Isso é realmente gratidão?

Isso é realmente gratidão?



Capítulo 3 – Isso é realmente gratidão?

- ... Você tem mesmo certeza disso? – Gina perguntou incerta.
- Claro! – Harry respondeu alegre enquanto a puxava pela mão – Vamos, hoje é domingo! Não vai fazer mal algum!

Gina pensou por um momento e depois abriu um sorriso maroto.

- Tudo bem! Vamos!

Harry a segurou pela mão e sorriu pra ela. Naquele dia seus olhos estavam “quase completamente” dourados. Seus longos cílios não eram capazes de fazer sombra perante o brilho daquele olhar.
E ele não pôde evitar ofegar quando ela desceu para tomar café da manhã.
Gina usava um vestidinho simples marrom que ia até um pouco abaixo dos joelhos, era colado na parte do busto e descia soltinho ao longo de sua silhueta.
Seu cabelo, brilhoso e cheiroso estava solto sobre seus ombros e ia até aproximadamente a curva de seus seios, fazendo-o ver o quanto ela havia mudado nesses últimos anos.
E quando ela sorriu pra ele, e deu-lhe um beijinho na bochecha de bom dia, ele teve que se segurar para não toma-la em seus braços e beijar-lhe apaixonadamente. Ainda não era hora pra isso. Não com Gina. Não com ela que era delicada como uma flor... Que lhe lembrava uma boneca de porcelana de tão linda e frágil. Ela era especial.

Agora estavam os dois, escondidos, indo para Hogsmeade, fazer um passeio.

- Os gêmeos já me trouxeram aqui uma vez – Gina sussurrou enquanto eles entravam na passagem da bruxa de um olho só.
- Foram eles que me deram o Mapa do Maroto. – Disse Harry mostrando o mapa à ela.
- Eu sei. – Ela respondeu simplesmente enquanto eles se esgueiravam sob a capa da invisibilidade até o porão da Dedos de Mel.
- Sabe?
- Sei. – Ela sorriu – Eles me mostraram o mapa um pouco antes de entrega-lo a você.
- Parece que você sabe mais do que eu acho que sabe. – Ele murmurou enquanto a ajudava a esgueirar-se por entre as várias caixas empoeiradas.
- Eu sei mais do que você sabe que eu sei. – Ela afirmou e pôde respirar aliviada quando saíram da loja.
- E o quanto você sabe? – Ele perguntou a abraçando pela cintura, em um gesto tão natural que ele nem notou que o tinha feito.
- O quanto eu preciso saber. Eu não vou falar, Harry, o que eu descobri do ‘Trio Maravilha’. Se vocês não queriam que eu, ou que ninguém mais soubesse, eu me vejo na obrigação de fingir que não sei de nada.
- Mas você sabe.
- É eu sei. Mas finjo que não sei, entendeu?
- Entendi, mas você pode falar o que sabe pra mim.
- Não eu não posso.
- Por que?
- Você vai ficar assustado.
- Eu não fico assustado tão facilmente.
- E eu não conto as coisas tão facilmente. – Ela soltou um sorriso maroto – Vai ter que me pegar!

E saiu correndo. Harry abriu o mesmo sorriso maroto que ela, e se pôs a tentar pegá-la.
Não perceberam quando chegaram perto da casa dos gritos, nem que o jardim florido onde estavam, fazia essa cena ter uma imensidão surreal.
E então Gina parou. O vestido esvoaçou contra o corpo dela e ela olhou diretamente para Harry que também havia parado.

- Fracote! – Ela gritou e depois voltou a correr, gargalhando. – Você não me pega, lára-lára-lára! – Ela cantarolou enquanto corria ainda mais. Seus sapatos, a essa altura, jaziam esquecidos na grama, e ela pisava com pés nus no amontoado fofo e verde sob ela.
- Você vai ver quem é fracote aqui! – Harry gritou também sorrindo e, num golpe de animação a agarrou pela cintura. Mas agarrou-a tão forte que em poucos segundos os dois estavam no chão, um em cima do outro, ambos gargalhando.
- Oh meu Merlim – Gina falou entre risos enquanto saia de cima dele. – Acho que se eu não parar de rir, vou... Há-há-há-há... Morrer... Sufocada!
- Eu – Risos – Também. – Harry disse enquanto a abraçava fortemente. Ele se arrastou com ela até uma árvore que estava próxima a eles e se encostou em seu tronco, com ela entre suas pernas e a cabeça apoiada em seu peito.

