A ameaça



Vários dias se passaram desde aquele almoço na Toca e tudo parecia estar em perfeita harmonia. Hermione não tinha mais segredos com o seu marido e isso a deixava mais aliviada. Mesmo depois do que aconteceu, decidiram continuar a passar as férias em Londres, mas não passariam perto de nenhum lugar bruxo para não correrem risco de encontrarem qualquer membro da família Weasley (o que deixou Lalaine e Thales muito tristes pois eles tinha adorado tudo no mundo bruxo).
- Tem certeza de que vocês três ficaram bem aqui sozinhas? – Harry perguntou para a esposa quando eles estavam em pá ao lado da porta da sala que se encontrava fechada.
- É claro que sim meu amor, não se preocupe! – ela disse, dando um selinho no homem a sua frente – Tenho certeza de que vai fazer muito bem para você sair para pescar com o Thales e com o meu pai.
- Eu só espero não fazer nada de errado, nunca fui pescar na minha vida – disse, rindo e fazendo com que a morena risse também – Você devia ter ido fazer compras com a sua mãe.
- Você nunca foi ao shooping com a minha mãe, é absolutamente cansativo – ela respondeu, fazendo cara de quem está cansada – Prefiro ficar por aqui mesmo, eu aproveito para ler o livro que eu trouxe e eu ainda não tive tempo nem de folheá-lo.
- Está certo! – respondeu antes de beijá-la.
Os dois estavam tão distraídos, que nem viram quando a porta da sala abriu e duas crianças entraram no local.
- Eu ainda não entendo por que não eu posso ir! – disse Lalaine com cara de chateada sem nem ao menos repara no que os pais estavam fazendo.
Ao ouvir a voz da menina, eles se separaram rapidamente.
- Eu já te expliquei, meu anjo! – Harry disse, se ajoelhando para ficar na altura da filha – E uma atividade só para garotos. Você vai ficar aqui com a sua mãe e da sua irmã.
- Está certo! – a garota disse, ainda parecendo um pouco triste.
- Espero que você cuide delas para mim! – ele sussurrou no ouvido da menina fazendo com que ela risse e depois balançasse a cabeça afirmativamente em resposta.
- Vamos logo pai! – o menino disse, ainda em pé enfrente a porta – Eu estou louco para chegar lá.
O homem riu e levantou para ir em direção a saída, se despedindo da mulher e da filha.
Hermione resolveu ficar em seu quarto lendo um livro enquanto Chelsea dormia. Lalaine ficou fazendo companhia para a mãe fingindo que lia um livro
(ela aprenderia a ler apenas quando voltasse para o colégio e estava muito empolgada com isso). Não demorou muito para a menina mais nova começar a chorar, a mulher a amamentou e logo depois estava tentando fazer com que ela dormisse, quando a campainha tocou.
- Filha será que você poderia ficar um pouco com a sua irmã enquanto eu atendo a porta? – ela perguntou para a filha mais velha que estava na porta do quarto, enquanto colocava a outro no berço.
- Claro! – ela respondeu, sentando-se na poltrona em que a mãe estava há alguns minutos.
Hermione desceu as escadas rapidamente, a campainha não parava de tocar, era alguém bem insistente. Quando abriu a porta, uma expressão chocada formou-se no seu rosto, poderia esperar que fosse qualquer pessoa no mundo, menos ele.
- O que você está fazendo aqui? – ela perguntou, com uma imensa raiva daquele homem crescendo dentro de si.
- Nós dois precisamos conversar! – Rony disse, com um sorriso falso nós lábios.
A morena tentou fichar a porta com toda força que conseguiu, mas ele foi mais rápido colocando a mão na frente segurando o braço dela fazendo com que não conseguisse se mexer.
- Será que agora você é surda! – ele disse entre os dentes e em um tom muito calmo – Nós dois precisamos conversar.
- Não temos nada que conversar! – ela tentou fechar a porta mais uma vez, mas o ruivo segurou, novamente, o seu braço.
- Eu acho melhor você me escutar! – disse, em um tom ameaçador.
Rony a empurrou, fazendo com que caísse sentada no tapete da sala, assim pode entrar sem o menor problema na casa.
- Aonde nós podemos conversar? – ele perguntou, como se nada tivesse acontecido.
- Na biblioteca! – ela disse, sabia que não teria como lutar contra ele, então achou melhor que eles conversassem.
Quando entraram no aposento, Hermione sentou-se em uma das poltronas que tinha lá. O ruivo preferiu continuar de pé.
