Território desconhecido



Capítulo III – Entrando em território desconhecido

Risos.

Sua cabeça parecia que iria explodir a qualquer momento.

- No momento aceitaria, pois é conveniente para mim. - Ao dizer isso Harry olha para Hermione e seus olhares se cruzam. – No futuro não sei se será conveniente. Decidirei assim que avaliar melhor.

Aquela dor tinha que passar.

Risos.

Ela não suportava mais aquele sorriso falso que ainda mantinha no rosto.

Risos.

Por que Harry tinha que retornar?

A face de Oliver Sexton sorrindo.

Risos.

- Eu posso prometer que irei tentar. – Harry diz como se não tivesse sido interrompido por Hermione e a beija. – Tentarei por você. Eu te amo. – Ele diz a olhando nos olhos.

- Eu também...


O jantar sendo servido.

Quando aquele pesadelo acabaria?

Risos.

- Será que eu poderia te beijar pela última vez.

- Harry...

- Por favor, de despedida. – Harry pede fazendo uma cara que qualquer pessoa cederia.

- Tudo bem. – Hermione fala sorrindo.

Assim eles se beijam, Harry tenta fazer com que aquele beijo fosse especial para ambos e foi. Cheio de carinho como todos os outros beijos que haviam trocado. Harry ainda não entendia como Hermione poderia não ama-lo se o beijava dessa maneira. Após alguns minutos, Harry decidiu interromper o beijo mesmo que contra vontade, se tinha de esquecê-la começaria naquele instante.

- Adeus. – Dizendo isso e sem deixar que Hermione dissesse alguma coisa ele saiu da cozinha.


Risos.

- Você está me escondendo algo.

- Claro que não meu amor. – Ron se aproxima dela novamente.

- Não foi uma pergunta. Você esta escondendo algo muito importante e não quer me contar. Não confia em mim?


Seu prato permanecia intocável.

- Conseguiu ser feliz? – Harry pergunta de repente.

- O que?

- Estou perguntando se é feliz com Ron?

- Por que a pergunta? – Hermione pergunta perplexa.

- Curiosidade. – Harry sorri, parecia se divertir com a situação. – Queria saber se não se arrependeu da escolha que fez. – Diz com um tom irônico.


Risos.

Vidros se quebrando.

- Desculpem. – Ela sussurra e sai imediatamente dali, Ron tenta impedi-la, mas desiste ao ver o quão abalada ela estava. Hermione corre até o seu quarto, tranca a porta e desaba em sua cama, tentando conter a raiva que sentia e as lágrimas que se espalhavam pelo seu rosto rapidamente.


Levantou assustada, sentando-se de repente na cama. Observou todos os cantos do quarto confusa, franzindo a testa. Passou uma das mãos pelo rosto como se aquele gesto pudesse lhe acalmar. Uma pequena fresta na cortina permitiu que um raio de sol penetrasse na escuridão do quarto. Queria que tudo tivesse sido um pesadelo, mas a lembrança da noite anterior ainda estava bem vivida em sua mente.

Olhou o relógio, já eram dez horas da manhã, ela tinha dormido demais, concluiu. Sorriu ao constatar que havia um enorme buquê de rosas brancas em cima de sua cama e uma caixa aveludada de tamanho médio. Pegou a caixa e viu que havia um lindo colar de rubi lá dentro. Olhou para as rosas e viu um cartão.

“Meu amor,

Espero que tenha tido uma noite maravilhosa, pois a minha foi terrível sem você ao meu lado. Acredite em mim, não estou lhe escondendo nada. Peço perdão por qualquer coisa que tenha feito e que a tenha magoado. Espero que goste dos presentes. Infelizmente tenho uma reunião e não poderei esperá-la acordar, mas espero que seu dia seja ótimo e que as horas passem voando para nos encontrarmos no jantar.

Com amor,
RON.”


Hermione sorriu levando a mão à testa levemente ao sentir uma pontada de dor. Sempre que ela e Ron brigavam, ele lhe mandava presentes como forma de agradá-la e se mostrar arrependido. No entanto, ela ainda não estava convencida de que ele não lhe escondia nada. Para ela, a coisa dessa vez era séria e ela iria descobrir do que se tratava e até descobrir não iria perdoá-lo mesmo tendo adorado as rosas e o colar que deveria ter custado uma pequena fortuna.