Eles ficaram um tempo em silêncio, depois Gina falou:

- Eu sabia que o Sirius era inocente antes de vocês.
- Como é? – Harry perguntou espantado.
- Foi alguns dias antes de vocês descobrirem. Eu estava conversando com o professor Lupin e ele me contou tudo.
- Mas porque ele contaria...?
- Eu era a única, acho que tirando a Mione, que sabia que ele era um Lobisomem. Então eu fui falar com ele. Ele é um grande professor, um grande amigo também. Ficou assustado por eu ter descoberto seu segredo e então me contou sobre Sirius. Acho que ele viu o quanto eu estava assustada pela história que meu irmão contou. Você sabe, toda aquela ladainha de “O grande e mal Sirius Black, quase me matou!”.

Seria realmente difícil, pensou Harry, esconder algo dela. Ainda mais se ela estivesse sofrendo, como ele sabia que estava, pelo seu irmão quase ser “morto” pelo horrível assassino Sirius Black. No entanto, era o que todos estavam fazendo com ela. Escondendo seu destino, sua vida. Sua morte.
Mas mesmo se pudesse, não diria nada a ela, concluiu. Não teria coragem. Não seria capaz de ver aquele rosto, contorcido em lágrimas de dor e desesperança. Não seria capaz de ouvir o que ela diria, ou como reagiria se descobrisse o tempo que ainda lhe restava.
Ela era tão linda.

- Vamos parar de falar disso. – Harry murmurou.
- Tudo bem. – Ela sorriu. – Eu tive um sonho estranho ontem.
- Sonho? Que sonho? – Ele perguntou já alarmado.
- Eu estava em uma floresta... E entrei em uma caverna. Daí conheci uma mulher, que era muito parecida comigo. Ela falou umas coisas estranhas... Disse pra eu aproveitar o pouco tempo que ela me dava, disse pra eu não me preocupar e pra eu nunca passar para o lado das trevas... Disse que ele estava enganado.
- Ele quem?
- Não sei. Eu não entendi nada do que ela disse. O nome dela era Morrígan. Ela mandou que eu saísse de lá e depois se transformou em um corvo. Saiu voando.

Harry pensou por um momento. Sonhos eram sempre uma coisa importante pra ele. Podiam significar tudo, como também podiam significar nada. E essa Morrígan... Ele já havia ouvido esse nome antes, mas não se lembrava aonde. Talvez devessem falar com Hermione. Ela decerto saberia alguma coisa, ou os ajudaria a pesquisar sobre essa mulher.

- Vamos falar com Hermione. – Ele disse. – Ela deve saber de algo.
- Você tem razão. – Gina sorriu – Mas não vamos falar disso agora. – Ela fechou os olhos e suspirou – Faz muito tempo que eu não relaxo assim.
- O mesmo para mim. – Ele murmurou enquanto acariciava os cabelos ruivos dela. Eles tinham um cheiro de flores. Era sensual e delicado. Exatamente o que ela era. E parecia tão real que ele estivesse ali com ela, sem fazer nada, apenas... Aproveitando a companhia um do outro. Parecia tão natural e... Certo. Voldemort era como um passado distante. Era somente uma sombra em seus pensamentos.
- Acho melhor irmos... – Gina falou enquanto se espreguiçava como uma gata manhosa. – Já está tarde e o professor Dumbledore pode dar uma bronca em você se descobrir que saímos do castelo.

Harry pensou em Dumbledore, e em o quanto ele se preocupava.

- Você tem razão. – Ele disse sorrindo. Depois levantou-se e ajudou-a a se levantar também – Nós não merecemos uma bronca. Não ainda. Vamos deixar essa parte para quando jogarmos uma bomba de bosta na frente da sala de poções.

Gina gargalhou e o olhou maliciosa.

- Temos que fazer isso quando o Malfoy estiver passando! E depois jogamos outra bomba dentro da sala do Filch!

Harry riu e lhe segurou a mão.

