Mudança de Rotina
Pouco a pouco Lily foi abrindo os olhos. A cama e o cobertor macios, o cheiro de limpeza, a claridade aconchegante. O dia quente de fim de verão e a floresta aberta se dissolveram dos pensamentos da garota e ela acordou novamente na enfermaria fechada. Ela se sentou e olhou pela sala, procurando Madame Pomfrey e Dumbledore, mas não viu nenhum dos dois.
Depois de se espriguissar, Lily calçou as pantufas e se levantou, planejava fujir para a torre da Grifinória antes de ser parada pela enfermeira, mas Madame Pomfrey consegue chegar sempre no horário certo, ou melhor, errado.
-Onde a senhorita pensa que vai?
Lily parou com a mão na maçaneta e virou de repente com uma naturalidade e "cara-de-pausisse" incomum.
-Eu ia para o dormitório - respondeu sorrindo.
-Nananinanão! - protestou Madame Pomfrey - Eu falei com professor Dumbledor e chegamos à conclusão que teremos que mudar um pouco seu dia-a-dia.
-Como assim? - perguntou Lily voltando a se sentar.
Pomfrey se sentou ao lado da garota e abaixou o tom de voz.
-Você está grávida, tendo frequentes desmaios, tem que ir as aulas pois logo começarão as provas - ela suspirou - Teremos que fazer uma rotina adequada para suas condições.
Não que ela tivesse esquecido, mas toda vez que falavam de sua gravidez, Lily sentia a bola de concreto voltar a cair no estômago.
-Nunca imaginei que pudesse estar grávida...
-Mas imagino que tivesse sentindo alguns sintomas, não? Enjôo, cansaço, atraso da mestruação...
Lily tinha a mera conciencia de que Madame Pomfrey continuava falando. Seu raciocínio parou em um fato da qual ela ainda não tinha chegado.
-Madame Pomfrey?
-...é normal... O que foi, meu anjo?
-Eu nunca mestruei.
A enfermeira parou imediatamente de falar.
-Nunca? - ela começou a pensar, observando a janela entreaberta - Bem... Como você estava antes... antes da relação sexual?
-Como assim?
-Como estava seu humor? Eu digo, estressada? Sensível? Normal?
-Bem.. - começou a menina pensativa - Para falar a verdade, eu estava bem sensivel esses meses atrás...
-Sensivel como?
-Ah, eu chorava muito... Tudo me emocionava duas vezes mais do que me emocionaria normalmente para falar a verdade.
Madame Pomfrey deu uma risadinha.
-Querida, você estava tendo uma sobrecarga emocional pré-menarca.
-Ãhn?
-Você estava na primeira T.P.M.
As bochechas de Lily ficaram da cor de seus cabelos. Madame Pomfrey pousou a mão carinhosamente no ombro da menina.
-Prescisamos combinar seu horário...
Lily continuaria dormindo na ala hospitalar, para todos que perguntassem ela diria estar doente, ela frequentaria as aulas normalmente até o útero começar a crescer, depois disso os professores, que foram informados da situação de Lily, passariam a matéria para ela e Lily não poderia sair da enfermaria. Quando estivesse próximo ao parto, Lily seria levada para o St. Mungos.
-Oiê!
-Lily! Finalmente! Estavamos morrendo de preocupação!
Lily foi abraçada por quatro pares de braços e sua visão foi obstruida por uma grande quantidade de cabelos de várias cores assim que entrou no dormitório. Como não podia deixar de ser, ela foi bomberdiada de perguntas.
-O que aconteceu?
-Onde você tava?
-Você tá doente?
-Já te curaram?
-Calma, calma - implorou a garota se desvenciliando das colegas - Uma de cada vez, né?
Ela sorriu e olhou uma por uma das meninas a sua frente: Paola, Nadelaine, Madelaine e Gina.
-Gente, que saudades de vocês!
