Se tornando amigo
Capítulo 2 – Se tornando amigo
- Você foi muito corajosa... – Harry falou enquanto eles se encostavam-se a um tronco de uma enorme árvore.
- Posso até ter sido. – Respondeu ela sorrindo – Mas foi você quem enfrentou Voldemort no Ministério. Eu só ajudei a dar uns socos nos comensais.
Harry encarou-a no fundo dos olhos. Quando estavam com a luz do sol batendo neles, pequenas “estrelinhas” douradas apareciam em volta do castanho claro de seus orbes.
E derrepente ela fechou os olhos.
- Você está bem? – ele perguntou preocupado enquanto segurava a mão dela.
- Aham. – ela sussurrou, mas na verdade não estava. A dor que sentiu no peito foi como uma facada em seu coração. – Não se preocupe. –Ela ofegou – Apenas preciso... Descansar um pouco.
“Burro idiota!” ele se repreendeu mentalmente por ter esquecido, por um momento, o por quê de ele estar com ela.
Haviam caminhado pelo jardim, conversando sobre banalidades, antes dela alegar estar cansada. E ele atendeu seu pedido de se sentar sob a grande árvore em vez de a levar direto para a enfermaria. Mas ela parecia tão bem e calma. Parecia tão serena e sólida. E então, derrepente tudo desmoronou e ele a viu empalidecer e contorcer sua bela face numa careta de dor.
Tenha gratidão , era o que ecoava em sua mente quando a idéia de deixa-la sozinha e se preocupar com Voldemort ecoava em sua mente.
Arthur e Molly Weasley haviam dado amor a ele. Assim como todos daquela família maravilhosa. E ele havia jurado que ajudaria. Não ia deixar de cumprir seu juramento. Talvez não fosse tão ruim quanto pensava. Só precisaria se acostumar. E se fosse para ver seus pais postiços felizes, ele ajudaria Gina. Por que amava aquele casal como sua própria família. E sabia a dor que eles e todos os outros Weasley sentiriam se ele não fizesse de tudo para ajuda-la.
- Venha. – Ele murmurou decido – Vou leva-la para a enfermaria.
Mas Gina já não o ouvia. A dor que sentia no peito era tão grande que sua visão ficara turva e tudo pareceu rodar, rodar, e rodar.
Quando a dor passou, assim derrepente, e ela tornou a abrir os olhos, não estava mais em Hogwarts.
Agora se encontrava em uma floresta enorme, escura.
Havia um lago enorme, preto que ficava em um canto e uma caverna com uma aparência fria em outro canto.
E então ouviu uma voz. Melodiosa e suave. A voz de uma mulher.
Gina não tinha medo quando se encaminhou para a caverna. A voz, tão suave e doce parecia ser ajustar perfeitamente a seus ouvidos.
E então a viu. E tomou um susto por isso. A mulher que cantava a melodia doce, estava sentada, com as pernas cruzadas, enquanto olhava diretamente para os olhos de Gina.
Ela tinha os cabelos ruivos, mas estes eram tão escuros e fascinantes quanto uma chama se fundindo com madeira. Seus olhos eram castanhos. Castanhos claros misturados com um tom de verde encantador. Seu rosto parecia absurdamente com o de Gina, só que um pouco mais velho. Suas maçãs do rosto eram rosadas e estreitas. A boca parecia esculpida e era vermelha como sangue recém jorrado. As pestanas era fartas e faziam seu rosto ter a aparência selvagem, apesar de calma.
Era como se olhar no espelho, Gina pensou, verdadeiramente impressionada.
- Quem é você? – A pergunta saiu dos lábios de Gina, sem que ela tivesse qualquer controlo sobre isso.
- Sou Morrígan. – Ela respondeu sorrindo. Quando levantou-se do chão onde estava sentada. O vestido vermelho e um pouco rasgado que estava usando farfalhou levemente.
- Eu sou...
- Ginevra. Eu sei.- Ela se aproximou de Gina e lhe tocou o peito, bem junto do coração.
- Ele se enganou desta vez. – Morrígan sussurrou para si mesma. – É melhor assim. É melhor que tudo continue sem eu ter que retornar.
- Perdão? Eu não estou entendendo. – Gina disse confusa.
- Por enquanto é tudo o que vai precisar. – falou Morrígan enquanto lhe beijava as duas faces – Quero que preste atenção, Gina. E preste muita atenção, porque não é de meu feitio fazer o que eu estou fazendo agora, entendeu bem?
- Sim.
- A escuridão está perto. Ele vai tentar convence-la, mas não se deixe influenciar. Tudo o que acontecerá será para seu bem e mesmo com todo o sofrimento que você vai passar não se preocupe muito. Apenas escute seu coração. Assim como eu acabei de fazer. Você é importante. Pra ele e pra outros. E de tudo, aproveite. Talvez não reste muito tempo. Talvez você se deixe enganar. Talvez a vida pareça difícil e destrutiva, mas nunca. NUNCA, se deixe influenciar pelo mal. Nem quando tudo estiver perdido.
- Eu não compreendo, você...
- Eu sou Morrígan, pequena. É tudo o que precisa saber por agora. Você terá poucos momentos de paz. Aproveite o pouco tempo que lhe dei. Agora vá. Aqui não é seu lugar.
- Eu...
- Vá agora! – E dizendo isso Morrígan se transformou em um corvo e saiu voando pela caverna. Antes de Gina poder dizer qualquer coisa, ela acordou.
O cheiro da enfermaria era de anti-sépticos e remédios. O branco do lugar ofuscou seus olhos e quando tudo finalmente entrou em foco novamente a primeira coisa que viu foi o rosto de Harry a fitando preocupado.