- Vou tentar ser o mais rápido possível! – ele disse, andando em círculos - Eu andei pensando muito desde aquele dia em que nós conversamos. Sobre a minha filha!
- Ela não é sua filha! – Hermione o interrompeu – O pai dela é o Harry. Foi ele que a criou.
- Eu não preciso ficar aqui ouvindo os seus discursos sentimentais, Hermione! – disse, parecendo ficar sem paciência – Já ouvi muito eles quando você me fazia declarações de amor e eu não estava com a menor vontade de ouvi-las.
- Agora eu vejo o quanto eu era idiota naquela época – a morena disse, dando uma risada irônica – Eu realmente amei você, e tudo que recebi em troca foi ser trocada por outra e com uma filha para cuidar.
- Tudo isso porque você não me contou que estava grávida! – ele começou a gritar.
- Eu não te contei porque da última vez que eu fiz isso, você me fez perder o nosso bebê – ela também estava gritando, tudo que ela não pode dizer naquela ocasião e estava entalado na garganta, tinha a oportunidade de falar agora.
- Eu não me lembro de você ter reclamado quando isso aconteceu – disse com um sorriso irônico – E talvez tivesse sido melhor que você não tivesse tido essa criança, estaria me tirando um peso enorme da consciência a essa hora.
- Eu nunca faria isso, eu amo a Lalaine! – respondeu, já com lágrimas escorrendo pelos olhos – Você não precisa se sentir culpado agora, eu e o Harry cuidamos muito bem dela.
- De qualquer forma, eu quero levá-la para morar comigo e com a Luna! – respondeu de uma maneira calma.
Hermione ficou em estado de choque quando o ouviu dizer isso.
- Você teria coragem de retirar a minha filha de mim? – viu ele balançar a cabeça afirmativamente em resposta – Mas acabou de dizer que ela era um peso na sua consciência.
- Não deixa de ser minha filha – respondeu – E eu quero que ela conviva comigo!
- Eu nunca vou deixar que você faça isso! – ele se levantou, mas caiu sentada novamente na cadeira, havia ficado muito chocada com o que ele acabara de dizer – Você pode até ser o pai biológico da Lalaine, mas nunca será nada para ela.
Nesse momento, ouviram um barulho vindo da porta, quando a morena virou, encontrou a filha mais velha a olhando chocada.
- Lalaine! – ela correu em direção a filha, mas a menina saiu correndo – Está vendo o que você fez! – disse, olhando para o ruivo que estava com um sorriso nos lábios.
- É melhor que ela fique sabendo logo – respondeu.
- Depois resolvemos isso! – disse, antes de sair do local.
Encontrou Lalaine sentada em um banco do quintal, a menina estava com a cabeça abaixada. Hermione sentou-se ao lado dela e passou a mão por seus cabelos.
- É verdade? – perguntou, levantando a cabeça para encarar a mãe – Que meu pai não é meu pai, e sim, aquele cara?
- Sim minha filha! – ela respondeu – É uma história muito complicada para você entender, talvez quando ficar mais velha eu te conte.
A morena percebeu que a filha continuava com um olhar triste.
- Eu posso continuar chamando o meu pai de pai? – ela perguntou, parecendo um pouco receosa.
- É claro que sim! – respondeu sorrindo – Seu pai te ama tanto quanto se você fosse filha dele de verdade. Ou melhor, você é filha dele de verdade, nunca duvide disso.
A menina abraçou a mãe com toda a força.
- Obrigada! – ela disse, sorrindo.
- Agora, vai lá continuar a olhar a sua irmã! – disse, se levantando do banco e ajudando a menina a se levantar.
Lalaine subiu as escadas correndo e a morena tinha que voltar para conversar com Rony.
Ele estava sentado em uma das poltronas e quando a mulher entrou, se levantou na mesma hora.
- E então, com ela reagiu? – perguntou, na mesma hora.
- Como se você se importasse com ela! – disse baixo – Mas não se preocupe, ela até que reagiu bem.
- E o que falou ao meu respeito? – perguntou, novamente.
- Ela nem falou de você – respondeu, com um sorriso divertido nós lábios – Estava mais preocupada com o homem que ela chamou de pai por toda a vida e, aliais, continuara chamando.
Rony se aproximou perigosamente dela e a encostou na parede.
- Sabe que eu também estava lembrando de todas as noites que nós passamos juntos – disse, começando a beijar o pescoço da mulher – Foram maravilhosas, às vezes tenho vontade de revivê-las.
Hermione tentou afastá-lo, mas foi em vão, ele era muito mais forte. Começou a beijar seu ombro e subir para a sua boca, estava começando a colocar a mão por dentro de sua blusa.