Madelaine se adiantou com preocupação e falou com voz abafada:
-Poxa, estavamos muito desassossegadas, você passou dois dias na ala hospitalar, pensamos que tivesse sido atacada pelo monstro da câmara, apesar de Dumbledore falar que o culpado foi pego e etc.
Apesar de estar se perguntando o porquê da repentina preocupação das gêmeas Shefield, sendo que a maior conversa que tiveram fora o barraco da noite em que Gina passara mal, Lily acabara de lembrar que a amiga recentemente havia passado por apuros terríveis e elas não tinham se falado dês de então.
-Gina! Eu quase me esqueci! Você tá bem, amiga? - ela abraçou Gina, que sorriu e sentou-se na cama na próxima se soltando da amiga.
-Estou ótima. Agora - falou ela enquanto as colegas de quarto se acomodavam ao seu redor nas camas para ouvir Lily - estamos querendo saber de você, Li.
Todas olhavam ansiosas para Lily, esperando ouvir o porquê de passar dois dias e meio na enfermaria.
Obviamente, Madame Pomfrey e Dumbledore deixaram uma resposta pronta para Lily contar às amigas e à quem mais prescisasse, mas para Lily, mentir para as garotas que sempre tentaram ser as mais amigas e verdadeiras o possível olhando nos olhos delas? Na outra vida ela fora muito mais certinha e depois de severas provações ela simplesmente chegou a conclusão de que viver cada dia como se fosse o último seria a melhor forma... Será? Depois de tudo o que estava acontecendo ela já não tinha certeza dessas conclusões. Afinal, elas estava grávida com onze anos, a amiga havia se envolvido com magia negra acidentalmente bem debaixo do nariz dela e ela sequer reparou, coisas que Lily poderia ter evitado se não fosse tão deslumbrada.
Paola sempre estivera certa, pensando no bem das amigas. Com certeza Lola não estava sendo chata e grudente como Lily sempre a acusara de ser, mas uma amiga sincera e preocupada, afinal.
Como ela podia ter deixado isso acontecer? Depois de ter passado por tudo que passou na primeira vida ela ficou assim; desligada, deslumbrada...
A primeira da classe em todas as matérias sem esforço... A sorte de ainda ter a inteligencia que tinha e o azar de ignora-la.
-Li?
-Nhá?
-O que significa "nhá"?
-Nada...
Lily foi despertada pelas amigas que estavam cansadas de ver a amiga olhando para o chão com os olhos enchendo de lágrimas.
-Conta logo, tá deixando a gente nervosa!
-Ah.. Não é nada... Eu que parei pra pensar de repente...
-Tá, então... Conta logo! O que aconteceu?
-Eu tô doente.
-Isso realmente explica muita coisa, a gente pensou que você tivesse comendo balas lá com a Pomfrey.
-Eu quiz dizer que eu estou muito doente - replicou Lily - Madame Pomfrey disse que eu terei que dormir lá na enfermaria.
Todas as meninas fecharam imediatamente o sorriso e olharam para Lily como se ela tivesse dito que estava a beira da morte.
-Por quê essas caras de enterro? Parece até que tão velando meu cadáver. Vocês me deprimem.
-Desculpe, Lily - falou Paola com voz abafada - mas a gente pensou que você já estivesse bem...
-Ou pelo menos bem o suficiente para continuar com o horário normal.
-Eu entendo, meninas, mas eu acho que eu vou continuar assim durante algum tempo.
-Assim como? Doente?
-É... Acho que eu só vou melhorar depois de muitos desmaios e alguns meses na enfermaria...
Paola não parecia se convencer muito com a doença da amiga.
-E que doença seria essa?
-Madame Pomfrey não me disse o nome - Lily evitou olhar as amigas ao resmungar a resposta, ela começava a sentir tontura naquela situação embaraçosa.
-Ah, nem vem! Eu sei que você tá mentindo.
-Pára, Paola, ela tá doente!
