Impedidos de voltar



Estavam na sala de espera do aeroporto há quase meia hora. Tinham que esperar para entrar no avião, pois estavam com um problema ba comunicação com o aeroporto de Nova York, o que os impedia de viajar. Hermione estava impaciente, andava de um lado para o outro e, às vezes olhava pela janela.
- Será que ainda vai demorar muito? – ela perguntou, sentando-se em uma das poltronas.
- Eu não sei! – Harry respondeu.
- Eu quero ir embora desse país o mais rápido possível – disse, deitando a cabeça no ombro do marido.
- Sei disso! – ele respondeu – Mas nós precisamos ter paciência, é preciso que se tenha toda a segurança do mundo para viajar.
A morena olhou para seus dois filhos mais velhos, eles estavam dormindo de maneira desconfortável na poltrona. Seu olhar recaiu sobre Lalaine, estava naquele lugar por causa dela, precisava protegê-la, a amava muito para deixar que Rony a lavasse embora, ele não tinha o menor direito sobre a menina, nunca quis que a menina nascesse.
Nesse exato momento a porta da sala de espera se abre e uma aeromoça entra no local, o que faz com que todos a olhem.
- Eu sinto muito mais o vôo foi cancelado – ele disse, fazendo haver muitos protestos – Por favor, se acalmem. Um furacão está se aproximando de Nova York e todos os vôos para lá estão sendo suspensos por medida de segurança.
Alguns minutos depois, a aeromoça saiu do local, muitos passageiros estavam saindo do local. Harry acordou os filhos e os três estavam começando a andar, quando repararam que Hermione continuava sentada no mesmo lugar.
- Vamos embora meu amor! – o moreno disse, estendendo os braços para ajudar a esposa a se levantar.
- Eu não vou! – ela respondeu, como se fosse uma criança que estava indo ao médico.
- Você não ouviu o que a mulher disse? – ele perguntou – Não tem nenhum vôo indo para Nova York, é muito perigoso.
- Eu não preciso ir de avião! – respondeu, sem sair do lugar – Vou para casa nem que seja aparatando!
- Crianças, por que vocês não vão até a lanchonete tomara um sorvete – ele disse, para os filhos – E levem a Chelsea com vocês.
- Está bem papai! – ele disse, emperrando o carrinho de bebê em direção a porta.
Ele esperou os filhos estarem longe para se virai novamente para a esposa e voltar a falar.
- Você sabe muito bem que é perigoso aparatar de uma distância tão grande – ele disse, sentando-se em uma das poltronas – é melhor nós ficarmos por aqui, seus pais não se incomodaram de que fiquemos mais um pouco.
- Mas por que precisamos ficar na Inglaterra? – ele perguntou – Podemos visitar outros lugares, o que você acha de irmos a Paris!
- Mione, não se preocupe, não vamos deixar o Rony chegar perto da Lalaine novamente – ele disse, segurando a mão da mulher – Ficaremos seguros do lado trouxa da cidade, e se ele resolver aparecer na casa dos seus pais, não deixamos ele entrar.
Ela se levantou e pegou a sua bolsa que estava na poltrona do lado.
- Esta certo, eu fico! – respondeu – Mas assim que for seguro, voltaremos para casa.
- Tudo bem! – Harry disse, antes de beijá-la.
Não demoraram muito para irem de volta para a casa dos pais de Hermione. Quando chegaram lá, encontraram os Grangers muito felizes por vê-los, mas com uma expressão de preocupação no rosto.
- Por que vocês não viajaram? – a senhora Granger perguntou.
- Estão com ameaça de furacão em Nova York e nenhum avião para lá está decolando – a outra mulher respondeu – Termos que ficar aqui enquanto isso, espero que não se importem.
- É claro que não! - a outra disse, sorrindo para filha – Mas foi bom vocês terem voltado, isso chegou para você, Hermione – completou, entregando um envelope que estava em sua mão, sua expressão não era mais de felicidade nesse momento.
A morena pegou a carta e começou a ler. A medida que lia o papel em suas mãos, ficava mais espantada e ia caminhando até o sofá. Quando se sentou, largou a carta, não conseguia pronunciar uma palavra.
Harry se aproximou da esposa e pegou o papel que ela estava lendo há alguns minutos e quase não pode acreditar no que estava escrito. Era uma ordem judicial, Rony iria mesmo tentar tomar Lalaine deles, nunca imaginou que o ruivo pudesse chegar a esse ponto.
- Ele não pode fazer isso! – Hermione disse, agora ela cobria o rosto com as duas mãos – Ele não tem o direito de tirá-la de mim!