- Eu estou casada, e amo o meu marido! – disse, ainda tentando empurrá-lo.
- Eu não me importo! – disse, a empurrando para a poltrona mais próxima e a fazendo sentar-se – Será que você contou para o seu maridinho sobre todas as noites que passamos juntos? – perguntou sentando-se no colo dela – Acho que não, se ele soubesse tudo que nós fizemos, te largaria na mesma hora – completou, passando a mão pela coxa da mulher.
Ela estava começando a entrar em desespero, precisava se livrar dele a qualquer custo. Não conseguiria explicar para Harry o que aconteceu se ele chegasse e visse essa cena, e por mais que ele a amasse, não sabia se ele seria capaz de perdoá-la.
De uma manei muito rápida, ela conseguiu empurrá-lo e, em seguida, dar um tapa na cara que o fez virar o rosto e permanecer com a mão na região atingida.
- Saia agora da minha casa! – ela gritou, com toda a força que conseguiu.
Quando ela estava levando o ruivo até a saída, Harry chegou. Quando viu o ex-melhor amigo, não ficou muito feliz.
- O que ele está fazendo aqui? – o moreno perguntou, se dirigindo diretamente a esposa.
- Eu não pude fazer nada, ele entrou aqui a força – ela começou a falar, ainda muito nervosa.
- Eu não quero ver a sua cara aqui nunca mais! – encarava Rony com muita raiva – Depois de tudo que você fez a minha esposa, ainda tem coragem de aparecer aqui.
- Eu tenho direito de ver a minha filha! – ele começou a gritar, começando a se aproximar de Harry.
- Você não tem nenhum direito! – gritou, mas alto que o ruivo – Ela não é sua filha, todos sabemos muito bem que você preferia que ela não existisse.
Rony tentou dar um soco no homem a sua frente, mas ele foi mais rápido e atingiu em cheio o nariz do outro. Quando retirou a mão da região atingida, viu que saia sangue.
- Olha o que você fez – disse, quase entrando em desespero – Isso não vai ficar assim, vocês vão ver – completou antes de ir embora.
Quando ele estava saindo da casa, o pai de Hermione e Thales estavam entrando e os três quase se esbarraram.
- Aquele não é o Rony Weasley? - o homem perguntou – Que estudava com vocês em Hogwarts.
- Ele mesmo! – a morena respondeu – Mas eu não tenho certeza de e esse é o mesmo Rony que nós conhecemos quando tínhamos 11 anos.
- Mas porque você está dizendo isso? – ele perguntou mais uma vez.
Antes que qualquer um dos dois pudesse responder alguma coisa, Lalaine apareceu no topo da escada e saiu correndo para abraçar o Harry.
- Papai! – ela disse – Eu estava com tantas saudades.
- Mas nos vimos hoje de manhã – ele disse.
- Eu te amo muito papai! – disse, quase chorando – Não importa o que aconteça, eu sempre vou te amar.
Ele ficou olhando para a filha sem entender porque ela dizia aquelas coisas. Nesse momento Hermione chega perto do marido e toca no seu ombro.
- Acho que nós dois precisamos conversar – ela sussurrou no ouvido do marido.
Eles subiram para o quarto e lá a morena contou a ele tudo que havia conversado com Rony naquela tarde.
- Eu não acredito que a Lalaine ouviu isso! – ele disse, sentando-se na cama – Mas pelo menos ela reagiu bem a essa noticia.
- Não é isso que me preocupa! – ela disse, se sentando ao lado do marido – E se ele realmente tirar a Lalaine de nós! – completou colocando as duas mãos no rosto – Não sei como seria se eu não a tivesse por perto, acho que enlouqueceria.
- Ele não via fazer nada – respondeu, levantando o rosto da esposa para que ela o encarasse – Eu te prometo que ninguém vai tirar a Lalaine da gente.
- Eu sei disso, obrigada! – disse, antes de dar um selinho no marido – Mesmo assim, eu quero voltar para Nova York, o mais rápido possível.
- Está certo! – disse, levantando da cama – Providenciarei a passagens agora mesmo.
Ele saiu do quarto a deixando sozinha, sabia que enquanto tivesse Harry por perto, nada a atingiria.
Ele conseguiu marcar a passagem de avião para o dia seguinte de manhã. Hermione tratou logo de arrumar as suas malas e as dos filhos.
No dia seguinte, todos estavam tomando café e o clima não era muito animador.
- Eu ainda não entendi por que nós temos que ir embora hoje – a menina falou, ainda sem tocar na sua torrada – Pensei que fossemos ficar aqui até o final das férias.