- Você é tão mal-intencionada quanto os gêmeos.
- Tente crescer com eles e não ser. – Ela curvou seu rosto em uma careta engraçada – Isso excluindo o Percy é claro. Aquele lá é um babaca ambicioso. Ele nos magoou muito saindo de casa por um motivo tão sórdido.
- Ele vai voltar, Gina. É quase impossível não amar sua família.
- Eu só espero que ele não espere algo de ruim acontecer para abrir os olhos e voltar. – Sorriu – Mas quando ele voltar, vou armar uma com os gêmeos para dar uma lição nele. Quando ele terminar de sofrer eu o abraço e, a culpa vai cair toda sobre Fred e George, que não vão me dedurar. Porque na realidade eles nunca me deduram.
- É... Duvido que eles te dedurem mesmo. – Harry pensou na cara de anjinho que ela faria. Depois na persuasão suave e discreta que usaria. E por fim no sorriso vitorioso que exibiria quando conseguisse se livrar de todas as encrencas. Parecia impossível alguém não ser cativado por ela. E mais impossível ainda, era o fato de que ele nunca a havia notado.

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Irlanda, setembro de 1500

- Por que você faz isso? – O homem perguntou com o tom de voz carregado.
- Você sabe quem eu sou! Nunca deveria ter confiado em mim. – A mulher respondeu com a voz fria. Seus olhos turbulentos, não demonstravam nenhuma emoção.
- Você tem razão. – Sua voz se tornou gélida – Eu fui idiota. – Ele se aproximou dela roçou os dedos em seus cabelos ruivos escuros. – Eu deveria saber, Morrígan. Mas não. Eu me deixei enganar por seus encantos. – Ele deslizou as mãos para a nuca dela. – Me apaixonei por você. E tudo o que você fez, foi ser exatamente o que sempre foi. – Seus dedos formaram uma trilha por suas costas. – Uma meretriz baixa e suja. – Ele sorriu sarcástico. – Você nunca irá mudar. – Deslizou as mãos por seus seios. – Você me deu prazer. Vou mandar meu mensageiro paga-la por isso.

Morrígan não disse nada. Sentiu um aperto enorme no peito quando ele saiu e bateu a porta. Depois olhou para si mesma e desabou no chão. Seu choro, silencioso e sofrido, parecia impregnar o ar de infelicidade.
Não poderia lutar contra sua sina. Não poderia mudar o que o destino lhe fez. Seu destino, sua estrada. Precisava enganar o homem que mais amava no mundo. Precisava ser usada. Precisava que ele acreditasse que tudo o que tiveram, tudo o que fizeram foi corporal.
Queria mais do que tudo poder mudar isso, mas não o fez. Não haveria como mudar o que já estava feito.
Agora tinha que seguir em frente. Ela, e o bebê que carregava no ventre. O conde de Lamotte jamais saberia que ela carregava em seu ventre um filho dele. Ele jamais sonharia que o bebê que vivia agora em seu corpo, tinha seu sangue.
Então tomou sua decisão. Iria embora.


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- Já ouvi esse nome. – Hermione murmurou enquanto fechava os olhos em uma expressão concentrada. – Acho... Não posso ter certeza, que é da mitologia Grega. Posso pesquisar pra vocês.
- Nós te ajudamos. – Gina falou prontamente enquanto sorria para ela. – Não entendi direito o sonho, mas agora que fiquei curiosa.
- Podemos ir agora mesmo para a biblioteca e...
- Não Mione! – Rony protestou com um olhar suplicante - Vamos deixar isso para segunda-feira, pelo amor de Merlim! Hoje é domingo!

Hermione lhe lançou um olhar bravo, mas acabou cedendo ao apelo do namorado.

- Tudo bem, Rony. Mas amanhã você também vai ajudar.
- Certo Mione. – Rony concordou resignado – Mas agora você vai passear comigo!
- Rony eu...
- Sem discussões! – Ele a pegou pela mão e puxou-a em direção ao retrato da Mulher Gorda.

Depois que eles saíram Harry e Gina começaram a rir.

- Esses dois não têm jeito! – Gina falou enquanto se sentava em uma poltrona, com as pernas cruzadas.
- Não seriam Rony e Hermione se não tivessem essas implicâncias. – Harry concordou. Depois ficou um tempo em silêncio. Seus pensamentos começaram a vagar por um lugar distante. Ele tinha se tornado amigo de Gina, tão naturalmente que era quase impossível que fosse armação. E ela... Ela o havia ajudado, mesmo em poucos dias, a esquecer Voldemort, esquecer que seu padrinho havia partido por culpa dele. Ela pusera um sorriso em seu rosto, quando na verdade ele é que tinha que faze-la sorrir. – Obrigado Gina. – Foi tudo o que ele conseguiu dizer, sem perceber que agradecia à Gina, por um motivo implícito a ela.

