Capitulo 3



CAPÍTULO III


Iluminada pelo calor da manhã, Glinda olhou para Hermione com seus olhos carentes.
— Não deixarei que nada aconteça a você ou aos seus filhotes — murmurou Hermione, afagando o pelo grosso da cadela.
Instantaneamente, Glinda relaxou em seu tapete de veludo deixando os olhos semi-abertos. Mione ansiava para se deitar ao lado do doce animal, e talvez dormir, como não conseguira na última noite. Imagens de castelos e príncipes, faróis e bules de desenhos animados cantando sobre o amor ocuparam sua cabeça, da madrugada ao amanhecer. Eram quase oito horas quando ela acordou em sua cama imponente, à qual o título de king-size realmente se aplicava. Por fim, ela caiu da cama, literalmente, e dirigiu-se à estrebaria.
Sorrindo, Hermione pôs-se de pé e encheu a vasilha de Glinda com água.
— Como está sua paciente hoje, doutora?
Hermione pulou, quase derramando a vasilha de água. Era deliciosa aquela voz rouca lhe envolvendo como um manto sedutor.
— Parece um pouco tímida esta manhã, doutora.
O príncipe Harry empurrou o batente da porta, caminhou até Glinda e lhe acariciou a cabeça.
Hermione ficou olhando ele abaixar-se, observou o jeans, que ficava tão bem naquele belo traseiro real.
— E você está um pouco furtivo, Alteza?
Ele a olhou de relance:
— Só um pouco?
— Bem, estava tentando ser bondosa. Sabe como é, você é o soberano aqui.
— Tecnicamente, não sou o soberano. Meu pai é o soberano, mas entendo seu ponto de vista. — Ele levantou-se e caminhou até ela, com um tom de brincadeira em seus olhos. — Está com medo de eu trancá-la em uma masmorra?
Ela levantou o queixo.
— Não estou com medo de nada, Alteza. Nem de ser trancada sozinha em algum lugar...
— Quem disse que eu iria trancá-la sozinha? — Ele abriu um sorriso largo.
Ela podia controlar cada aspecto de sua vida, cada emoção, cada necessidade. Mas aqui na ilha da fantasia, com um príncipe atraente, era reduzida a... bem, a um monte de hormônios femininos.
— Então — ele levantou a sobrancelha —, o que acha de almoçar comigo?
— Acho que vou dividir esta apetitosa vasilha com Glinda.
Ele seguiu seu olhar.
— Parece uma das misturas especiais de Charlie.
— E é. Ele trouxe há apenas alguns minutos.
Harry concordou.
— Cenpuras, frango...
— Parece divino.
— ... fígado. .
— Então, talvez não. — Hermione se corrigiu com um sorriso.
Harry estava a centímetros dela, e o calor de seu corpo traía seu bom senso.
— O que acha de queijo, pão fresquinho e um pouco das famosas ostras defumadas de Llandaron?
Frustrada por estar tentada a aceitar, Hermione tentou se livrar:
— Em vez de fígado?
— Você esteve com Glinda a manhã toda, doutora. Não acha que ela ficará bem sozinha por um tempo?
— Acho que sim. E na verdade tenho algumas leituras para pôr em dia. — Ela tentou não aspirar aquele maravilhoso cheiro masculino que lhe caía tão bem. — É um livro muito interessante, sobre granuloma canino.
Ele assentiu e disse de uma forma irônica:
— Bem, não sei se posso competir com isto. Tudo que tenho para lhe oferecer é um passeio por Llandaron, talvez um piquenique em frente ao mar e depois uma visita à loja de doces Gershin.
Seus olhos se arregalaram e sentiu água na boca.
— Loja de doces Gershin? — Era a loja sobre a qual havia lido e visto fotos em seu guia de viagem.
— E então, está interessada?
Hermione suspirou. Estava completamente envolvida.
É claro que ela estava interessada no que o príncipe perfeito oferecia. Tudo que ele sugeria parecia maravilhoso. Mas o que acompanhava esses bons momentos em Llandaron?
Como ela poderia se controlar? Talvez recordar sua última experiência com um irresistível canalha?
Hermione olhou bem os faiscantes olhos verdes e disse firmemente:
— Não, no momento não estou interessada.
— Algo me diz que você pensa demais, doutora.
Sob tão perspicaz comentário, Hermione baixou o olhar e voltou para o conforto e segurança ao lado de Glinda. Ainda assim, sua curiosadade a traiu.
— Posso perguntar por que está fazendo isso, Alteza? Na realidade não sou uma convidada sou apenas uma empregada. — Precisando de algo para se ocupar, ela pegou novamente a vasilha já cheia de água e dirigiu-se, à torneira. — Não tem nenhum trabalho a fazer?