- Eu sei que o prometi isso para vocês – a morena começou a falar – Mas nós precisamos ir embora o mais rápido possível, espero que você possa me entender.
- Claro! – ela respondeu, ainda parecendo um pouco chateada.
Nesse momento a campainha toca e a senhora Granger vai atender, retornando a cozinha alguns minutos depois.
- É para você Hermione – ela diz – É uma tal de Luna, disse que você a conhece.
- O que será que a Luna quer falar comigo a essa hora da manhã? – se perguntou, antes de se levantar.
Quando chegou a sala, encontrou a loira em pé na porta com os braços cruzados, sua expressão não era muito boa.
- Bom dia Luna! – ela disse, sorrindo e indo em direção a amiga.
- Bom dia! – respondeu, muito fria.
- Acho que ficaremos melhor se conversarmos na biblioteca! – disse, andando até porta mais próxima.
As duas se sentaram, uma de frente para a outra. Ficaram algum tempo em silêncio.
- Quando Rony chegou em casa ontem, disse que precisava me dizer uma coisa! – a loira começou a falar.
- Então ele te contar toda a verdade? – a outra perguntou, sentindo que finalmente Rony tinha feito alguma coisa certa na vida.
- Sim! – simplesmente respondeu – Eu realmente já desconfiava que a Lalaine podia ser filha dele, mas queria acreditar que estava imaginando uma enorme besteira. Afinal não teria sentido uma de minhas melhores amigas e meu marido terem uma filha.
- Eu sei disso, Luna – a morena disse, sem poder encarar a outra – Mas ainda bem que agora você já sabe de toda a verdade.
- Eu não entendo como você pode fazer uma coisa dessas comigo – começou a falar com ódio – Mesmo você sendo apaixonada pelo Rony, foi a mim que ele escolheu você não tinha mais nada para fazer. Foi muito baixo dar a ele uma porção do amor para fazê-lo dormir com você.
- Mas por que eu faria isso? – perguntou, totalmente perplexa com o que acabara de ouvir.
- Não se faça de ingênua – a outra falou, rindo sarcasticamente – Você queria engravidar para que o Rony tivesse que ficar com você. Até conseguiu a filha que tanto queria, mas não o pai dela.
- Mas se eu tivesse feito isso, por que eu teria casado com o Harry e ido embora do país? – perguntou mais uma vez, não acreditava que Rony tivesse contado uma mentira daquelas para Luna.
- Você é mesmo uma ótima atriz. Eu quase acreditei que você não sabia de nada do que eu estou te falando – a loira parecia que ia bater na outra mulher a qualquer momento – Rony também me contou que algumas semanas depois do casamento, você foi procurá-lo dizendo que estava grávida e que ele tinha que se separar de mim para casar com você. E como ele não aceitou, você procurou o primeiro idiota que apareceu para se casar.
- Isso é mentira! – ela gritou já começando a chorar – Eu nunca falei com ele que estava grávida, só soube da existência da Lalaine naquele dia na Toca. Ele vai saber explicar muito melhor do que eu o por quê de eu não contar a verdade para ele.
- Eu não tenho mais tempo a perder com você – Luna disse, se levantando da poltrona em que estava e indo em direção a porta da biblioteca – Nunca mais quero olhar na sua cara Hermione Granger, espero que não me considere mais sua amiga da mesma maneira que eu.
Quando as duas chegaram na sala, Harry estava sentado no sofá com os dois filhos mais velhos.
- Eu ainda não acredito que você foi capaz de fazer uma coisa dessas – disse, olhando diretamente para Lalaine – Realmente pensei que você fosse minha amiga – completou, batendo a porta depois de sair.
Depois que a loira foi embora, Hermione sentou-se no sofá ao lado do marido e começou a chorar.
- Eu não acredito que ele teve coragem de dizer tantas mentiras ao meu respeito – falou, depois de alguns minutos - Está colocando a Luna contra mim e tenho certeza de que vai fazer o mesmo com todos os Weasleys.
- Não se preocupe meu amor! – ele disse, passando a mão pelos cabelos da mulher – Você tem a mim, os seus pais e os nossos filhos.
- Eu sei! – respondeu – agora tenho certeza de que nunca mais quero por os meus pés na Inglaterra.
- Está certo! – o moreno falou, se levantando do sofá e estendendo a mão para ajudá-la – Vamos logo se não perderemos o avião.
Eles subiram as escadas. Em alguns minutos, estavam saindo de casa em direção ao aeroporto.

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