Então, por um momento Gina o olhou fixamente, com a expressão um pouco confusa. Depois seus olhos se suavizaram e ela sorriu. Levantou-se e foi até o sofá onde ele estava sentado. Sentou-se ao lado dele, segurou suas mãos e disse:

- Por você, faria isso mil vezes!

Harry ficou atordoado. Primeiro a culpa lhe assolou o coração. Ele a estava enganando. Mas depois veio o desejo. Súbito e arrebatador. Como uma onda que pega alguém desprevenido e arrasta até o fundo do mar, não dando chance desse alguém sequer pensar em voltar.
Então se inclinou. Pegou a mão dela que estava segurando a sua e beijou-lhe a palma.
Depois, tocou-lhe o rosto e sentiu que sua pele era macia e suave como seda. Quando aproximou seu rosto e tocou seus lábios delicadamente com os dela, seu estômago pareceu se contorcer de alegria êxtase. O mundo pareceu parar e tudo o que ele sentiu, naquele momento, foi o gosto dos lábios macios dela. O gosto de chocolate com menta, o gostinho apimentado e refrescante.
Pediu passagem com a língua e esta foi concedia. Sentiu as mãos dela lhe abraçarem o pescoço e lhe despentearem mais ainda os cabelos.
Enlaçou-a pela cintura e colou seu corpo ao dela, sentindo suas curvas e sua textura macia e aconchegante.
Só quando finalmente, se lembraram que tinham que respirar, se separaram. Harry colou sua testa na de Gina e viu que ela estava com os olhos fechados, corada, ofegante e com os lábios vermelhos e inchados.

- Eu... – Ela tentou falar inutilmente.
- Shiii. – Harry pediu enquanto lhe acariciava os cabelos ruivos. Sentiu um aperto de culpa no peito quando falou novamente – Você... Você quer... Namorar comigo?

Gina abriu os olhos abruptamente. Seu coração que já estava se acalmando voltou a bater com toda a força. Pensou ter visto algo diferente nos olhos de Harry, mas logo essa idéia foi arrancada de sua cabeça, quando ele sorriu. Um sorriso lindo, sincero.

- Quero... –Ela sussurrou – Quero! – Gritou. Depois se jogou nos braços dele e beijou-o intensamente.


___•••___

Um mês depois...

- Não é possível! – Hermione falou frustrada. – Nós já reviramos toda essa biblioteca, já procuramos tudo sobre a mitologia romana, grega e todo o mais! Não há nem sequer uma informação que fale dessa Morrígan!
- Mione. – Gina começou tentando não transparecer pela voz, a dor que sentiu no peito – Talvez... – Ela tossiu um pouco e viu o olhar preocupado que Harry mandou à ela. Sorriu para ele. – Eu só tenha sonhado com uma coisa inexistente... Essa Morrígan, pode ter sido só uma... Ilusão da minha cabeça.

Hermione lançou-lhe um olhar cético, mas resolveu concordar:

- Você pode estar certa. Vamos parar por uns tempos, e se voltar a sonhar com ela me fale, porque vou começar a procurar de novo.
- Ok. – Gina disse e depois se levantou – Eu... Hunn... Preciso ir me encontrar com a Luna... Depois vejo vocês. – E saiu rapidamente da biblioteca.

Ela foi quase correndo, até uma sala de aulas vazia sentou-se em uma cadeira. Tirou um lenço branco que sempre carregava consigo no bolso e, finalmente rendeu-se a vontade de tossir.
As dores horripilantes que sentia no peito e a tosse forte a faziam ter vontade de chorar e gritar. Infelizmente estava tossindo de mais pra isso.
Sentia que sua garganta ia rasgar a qualquer momento e seus olhos finalmente cederam ao desespero e se encheram de lágrimas que não demoraram mais do que alguns segundos pra escorrerem por seu rosto.

- Gina? – Ela ouviu a voz de Harry perguntar da porta, mas não teve forças de responder. – Você está aí? - sua cabeça começou a girar, e a ânsia de vômito a pegou desprevenida. – GINA! – Ele gritou e foi correndo de encontro a ela.