— Sempre tenho trabalho — respondeu ele, áspero. — Como você, posso trabalhar o tempo todo.
Jogando a água limpa fora, ela suspirou:
— E se Glinda precisar de algo?
— Pedirei que Charlie telefone caso haja algum problema. Mas não vai acontecer nada — ele continuou. — Ainda falta mais de uma semana, certo?
— Certo, mas...
— Sem mas. São apenas duas horas.
Ela mordiscou os lábios. Ele não aceitaria um não como resposta.
— Hermione, você está em uma terra encantada. — Ela o olhou o desafio iluminava-lhe o olhar. — Seja intensa em suas escolhas. Escolha divertir-se enquanto estiver aqui, não se esconda.
Ela pôs o pote de água em frente à cadela.
— Olhe, Harry. Não sei o que sabe a meu respeito, mas eu não me escondo...
— Bom ouvir isso. — Com um sorriso nos lábios, ele ofereceu o braço como um personagem de romance. — O carro está pronto. Podemos ir?
Em seu íntimo, a excitação a deixava como uma leoa, com a chance de se libertar de sua jaula por algumas horas. Mas Hermione não permitiria que o príncipe Harry percebesse. Ao contrário, ela lançou-lhe um olhar envergonhado, então saiu do escritório passando por ele.
Realeza... Sempre conseguem o que querem.

Para seduzir a adorável Hermione Encantada, Harry pensava, enquanto estacionava o carro, se seria preciso arrancar aqueles óculos infravermelhos que ela se gabava de usar e assim permitir que a mulher visse o lado cor-de-rosa de sua ilha.
Ele deixou a limusine em casa, optando por uma maneira descontraída de passear por Llandaron, no Mustang vinho conversível.
Ela estava maravilhosa no conversível, com o cabelo castanho bate­do no rosto, e aquela risada irreverente espalhando-se pela brisa salgada.
— Você não precisa de guarda-costas?— perguntou Hermione, quando Harry abriu a porta do carona para que ela saísse.
— Eles estão aqui — ele garantiu.
Ela olhou ao redor:
— Onde?
— Mantendo distância... — sorriu —, como eu pedi.
— Ah. Mas eles protegem apenas o seu corpo? — perguntou, caminhando pela calçada. — Ou qualquer corpo que o esteja acompanhando?
Ele sorriu e ofereceu-lhe seu braço.
— Eles me protegem e eu protejo você.
— Por que não me sinto segura ao ouvir isto? — Um leve rubor surgiu em sua face, quando ela pôs seu braço em volta do dele.
Não havia olhares admirados. Isto porque Harry não era um estranho ali. Ele ia à cidade com frequência, às vezes tomava uma cerveja com alguns habitantes em um bar. Quando estava com eles, sentia um pouco da liberdade que desejava.
— Vem sempre à cidade? — Hermione murmurou.
— Isto é vida real para mim, Hermione.
— Sem castelos, sem criados, sem decretos...
— Exatamente. — Ele estendeu a mão e segurou-a, ouviu sua respiração parar, viu os olhos de muitas pessoas que passavam atentas às suas mãos dadas, e sorriu.
— Bem, eles adoram vê-lo. A monarquia deve ser bem importante aqui.
Uma senhora que vendia frutas os viu e deixou cair uma caixa inteira de maçãs. Sem pensar, Harry pôs-se de joelhos catando as frutas.
— Oh, Alteza, não faça isso... o senhor não deve — a mulher suplicou.
— Que absurdo! — Harry pegou todas as maçãs e devolveu-as à mulher em minutos. A mulher agradeceu efusivamente enquanto outras pessoas observavam.
Hermione simplesmente sorria.
— Por que está me olhando desta maneira? — ele perguntou enquanto atravessavam a rua, onde o cheiro de açúcar, baunilha e chocolate enchia o ar.
— Apenas impressionada, Alteza.
De repente, Hermione parou, sem fôlego. Maxim observou-a, e viu um entusiasmo infantil, brilhando em seus olhos. Ela observava a loja de doces.
— Olhe — murmurou ela empolgada, apontando os dois homens que esticavam os rolos de caramelo escuro. — Tenho de fazer isso — ela completou, e então correu para dentro da loja.
Ele sorriu, sacudiu a cabeça e observou-a tomar o lugar de um deles. Como uma profissional, ela puxava repetidamente os fios de caramelo, e ria com os fregueses que a viam dentro da loja.
A admiração tomou Harry. Agradecida, a população de Llandaron o respeitava, mas ele nunca havia se divertido com eles, nem podia. Ele era seu príncipe, não seu colega.
— Quem é a moça, Alteza?