O moreno sentou-se ao lado da mulher e começou a passar a mão pelas suas costas de maneira protetora.
- Crianças, porque vocês não vão até lá em cima arrumar as coisas de vocês? – a senhora Granger disse quando percebeu que a situação não era muito boa.
Os dois subiram apressadamente as escadas. Assim que eles sumiram no andar de cima, o casal mais velho se virou para os outros dois.
- Será que agora vocês podem nos explicar o que está acontecendo? – a mulher perguntou, se dirigindo, principalmente, para a filha.
- Sim! – Hermione disse, retirando as mãos do rosto, seus olhos estavam muito vermelhos de tanto chorar – Acho que já está na hora de vocês saberem toda a verdade.
Assim eles contaram tudo. A morena nunca havia sido tão sincera com os pais como naquele momento, no inicio pensou que eles tivessem ficado chateados (e, realmente, ficaram), mas depois se mostraram totalmente compreensíveis ao que o outro casal estava passando.
- O que você fez foi muito errado Hermione!A senhora Granger falou – Mas essa não é a hora para discutir isso, pode ficar tranqüila que o Rony não poderá tomar a Lalaine de vocês.
- É o que eu espero! – a morena disse, ainda com um tom choroso – Acho que preciso ir lá para cima, pensar um pouco – completou, antes de andar em direção as escadas.
- Acho que vou ver se a Mione está precisando de alguma coisa – Harry disse, antes de subir as escadas também.
Quando o moreno entrou no quarto, viu que a luz do banheiro estava acesa. Entrou no local e encontrou a esposa ajoelhada em frente ao vaso. Sempre que ela ficava nervosa acabava vomitando, o homem pode ver como aquela atitude do ruivo a deixou abalada.
A ajudou a andar até a cama, ela estava muito pálida. Assim que se sentou no colchão, voltou a chorar.
- Fica calma Mione! – ele disse, passando as mãos pelas costas da esposa e deixando que ela chorasse em seu ombro – Ele não vai conseguir nada com isso. Até alguém consiga provar o contrario, Lalaine é minha filha, estamos protegidos pela lei.
- Eu sei disso! – respondeu, enxugando uma lágrima que escorria pela sua bochecha – Mas alguma coisa me diz que o Rony vai conseguir o que quer.
- Você está se preocupando a toa! – falou, fazendo com que a morena deitasse no seu colo.
Ela fechou os olhos e tentou relaxar por alguns minutos. Por alguma razão que não conseguia explicar, se sentia muito segura nos braços de Harry, quando estava com ele sentia que todos os seus desejos poderiam se realizar. Abriu os olhos, e mirou aqueles olhos verdes que tanto amava, não pode deixar de sorrir.
- Eu estou muito aliviada por ter contado toda a verdade para os meus pais! – ela disse, se levantando mais uma vez, parecia que estava melhor – Me sentia muito culpado por esconder deles a verdadeira razão de nós dois termos nos casados.
- Nunca entendi mesmo porque você nunca falou para eles que estava se encontrando com o Rony às escondidas – ele disse.
- Exatamente porque era às escondidas – respondeu rindo – Meus pais são muito conservadores, nunca aceitariam que a única filha deles e a outra na vida de um cara – explicou – Só disseram que está tudo bem porque já se passaram sete anos e eu já estou casada e feliz com outro.
Eles se beijaram por alguns minutos.
- Vou até lá embaixo pegar alguma coisa para você comer! – Harry disse, se levantando.
- Eu não estou com fome! – a mulher respondeu.
- Mas você precisa comer alguma coisa se não vai ficar doente – simplesmente disse, antes de andar até a porta – E você precisa estar bem para enfrentar o Rony cara-a-cara – completou antes de sair do quarto e fechar a porta.
Depois que comeu uma coisa bem leve, Hermione conseguiu dormir um pouco. O moreno estava sentado a vendo dormir e passando a mão por seu cabelo. Não queria demonstrar na frente da morena, mas também tinha ficado um pouco assustado com aquela ordem judicial. Embora Lalaine não fosse sua filha de verdade, a amava da mesma maneira que a Thales e Chelsea, lembrava quando Hermione estava grávida e ele passava hora tentado ouvir o coração da menina ou esperando que ela chutasse. Também de lembrava, perfeitamente, do dia em que ela nasceu, foi o momento mais angustiante de sua vida.

*Flash back*
O moreno estava na recepção do hospital, andava de um lado para o outro com a cabeça baixa, era visível o seu nervosismo.
Fazia pouco mais de uma hora que havia chegado em casa e encontrado Hermione sentada no sofá com uma expressão muito tranqüila no rosto.
