As Piores Férias
-Eu disse que não queria ir, mas eles me obrigaram...
-Tudo bem.
-Mas eu juro que eu vou mandar cartas todos os dias!
-Não prescisa mandar todos os dias...
-E todas as tardes...
-Lily...
-E todas as noites também!
-Não mate uma coruja, corujas são caras.
-Então eu mando uma pomba entregar!
-Lily, você vai perder o trêm.
-Daí eu posso aparatar!
-Você é menor de idade!
-Ai é... Então eu pego um ônibus!
-Lily!
-Ah, tá bom! Tchau, fofinho!
-Tchau, Lily.
-Ah, como você fica fofo assim! Fica parecendo aquelas luzinhas de natal dos trouxas: um trequinho preto com uma luzinha vermelha na ponta...
-Lily, você vai perder...
-O TRÊM!!! Já entendiii!!! Te amo!
Depois de um ataque ao um menino da Lufa-lufa e do Nick-Quase-Sem-Cabeça, pessou-se um tempo, Hagrid, o guarda-caça, foi escoltado para Azkaban, por alguma razão desconhecida e Dumbledore foi afastado do cargo de diretor por Luc... quero dizer, pelo conselho da diretoria. Por fim, chegaram as férias de natal. Lily foi obrigada a ir para casa de sua prima, sem escolhas e sem opções, e finalmente, chegou o dia da partida.
Lily ajeitou as marias-chiquinhas e se esticou para dar um beijo de despedida em Snape, depois saiu da sala para ir se despedir de Gina, que passaria o natal em Hogwarts.
-Tchau, Gina, vou sentir sua falta... Vou sentir falta de tudo por aqui...
-Relaxa, é só o natal, depois você volta pras torturas... quer dizer... aulas.
-Ai, Gina, você é única. Se cuida!
-Você também. Boas férias e bom natal!
-Boas férias e um mega natal pra você!
-Tchau.
Entrando no trêm, Lily pode ver o quanto este estava vazio, poderia escolher um vagão só para ela. A viagem foi mais calma e demorada do que a viagem de ida, provavelmente porque, desta vez, Lily foi sozinha no completo silêncio.
O Sr. Aubrey esperava a filha na plataforma nove e meia, quando o trêm chegou, exatamente sete e quinze da noite. Lily saiu do trêm com suas malas e correu para abraçar o pai.
-Papai!
-Lily, que bom te ver!
-Estava morrendo de saudades, pai.
-Como está sendo seu primeiro ano em Hogwarts?
-Maravilhoso! Eu sou a uma das melhores da classe.
-Uma das? A McGonnagal me mandou uma carta que dizia que você era um prodígio!
-Ela deve ter exagerado...
-Estava escrito suas notas no pergaminho que ela mandou, você só tira "exelente".
-Talvéz eu seja mesmo a melhor da classe, deve ter alguém que é melhor do que eu em outro ano, de qualquer forma... - aquele assunto já estava começando a irritar Lily. Ela já passara por isso uma vez, não prescisava ser paparicada por todos só por ser boa nas matérias. Ainda mais se ela apenas se lembra do que já aprendeu. Lily gostava de tirar notas altas, mas era por prestígio próprio, não para os outros elogiarem, isso irritava Lily.
-Pai, já chega!
-Você não gosta de ser a melhor aluna da classe?
-Eu gosto, mas não quero que me trate como um gênio só porque eu sou a CDF da classe! Se eu sei tudo o que sei e tiro as notas que tiro é por prazer meu, e não para me gabar. Esse assunto repetitivo me enjôa e me aborrece.
-Desculpe, filha, não sabia que você se sentiria assim.
-Deixa pra lá, pai.
Bertram Aubrey, pai de Lily, estudou na mesma época que Lily Evans, e, por coecidencia, ele era um dos muitos meninos que gostavam dela. Enquanto a Srª Aubrey saía, ele contava à filha histórias de seu tempo de escola: os marotos, as aulas, o amor de adolecencia... o Sr. Aubrey tinha como assunto favorito falar de seu amor de escola: Lily Evans. De tudo o que encomodava Lily, ouvir o pai descrevendo o quanto aquela menina era atraente, bonita e o quanto parecia com a filha era de longe o pior, ouvir o pai falando de uma menina da qual ele queria ter, sem saber que era a própria filha dele e Lily não conseguia pedir que ele não o fizesse.