-Você também sabe que ela tá mentindo, Gina, eu vejo isso nos seus olhos.
-Duas, parem de brigar!
-Não se meta, Madelaine!
-Eu não sou a Madelaine, eu sou a Nadelaine!
-Tanto faz quem você é!
-PÁRA DE GRITAR, PAOLA! - gritaram Gina, Madelaine e Nadelaine em coro.
Para Lily, o dormitório estava girando. A voz das colagas estava distante apesar dos gritos. O estomago da garota estava quase como uma máquina de lavar.
-Vocês são ridículas! - reclamou Paola saindo do quarto irritada.
-Lily!
Gina foi a primeira a perceber que Lily estava branca e correu para acudir a amiga que se segurava no pilar da cortina da cama com cara de dor.
-Li, você tá legal?
-É claro que não, Má!
-Tô perguntando por perguntar, Ná!
-Se não for pra ajudar não atrapalhem!
-Desculpe-nos, Gina. Vamos, a gente tem que levar ela pra enfermaria.
-Tadinha... Eu mato a Paola!
-Obrigada pela ajuda, meninas.
-Magina, Li.
-É, guarde os agradecimentos para quando matarmos a Paola.
Lily riu enquanto ficava em pé com a ajuda de Gina.
-Eu vim aqui não só pra ver vocês, mas também pra pegar as minhas coisas - falou ela com pesar - Será que uma de vocês podia pegar pra mim?
-A gente pega! - responderam as gêmes, parecendo contentes por ajudar.
-Ai, obrigada mesmo, vocês são incríveis.
-Incrível é a "Lolinha" que consegue ser insuportável até quando você ta doente.
-Poxa, cadê a Gina quetinha e fofinha que eu conhecia? - brincou Lily rindo.
-Ficou na câmara secreta.
-Que não é mais secreta.
-Não fala muito não, Lily, você tá com cara de quem vai botar tudo pra fora.
-Devo estar mesmo...
As garotas foram até a ala hopitalar, onde foram recebidas por uma Madame Pomfrey muito irritada.
-O que vocês fizeram com a coitada? Ela está doente! Não pode ficar assim! Deixem a mala ao lado da cama dela e vão embora nesse segundo! - gritou ela sacudindo uma colher de pau no nariz das três meninas.
-Tia... não grita com elas não... Não foi c-culpa delas...
No mesmo instante, Madame Pomfrey ficou com uma expressão carinhosa e voz calma.
-Meu anjo, é melhor você descansar em silêncio agora.
-Nhaim... - Lily de repente se levantou e correu para o banheiro da enfermaria com a mãos na boca.
-Eu vou avisar o professor Dumbledore que ela já está aqui antes que a garota deixe a alma na pia - disse Pomfrey sacudindo a cabeça preocupada.
-Dumbledore? O que ele quer comigo? - pensava Lily no banheirinho apertado.
A menina acabara de botar tudo para fora e já se sentia melhor. Enquanto lavava o rosto para ajudar a passar a tontura, Lily revirava os pensamentos para tentar descobrir o que o diretor queria com ela.
-Querida, você está melhor? - perguntou Madame Pomfrey à porta do banheiro.
-Tô sim, obrigada...
-O diretor deseja ve-la.
-Agora?
-Sim, ele está aqui fora.
Lily saiu do banheirinho bem menos pálida e se sentindo mais leve, porém nervosa com o que Dumbledore queria com ela - o que quer que fosse.
-Boa tarde, Lily - cumprimentou o diretor com um leve sorriso cheio de interece e preocupação.
-Boa tarde, professor.
-Pomona, por favor, eu gostaria de conversar a sós com a srta. Rampton.
Madame Pomfrey torceu o nariz para Dumbledore antes de sair resmungando apressada.
-Srta. Lily, andei examinando a sua situação recentemente e, de acordo os professores, a srta. é a melhor aluna em todas as matérias sem esforço, todos os professores gostam muito de você...