Harry olhou para trás. Lá estava Ranen Turk vestido com algo que parecia um trapo. Passava dos setenta, o velho amigo de seu pai, que podia perfeitamente se vestir com seda e comprar uma boa casa com vista para o mar.
— Ela é a veterinária dos Estados Unidos — respondeu Harry.
— Mostrando a cidade à veterinária? — Os olhos de Ranen se estreitaram.
— Ela está cuidando da cadela de caça do rei.
O velho homem riu:
— Ela é uma beleza.
Harry assentiu, apertando os lábios, e rindo. Ranen rapidamente tornou-se carrancudo:
— Bem, não gosto dela. Não gosto de americanos. - Ele tirou a boina e a bateu na perna, espalhando poeira no ar. — Ainda não posso acreditar que não confia em mim para cuidar da cadela. — Ele sacudiu a cabeça. — Precisaram trazer um estrangeiro.
— O rei queria um especialista, Ranen, e você sabe muito bem disso.
— Eu sou um especialista.
Harry sorriu.
— Em porcos, cavalos, bodes, galinhas.
— Tolice — o homem resmungou. — Já lhe disse que não gosto...
— Eles nos deram dois quilos de caramelos, Harry! — Seus olhos brilhavam de alegria, como se tivesse acabado de ganhar barras de ouro.
Ranen deixou escapar um suspiro alto.
De repente, Hermione notou que Harry não estava sozinho.
— Me desculpe. Fui indelicada. — Ela sorriu para Ranen. — Olá, sou Mione.
O homem piscou os olhos.
— Hermione — Harry disse rapidamente —, este é Ranen Turk, nosso veterinário local.
— Inspetor de animais — corrigiu Ranen. — De todos os animais, exceto cães, parece. Não sou um veterinário de verdade como a senhorita. Aprendi tudo na prática.
— A vida é a melhor professora, creio eu. — Hermione apertou a mão do homem, entusiasmada. — É um grande prazer conhecê-lo, Dr. Turk.
— Gostaria de poder dizer o mesmo, senhorita.
— Ranen, mas que droga! — Harry ficou irado.
— Sabe, Dr. Turk, o senhor me lembra muito meu avô.
Ele pigarreou:
— Por que diz isso?
— Bem, ele era bonito, muito inteligente — ela baixou a voz — e adoravelmente chato.
Um grunhido escapou da boca de Harry. Ele observou a reação de Ranen. Seus lábios começaram a esboçar um sorriso. .
— Posso ter me enganado a respeito dela, Alteza — Ranen falou para Harry.
Hermione sorriu.
— Obrigada, Dr. Turk.
O homem ergueu a sobrancelha.
— Apenas disse que poderia estar errado, moça.
A alegria iluminou os olhos dela.
— Prometo manter suas opiniões duvidosas em segredo. — Ela o fitou seriamente, — Sabia que tem olhos muito sábios, Dr. Turk?
— Sim, já ouvi isso muitas vezes. — Ao colocar o chapéu novamente na cabeça, acrescentou. — Você é bem-vinda, se quiser me encontrar, quando vier à cidade de novo. — Ele estendeu a mão suja. — E me chame de Ranen.
Mione — ela repetiu, apertando sua mão.

O rabugento da cidade estava caído por ela. A mulher possuía encantos que nem ela mesma conhecia. Harry mal podia esperar para explorá-los.
Hermione havia passado duas horas naquela encantadora cidadezinha, mas foram as melhores que havia tido em um longo tempo, e as mais rápidas.
— Um punhado de caramelos por seus pensamentos.
Hermione suspirou para o homem à sua frente sentado na toalha de piquenique.
— Pelo amor de Deus. Acho que já comi mais da metade do saco que nos deram.
— Do que eles deram a você.
Ela sorriu, sacudiu a cabeça. Estavam em um gramado sob folhas cor de marfim. O príncipe Harry havia escolhido um lugar perfeito para o piquenique, e ideal para um romance, se fosse o caso. Certamente ele agia como uma pessoa normal, mas não era. E ela se recusava a encará-lo de outra maneira.
Encostando-se no tronco da árvore, Harry deu uma mordida na coxa de galinha fria.
— Meu povo realmente gosta de você, Hermione.
— E eu gosto deles. Especialmente de Ranen. — Com um suspiro profundo, Hermione dobrou os joelhos e fitou o mar. — Vocês são chegados?
— Meu pai era criança. Ele vivia muito sozinho, até encontrar Ranen. — Harry fez uma pausa, e observou o oceano. — Quando era jovem, Ranen já trabalhava com animais na fazenda. Após terminar o trabalho, ele e meu pai passeavam até o anoitecer. Até hoje eles ainda jogam cartas aos domingos.