Lily entrou no carro com seu pai, muito irritada e constrangida.
Devido ao humor da menina, a viagem até a casa foi completamente silenciosa.
Lily morava numa grande casa com um lindo jardim na rua Pardal, nº 7. A casa tinha dois andares, no segundo andar ficavam os quartos, Lily subiu com as malas ainda em silêncio, não queria falar com o pai até esfriar a cabeça. Ela deixou as malas num canto ao lado do armário, fechou a porta, se jogou na cama e ligou o rádio.
Ela fechou os olhos bem apertados e abriu lentamente, seu quarto estava exatamente do jeito que havia deixado primeiro de setembro, antes de ir para Hogwarts. O quarto era lilás, todo decorado com móveis brancos, ela tinha vários CDs, de muitas bandas totalmente diferentes, no grande porta CDs em cima da escrevaninha tinha dês de Iron Maiden até Kelly Clarkson.
Lily ligou numa rádio qualquer, enquanto ela começou a pensar em Snape, James, Sirius, Harry e em todos que estavam longe dela, a música que começou a tocar foi acompanhando seus sentimentos numa coencidencia inacreditável.
"I always needed time on my own
I never thought I'd need you there when I cry
And the days feel like years when I'm alone
And the bed where you lie
Is made up on your side
Ela fechou os olhos apertados novamente.
"When you walk away I count the steps that you take
Do you see how much I need you right now?
When you're gone
The pieces of my heart are missing you
When you're gone
The face I came to know is missing too
When you're gone
The words I need to hear to always get me through the day
And make it ok
I miss you"
Ela levantou e foi até a escrevaninha pegar o diário que havia esquecido de levar, estava cheio de coisa de sua outra vida. Prescisava escrever nele.
"I've never felt this way before
Everything that I do
Reminds me of you
And the clothes you left lye on the floor
And they smell just like you
I love the things that you do
When you walk away I count the steps that you take
Do you see how much I need you right now?"
Enquanto escrevia ela sentiu uma lágrima cair. Lily ouviu uma movimentação no andar de baixo, passos, vozes. Sua mãe chegara.
"When you're gone
The pieces of my heart are missing you
When you're gone
The face I came to know is missing too
When you're gone
The wor..."
Lily desligou o rádio e desceu para cumprimentar a mãe, ainda enxugando as poucas lágrimas que deixou escapar.
Quando chegou na sala, Lily viu uma mulher ruiva de olhos azuis muito claros sorrir para ela.
-Lily!
-Mãe! - Lily correu para abraçar a mãe.
-Como foi em Hogwarts?
-Explêndido! É incrível, as pessoas, os lugares, as aulas.
-Que bom que gostou. Eu não sei muito sobre Hogwarts, mas em Beauxbatons era maravilhoso. Arrume suas malas, vamos para a casa da tia Satine daqui a pouco.
Lily subiu correndo para arrumar a mala. Ela não queria mesmo ir na casa de sua tia. Ficava numa fazenda no interior de uma cidadesinha no sul da França. Tia Satine era irmã de sua mãe, era um pouco careta, seu marido era um chato de galocha, a únicas coisas que intereçavam lá eram sua prima, Linda, e o balanço que fizeram juntas no pomar. Linda era três anos mais nova do que Lily, era uma bruxinha muito simpática.
Depois de tirar algumas coisas da mala de Hogwarts e por outras, Lily desceu novamente para esperar os pais. Eles foram de trêm, já que não podiam aparetar com cinco malas. Lily dormiu a viagem quase inteira, já que viajaram de noite.
Às onze horas da manhã Lily acordou. O trêm já estava quase chegando. Logo chegaram na estação, foram de táxi até a fazenda de tia Satine, onde foram recebidos por uma mulher alta, loira de olhos verdes.
-Vocês chegaram! - disse Satine animada - Lily, como você está bonita!
-Obrigada, tia.
-Vamos entrando, Linda está louca para ver vocês.