Ele fez uma pausa como se esperasse Lily falar alguma coisa.
-Tem um professor que parece gostar realmente muito de você.
Outra pausa.
-Muito mais do que deveria.
Uma onda de pânico invadiu o coração de Lily como gelo. Descobrir que o diretor sabe quem é o pai da criança que ela carregava logo depois de botar o almoço para fora não era uma esperiencia muito agradável. Ela ainda não havia reunido coragem o suficiente para encaram o prof. Dumbledore.
-É engraçado - continuava ele - como a vida prega peças, srta. Evans. Afinal, parece que faz apenas semanas que eu recebi a notícia sobre os Potter, Voldemort caiu, o menino que sobreviveu.
Tomando coragem, Lily levantou o rosto, manchado de lágrimas, e encarou os olhos azuis por trás dos oclinhos de meia lua. "Ele sabe..." pensou, surpresa com o sorriso carinhoso que saia de dentro da longa barba prateada.
-Me surpreende que eu tenha pensado por tanto tempo que isso não fosse possível e agora me encontro de frente para a prova de que eu estava errado. Surpreende também o quanto as pessoas mudam quando passam pela infância duas vezes.
Nesse ponto da conversa, Dumbledore sentava-se ao lado da garota e tinha um dos braços em torno dos ombros dela.
-Sei que tem conciencia de que a criança terá que ser mantida em total sigilo. Também quero deixar claro que, sob as circunstâncias, seu filho ou filha terá que viver com os avós. - e ao ver a reação da ruiva completou - Já falei com seus pais, e sua mãe está disposta a lhe apoiar, apesar do susto.
Lily se ajeitou nos braços de Dumbledore, este sorriu.
-Quero deixar bem claro que por mais que esteja ajudando o máximo o possível, a atitude de vocês foi interminadamente inresponsável.
A garota concordou com a cabeça.
Dumbledore soltou a menina e foi embora com um último sorrisinho.
Ao fim da tarde, Lily foi se juntar-se às amigas e achou Gina conversando com uma menina da Corvinal na beira do Lago Negro.
-Oi, Lily, já tá melhor?
-Tô sim, obrigada.
-Essa é a Luna Lovegood, é do nosso ano. Luna essa é a...
-A Lily Rampton - completou a menino. Ela era loira e bem branca, os olhos estavam arregalados para Lily com leve interesse e monotomia - Somos da mesma classe de poções, a maioria dos alunos da nossa sala pretão mais atenção em você do que na aula.
Lily sentiu a face corar de leve e ficou muito sem graça, e sentou-se junto das garotas para se ocupar com alguma coisa e disfarçar.
-É, eu acho que eu já te vi na aula. Não foi você que disse para o professor que o pó que ele mandou usar era escremento de narguilés?
-Fui eu sim, Snape teria discontado pontos de mim, provavelmente, se não fosse por você.
Muito corada, Lily fingiu (muito mal) que não sabia do que Luna estava falando.
-Se não fosse... Eu?
-É, você deixou um vidrinho cair pra chamar antenção do Snape e enquanto você estava no chão juntando os cacos, você olhou pra ele de um jeito que deu medo até em mim - falou a menina com um sorriso sonhador.
-Ah... Eu fiz isso, né?
-O que você tem com o Snape?
"Um filho..."
-Como... como assim?
-Sei lá, o pessoal da Corvinal tem várias hipóteses, a menos absurda é de que você sabe alguma coisa do Snape que você usa pra chantagem.
-Eu nunca faria isso com ninguém! - protestou Lily irritada.
-Foi só uma hipótese...
Gina percebeu onde essa conversa iria chegar e interrompeu as duas.
-Gente, vamos entrar pra comer? Tô ficando com fome.
-Eu também.
-Ah, eu vou ficar mais um pouco, acabei de ver dilátex vorazes alí no lago. [N/A: UPS \o/]
Gina também viu que Lily ficara um pouco incomodada com a conversa.