- A bolsa estourou a uns cinco minutos – disse, de uma maneira muito calma – Acho que o bebê já vai nascer.
Ao ouvir isso, Harry começou a correr de um lado para outro do apartamento para conseguir pegar tudo de que precisavam. Conseguiram sair de casa dez minutos depois, durante o caminho de casa até o hospital, Hermione começou a sentir contrações mais fortes, deixando o homem ao seu lado mais desesperado ainda.
Quando chegaram à maternidade, descobriram que a criança estava sentada e por isso teriam que fazer uma cesariana. Harry preferiu ficar do lado de fora, para não demonstrar para a esposa que estava com medo de que alguma coisa desse errado.
O moreno sorriu, esses últimos nove meses foram os melhores da sua vida. Estava casado com a mulher que amava e eles teriam um bebê juntos. Aquela criança tinha sido motivo de ocupação do jovem casal nos últimos meses, quando descobriram que teriam uma menina, Harry providenciou na mesma hora que todo o quarto dela fosse rosa e não pensou duas vezes antes de começar a escolher o nome. Estava com muitas expectativas em relação à filha, esperava que ela fosse tão inteligente e bonita quanto a mãe.
Nesse momento, a porta do centro cirúrgico foi aberta e o médico que atendeu a morena saiu de lá com um sorriso no rosto.
- Parabéns senhor Potter! – ele disse, apertando a mão do homem a sua frente – A sua esposa acaba de dar a luz a uma linda menina e as duas estão muito bem.
- Será que eu posso vê-las? – Harry perguntou, com um sorriso bobo nos lábios.
- Claro que sim! – o outro homem disse – Siga-me.
O médico o levou até a frente de uma das várias portas que tinha no local.
- Só não a incomode cansada da cirurgia – disse, antes abrir a porta a sua frente.
Quando o moreno entrou no quarto, encontrou a esposa sentada na cama e segurando um pequeno embrulho nos braços, ao qual ela amamentava.
- Mione! – ele disse, chegando mais perto dela.
- Oi Harry! – ela disse, mexendo “embrulho” para que o marido pudesse ver o rosto do bebê – Ela não é linda?
Ele olhou muito bem par o rosto daquela criança que havia acabado de nascer. A principio não tinha visto diferença nenhuma em relação aos outros bebês (achava que ela tinha cara de joelho como todos), mas no momento em que a menina abriu os olhos pode ver aqueles castanhos que ele conhecia muito bem e não pode deixar de se encantar.
- Será que eu posse segurá-la? – perguntou um pouco cauteloso.
Quando ele estava com a filha nos braços, não pode deixar de se emocionar. Ela era muito pequena e precisava de todo o cuidado do mundo. Passou a mão delicadamente por sua cabeça e pode ver que havia alguns fios de cabelos muito ralos, mas que podia se perceber que eram ruivos.
- Ela é mesmo muito linda! – disse, antes de entregá-la novamente para Hermione – Como você!
O moreno sentou-se em uma cadeira que havia ao lado da cama e ficou observando as duas mulheres da sua vida silenciosamente.
- Eu te amo! – disse antes de dar um selinho de leve nos lábios da esposa.
- Você faz com que eu me sinta a mulher mais feliz do mundo! – ela disse, sorrindo.
- E você é! – respondeu, passando a mão pelo rosto da morena, nesse momento a menina nós braços da mãe soltou um pequeno som fazendo com que os pais a olhassem – Bem vinda ao mundo Lalaine July Potter – disse dando um beijo na cabeça da filha.
Continuaram ali pelo resto da tarde, apenas curtindo aquele novo bebê que traria muitas alegrias ao jovem casal.
*Fim do flash back*

Estava tão perdido em seus pensamentos que nem reparou que a mulher ao seu lado tinha acordado. Ela sorriu ao ver o marido lá e segurou a mão dele que não estava em seu cabelo. Quando Harry reparou isso, se virou para ela e sorriu também.
- Eu te amo! – a mulher disse, dando um beijo na mão dele, que ela ainda estava segurando.
- Eu também te amo! – disse, se inclinando para beijá-la.
- Não importa que o Rony esteja tentando tomar a Lalaine de nós! – disse se sentando para olhá-lo diretamente nos olhos – Tenho certeza de que ficará tudo bem, porque nós dois estamos juntos.
- Eu também acredito nisso, meu amor! – ele disse antes de beijá-la novamente.
Continuaram se beijando por mais alguns minutos. Estavam preparados para qualquer coisa que pudesse acontecer.

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