Capitulo 4
Obs1:Capitulo dedicado à todas as mulher da FeB!!!Um Feliz Dia da Mulher!!!!Bjux!!!!
CAPÍTULO IV
O relógio do estábulo badalou doze vezes. Meia-noite. Com almofadas aquecidas em um braço e várias mantas no outro, Harry dirigiu-se ao escritório, ou o que Hermione chamava de área de parto.
O que Charlie supôs que fosse o trabalho de parto, na verdade, era o início das contrações.
Ele parou na entrada do escritório, com os olhos na bela veterinária sentada com as pernas cruzadas ao lado da enorme cesta de parto.
Harry lembrou-se de como ela o dispensou e sorriu. Um calor percorreu seu abdomen enquanto imagens dela invadiam sua mente. Aqueles belos lábios carnudos, aqueles olhos castanhos podiam fazer um homem se perder.
Um ronco ecoou de um canto do escritório. O rei dormia em uma cadeira próxima da parede, com a cabeça pendendo para trás. A visão fez com que Harry afastasse seus pensamentos, e se limitasse ao papel de assistente de veterinário. Várias horas antes, Hermione havia lhe dito que ele não precisava ficar, pois cuidaria de tudo sozinha. Mas Harry insistiu. Queria assisti-la em ação.
Ele dirigiu-se para seu lado e murmurou:
— Como ela está?
— Está com contrações. Mas vão e voltam. A temperatura dela caiu, então eu diria que está próximo.
Glinda parecia inquieta e confusa, embora agradecida por Hermione estar a seu lado. Hermione acariciava o ventre da cadela, assegurando a ela que ficaria bem, que seus filhotes estavam chegando logo e que ela seria uma mãe maravilhosa.
— Você acha que haverá alguma complicação? — ele perguntou, agachando-se ao lado dela.
Ela retirou a mão do ventre de Glinda.
— Este é meu trabalho: esperar nada ou tudo, Alteza. Cadelas de caça podem ter um trabalho de parto longo e complicado.
Colocando as mantas e almofadas aquecidas na mesinha atrás dela, ele concordou.
— Já fez muitos partos?
— Só quando há algum problema e a mãe não pode agir sozinha. — Ela esticou as mãos, balançando os dedos. — Não se preocupe. Se for o caso, o rei contratou mãos muito competentes.
— Sim, eu sei. — Impulsivamente, Harry estendeu a mão e enlaçou os dedos delicados nos seus. — Mãos belas e competentes.
Rápida como uma gata, ela puxou a mão, voltando novamente o olhar para Glinda. A cadela aproveitou aquele momento para levantar, sair da cesta e dar uma volta. Após alguns momentos, retornou e deitou-se novamente. Sua falta de ar aumentou, assim como sua aparência de desconforto. Então, subitamente, ela choramingou baixinho.
Atrás deles, o rei acordou com uma bufada.
— Como ela está, doutora?
— Está tendo contrações novamente, Majestade — respondeu-lhe Hermione.
Harry olhou de relance para ela.
— Isso é bom?
— Caso ela se mantenha assim, é.
Nos dez minutos seguintes, todos eles assistiram em silêncio a cadela ofegar. Levantando-se, deitando-se, virando-se.
Então, como uma pequena onda, a parte inferior de seu corpo se contraiu.
— Lá vamos nós. — A voz de Hermione estava serena. — Vamos lhe dar espaço, silêncio, sem interrupções. Vamos ver se ela consegue fazer isso sozinha.
Glinda empurrava, se mexia, empurrava novamente. Então, finalmente, o primeiro filhote surgiu.
— Encaixe perfeito — Hermione informou. — Está indo muito bem, garota.
O instinto continuou a guiar Glinda, até que o filhote saísse. A nova mamãe pôs-se a limpar seu bebê, lambendo vigorosamente o rosto rosado do recém-nascido.
— Uma menina, Majestade.
— Ela é... linda.
Harry jurava ter ouvido lágrimas na voz do pai. Mas não olhou para trás.
Depois de quase vinte minutos, as contrações de Glinda recomeçaram. O silêncio tomou a sala, em respeito ao esforço da cadela. O segundo filhote nasceu, e o terceiro, cinco minutos depois foi seguido pelo quarto e pelo quinto. Três meninos e duas meninas, todos acinzentados como a mãe, e todos saudáveis.
— Mais um, querida. — Hermione acariciou a exausta cadela. Trinta minutos depois, as contrações voltaram, novamente. Mas desta vez, após uma série de tentativas, a cadela pareceu desistir. E o filhote já estava encaixado, prestes a nascer. Glinda olhou para Hermione, confusa, amedrontada.
O nervosismo enchia a sala.
Hermione pôs as mãos no ventre de Glinda e o pressionou. .
— O que está fazendo? — Harry perguntou.
— Ela está esgotada. Estou ajudando um pouco a natureza.
Com grande cuidado, ela apertou o abdomen de Glinda como uma massa de pão, enquanto falava com ela delicadamente.
Todos suspiraram aliviados e retomaram o fôlego, quando Hermione rompeu a bolsa e limpou o filhote. Mas algo estava errado, O filhote estava totalmente mole. Harry ouviu Hermione praguejar.