Ela estava caída no chão, tossindo muito, com os olhos cheios de lágrimas. Harry olhou aterrorizado para o lenço que ela segurava de encontro a boca, que estava sujo de sangue.

- Merlim! Merlim! Merlim! Merlim! – Harry murmurou desesperado enquanto a tomava nos braços. Sentiu a pele muito quente dela de encontro a dele e, viu que ela estava com febre.

“Não sabemos quanto tempo ela tem.” – A voz do Sr. Weasley ecoou em sua mente como uma maldição – “Às vezes, a doença ataca de forma abrupta. Temos que ter a sorte de não estar muito longe dela, nessas horas. Eu sei como a minha ruivinha é teimosa. Duvido que vá pedir ajuda a alguém” – Harry não pode evitar as lágrimas que escorreram por seu rosto quando Gina abriu os olhos e sorriu. Depois com um suspiro ela tornou a fecha-los.
A tosse não parou. Nem a febre. E quando ele a entregou, tremendo, à Madame Pomfrey, suas lágrimas já haviam secado. Sentou-se em uma cadeira e fechou os olhos.

Flash Back


O salão comunal estava vazio. As palavras do livro que estava lendo entravam em sua mente com todos os detalhes. Por isso, não percebeu uma aproximação suspeita logo atrás de si.
Quando Harry finalmente notou a movimentação, já era tarde de mais. A ruiva havia tirado os livros de suas mãos e sorria maliciosa para ele.
Harry observou, fascinado, que ela tinha os cabelos ruivos bagunçados, seus olhos castanhos estavam meio inchados e sua face estava rosada como a de um bebê. Mas o sorriso maroto não havia sumido de seus lábios carnudos e rosados.
Gina usava uma camisola rosa-bebê por debaixo de seu robe preto de seda. Mas Harry via perfeitamente as pequenas sardinhas que ela tinha espalhadas por todo o busto e pelos braços. Seu rosto também era cheio de sardas, mas estas ele já havia decorado de tanto olhar.
Então ela inclinou a cabeça para o lado. Seus cabelos desengrenhados balançaram sobre seus ombros e ela sorriu. De uma maneira diferente. De um jeito carinhoso, sincero, gentil... Amoroso. Harry sentiu um arrepio percorrer toda a sua espinha e esticou os braços num convite mudo. Gina deu um passo a frente. Depois outro e outro, até chegar até ele e lhe enlaçar o pescoço, sentando-se em seu colo.
Harry também sorriu. Naquele momento não havia doença nenhuma. Não havia mal nenhum. Eram só os dois. – de qualquer maneira isso sempre acontecia quando ela sorria assim. E Harry já sabia disso. E não se importava.
Então tomou os lábios dela. Primeiro apenas roçou-os, depois como que reconhecendo seu “território” pediu passagem com a língua, no que foi retribuído sem nenhuma objeção.
Ele já havia aprendido que Gina tinha vários gostos. Naquele momento a boca de dela era uma incrível combinação de limão com caramelo. Doce e ácido.
Apertou-a mais contra si, embrenhando suas mãos nos cabelos embaraçados dela. Ouviu o gemido rouco e baixo que a ruivinha soltou e, retribuiu com uma exclamação exasperada de prazer. Então, inclinou-a sobre o sofá, ficando por cima dela e depositou pequenos beijinhos por seu pescoço, tentando decorar todas as sardinhas que ela tinha ali, apesar de estas serem quase imperceptíveis.
Depois, ciente do próprio estado Harry a ergueu e viu os olhos dela, ainda desfocados pelo desejo, se iluminarem de alegria. Ela abriu novamente o sorriso que fazia Harry esquecer de tudo e encostou a cabeça no peito dele. Suspirou e começou a cantarolar uma canção bem baixinha, que o fez lembrar, abruptamente de sua mãe.
Harry sorriu. Passou os braços em torno dela e disse que estava muito feliz em tê-la ali.
Não fora mentira. Nem gratidão. Apenas a verdade.

Fim do Flash Back


Harry abriu os olhos e viu que a enfermaria se tornara silenciosa, tensa. Ele ouviu um gemido rouco de dor que Gina soltou por trás do biombo em que Madame Pomfrey cuidava dela e fechou os olhos novamente.
Novas imagens s lhe assolaram a mente.