Hermione encaminhava-se lentamente para o banheiro, sua cabeça ainda latejava. Parou durante alguns instantes para abrir as cortinas e deixar com que o sol entrasse no quarto, abriu também as portas duplas que davam acesso à varanda e sentiu o ar fresco da manhã passar pelo seu rosto. Respirou profundamente, no entanto parou subitamente ao sentir ânsia de vômito e correu em direção ao banheiro.

xxx

Pensava no quanto odiava a ressaca do dia seguinte. Como se não bastasse todos os seus problemas, ainda estava com um gosto horrível na boca, mesmo depois de ter escovado bem os dentes e comido um farto café da manhã.

No momento, se encontrava parada diante um quadro que retratava um castelo medieval, quadro este pendurado no escritório que Ron mantinha em casa. Hermione sabia que ali o marido guardava papéis importantes, às vezes chegava em casa com eles e se trancava no escritório por horas, saindo dali de mãos vazias.

Tirou o quadro de seu lugar e sorriu ao encontrar acoplado a parede um cofre, tinha certeza que ali descobriria o que Ron lhe escondia. Parou um instante para analisar o visor eletrônico, sabia que só se abriria com a senha correta.

Suspirou pesadamente ao tentar vários feitiços e não obter nenhum resultado. Amaldiçoou Arthur Weasley em pensamentos ao lembrar que fora o sogro quem insistira para que Ron comprasse aquele cofre trouxa.

- Lhe trará mais segurança, só você saberá a senha se assim desejar.

Procurou por todo o escritório alguma pista de qual seria a senha, seus olhos pararam num porta-retrato em cima da mesa de mogno; era uma foto dela e de Ron no dia do casamento deles, ambos sorriam e Ron a olhava admirado.

Todos os membros pertencentes ao mundo mágico conheciam a admiração que o ministro da magia detinha para com a esposa.

-É lógico que ele a venera. É como uma jóia preciosa para ele.

Recordava-se de Catherine Tolland, presidente da Sociedade das Mulheres Bruxas comentar durante uma reunião. Estava farta de ouvir estes comentários. Sorriu tristemente ao pensar que apesar de Ron demonstrar amor, para ele, ela era apenas um prêmio conquistado, mais um de seus bens materiais, talvez o mais precioso de todos.

Balançou a cabeça para afastar aqueles pensamentos e digitou seu nome no teclado do visor eletrônico.

SENHA INCORRETA
ACESSO NEGADO


Pensou por alguns instantes e digitou mais uma vez seu nome, no entanto desta vez acompanhado ao sobrenome Weasley.

SENHA INCORRETA
ACESSO NEGADO


Suspirou decepcionada.

- Weasley será sinônimo de poder.

Lembrou-se do discurso de posse de Ron e no quanto ele estava orgulhoso de si mesmo. Digitou somente o sobre nome Weasley.

SENHA INCORRETA
ACESSO NEGADO


Apesar de todos saberem a veneração de Ron por sua esposa, poucos sabiam de sua sede por poder e no quanto o título de Ministro da Magia havia significado para a sua vida. Após anos sendo segundo plano na vida de sua família, na vida de seu melhor amigo, até na vida de sua namorada, ser reconhecido por ser ele mesmo, Ron Weasley, e não apenas mais um Weasley, ou o amigo de Harry Potter e o namorado de Hermione Granger, havia aumentado muito a sua auto-estima e o seu ego.

Hermione digitou a palavra Ministro.

SENHA INCORRETA
ACESSO NEGADO


Bateu fortemente na parede e se sentou na cadeira imponente na cabeceira da mesa de Mogno. Observou novamente a superfície daquela mesa. Havia algumas correspondências ali, nada muito importante. Encostou-se reclinando a cadeira e fechando os olhos a procura de alguma lembrança que pudesse lhe dar a senha correta. Olhou novamente o porta-retrato, fixou o olhar em seu rosto naquele magnífico vestido de noiva, conseguia disfarças bem seu incômodo naquele sorriso.

Seus pensamentos foram interrompidos por um brilho que incomodou seus olhos. Vislumbrou as abotoaduras de ouro que Ron possuía e que geralmente usava em seus discursos importantes, dizia que elas lhe transmitiam confiança. Alguns raios de sol estavam sendo refletidos nelas em sua direção, Hermione as pegou e observou um MW em cada uma delas. Um sorriso verdadeiro iluminou seu rosto, aquela era a sigla preferida de Ron, pois era a abreviatura de um Ministro Weasley.

Foi em direção ao cofre, deixando as abotoaduras no mesmo lugar onde as havia encontrado e digitou a sigla MW.