Eles acompanharam tia Satine até a casa, era enorme, tinha pelo menos trinta cômodos. Quando entraram na sala, uma menininha ruiva veio correndo.
-Mamãe, você viu meu lembr... Lily! - a menina saiu correndo ignorando as outras três pessoas que se encontravam à frente de Lily e pulou em seu colo.
-Estava com tanta saudades, Lily!
-Eu também estava com muita saudades de você, Linda.
-Filha, você não vai cumprimentar seus tios?
-Que? Ah... É, vou... - disse Linda, ainda abraçando Lily.
Depois do almoço, todos se reuniram na sala de estar para conversar. Lily e Linda se sentaram no tapete, enquanto os adultos estavam nos sofás e poltronas.
-E então, Lily, como é em Hogwarts?
-Ah, Hogwarts é maravilhosa! O melhor lugar que eu já vi.
-Beauxbetons é incrível, também. Eu me lembro da época em que estudavamos lá. Lembra, Satine?
-Lembro, era realmente explêndido!
-Eu lembro da época em que estudava em Hogwarts.
-Como era lá?
-Tudo de bom! Tinha um grupinho de meninos da Grifinória que fazia a escola valer a pena.
Lily se mecheu, sentindo-se desconfortável.
-Os "marotos", como se auto-denominavam. O Potter, o Black, o Lupin e o Pettigrew, eles causavam pela escola. Eles até que eram engraçados, mas eram muito chatos e metidos. Aquele Potter principalmente.
Lily começou a se sentir mal e lançar olhares suplicantes ao pai.
-Ele e o Black passaram metade da vida humilhando aquele outro menino da Sonserina. Mas eu não lembro o nome desse, todo mundo chamava ele de r...
-Pára!
Todos olharam assustados para Lily, estava vermelha de raiva.
-Que foi, filha?
-Pára de falar essas coisas.
-O que te deu?
Linda olhava assustada de Lily para o Sr. Aubrey. Derrepente, todas as luzes começaram a piscar, o fogo da lareira apagou e as coisas nas preteleiras começaram a cair no chão sem motivo algum. Os cabelos de Lily esvoaçavam ameaçadoramente, mesmo sem nenhum vento no aposento. Linda fechou os olhos e respirou fundo, parecia anormalmente calma para a cituação.
-Lily, pára com isso.
-Lily, se acalme, por favor.
Linda abriu os olhos lentamente, ainda parecia estar calma de mais, pegou a mão da Lily e levantou, foi puxando a prima para o pomar lentamente, enquanto Lily perfurava o pai com os olhos.
Linda levou Lily até o balanço que fizeram juntas, apesar dos pais se oferecendo para usar magia, que seria mais rápido e simples.
-Lily, eu sei o seu segredo.
Lily começava a chorar silenciosa.
-Segredo?
-Lily Evans Potter, não é isso?
-Como...?
-Eu acho que eu tenho o poder de prever o futuro.
-Mas isso não é futuro, é presente!
-Mas eu previ uma coisa que vai acontecer com você.
-O que?
-Eu não posso te falar. Eu não quero te falar.
-Por quê? Do que você está falando?
-Do que vai acontecer com você daqui sete mêses.
-E o que vai acontecer daqui sete mêses?
-Esse é o problema, eu não posso falar.
Linda sentou no balanço e começou a chorar. Lily abraçou a prima e elas ficaram lá durante algumas horas, chorando juntas.
A noite caiu e um manto negro pontilhado de estrelas lembrou as garotas de que deviam voltar para dentro. Elas estavam cheias de fome e sono, então Lily e Linda foram jantar.
A saudade uma da outra não passava apesar do tempo que passaram juntas naqueles dias, elas viviam cada dia como se fosse a única oportunidade que teriam. O natal e o ano novo vieram parados e sem graça para Lily, ela estava cada dia mais triste e se afastando cada vez mais das pessoas, principalmente do pai. Lily passava o dia inteiro com a prima, ou sozinha, sentia-se muito cansada e começou a passar cada vez mais tempo deitada, as vezes descia para comer um doce. Todos estavam preocupados com Lily e chegaram a pensar que estava doente, mas Linda insistia que a prima devia ficar sosinha, como todos já haviam percebido o dom da menina, acreditavam que era melhor que apenas Linda entrasse no quarto de Lily quando ela se trancava lá.