Flash Back

Era um domingo perfeito. O sol estava raiando, ele já havia terminado todos os seus deveres e sua namorada estava prestes a se encontrar com ele nos jardins para fazerem um piquenique.
E ela não se atrasou. No segundo seguinte lá estava ela, com um macacão jeans surrado e uma blusa branca. Seus cabelos, ruivos e brilhantes, estavam esvoaçando ao vento. Ela não calçava nada nos pés e suas unhas estavam pintadas excentricamente com um esmalte rosa-bebê.
Então ela parou no meio do caminho quando o viu e deu um sorriso lento, torturante e carinhoso, que pareceu demorar séculos para se formar em sua boca, mas que encheu Harry de um sentimento que ele não conhecia.
Harry olhou para o chão e viu uma gérbera vermelha. Não pensou duas vezes antes de arranca-la e, calmamente se encaminhar até Gina, colocando a flor em seu cabelo.
Ela largou a cesta no chão, esticou os braços e passou as mãos pelos cabelos dele, fazendo um carinho simples. Depois suas mãos escorregaram até chegarem aos seus ombros. E Harry sorriu. Puxou-a pela cintura e começou a roda-la no ar, no que Gina gargalhou. Depois, ele a colocou no chão, inclinou-a e a beijou na boca.
Gina se separou dele. Seus olhos dourados, brilhando em malícia. Então ela se abaixou, pegou a cesta e lhe piscou um olho antes de começar a andar. Harry viu-a balançar os quadris de um lado para o outro de um jeito sensual dentro daquele macacão velho e sorriu. Depois, com se obedecendo a um comando, agarrou-a por trás e depositou vários beijinhos, na parte de trás de sua orelha.

- Parece que hoje vai ser um dia bem produtivo. – Ela sussurrou enquanto depositava um beijo cálido na boca dele. Depois abriu a cesta que carregava e tirou de lá uma manta quadriculada que estendeu no chão, perto de uma árvore para eles sentarem.

Harry sorriu e puxou-a de encontro ao chão, fazendo a ficar deitada, ao seu lado, com a cabeça apoiada em seu peito.
Gina suspirou e Harry viu sua expressão calma se tornar extremamente séria.

- Por que você resolveu namorar comigo? – Ela perguntou brincando com uma mecha dos cabelos dele.

Harry sentiu seu mundo desabar, mas rapidamente se recompôs. O que, diabos, responderia à ela? Então optou pela decisão mais fácil. Falaria meia-verdade pra ela. Assim não estaria realmente mentindo.

- Porque você é ruiva. – Ele sorriu enquanto fazia-a sentar-se consigo. Ele pegou uma mexa do cabelo dela e cheirou. – Porque você é linda. – Ele traçou uma linha com os dedos sobre o rosto dela – Você é engraçada. – Deu um peteleco fraquinho no nariz dela. – Tem magníficos olhos castanhos, que ficam dourados quando você está brava ou no sol. – Beijou seus olhos. – Você é carinhosa e me faz esquecer do mundo. – Segurou a mão dela. Não pretendia confessar essa parte em voz alta, mas já que começara a falar, resolveu terminar. – Porque só você faz ele se sentir assim. – Colocou as mãos dela sobre o peito, mostrando como seu coração batia rápido e descompassado.
- Não esqueça de dizer que a minha boca é linda. – ela brincou fazendo um biquinho fingido.

Harry soltou uma gargalhada e a enlaçou pela cintura. Tomou os lábios dela nos seus e, deleitou-se, sentindo suas línguas dançarem conforme o ritmo de seus corações.
Ele inclinou-a e deitou por cima dela na manta, só se separando quando o ar já era extremamente necessário em seus pulmões. Gina soltou um risinho maroto e disse:

- Eu também sou louca com sua boca, Harry. – Depois começou a preparar o lanche deles.

Harry sentou-se e abraçou-a por trás. Deu um beijinho nela e sorriu. Gina virou o rosto pra ele e sorriu também, piscando um olho num gesto cúmplice.


Madame Pomfrey saiu de trás do biombo com uma expressão cansada. Ela tinha a roupa branca suja de sangue e Harry tentou, a todo custo, ignorar esse detalhe.