SENHA CORRETA
ACESSO PERMITIDO


Sorriu como se comemorasse uma grande vitória. Se apressou em abrir a porta do cofre e encontrou vários papéis lá dentro, além de algum dinheiro, tanto bruxo quanto trouxa.

Após alguns minutos analisando os papéis, encontrou uma pasta intitulada “Harry Potter”. Franziu a testa se perguntando o que aquilo significava e por um momento se esqueceu de seu objetivo ali. Duplicou aquela pasta com auxilio de magia e deixou a original no mesmo lugar. Fechou a porta do cofre, repôs o quadro em seu lugar e, ainda com a duplicada nas mãos, se sentou no sofá que ficava ao lado da lareira, percebendo o quão nervosa estava.

Ficou surpresa ao ler a primeira página.


Ali estava ela, sentada no sofá de seu escritório no Ministério da Magia, no departamento de aurores, mirando fixamente o papel em suas mãos, papel este lhe informando que Harry Potter não fora encontrado, novamente.

Tinha perdido as contas de quantos relatórios como aquele ela tinha recebido ao longos dos anos, sempre com o mesmo conteúdo. Não havia mais lágrimas para chorar; somente restava um sentimento de decepção perante a situação.

O silencio reinava em sua sala. Já se passava das 10 horas da noite e todos já tinham voltado para casa. Ela não conseguia se mover, apenas encarava aquele papel com poucas frases impressas, como se o mundo estivesse para acabar a qualquer momento e ela não se importasse.

Estava tão absorta em seus pensamentos que ao ouviu a porta da sala ser aberta. Somente sentiu a presença de alguém quando o sofá em que estava afundou um pouco.

- Por que está aqui te agora? – Ron perguntou olhando dela para o papel em suas mãos.

- Não tenho motivos para voltar para casa. – Hermione desviou o olhar do papel e o encarou.

- O que acha de se arrumar para o jantar em comemoração aos nossos 7 anos de namoro?

- Me desculpe Ron. Me esqueci completamente. – Hermione parecia atônita diante o lapso de memória.

- É claro – Ron se levantou abruptamente e parou em frente a um porta-retrato na mesa de Hermione. – Quando se trata de Harry Potter você se esquece de tudo.

- Quem disse que...

- Se trata dele? – Ron completou a frase por ela, segurando o porta-retrato em uma das mãos e o olhando com desprezo. Era uma foto do trio tirado no último dia em que permaneceram em Hogwarts antes da guerra. – Você sempre se esquece do mundo quando recebe notícias dele. – Ron sorriu irônico. – Ou melhor, quando
não recebe.

Hermione se levanta séria e se encaminha em direção a Ron. Pega o porta-retrato da mão dele, o olha por um instante com tristeza e o recoloca sobre mesa.

- Por que veio me buscar? – Pergunta mudando de assunto.

- Porque cancelei todas as reuniões que teria à tarde somente para preparar o nosso jantar especial e você fez questão de não aparecer.

- O que com certeza foi um sacrifício para o Ministro da Magia. – Hermione odiava quando Ron se fazia de vítima. Como poderia ter lembrado daquele jantar quando, mais uma vez, não havia tido notícias no melhor amigo?

- É um sacrifício sim! – Ron já se exaltava assim como Hermione. – É difícil me ausentar do Ministério durante muito tempo.

- Tenho certeza de que seus assessores dão conta de tudo na sua ausência.

- A questão não é essa. A questão é que mais uma vez você me trocou por
ele.

- Não seja idiota. São coisas completamente diferentes.

- Fazem 7 anos, Hermione. Você ainda tem esperança de algum dia encontra-lo? – Ron pergunta se acalmando ao perceber que se enfurecendo com Hermione não receberia nenhuma resposta.

- Ele não pode simplesmente ter sumido. Eu não aceito isso! - Hermione exclamou com os olhos marejando.

- Está na hora de começar a aceitar, Mi. Esse já é o sétimo investigador que te diz o mesmo. O fato é que Harry Potter não quer ser encontrado. Desista. Você tem que viver a sua vida e esquece-lo completamente. – Ron disse segurando-a pelos ombros e tentando fazer com que ela entendesse a realidade.

- Ron, eu não posso...

- É óbvio que pode. Eu posso ajudá-la nisso. Aceite meu pedido de casamento e deixe-me faze-la feliz como você merece.

- Isso não tem nada a ver com o seu pedido. Eu disse que iria pensar. – Hermione olha o Harry sorridente da foto se perguntando onde ele estaria.