- Você está bem? – ele perguntou enquanto a abraçava fortemente.
- Estou – Gina respondeu sem muita convicção na voz. As palavras de Morrígan ainda ecoavam em sua mente como uma musica chata que não saía de sua cabeça.
- Puxa, eu fiquei preocupado. – Harry desabafou enquanto beijava uma mão dela.
- Não foi nada. – Gina respondeu com um tom tranqüilizador – Eu fui a um médico no mês passado porque havia acontecido a mesma coisa que aconteceu hoje. Mas mamãe disse que o doutor falou que era apenas uma reação devido ao esforço que vim fazendo, treinando para o Quadribol. Ela pediu pra eu parar de treinar, mas eu quero entrar no time e então comecei a treinar escondida. Acho que foi por isso, que isso aconteceu de novo.
Harry forçou um sorriso. Sabia que o que ela tinha era uma quinhentas mil vezes pior do que isso. Entretanto era melhor que ela pensasse o contrário, para não se preocupar a toa. Se ela se preocupasse as reações a doença podiam ser muito piores e todas as chances seriam nulas.
- Madame Pomfrey disse que quando você acordasse podia ir. – Harry falou enquanto a ajudava a descer da cama. – Ela já te medicou. E disse pra você evitar fazer esforços.
- Ai, ai... – Ela respondeu enquanto suspirava. Teria que sair de ação por alguns dias. – Tudo bem então. Mas isso não vai durar muito.
- É... Acho que não vai durar muito mesmo – Harry falou para si mesmo com um olhar verdadeiramente triste. Banir da terra, a existência daquele anjo ruivo ia ser um pecado mortal.
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Quando Gina deitou-se para dormir naquela noite, tinha um enorme sorriso no rosto. Não sabia o por quê de Harry ter se aproximado dela assim, tão repentinamente. Nem o por quê de os sentimentos a tanto tempos adormecidos que nutria por ele terem voltados, num piscar de olhos. Só sabia que estava feliz e que Harry e ela iam ser grandes amigos se as coisas continuassem como estavam indo até agora.
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- Posso saber por quê você está fazendo isso? – Hermione questionou a Harry depois que ele acompanhou Gina até a escada dos dormitórios femininos.
- Isso o que? – Ele perguntou distraído enquanto a via acenar pra ele do pé da escada. Ele acenou de volta e ela desapareceu de vista.
- Isso! – Hermione disse e sua voz estava brava – Você não está brincando com a minha amiga, está?
- Ele não seria capaz. – Rony disse olhando diretamente pra Harry.
- Eu não estou fazendo nada! – Harry respondeu e fez uma careta. Ninguém podia saber do segredo da doença de Gina. Nem mesmo ela.
- Você nunca se interessou pela Gina. – Começou Hermione – Ela sempre esteve aqui, do nosso lado, a cinco passos da gente, mas você nunca, nem sequer uma vez foi conversar com ela, bater um papo com ela ou até mesmo chamar ela pra ficar com a gente! Tem algo errado nessa história!
- Você está com ciúmes. - Harry resmungou enquanto se jogava em uma poltrona fofa.
- Não, Harry, eu não estou! – ela falou indignada – Seria até melhor que a Gina andasse conosco porque eu não seria a única menina em meio a homens! E acho que a Gina também gostaria disso, já que ela cresceu entre SETE homens! Só acho que você está escondendo algo da gente!
- Olha Mione... – Harry falou suspirando – Eu não posso falar, okay? Simplesmente não posso falar. Eu prometi que não ia falar e não vou falar. É simples assim. Agora por favor, pelas calças largas de Merlim, deixe que eu faça as coisas, sim? Eu sei exatamente o que eu tenho, e o que eu não tenho que fazer. Eu só vou pedir uma coisa a vocês... Só umazinha. Não a magoem, okay? Ela precisa de paz e carinho... Um pouco de risadas também, então eu só peço isso... Não a magoem.
- Mas Harry... – Ela tentou inutilmente.
- Chega Hermione. – Ele falou cansado e se levantou – Eu vou dormir agora. Boa-noite. – E dizendo isso subiu.
- Ele está escondendo algo de realmente importante – Rony falou e viu Hermione assentir pensativa.
- Temos que ficar de olho neles. Principalmente na Gina. Ela é minha amiga e eu não quero que Harry a magoe.
- Eu não sei... Talvez ele goste dela.
- Rony, é quase impossível que alguém não goste da Gina. Ela é engraçada, carinhosa, meiga e bonita. Não sei como o Harry não baba por ela, sinceramente. Ele é um míope!
- Literalmente, você quer dizer. – Rony disse rindo a puxou para perto de si. – Agora vamos falar de nós.
- Rony! – Ela repreendeu – Nós somos monitores-chefes! Não podemos ficar nos agarrando na sala-comunal!
- Então vamos para o corredor! – Ele murmurou malicioso enquanto a puxava para si.
Hermione sorriu e lhe deu um selinho. Era ótimo namorar Rony. Ele era o oposto dela e era perfeito. Talvez fosse por isso que o amasse tanto.
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N/A: Oiii Gente!
XP
Queria agradecer primeiramente as pessoas que comentaram (Muito obrigada a elas! ) E dizer que ppr enquanto os capítulos estão pequenos, mas que depois eles vão aumentar!
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Quando a doença da Gina, eu vou esclarecer, só mais pra frente o que ela tem, e como isso foi cair exatamente nela.
Então orbigada, leitores!
Beijos
By: Bruna Star
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