O pedido desesperado



Eu estava no meu sétimo ano quando o Senhor e a Senhora Weasley apareceram me pedindo um favor. Eles sempre foram como meus pais e me apoiaram muito desde que Sirius morreu no meu quinto ano. Quando eu cheguei ao sexto ano, as coisas se acalmaram e eu tive um ano letivo absurdamente normal. Passei para o sétimo ano.
E então, um belo dia, os meus pais de coração chegaram em Hogwarts e pediram para conversar comigo na sala do diretor. O favor que eles me pediram parecia tão absurdo quanto impossível, mas eles eram a minha segunda família, primeira pra falar a verdade, porque meus pais infelizmente não estão mais comigo desde que eu tinha um ano.
Então, eu aceitei o que eles me pediram. Só não sabia o quanto aquilo ia ser doloroso pra mim, o quanto eu ia me arrepender e o quanto eu ia amar cada minuto do que fiz.
E só posso vos dizer uma coisa: apesar de todos os sentimentos conflitantes e medos e receios e afins, o que eu ganhei no final, compensou todo o sofrimento que eu e meus próximos passamos. E quando o Sr e a Sra Weasley apareceram aquele dia, um milagre começou a ser formado dentro de mim. Até hoje eu agradeço à eles.



Capitulo 1 – O pedido desesperado.


3 de Agosto de 1997

A Toca era sempre aconchegante e familiar. No entanto naquela hora não estava mais sendo. O pesadelo horrível que tivera a assombrara por toda a noite a deixando fraca e cansada. Seu corpo parecia pesado e esgotado e sua visão estava manchada de vermelha. Não queria se mover, não queria comer e nem queria que sua mãe tivesse entrado no quarto como fez aquele instante.
- Gina! – Molly gritou assustada enquanto largava as roupas que carregava e ia de encontro a filha. – O que você tem?

Gina não respondeu. Uma dor aguda e sem fundamentos apertou seu peito. Não conseguiu se segurar. Em um instante estava gritando no outro já havia desmaiado.

5 de Setembro de 1997

- ... ela sabe disso? – Harry perguntou enquanto tentava não bufar.
- Não... Querido... ela... ela não vai... por favor, por favor! – Molly balbuciava apavorada enquanto lágrimas quentes e sinceras molhavam seu rosto.
- Harry, você não precisa fazer isso. – O senhor Weasley falou, mas sua voz o denunciava, ele estava tão apavorado quanto a mulher.

Harry suspirou e olhou para aquelas duas pessoas. Aquelas que foram como pais pra ele. Que foram bons e compreensivos. Aquelas pessoas que ele amara incondicionalmente desde a primeira vez que vira. Não queria que o Sr e a Sra Weasley sofressem, não era justo com eles.

- Tudo bem. – Ele respondeu por fim. Não ia fazer diferença nenhuma no final, de qualquer modo. – Eu vou tentar ajuda-la, mas não posso garantir nada.
- Harry! – A Sra Weasley falou abraçando fortemente o garoto – Ela só precisa levar uma vida normal, só... Só precisa de um pouco de carinho... V-você... – Depois caiu no choro de novo – Oh Merlim o quê eu fiz! Harry!
- Senhora Weasley... – Ele tentou inutilmente.
- Me desculpe por te pedir isso, oh meu filho me desculpe – Ela disse fungando sem perceber o quanto Harry ficara emocionado ao ser chamado de filho. – Eu agradeço tanto, tanto, tanto...
- Tudo bem Sra Weasley. – Harry falou enquanto abraçava-a e depois ao Sr Weasley. – eu farei de tudo para ajudar.

Nesse momento Dumbledore retornou a sua sala sorrindo.

- Acho que você já pode ir Harry. – Ele respondeu sereno – E não comente o que você ouviu aqui com ninguém, por favor. – Depois ele deu um sorriso misterioso – Tome cuidado com o seu coração, meu menino – Sussurrou – Você vai precisar dele intacto pra quando o momento chegar.

Harry saiu do escritório do diretor com informações borbulhando chatamente em sua cabeça. A responsabilidade e o peso do que ele teria que fazer, o engolindo como um furacão. Sabia que o que teria que fazer não ia alterar em nada sua vida, mas poderia alterar a de sua colega Gina. Isso fazia-o sentir culpado e sujo. No entanto, lá estava ele caminhando em direção ao Salão Comunal da Grifinória pronto para botar seu plano em ação. E que Merlim o ajudasse.

Ele falou a senha para a mulher gorda e suspirou. Depois passou os olhos por toda a sala comunal.
Rony e Hermione estavam namorando e trocando risinhos perto da lareira, e vários primeiranistas estavam fazendo bagunça perto das janelas. Outros alunos estavam absortos em seus deveres. Gina Weasley eram um desses alunos.
Ela estava com a expressão concentrada em um livro e de vez em quando soltava uma risada. Seus cabelos ruivos brilhosos estavam amarrados em uma trança displicente e várias mexas caiam sobre seu rosto. Seu corpo estava moldado de forma sensual dentro do uniforme do colégio e ela parecia emanar luz própria rindo de um livro no meio de uns pirralhos segundanistas.
Harry não pôde evitar o sorriso maroto que aflorou em seus lábios quando ele se aproximou dela. Afinal de contas não ia ser um sacrifício tão grande se aproximar dela.
- Oi, Gina. Posso me sentar com você?

Ela levantou os olhos do livro que estava lendo e, surpresa encarou Harry dentro dos olhos.

- Claro Harry. – Depois sorriu e ele se perguntou como pôde não tê-la notado antes. – Aconteceu alguma coisa?

Aconteceu, era o que queria dizer-lhe, mas não fez isso.

- Não. Só não que eu não tenho muita vocação pra vela. – Respondeu ele sorrindo enquanto apontava para Rony e Hermione que trocavam beijinhos e risinhos mais a frente.
- Eles são um grude só. – Ela falou sorrindo e depois voltou a abaixar os olhos para o livro – Fique a vontade Harry.

Ele a observou atentamente e depois abaixou os olhos para o livro que ela estava lendo. Franzindo o cenho perguntou:

- Você está rindo em Hamlet?
- O quê? – Ela perguntou em meio a risos – Não, não... Eu estou rindo de uma carta que eu recebi doa gêmeos. – Depois ela sorriu maliciosa – Eu sei que foi você que deu o dinheiro pra eles abrirem a loja de logros.
- Bons amigos eles. – Harry resmungou – Contaram meu segredinho.
- Pra falar a verdade eu descobri sozinha. – Ela sorriu inocentemente – Ouvi-os conversando logo depois de ganharem a fortuna que você deu a eles. E eles só me confirmaram. Não conseguem mentir muito bem pra mim.
- Imagino que não. – Sorriu – Quer dar uma volta nos jardins?
- Hãn... Claro! – Ela respondeu alegre – Espere só um momento enquanto eu guardo minhas coisas, ok?
- Tudo bem. – Harry também sorriu. Não seria tão ruim quanto pensava, nem difícil.

Infelizmente ele estava enganado.

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