- Já está na hora de esquecer o passado, meu amor. Esqueça aquele infeliz que só te faz sofrer. – Dizendo isso ele vira o porta-retrato na mesa, escondendo a foto. – Construa uma vida ao meu lado. Pense no nosso futuro.

Eles ficam em silêncio por um momento. Uma lagrima escorre do rosto de Hermione. Ron a olha sorrindo. Ela o olha hesitante.

- Aceitar se casar comigo, Mi?- Ron pergunta segurando as duas mãos da mulher.

- Aceito. – Ela sussurra, Ron a abraça feliz e os dois se beijam. Aquela foi a ultima briga por causa de Harry que os dois tiveram.


Ron tinha mentido para ela durante todos aqueles anos. Folheou novamente as páginas daquele dossiê. Ela tinha sido enganada. Aquela pasta continha informações detalhadas sobre a vida de Harry Potter, durante aqueles 10 anos. Os lugares onde esteve, as pessoas com quem se encontrou, seus vários casos amorosos... Paris, Roma, Pequim, Istambul, Nova York, Cairo, Dubai... estava tudo ali em suas mãos.

Seus olhos marejaram ao se dar conta de que boa parte das informações haviam sido obtidas de todos os investigadores que tinha contratado. Ron tinha subornado todos eles? Com que propósito? Se sabia de tudo, por que a deixou sofrer todos esses anos?

Estava indignada enquanto folheava as páginas. Havia milhares de fotos anexadas e enquanto as olhava freneticamente, parou em uma que chamou sua atenção. Estava datada como sendo do mês passado em Paris, Harry apertava a mão de Oliver Sexton.

Levantou-se abruptamente, recolhendo todos os papeis que estavam espelhados pelo sofá. Enquanto passava pela porta, trombou Marie que estava entrando no escritório, segurou os papeis que estava carregando com mais força.

- Tudo bem, Sra. Weasley? - Marie indagou preocupada ao ver o rosto assustado de Hermione.

- Claro. – Hermione tratou de sorrir para não demonstrar o que sentia no momento, tática que pareceu dar certo pois Marie correspondeu ao sorriso. – O que faz aqui?

- Vim deixar este convite em cima da mesa do Sr. Weasley.

- De que se trata? – Marie negou com a cabeça como se dissesse que não sabia. – Deixe-me ver.

Hermione leu o convite rapidamente. Se tratava de um brunch que aconteceria sábado na casa dos Sexton.

- Alguma coisa ruim? – Marie perguntou ao ver Hermione arquear a sobrancelha.

- Não. Apenas interessante. – Hermione sorriu novamente para acalmar-la. – Por favor, coloque na mesa de Ron e se ele chegar em casa e eu não estiver o avise para não se preocupar.

- Sim senhora. – Marie entrou no escritório e Hermione subiu as escadas para se preparar para entrar em território desconhecido.


xxx

A neve começava a cair quando Hermione estacionou o carro em frente à fachada imponente da mansão de um velho amigo. Desceu do carro, guardando o papel que havia lhe orientado até ali na bolsa, sabia que não poderia aparatar naquele condomínio. Esperava que aquela conversa fosse rápida e fácil.

Suspirou enquanto tocava a campainha. A porta se abriu e um homem que parecia ser o mordomo lhe sorriu.

- O Sr. Potter a espera na sala, Sra. Weasley.

- Obrigada.

...

N/A (July Evans): Oi pessoas!!!! Bem é a primeira vez que eu estou aqui nessa fic! E que agora eu estou ajudando a Nat a escrever I See You Always! Espero que vocês não se importem, eu não mordo. Rsrsrsrs

Ah, a Nat referiu no capítulo passado que colocaria uma cena H/H (vocês sabem o que eu estou dizendo) nesse capítulo, porém ela achou o capítulo havia ficado grande e deixou para uma próxima.

Sobre os comentários! Não deu tempo de responde-los (as respostas aos comentários ficou ao meu cargo), mas eu vou tentar responde-los hoje e amanhã volto aqui pra posta-los. Mas nós estamos muito felizes com o número de comentários e esperamos receber mais! xD

Ah, e pra deixar a fic maaaais interessante ainda, eu vou revelar um segredo da Nat mais para frente que eu até hoje não consigo entender como é que ela foi capaz de fazer isso. É relacionado a Harry Potter e não digo mais nada. Será que alguém é capaz de adivinhar? Hehehe

E é isso por hoje!

Muitos beijinhos e até a próxima!

July Evans

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