-Você não imagina como é horrível.
-Deve ser mesmo terrível, Lily.
-E tudo que acontece parece fazer piorar.
-Entendo.
-Linda, você tem sete anos e me entende melhor do que qualquer adulto. Os adultos são muito menos compreensivos do que as crianças.
-Talvéz...Vamos, Lily, o jantar deve estar quase pronto. Estão todos preocupados que você não jantou ontem.
-O que eu tenho, Linda?
-Com o tempo você saberá.
Elas desceram para o jantar, era a última noite que Lily passaria lá antes de voltar para Hogwarts. O jantar foi um pouco contrangedor para a menina, todos tratavam Lily como se ela fosse doente, não paravam de olhar para ela de esgüela, como se receassem que fosse desmaiar a qualquer instante. Por fim, a menina perdeu a paciência.
-Boa noite - disse ela irritada se levantando, deixando metade do prato.
Lily voltou para Hogwarts na noite seguinte, estava morrendo de saudades das amigas, mesmo sabendo que Paola ainda não estaria falando com ela. A primeira coisa que fez quando chegou no castelo foi correr para encontrar Gina e Paola.
-Meninas, estava morrendo de saudades! - disse ela pulando no pescoço das amigas, que estavam sentadas em um sofá no salão comunal.
-Também tava com saudades! - falou Gina abrindo espaço para Lily sentar, enquanto Paola se levantou e saiu de perto, mal humorada - Tenho tanta coisa pra te contar.
-Pode ir começando - Lily fingiu ignorar totalmente a atitude de Paola, apesar de estar chateada.
-Primeiro as notícias felizes: Paola e Mike tão namorando!
-Jura! Que feliz!
-Você tinha que ver a cara das meninas da Corvinal quando ele contou.
-E as notícias infelizes?
-Hermione foi atacada - murmurou Gina, desfazendo o sorriso e ficando branca, de repente.
-Ela não morreu, né?
-Não, só petrificada.
-Tudo bem, depois ela vai voltar ao norm... Gina!
Gina estava cada vez mais abalada, toda vez que falavam de alguma coisa relacionada à câmara secreta ela caia no choro.
-Desculpa, Li...
-Vamos descer, eu tô morrendo de fome. Daí você aproveita e toma um suco de abóbora ou outra coisa qualquer pra se acalmar.
No dia seguinte Lily acordou cedo e foi tomar café, ela comeu sozinha, Gina ainda não havia acordado, Paola não estava falando com ela e não simpatizava com as gêmes Shefield. Apesar disso, ela demorou bastante para comer, quando já estava quase acabando, dois meninos do segundo ano sentaram ao seu lado na mesa.
-Oi, Lily! - disse Rony sorrindo, mas parecia bastante abatido. Provavelmente por Hermione.
-Oi - respondeu Lily num som quase inaudível, evitando olhar para Harry.
-Oi, tudo bom? - cumprimentou Harry, mais animado do que Rony.
-Tudo, e você? - Lily continuava a prodizir sons baixos.
-Não prescisa ficar com medo, eu não vou te petrificar!
-Eu sei que não! - agora ela levantara a voz e falou num tom meio maternal.
-Você é engraçada! - riu Harry enquanto a menina voltou a olhar o prato, ansiosa.
-Olha, Harry, eu nem tinha reparado antes, mas o olho dela é igual ao seu! - comentou Rony mais animado.
-Tem razão! Eu nunca tinha visto alguém com olho igual ao meu!
-Ah, eu já acabei. Tchau! - disse Lily se levantando e deixando três torradas com geléia, um cookie e metade do copo de leite.
-Sentiu que tem alguma coisa estranha nela?
-Só é meio maluca...
Lily saiu correndo para longe do salão principal desviando das pessoas, com o coração batendo forte. Quando viu, Lily havia ido parar perto das masmorras. O desespero a trouxe alí.
-Até que não é uma má idéia - pensou ela com o coração na mão.
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