- Venha comigo, senhor Potter. – Ela murmurou levando-o até seu escritório.
- Ela está bem? – Foi a primeira coisa que ele perguntou quando se sentou.
- Está. – Ela sorriu triste. – Eu achei, sinceramente que isso aconteceria mais cedo e, no entanto só aconteceu agora.
- Isso é bom?
- De certo modo é. – Seu tom de voz se tornou absurdamente sério. – Acredito que ainda haja tempo a ela. Talvez não muito, mas...
- Madame Pomfrey, por favor, me diga logo o que está querendo dizer. – Harry pediu com um tom suplicante.
- A doença a afetará. – Ela soltou um suspiro longo. – De um jeito diferente. Perigoso. Preste atenção. – Ela colocou as mãos nos ombros dele, reconfortante. – Chegará um momento, em que ela não poderá mais falar, nem ouvir. Sentirá dores tão intensas que será difícil de agüentar. Acredito um tempo bem grande vai se passar até que isso aconteça. Mas ela realmente não tem muito tempo. Talvez cinco meses, talvez oito... É impossível saber precisamente. Mas a senhorita Weasley é uma jovem muito forte. Não conheço ninguém que tenha resistido a dores tão fortes como as que ela passou hoje. Ela precisa de carinho. Alegria.


Harry sentiu seu coração se apertar de tal modo, que as dores que Gina pareceram fracas em comparação ao sentimento que ele tinha incrustado no coração.
Então decidiu. Faria de tudo para que os últimos meses restantes de Gina fossem os mais felizes da vida dela. O Senhor e a senhora Weasley ficariam muito gratos a ele, mas... Não era só isso. Havia aprendido a gostar e admirar Gina em tão pouco tempo que parecia surreal. Ele já estava costumado com sua presença forte. Com seu jeito de menina-moleca. Coma malicia sarcástica que ela tinha na voz e no jeito de caminhar rebolando só para provoca-lo.
Era estranho, pra não dizer aterrorizante, que ela tivesse que partir daqui a uns meses.

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- O que aconteceu? – Gina perguntou com voz fraca para Harry.
- Nada querida. – Ele sorriu – Madame Pomfrey disse que foi apenas um surto muito forte de gripe trouxa e, que como você é bruxa, as conseqüências foram maiores em você.
- Ainda bem. – Ela suspirou. – Nunca me senti tão mal em toda minha vida.
- Vai ficar tudo bem. – Ele segurou uma mão dela – Agora por que não conversamos um pouquinho pra você se descontrair?
- Tudo bem. – Ela respondeu fechando os olhos.
- Me diga, que lugar você sonha conhecer? – Harry evitou um suspiro de tristeza perante a palidez dela.
- Não sei... Acho que o Hawaii e... a Grécia. – Ela deu um pequeno sorriso. – Além de que, eu gostaria muito de visitar a Irlanda.
- Você tem bom gosto. – Ele deu um beijinho na mão dela, que estava segurando. – E o que mais você gostaria de fazer?
- Hun... – Ela mordeu o lábio inferior e franziu um pouco a testa. – Eu gostaria de ir em uma boate trouxa, gostaria de descobrir como é ficar de porre e depois ter uma ressaca feia, queria cantar em um Karaoquê, ter um gato, visitar um hospital de crianças carentes e ler para elas e, finalmente ir para Las Vegas, jogar em um cassino.

Harry sorriu abertamente pra ela. Perguntaria ao professor Dumbledore se podia tirar alguns dias de licença de Hogwarts e assim levar Gina a todos esse lugares. Seria difícil convence-lo, mas de qualquer modo, tentaria.

- Eu tenho que ir agora, meu bem. – Ele se inclinou e depositou um beijo simples nos lábios dela.
- Você volta quando? – Ela perguntou fazendo um biquinho, de brincadeira.
- Quando eu terminar de falar com o professor Dumbledore. – Ele respondeu enquanto se beijava o “biquinho” dela.
- Tudo bem. –Ela sorriu – Avise ao meu irmão e à Mione que eu estou bem.
- Vou avisar. Eles estiveram aqui enquanto você dormia.
- Bem, então diga a eles que não precisam se preocupar comigo. – Gina bocejou. – Eu estou muito bem.

Harry sorriu forçadamente e saiu da enfermaria. Realmente gostaria que ela estivesse bem. Ia ser como um sonho.
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N/A: Oiee pessoal!


