Os sonhos de Harry



Capítulo XVI


Os sonhos de Harry


-Minha aprendiz também desapareceu.-comentou para o diretor e o professor de poções-Arken não é desses tipos de brincadeiras.
-Estão juntos é?-perguntou maliciosamente Snape.
Obi-wan e Snape se encararam furiosamente.
-Eu tenho certeza, Severo.-interrompeu Dumbledore os minutos de ódio entre os dois-Harry e muito menos Arken fariam essa brincadeira conosco.A melhor coisa a ser feita é procurá-los.
-Claro, diretor.
Pelo tom enégico de Dumbledore, ficou evidente o fim da conversa, entretanto, Obi-wan não a esqueceu.Arken mudara bastante desde a permanência deles em Hogwarts, chorava em demasia e suas habilidades eram tão precisas quanto às de um jovem, outrora seu discípulo que rompeu com os princípios altruístas.Arken lembrava cada dia mais com ele e amizade dela com Harry aumentava as suspeitas de que estivesses num relacionamento secreto, o mesmo que levou o jovem rapaz, Anakin Skywalker a perdição.
Dentro do abrigo, Harry ouviu as vozes dos membros da Ordem a sua procura.Arken dormia confortavelmente entrelaçada nos seus braços.Tinham dormido juntos, sob um sono tranqüilo.Harry queria acordá-la, mas era bom vê-la dormir, sentir aquele corpo quente e macio aconchegado ao seu.Por ele, àquela hora nunca terminaria, porém era preciso.Com ternura beijou-a, Arken despertou e conssentiu o beijo.
-Deram por nossa falta.Estou ouvindo as vozes de Dumbledore e dos outros.-disse Harry.
-Devem estar preocupados, mestre Obi-wan principalmente.Temos que ir.
Arken contemplou a face triste de Harry.
-E quanto a nós?- ela perguntou
-Eu não sei, mas não quero te perder.Eu não posso.
Beijaram-se novamente, Arken trouxe Harry para mais perto dela como se ele fosse escapar a qualquer momento.E não conteve uma solitária lágrima descer de seus olhos de âmbar.
-Eu não quero te deixar, Harry.Não posso agüentar perder mais alguém que amo novamente, eu não suportaria.
-E não vai, eu te prometo!
Eles se levantaram e puseram suas vestes.Harry fixou seus olhos sobre os de Arken.
-Vamos amar um ao outro e nunca nos separar.Haja o que houver.Promete?
-Prometo.
Um beijo de amor selou este juramento, deixando apenas as velhas rochas como testemunha.Arken desfez a magia que os encobria e os dois puseram-se para fora, acabou coincidindo com a hora que viram a silhueta de Tonk que chamou os outros bruxos para seguirem-na.
-Vocês estão bem?- perguntou Obi-wan.
-Sim, mestre.Mas como perceberam que tínhamos desaparecido?
-Pressenti algo de estranho acontecendo.Minha intuição alertando que você estava em perigo.Acordei no meio da noite e fui procurá-la.
-Eu fazia uma ronda nos corredores do castelo.-continuou Macgonagall-E encontrei mestre Kenobi, ele me disse que não a encontrava.Como sabia de sua amizade com Potter, Wesley e Granger fui ao dormitório averiguar e dei por falta de Potter.
-Já era manhã quando Obi-wan e Minerva me procuraram.-disse Dumbledore-Reunimos os membros que poderiam ajudar e partimos para a floresta.
Devia ser muito cedo porque Harry não viu nenhum aluno nos corredores até a Gárgula que dava para sala do diretor.
-Eu gostaria de pedir- disse Dumbledore- que somente Harry e Arken conversassem comigo.
-Ela tem que descansar, Dumbledore!-protestou Obi-wan.
-E descansará, tem minha palavra.Mas há certos assuntos que sua aprendiz precisa tomar conhecimento.Eu lhe peço que me permita minha conversa com ela.
Dumbledore lançou a Obi-wan o famoso olhar penetrante e o mestre Jedi concordou e retirou-se em silencio com os outros professores.Os três subiram as escadas ( a senha era sorvete de chocolate com baunilha) e entraram na sala, os quadros de antigos diretores de Hogwarts dormiam tranquilamente e Fawkes voou para o colo de Arken oferecendo também uma reverência a Harry.
-Pode dizer a sua versão do que aconteceu, Arken.
-Bem, eu tive um acesso de raiva e perdi o controle.Senti uma dor na cabeça e tudo escureceu, de repente, eu desmaiei.Acho, e acordei em outro lugar.A dor era mais forte do que eu e fui perdendo a consciência.
Harry fitou os próprios joelhos, Arken omitiu a discussão que tiveram para encobrir o relacionamento deles.É minha culpa, pensou.O descontrole dela foi devido às palavras grotescas que disse.
-Harry, me diga o que viu.
-Arken não desmaiou, ela começou a correr e eu a segui.Entramos na floresta e após pararmos num círculo no meio das árvores, ela desfaleceu e eu a segurei.Então, em nossa volta surgiu um fogo nos impedindo de escapar e ele veio.
-Voldemort?
-Sim, professor.E não estava sozinho.Rabicho estava com ele e um homem de máscara.
