E o que a senhora acha?
— Às vezes penso que ele tem razão.
— Então, por que se submete à vontade de suas filhas?
— Porque amo minhas meninas, façam o que fizerem. Até entendo que se preocupem comigo e fico triste porque Bert não compreende.
Ela fez uma pausa, torcendo um lencinho branco nas mãos.
— Nunca deveríamos ter planejado casar — continuou. — Seria melhor continuarmos apenas como namorados.
Até que as "meninas" encontrassem um jeito de acabar também com aquilo, refletiu Harry.
— Tem certeza do amor desse homem? — perguntou.
— Quando estou com ele, tenho. Quando estou com as meninas, não me sinto tão segura. Elas insistem em dizer que as intenções de Bert não são boas. O que acha de tudo isso, sr. Potter?
Harry ficou pensativo. Não gostava das duas filhas da sra. Adamson e nem do jeito que elas a manipulavam. Ao mesmo tempo, compreendia que desejassem proteger aquela mulher frágil e doce.
Um papel que havia na pasta esclarecia que um investigador particular entregaria um relatório completo sobre Herbert Granger dentro de alguns dias. Mas o que já fora apresentado não era muito animador. O homem passara a maior parte da vida imaginando meios de enriquecer rapidamente. Alguns desses planos tinham estado perigosamente à beira da ilegalidade.
Então, aparecera a rica viúva Adamson.
— Acho que, se a senhora quiser, poderemos cancelar o contrato — respondeu.
— Entendo — a mulher murmurou com lábios trêmulos. – Admito que tenho me comportado como uma adolescente irresponsável e que é provável que Bert esteja querendo aproveitar-se de mim, mas não posso negar que estar com ele é maravilhoso.
Nova pausa, enquanto ela levava o lencinho aos olhos.
— Ele me faz rir — prosseguiu, corando. — Me surpreende e me faz sentir viva. É o homem mais atraente que já conheci. Ah, o senhor não sabe o que é uma pessoa entrar em sua vida e virá-la de cabeça para baixo.
— Sei, sim — afirmou Harry. — Sei perfeitamente como é.
Ela deu uma palmadinha na mão dele.
— É claro que sabe. Está namorando Cecília Putman, de acordo com o me disseram. Deve saber que os Putman são nossos amigos há muito tempo.
— Sei, mas...
A porta abriu-se abruptamente, interrompendo Harry, e os dois viraram-se. Lowell Putman estava parado na porta, rodeado por Clara, Lisa Ann e Walter.
— Oi, Harry —- o homem cumprimentou. — Desculpe a intromissão, mas eu não podia perder a oportunidade de falar com minha amiga.
Atravessou a sala e tomou as mãos da sra. Adamson nas suas.
— Como vai, Helen? Fiquei preocupado ao saber que está com problemas. Mas veio procurar ajuda no lugar certo, acredite.
Harry ficou observando a cena com cinismo. James Putman sabia misturar na dosagem certa a preocupação profissional com a de amigo. Fazia-o pensar no próprio pai, James Potter. Ambos sabiam ligar e desligar o charme no momento exato e dar a impressão de que nada nem ninguém era mais importante do que a pessoa que os ouvia.
Por fim, a sra. Adamson levantou-se e Putman levou-a até a porta, onde os outros a esperavam, e despediu-se, não sem antes pedir-lhes que não esquecessem sua festa, na sexta-feira seguinte.
No momento em que fechou a porta atrás do grupo, porém, sua expressão de amabilidade desapareceu e ele encarou Harry com ar severo.
— O que aconteceu aqui? Clara foi a minha sala dizer que você os pusera para fora, alegando querer ficar a sós com Helen. Disse que achou que você não quer pegar o caso.
— E não quero — respondeu Harry em tom decidido, apontando uma cadeira para Putman e ocupando a sua atrás da escrivaninha. — Seria possível invalidar o contrato, mas se o homem for o que dizem, duvido que a sra. Adamson recupere o dinheiro.
— Se ele não devolver, nós o poremos atrás das grades. Pode me dizer por que não quer pegar o caso? — perguntou Putman, sentando-se. — O advogado de Herbert Granger trabalha sozinho e não é visto como grande profissional. Você faria picadinho dele.
— Lisa Ann me deu uma carta que a mãe escreveu para Herbert Granger, acreditando que seria útil para os Adamson. Mas, na verdade, seria de grande ajuda para a outra parte, se fosse mostrada no tribunal.
— E como poderá ser mostrada, se estiver em seu poder?
Harry olhou-o friamente.
— Está sugerindo que eu esconda uma prova?
Putman deu uma risada cínica.
— Não vamos fazer uma tempestade num copo de água por causa disso, rapaz. É nosso dever cuidar dos interesses de Helen Adamson.
— São as filhas que estão em pé de guerra. Não acredito que a sra. Adamson deseje abrir questão contra Herbert Granger.
— Faça-a desejar, então.
Harry fixou os olhos gelados do futuro sogro, refreando o desejo de mandá-lo para o inferno.
— Vou estudar o caso com mais cuidado, quando chegar o relatório do investigador — prometeu por fim.
— Ótimo. Ah, Harry, quem é a amiga que está hospedada em sua casa?
— Cecília falou dela?
— É claro que falou.
— Se está preocupado, achando que estou enganando sua filha... — Harry começou.
Putman riu, interrompendo-o
— Não estou preocupado com isso. Nem Cecília. Somos realistas. Você ó solteiro. Quem poderia censurá-lo, se tivesse um casinho com uma garçonete qualquer? Só estamos preocupados com sua imagem. Políticos, mesmo os que ainda não entraram na carreira, precisam precaver-se contra escândalos.
— Não há nada com que você ou Cecília precisem preocupar-se — garantiu Harry.
— Bom. Cecília disse que vocês três vão jogar golfe hoje à tarde. Ela mandou avisar que vai pegar sua amiga e que as duas se encontrarão com você no clube.
Aborrecido, Harry levantou-se. Nos últimos dois dias, conseguira manter Hermione e Cecília longe uma da outra. E as duas iam encontrar-se naquela tarde! A sós. Ele nem queria imaginar a confusão que Hermione poderia criar com aquela sua mania de afirmar que era um anjo.
Despedindo-se de Putman com um gesto de cabeça, dirigiu-se apressado para a porta.



Obs2:Capitulo postado como prometido!!!!Espero que tenham curtido!!!!!Segunda tem mais atualização!!!!Bjux!!!!Adoro vocês!!!!

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