Vocês não têm noção do quanto eu fiquei feliz com os coments!!!

Eu quase saí dançando pela casa quando eu os vi! xD

Se tudo continuar como está, vou demorar um pouco pra postar. Infelizmente me meti com um conto (que está ficando enoooorme) na escola. Preciso termina-lo, mas eu juro (palavra de escoteira!) que eu vou tentar atualizar um pouquinho mais rápido.Também vou tentar aumentar os capítulos gradativamente, então se esses primeiros estão muito pequenininhos, sorry. *.*

(Agora finalmente!!!)Resposta aos comentários:

Carol Potter: Ainda bem que você está gostando da minha fic também! Muito obrigada por comentar!* Sussurra * Continue comentando!

tukinha weasley: Oiee, obrigada por comentar! Realmente muita água ainda vai rolar nessa história... Eu vou esclarecer a doença da Gina só um pouco mais pra frente, você sabe, tenho que fazer um suspense básico... Rs. Quanto a passar na sua história, eu passo lá qualquer hora dessas. No momento estou meio sem tempo, mas só pelo nome eu já amei. Sou muito viciada em “Uma linda mulher”! Beijocas e continue comentando!

Ana Cláudia da Silva: Obrigada pelo elogio! Eu também acho muito fofo o jeito que o Harry trata a Gina. Mas não se esqueça que no momento, a gratidão é o sentimento que fala mais alto no coração dele! Beijocas e continue comentando! :D

natália: Oiee... Obrigada pelo elogio! Eu também adoro o jeito que o Harry trata a Gina, mas como eu disse pra Ana, não se esqueça de que no momento, só o que ele senti é gratidão. Beijocas e continue comentando! XD

MarciaM: Oiee Marcia! Primeiramente gostaria de agradecer pelo comentário e pelas dicas! Eu realmente preciso delas!
Depois gostaria de dizer que eu AMO MUITO sua fic (incluindo a Short). Não tenho certeza se eu comentei nelas, pra falar a verdade acho que não. Eu fiquei um tempinho afastada do mundo Potteriano, então fiquei longe das fics que eu gostava também! De qualquer maneira passarei lá quando eu tiver um tempinho, ok?
E eu fico muito feliz que você tenha entrado na minha fic por causa de “Arrebatado pelo Mar”, porque eu realmente me baseei nesse titulo (*cora*). Eu me apaixonei TANTO pela Trilogia da Gratidão (e pelos Quinn, principalmente pelo Seth) que achei que esse podia ser um título válido.
E só pra avisar que eu não pretendo desistir dessa fic! Adoro a história e as pesquisas que eu tenho que fazer para conseguir encaixar as lendas e tudo mais.
Beijocas e continue comentando!
P.S: Sinta-se a vontade para me dar qualquer dica que eu precise. Eu adoro quando poso melhorar o que eu escrevo!

Anna Nogueira: Obrigada por comentar! Beijocas e continue comentando!

Guta Weasley Potter: Nossa, fico muito agradecida pelo comentário! Eu realmente adoro um bom romance e um draminha básico, pra complementar. Muito obrigada pelo elogio! Beijocas e continue comentando!

Dhanny: Oiee! Muito obrigada por comentar! Adorei o elogio! Eu vou tentar não demorar taaaanto pra atualizar, mas é que eu ando meio sem tempo (* cora*). De qualquer modo... Beijocas e continue comentando!

Be Potter: Obrigada pelo comentário. Vou fazer de tudo pra atualizar o mais rápido possível. Beijocas e continue comentando!

annywp: Muito obrigada por comentar. Eu também AMO H/G. Beijocas e continue comentando!

Fernanda Potter: Muito obrigada pelo elogio! Espero que tenha gostado desse também. Beijocas e continue comentando!

Me despeço aqui!!!

Muito obrigada a todos que comentaram e a quem leu e não comentou também!


Então, eu meu vou hoje, com um sutil (nem tão sutil assim) pedido de comentários. Eu preciso saber o que vocês pensam e se vocês me ajudarem eu posso ajudar a mudar o que vocês acham que deve ser mudado.
Ah, eu gostaria de me desculpar também. Infelizmente não tenho nenhuma beta =( então se houverem muitos erros me desculpem! (* Sorri sem-graça*)


Sem mais delongas... Fuiii!

By: Bruna Star

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