Olhou de esguelha para Arken que acariciava a plumagem dourada de Fawkes.
-Vader voltou e nós duelamos.-continuou Arken.-Disse que mataria mestre Obi-wan, que ele pagaria assim como os outros pagaram.Eu senti um ódio dentro que jamais havia sentido em toda a minha vida e, eu...
-Usou o poder que Gullveig lhe deu.-terminou Dumbledore.
Eles ergueram os rostos para o diretor que olhava para Arken com uma expressão gentil.Como ele sabia de Gullveig? Também sonhara com ela? Era mais um, além de Harry, que mantinha um contato com uma poderosa bruxa que viveu séculos atrás?
-Eu nunca cheguei a vê-la, mas conheço sua história.-explicou –Uma bruxa talentosa e poderosa que previu seu destino tarde demais e a maneira de salvá-lo.A lenda de uma escolhida digna de receber todos os seus poderes e servir como uma luz para aqueles que se perderem no meio do caminho.
“Eu a observei muito.Ambas têm o mesmo olhar misterioso e penetrante, a perseverança sem deixar a gentileza e bondade naquilo que faz.E o sorriso capaz de iluminar até mesmo a mais trevosa criatura.É como retratam Gullveig, e você é a escolhida dela, a merecedora de seus poderes.”
-Mas porque eu? Sei que sou uma descendente dela, mas eu não pedi esse poder.Eu tenho medo dele.
-Eu sei o quanto é complicado e ao mesmo tempo sedutor.O melhor é aprender a conviver do que renunciar o presente concedido a você.
-E se eu não quiser conviver com ele?
-Eu acredito que ser sua descendente não foi um dos únicos motivos que a fizeram escolhida.Talvez pela sua capacidade continuar diante dos obstáculos, ás vezes, um simples gesto de coragem e crença é capaz de mudar o rumo dos acontecimentos, mudar o destino de todo um povo.Há uma batalha se aproximando, Arken Éowyn, e este poder foi dado a você.Se não encontrar o caminho, ninguém mais encontrará.
-Sabe eu...
E olhou para Harry.Ele sabia que ela queria contar sobre seus medos em relação à Obi-wan e confirmou com a cabeça, encorajando-a.
-Eu sonhei uma única vez com Gullveig.E nesse sonho, ela me mostrava um Oráculo onde eu me inclinava para enxergá-lo.Eu me vi diferente nele, eu causava dor, sofrimento, causava medo e eu vi mestre Obi-wan ser morto pelas mãos de Anakin, quer dizer, pelas mãos de Vader e eu sorria com isso.É possível acontecer, professor?
-Antes de responder, gostaria que a senhorita me respondesse quais são os primeiros ensinamentos de um Jedi a respeito da morte.
-Não devemos nos apegar a nada terreno, mesmo aqueles a quem amamos.Cada um tem a sua hora, não há o que impedir e nem temer.O medo leva a raiva, a raiva traz o ódio e o ódio é caminho para a escuridão.
-Eu acredito que seu antigo amigo, obscurecido pela dor, tentará matar Obi-wan e você, como uma cavaleira Jedi deverá lutar pela vida da pessoa que ama, mas se sentir que a hora chegou, seja neste confronto ou no próximo, terá que deixá-lo ir.Afinal, para uma mente bem estruturada, a morte é apenas uma nova aventura.
-Professor, o que significa essa aliança entre Voldemort e Vader?-perguntou Harry.
-Eu tenho somente suposições, Harry.Penso que Darth Vader e Voldemort estão sendo orientados por alguém de um amplo conhecimento de magia negra.Darth Vader disse que era um Sith?
-Disse sim.Também disse que tinha um mestre.-confirmou Arken.
-Na filosofia dos Jedi, os que migram para o lado negro da Força tornam-se Siths.Onde existe um mestre e um aprendiz, nada mais; nada menos.Influenciaram Vader e esta pessoa é aliada de Voldemort.
-Por quê? Quem? –perguntou Harry.
-Sinceramente, não faço a mínima idéia.Pode voltara agora para o salão comunal, Harry.Eu tenho que dar umas últimas palavrinhas com a senhorita Arken antes dela sair.
Hermione e Rony o esperavam quando entrou pelo retrato, preocupados com o desaparecimento do amigo.Harry murmurou um “bom-dia” e pediu para que conversarem mais tarde.Ficou agradecido por Hermione ter aconselhado faltar às aulas, pelo menos naquele dia.
Encontrou o dormitório vazio.Fechou o acortinado em volta da cama e largou-se nela como se não dormisse ali fazia anos.Fora a segunda aparição de Voldemort desde o Torneio Tribuxo, onde ele e Cedrico foram parar no cemitério.Desta vez, ele tinha um aliado que demonstrou ser poderoso e este sabe de Gullveig e de Arken é a escolhida, segundo Dumbledore, e talvez mancomunassem um plano para roubar o poder dado a Arken.E aquele clarão forte que jogou Voldemort e Vader, veio dela.
A imagem de Arken lhe veio à mente e a noite que passaram juntos na cabana, amaram-se profundamente.Haveria uma outra vez?
Nada tivera importância naquele momento, nem o risco que corriam.Arken tornara-se essencial em sua vida tanto quanto respirar.