— O que foi? — o rei perguntou ansioso.
Hermione pegou uma toalha aquecida.
— Ele não está respirando.
Ela estava extremamente calma quando segurou o filhote e explicou a Glinda o que devia ser feito.
Primeiro, Hermione limpou as narinas do filhote com uma seringa, então esfregou seu abdomen, as costas e os lados com a toalha.
Harry não olhava para seu pai. Ele sabia o que veria — um reflexo de seu próprio pânico.
De repente, o filhote abriu a boca e grunhiu ao tomar ar. Depois de vários minutos, Hermione botou o filhote próximo a Glinda, guiando-o para o mamilo rosado.
Devagar, Hermione virou-se para olhar Harry e seu pai, com olhos brilhantes.
— Quatro meninos e duas meninas, Majestade.
— Você merece uma medalha, doutora. — O rei respirou profundamente. — Obrigado. Estava com medo que ele não... — Ele não completou.
Hermione acenou, sorrindo.
— Ele é durão.
Com o peito apertado, Harry fitou aqueles olhos brilhantes. Ela era linda, inteligente e destemida.
— Você salvou a vida dele, Hermione.
Dois círculos vermelhos apareceram em seu rosto.
— Só fiz o meu trabalho.
— Você fez mais que isso. — A veemência das palavras dele a surpreendeu.
— Certíssimo — completou seu pai, levantando-se. — Me informe se houver algum problema, doutora. Novamente, agradeço. — Ele sorriu para Glinda e para os filhotes, então se dirigiu a Harry e Hermione. — Boa noite.
— Boa noite, Majestade.
— Boa noite, pai.
Quando o rei saiu, Harry aproximou-se e ajeitou uma mecha de cabelo que caía sobre os olhos de Hermione.
— Você não estava exagerando sobre sua afinidade com animais.
Assustada pelo toque, ela sentou, olhando para seu próprio colo.
— Não, não estava. — Então, ela se virou e concentrou-se em Glinda e nos filhotes, que mamavam.
Harry sentou-se ao lado dela em silêncio e observou o ritual dos novos membros do clã de Llandaron.
Mais tarde, naquela noite, Hermione pôs água fresca e uma vasilha de queijo cottage para a cadela, ainda que Glinda não parecesse interessada.
Deviam ser quatro horas. Quase todos dormiam, inclusive os recém-nascidos. Glinda bocejou, fechou os olhos e os entreabriu, e, finalmente, cedeu ao sono.
— Como está nosso garotão?
— Ele parece bem.
Harry olhou para baixo, observando a mãe e seus filhotes, seguros em sua cama. Logo após o nascimento, Charlie chegou e colocou almofadas macias em volta da caminha.
— Eles parecem "acabados". — Harry levantou a sobrancelha, sorrindo. — Para usar uma expressão de seu país.
Ela sorriu.
— Esta não é uma expressão americana, Alteza. Não pense que eu uso a palavra "acabados".
Ele inclinou a cabeça, majestoso.
— Me perdoe, doutora.
Hermione notou seu visual casual. Jeans desbotado e uma camisa larga.
— Você não devia estar na cama?
As sobrancelhas dele se arquearam, e seus olhos refletiam o demônio que era. Um calor lhe subiu à face. Uma pergunta óbvia, visto que era madrugada, mas sugestiva naquele momento.
— Ainda não estou pronto para ir para a cama. — Ele sorriu. — Ainda não.
Ela engoliu em seco, enquanto uma sensação de expectativa a invadia.
— Trouxe, o jantar para você.
— Não estou com muita fome. — “Não por comida, na verdade, droga!” Mentalmente ela revirou os olhos.
— Você precisa comer.
— É muito tarde e...
Ele estendeu a mão para ajudá-la a se levantar.
— Isto não é uma sugestão, doutora.
— Como?
Ele a olhou.
— É uma ordem.
— É mesmo?
— Sem dúvida.
— Como você disse, sou americana, você não tem nenhum poder sobre mim.
— Talvez eu não tenha poder nos Estados Unidos — ele falou. — Mas enquanto você estiver em Llandaron, sou seu...
— Mestre e senhor? — As palavras escapuliram. Com o pensamento nele, completamente nu. Ela queria desaparecer.
— Eu ia dizer chefe, mas gosto mais da sua sugestão.
— Alteza, eu...
Ele tomou sua mão, pondo-a de pé, e puxando-a contra seu corpo.
— Venha comer.
Eles permaneceram daquele jeito por um tempo corpo a corpo. Hermione queria se afastar, fazer qualquer coisa para desviar sua atenção daqueles músculos firmes e do perfume erótico e másculo.
O príncipe se afastou. Talvez ele tivesse levado a sério o desejo dela de manterem-se afastados.
Ele a levou para a baia limpa ao lado do escritório. Próxima o suficiente para ouvir se Glinda precisasse dela, e longe o suficiente para não perturbá-la, nem os filhotes. Harry trouxera um sanduíche de rosbife, uvas e uma garrafa de água.