-Desculpe por isso, Li. Ela é muito legal, sabe? Só é um pouco exêntrica. O problema é que todo mundo já percebeu que você tem alguma coisa com o Snape, não culpe a Luna.
-Você acha que eu sou maluca? - perguntou Lily mudando de assunto.
-Não! Não fala isso! Olha, eu sou sua amiga, não vou forçar a barra porque eu sei que se você não quer falar isso pra mim você deve ter algum bom motivo, mas você parece meio mal, talvés se abrisse com alguém se sentiria melhor. Quem sabe Dumbledore? Tenho certeza que ninguém seria melhor que ele pra você desabafar.
-Ele já sabe...
-Bom, então arranja um diário, sei lá... Tenho certeza você vai se sentir melhor depois de contar pra alguem, era por isso que eu tinha viciado naquele diário... Só não me apareça com um caderno que responde o que você conta ou eu te meto a mão na cara - brincou Gina, fazendo Lily rir.
-Pode ser, amiga. Te adoro...
Lily dormia um sono leve e calmo na enfermaria. Era dez e meiada noite, a ruiva acabara de adormecer, deitada de lado, as pernas entrelaçadas com o lençol branco.
Tinha acabado de se virar ligeiramente na cama quando alguém entrou na enfermaria. A garota acordou imediatamente, porém não abriu os olhos e fingiu dormir.
Passados alguns segundos, Lily sentiu aguém passar a mão carinhosamente pelo seu rosto, afastando o cabelo ruivo dos olhos dela. Quando a pessoa foi afastando lentamente os dedos da pele macia de Lily, a garota segurou a pessoa pelo pulso com um movimento rápido. Ainda de olhos fechados, ela disse:
-Me beije.
-Quê?
-Me beije!
Snape beijou a ruiva, que finalmente abriu os olhos.
-Sev, eu tava morrendo de saudades!
-Dumbledore dis...
-Não fale mais nada.
Lily sentara na cama e voltou a beijar Snape.
-Huum... uhmm... Pera um pouco, você acabou de me acordar, amorzitcho...
Ela deitou novamente na cama.
-Você que levantou do nada e me agarrou!
Olhando para o teto como se a abobada de pedra fosse a coisa mais engraçada do mundo, a ruiva começou a rir. Riu tanto que começou a ficar sem ar e a se contorcer e se enroscar no lençol.
-O que é tão engraçado, se não for pedir muito? - perguntou Snape irritado.
Com muito esforço (muito mesmo) Lily conseguiu parar de rir o suficiente para dizer:
-Nhá! - voltando a rir (muito) logo em seguida.
-O que é "nhá"? Lily, do que você está rindo?
-Sei lá!
-Como "sei lá"? Você está se matando de rir e nem sabe o porquê? Ou o "sei lá" é referancia ao "nhá"?
-O "sei lá" se refere ao motivo do meu repentino ataque de risos.
-O que significa "nhá"?
-Eu não vou responder isso!
-Por quê?
-Se você não sabe o que é "nhá", meu querido, não sou eu quem vai te explicar.
-Sabia que eu tenho medo de você?
-Sabia que 75% dos alunos tem medo de você?
-É, isso eu sei faz alguns anos.
-Como você é cruel!
-Nem falo o que você é pra não te magoar.
Sentando-se rapidamente, Lily fez cara de indignada e pôs as mãos na cintura.
-Severus Prince Snape, o que você quiz dizer com isso?
-Eu não quiz dizer nada, estava só brincando.
-Hum, bom mesmo!
-Tem certeza que não sabe o motivo de tanta rizada ou você tá escondendo de mim?
-Ai, você ainda tá nessa? Qual o problema deu rir?
-Nada, é só que você começa a rir sem motivo que nem uma descontrolada! Se bem que descontrolada você...
-Tem certeza que você quer terminar essa frase?