-Você-Sabe-Quem esteve aqui? Nas terras de Hogwarts!!- sibilou Hermione assustada.
-E ninguém viu nada!- indignou-se Rony.
-Exatamente.-concordou Harry.
Ele narrara tudo que presenciou na Floresta Proibida, estavam num canto afastado do salão comunal.Longe da gritaria e algazarra.
-Dumbledore tem razão, existe uma pessoa realmente poderosa e que conhece Arken e Gullveig.-disse Rony.
-Porque Arken correu até onde Você-Sabe-Quem os esperavam?- perguntou Hermione.
-Ela disse que perdeu os sentidos e quando acordou nos viu lá, na floresta.
Hermione permaneceu alguns minutos pensativa,depois comentou aos dois:
-Isto que vou dizer, pra mim é completamente improvável.Embora haja referências quanto esta habilidade.Talvez, Arken tenha sido controlada e por isso, para ela, perdeu os sentidos mas, para você, ela correu até o círculo no meio da Floresta Proibida.
-Só que você nos contou milhares de vezes que Hogwarts está protegida por todos os feitiços que se lançar em alguma coisa.-argumentou Rony-Como usariam uma maldição imperius nela de uma distancia tão longa?
-Eu não mencionei maldição imperius.Existem livros que falam de certos bruxos que conseguiam dominar as pessoas usando a mente, e de grandes distâncias.Ninguém conseguia evitar porque, simplesmente, nem sequer sabiam serem controlados.Completamente diferente de uma maldição imperius em que você precisa de uma varinha e está perto da vítima.E, inclusive, se lembra Harry quando nos contou que Palpatine, o aprendiz do filho de Gullveig foi praticamente um mestre para Você-Sabe-Quem no passado? Que o feitiço que matou seus pais era uma criação de Fenri Lobo, e depois passado a Palpatine?
-É claro!Palpatine, então conheceria Arken e a mim também.Obtendo os poderes passados a ela, ficaria mais fácil derrotar Dumbledore e no fim, chegar a mim.
-O que tem sido o único objetivo de Você-Sabe-Quem desde que tomou a forma humana.Faz todo o sentido.-concordou Rony.
A algazarra dos estudantes aos poucos foi se dispersando.A meia-noite restavam apenas os três garotos diante da lareira.Cada um pensando numa interpretação que servisse para interligar os fatos ocorridos.Para Harry, não haveria mais outra explicação senão esta de que Palpatine e Voldemort reuniram forças novamente, contando com a ajuda de um cavaleiro desejoso por vingança e que faria qualquer coisa para trazê-los até seu novo mestre.
Contudo, algo desviou seus pensamentos.Uma dor que o fez levar as mãos a cicatriz e cair no chão.
-Harry, o que houve?- perguntou Hermione em pânico.
-Hermione, a cicatriz do Harry está cor de sangue!
Foram as últimas palavras que ouviu dos amigos antes de mergulhar no escuro.Abriu os olhos e viu que tinha sido transportado para outro lugar, um quarto de igual tamanho do dormitório dos meninos, mas com uma única cama.As janelas grandes e abertas dando uma privilegiada vista para o lago.Então continuava em Hogwarts, a questão era onde? Em que parte do castelo? A quem pertencia o quarto?
A resposta logo lhe veio aos lábios ao ver Arken sentada na cama.Um homem de aparência velha erguia-se no ar e encarava a garota, seus olhos negros e frios.Segurava um prisioneiro com a mão esquerda, correntes de ferro o prendiam com força.Um filete de sangue escorria do canto de sua boca.
-Deixe ela em paz!É só uma menina!- gritou o homem aprisionado.
-É a escolhida e servirá aos propósitos que nasceu para cumprir.
Harry reconheceu a voz do homem que tentava se libertar, e uma onda de medo o invadiu.Sirius...
Mas como? O que fazia Sirius aprisionado a um velho no castelo?
Uma outra voz invadiu seus pensamentos:“Salve-a Harry.Ela precisa de você, ele a pegará.Não há muito tempo, usará esta chance em que ela está vulnerável.Vá...”
A escuridão o envolveu novamente.Acordou suado e tremendo compulsivamente.Hermione e Rony ajoelhados perto dele o observavam preocupados, mas Harry não tinha tempo para explicações.Levantou-se e correu desabalado pelo corredor com os outros dois atrás.

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