— E o que Ranen significa para você?
— Para mim, é como um tio próximo. — Seu tom era um pouco compassivo. — Após a morte de minha mãe, ele ajudou a nos recuperarmos. É um bom homem.
Pensativa, Hermione mordeu um pedaço de frango. Mesmo que quisesse saber, ela não perguntaria sobre sua mãe, como ela morrera, ou como isto o havia afetado. Preferiu mudar de assunto.
— Aqui é tão diferente de Los Angeles.
— Em quê?
— Bem, além da óbvia falta de poluição, tráfego e comportamento, todos parecem se conhecer e se importar uns com os outros. É como... bem, uma família.
— Parece Catherine falando.
Quem era Catherine? Ciúme era algo que ela evitava a todo custo.
— Quem é Catherine?
— Minha irmã.
— Ah. — Em seu íntimo, houve um suspiro de alívio, e quando Harry sorriu, ela corou.
— Então você tem um irmão e uma irmã? — perguntou, trocando o frango por um pastel de legumes.
— Sim,
— Eles moram aqui?
— Meu irmão e sua esposa moram no palácio, mas estão no Japão agora.
— A passeio?
— Visitando o imperador.
— Esta era minha segunda suposição.
Harry sorriu.
— Minha irmã está viajando. Visitando hospitais, arrecadando fundos para dezenas de obras de caridade.
— Uma verdadeira empreendedora?
Ele levantou a sobrancelha.
— Você nem imagina.
Hermione riu.
— Adoraria conhecê-la.
— Ela pretende visitar a Califórnia no início do verão. — Pegou um guardanapo. — Talvez nessa ocasião.
— Talvez. — O simples pensamento de deixar Llandaron fazia seu coração se apertar. Tanto aquele lugar quanto seu lindo príncipe haviam lançado um feitiço sobre ela.
— Pensando em Darren?
Ela lhe lançou um olhar cruel.
— É Dennis.
— Ah, certo.
— Na verdade, estava pensando em seu país. Tanta beleza é perturbadora. — Ela sorriu. — Sabia?
O olhar dele desviou-se para os lábios dela.
— É, eu sei.
— Devíamos guardar as coisas.
Harry hão se moveu.
— Já beijou o tal de Derek, Hermione?
Ela respondeu inflexível.
— É Dennis.
Os olhos dele procuraram os dela.
— Não respondeu à minha pergunta.
— Porque não é da sua conta.
— É verdade.
Ela assentiu, ficando nervosa e incomodada com toda aquela agitação.
— Acho realmente que devíamos ir...
Hermione nunca terminava a frase. O sangue estava fervendo e seu corpo coberto pelo calor de um príncipe sensual.
Hermione olhou para Harry, com a cabeça atordoada. Sua boca estava tão próxima. As mãos largas e quentes dele tocaram seu rosto. A paixão brilhava nos olhos de Harry, e ela o sentia contra seus quadris, rígido e quente.
Suspiros curtos e irregulares escaparam de sua boca, enquanto ela desejava a boca dele sobre a sua. E, finalmente, quando ela fechou os olhos, sentiu o que tanto ansiava: seus lábios, quentes e famintos, descansando sobre os dela. Ele a provocava e atormentava com movimentos sedutores de sua língua até que ela abriu seus lábios para ele.
Seu corpo fraquejou quando ele invadiu sua boca. Tão perdida naqueles sentimentos e sensações, ela murmurou em sua boca, algo do tipo:
— Harry, por favor.
Um gemido gutural surgiu da garganta dele, e ele se soltou dela.
— Quis fazer isto desde a primeira vez em que a vi, Hermione.
Seus braços estremeceram, assim como sua voz:
— Para ser sincera eu também.
Sua mente lutava com seu desejo. Mas ele não era homem para ela, nem em sonho. Ele tinha um país para governar. Eles pertenciam a mundos distintos.
Ela o observou.
— Não posso mais sair com você, Harry.
— Por que não?
— Você sabe porquê. — Ela suspirou. — Nas próximas duas semanas, até eu partir, tenho de ficar longe de você.
— Duas semanas — ele repetiu, com um sorriso sedutor em sua boca. — Não aguentaremos dois dias.
Um grito assustado escapou de sua garganta quando o celular tocou.
— O quê? — disse, breve. Então seu olhar se desviou para Hermione, e ele diminuiu seu tom. — Já estamos indo...
— O que há de errado? — Hermione perguntou, sentando-se.
— Ternos de ir. Glinda está em trabalho de parto.




Obs:Oiiii pessoal!!!Capitulo postado!!!Espero que tenham curtido!!!!Domingo tem mais.....Bjux!!!Adoro vocês!!!!

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