-Tenho certeza que eu não quero terminar essa frase.
-Bom mesmo.
-Enfim, você tava rindo sem motivo aparente, isso é estranho.
-Sabe de uma coisa, as PIssoas que riem a toa são as pissoas felizes que aproveitam a vida, procuram sempre alguma coisa boa mesmo nas piores situações e que acham graça nas coisas mais simples apenas porque rir faz bem - ela parou, suspirou e deu um sorriso cheio de carinho para Snape. Ele estava sentado ao lado dela na cama e os dois estavam de mãos dadas. [N/A: nhááá *suspira*] Conforme Lily falava, a voz dela foi ficando fraca - Você nunca sorri... Ultimamente você sorriu algumas vezes pra mim mas... Antes disso, a última vez que você sorriu eu...
-Você ainda estava viva - a garota não pode deixar de se sentir um pouco mal com o pesar que havia na voz de Snape.
Desesperada com o possível rumo que a conversa tomaria, Lily se apressou em mudar de assunto. Vasculhando a memória o mais rápido o possível a procura do que falar, antes que Severus persistisse com o assunto, ela lembrou de uma coisa que parecia incrível que ainda não tivesse lembrado.
-Sev, não me leve a mal, mas, o que você tá fazendo aqui, PILssoa?
-Agora além do "I", seu "pessoa" também tem um "U"?
-Sev!
-Desculpe, nunca mais vou fazer nenhum comentário sobre a maneira que você deturpa as palavras.
-Não é isso, é que você disse "U", mas na verdade é um "L"!
- ¬¬'
- =D
-Lily?
-Ah é! Então, o que você tá fazendo aqui?
-Bem, Lily, na verdade eu vim aqui lutar esgrima com os marcianos da igreja apostólica de Júpiter.
-Nossa, depois dessa eu presciso de um acalmante porque senão eu só vou conseguir parar de rir quando... Ah, pera aí, acabei de reparar que não teve graça.
-Não era pra ter graça, ruiva, só que é meio óbvio que eu vim aqui pra ficar com você.
-Não! Jura? Agora eu já estava acreditando na história de esgrima com marcianos da igreja apostólica de Júp...
-Tirou o dia pra me irritar, não é?
Lily mudou de repente a expressão de surpresa irônica e irritante e fez cara de coitadinha e pousou as mãos na barriga.
-Não! Eu estou grávida, as pilsoas ficam sensíveis quando estão esperando um filho. Tem uma vida crescendo dentro de mim, eu sou portadora de um milágre da natureza!
-Você quiz dizer que está grávida e que essa é uma ótima oportunidade de se aproveitar dos outros com desculpas esfarrapadas que parecem sérias.
-Não vale! Se você usar legilimencia comigo de novo, Snape, você se arrependerá amargamente.
Eles se encararam durante alguns segundos com meios sorrisos malignos nas faces.
-Você é uma boa oclumente, Evans.
-Ah, então você se atreveu? - exclamou Lily com as mãos nos quadris - Guarde minhas palavras: você se arrependerá amargamente, Snape.
-Estou esperando ansiosamente a sua vingança.
-Sabe de uma coisa, você ainda não me disse o que catzo você está fazendo aqui enquanto todo mundo pensa que eu sou uma inocente garotinha e não faz a menor idéia de que eu e você... nhá, da gente, sendo que a Madame Pomfrey pode aparecer a qualquer momento... Aliás, a Madame Pomfrey pode aparecer a qualquer momento! Eu tinha esquecido desse detalhe!
-Prof. Dumbledore falou com a Madame Pomfrey e me deu permissão de vir aqui visitar você. Ele disse que isso era importante.
-Eu tenho que discordar com o diretor, sua presença aqui não é meramente importante, é simplesmente necessária pra minha sobrevivencia.
Bom, dá para ter uma idéia de que no segundo seguinte os dois estavam se beijando apaixonadamente e etc...
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