Ela deixou-se cair no feno de cheiro adocicado, e agarrou metade de um sanduíche.
— Temos feito muitas refeições juntos. Alteza.
Ele encolheu os ombros e pegou a outra metade do sanduíche.
— Gosto da sua companhia.
Sua companhia? Como bons amigos?
Mastigando o sanduíche, ela lutava consigo mesma. Queria que se sentisse atraído por ela. Ele era tudo o que ela poderia querer: lindo, inteligente, divertido e totalmente impossível.
— Então, como é ser um príncipe?
— Fantástico, tentador, decepcionante.
Um sorriso tocou os lábios dela.
— Tem altos e baixos, não é?
— Honestamente, eu me sinto privilegiado por ter o que tenho. Mas quando o dever entra em ação, as coisas podem ser um pouco desafiadoras.
Ela pegou um cacho de uvas.
— Estamos falando de desafios como cerimônias oficiais ou de casar-se com a princesa cara-de-cavalo da Dinamarca?
Ele levou um momento para responder.
— O último, na verdade.
— Verdade? Está... noivo? — Por que tinha problemas em dizer aquilo? Meu Deus do céu, ela estava praticamente noiva. Só que Harry havia lhe beijado. Por que faria aquilo se...
— Não estou noivo, nem nada próximo a isso. — A palha estalou quando ele se esticou para pegar algumas uvas. — Disse a meu pai que vou me casar com a mulher que eu escolher, isto é, se algum dia eu me casar.
— Não acredita em casamento?
— Acredito em liberdade, Hermione. Ainda tenho de descobrir uma maneira de ter os dois.
Aquelas palavras a entristeceram, ainda que ela compreendesse sua aversão.
— Quando tinha nove anos, encontrei um pássaro em meu quintal. Ele era muito feio. Encardido e depenado, sem duas unhas. Ele ficou lá por três meses, então, um dia, partiu.
Hermione olhou para o príncipe, e sorriu. Ele retribuiu o sorriso.
— E qual é, a moral da história?
— Liberdade e cativeiro são um dueto impossível.
Ela jogou uma uva na boca. Mas errou, e a fruta caiu sobre seu tornozelo.
Harry a agarrou. Ela perdeu, o fôlego enquanto observava a uva rolando em seus dedos, e depois ele levando-a a sua boca. Ela lambeu os lábios com o olhar fixo no dele.
— Abra, doutora,
Sem hesitação, ela fez o que ele pediu. O olhar dele seguia a uva, que deslizava para dentro da boca de Hermione.
Ela rapidamente engoliu a uva. Ela e Harry ficaram em silêncio por um instante. Talvez tivesse sido a comida, ou a longa noite, mas a verdade era que um cansaço profundo começou a tomá-la.
— Cansada? — Harry perguntou.
— Muito.
Assim, ele embalou os restos da refeição e jogou a sacola em uma lata de lixo.
— Vou levá-la de volta ao castelo.
Ela sacudiu a cabeça.
— Vou ficar aqui esta noite.
— Aqui, onde?
— Neste adorável monte de feno. Sempre quis dormir em um colchão destes.
Ele riu.
— Não seja romântica, doutora. Já fiz isto muitas vezes e é bastante desconfortável.
— Já fez?
— Sim. Quando criança.
— Por quê?
— A coisa mais próxima de fugir de casa que eu podia fazer.
A boca de Hermione se abriu em um sorriso.
— Liberdade.
— É melhor eu dormir. Os filhotes acordarão cedo.
Sem uma palavra, Harry saiu da baia, retornando segundos depois com uma manta.
— Não precisava trazer isto — disse Hermione. — Está quente. Acho que não vou precisar.
— Eu vou. — Completamente sério, ele deitou no feno, pôs suas mãos atrás da cabeça e fechou os olhos. — Boa noite, Hermione.
O pulso de Hermione se acelerou.
— O que está fazendo, Alteza?
— Não vai ficar aqui sozinha.
— Por que não? Há monstros que aparecem à noite e comem veterinárias ingênuas?
Os olhos dele se arregalaram, sombrios.
— Lobos.
— Olhe, Alteza, não há como eu...
Ele a puxou para perto dele e a ajeitou sob a curva de seu braço antes de ela perder o fôlego.
— Ponha a cabeça em meu peito e fique quieta, doutora. Nós dois estamos cansados. Vamos tentar tirar um cochilo.
Um cochilo? Ele estava falando sério?
— Mais alguma ordem, Alteza?
— Psiu... Há pessoas e animais tentando dormir aqui.
Ela suspirou frustrada. Era inútil tentar argumentar com aquele homem.
Indecisa, ela abandonou a cabeça no delicioso peitoral dele.
— E a princesa com cara-de-cavalo da Dinamarca?
— E Donald?
— Dennis.
— Durma agora, pense nisso amanhã.
Seus olhos se fecharam e, com o cheiro de feno e baunilha para acalmá-la, ela se entregou ao cansaço.
Obs2:Capitulo postado!!!!Espero que tenham curtido!!!!Essa semana tem mais!!!!Bjux!!!Adoro vocês!!!!
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