Primeira semana
Primeira semana
Relatório por Lily Evans.
Ficou decidido depois de uma serie de discussões (no sentido de conversa e não briga, professora) que as aulas de quadribol, por ser um esporte um tanto quanto intenso (para não falar violento) seriam logo pela manhã, para que nos livrássemos logo delas. Ou pelo menos esta é minha visão singular, como estão aqui me lembrando. Meu jeito de parecer mais coerente ter acordado todos os dias da minha primeira semana de FÉRIAS às sete horas da manhã para aparar na casa do POTTER às oito e, tudo isso para aprender quadribol. Sinceramente professora, sem possibilidades de isso parecer compreensível para o meu mundo real.
A novidade é que encontrei pela primeira vez qualidades no Potter. Qualidades mesmo! A mansão dele é realmente muito bonita, e o Sr. e Sra. Potter são seres simpáticos que não têm culpa de terem criado um pequeno monstrinho em seu lar. Na verdade dois pequenos monstrinhos, já que desde que foi para Hogwarts que Sirius praticamente mora aqui, mesmo agora que ele diz que mora sozinho. Eles têm um campo de quadribol em casa. De verdade, se eu os conhecesse antes, me refiro aos pais do Potter, teria dito que não é bom estimular esportes tão radicais às crianças pequenas, eles podem virar fanáticos. Mas as nossas aulas essa semana foram no escritório, só tivemos aulas teóricas.
O Sr. e a Sra. Potter sempre me recebiam muito bem, mas logo iam embora. Foi aí que comecei a ter pena deles, já que nunca, jamais, deixaria minha casa nas mãos de James Potter, mesmo que ele fosse meu filho; muito menos se ele estivesse em companhia de Sirius Black e Remus Lupin. Será que eles não sabiam o tipo de estrago que os marotos eram capazes de fazer e incapazes de evitar? Mas depois de alguns segundos, isso todos os dias, eu ficava com pena de mim.
Sim, porque além de perder TODAS as manhãs de minhas férias com algo tão inútil quanto o quadribol e ter o fato de ser feito na companhia do Potter, ainda tinha mais. Eu, Lily Evans, era deixada sozinha na companhia destes três malucos, famosos por atrocidades, em território desconhecido. Imagine, professora, não sente nem um pouco de culpa em estar me fazendo passar por isso? Mas, enfim, pelo menos nesta primeira semana (me dói falar em números, ainda faltam nove), eles têm se comportado razoavelmente bem. Isso porque a casa ainda não pegou fogo, eu ainda não quebrei nenhum osso, e o mais importante: eles ainda estão intactos. Não, professora, isso não é uma ameaça. Só estou avisando que em virtude da situação em que fui colocada pela senhora serei obrigada a me defender caso ache necessário, é bom deixar isso por escrito em caso de mortes (brincadeira). Sério, me sinto uma refém.
Quanto ao conteúdo das aulas de quadribol, vimos a história do jogo, os times existentes no mundo inteiro (não bastavam os da Inglaterra, claro que não), as regras (a parte menos insuportável) e o que exatamente eu vou ter de fazer semana que vêm (aí me dá medo pensar no futuro) nas aulas práticas. Coisas que com certeza vão mudar a minha vida de forma fundamental, de maneira nenhuma poderia morrer sem essas aulas. Muito obrigada por me proporcionar estes momentos incríveis, professora.
De meio dia às quatorze horas tínhamos um intervalo para tomar banho, comer e descansar. Cada um passava esse tempo onde bem entendia, ou seja , eu em minha casa e eles bem longe de mim. Claro que eu estou em desvantagem, porque ao invés de descansar, esse tempo era consumido por minha família para os preparativos do casamento de minha irmã, Petúnia. Não que eu ou ela façamos questão de que eu participe deste festejo, mas minha família de um modo geral, faz. Mas arrumei um jeito de me vingar, se minha irmã odeia bruxos só me conhecendo nesta classe, imagine o que ela diria de Potter e companhia?
Assim, a partir das quatorze horas as aulas de estudo dos trouxas começavam e nesta primeira semana elas se passaram em minha casa. Mostrei para eles como funciona uma casa trouxa. Devo dizer que mais uma vez estou em desvantagem já que dou aulas a três, e Potter só precisa explicar a mim. Mas, enfim, chegou a ser divertido, nunca pensei que fosse dizer isto, mas foi. Eles se encantaram com o chuveiro elétrico, com a televisão, a caneta esferográfica, a maquina de lavar de minha mãe, o ferro de passar e muito mais. Mas o mais divertido foi ver que o que mais os intertinha era minha irmã.
Nunca pensei que fosse me unir aos marotos. Ou pelo menos a parte deles, já que o tal do Peter não está nessa de ficar sem férias. Mas nós passamos a semana agindo em equipe. Assustamos Petúnia de forma variada, desde o bom e velho rato (uma simples xícara transfigurada por Sirius) até o nosso plano bem sucedido de assustá-la com um espelho. Claro que ajudamos um pouco. Potter mudou a cor do cabelo dela para azul, Remus fez um feitiço no espelho para que ela parecesse gorda, eu a posicionei em frente ao espelho e Sirius simplesmente a fez ficar afônica durante seu grito. Petúnia sempre foi vidrada num espelho, foi bom vê-la sofrendo com sua imagem uma vez. Acho que ela nunca vai me perdoar.
Mas esta é só uma pequena vingança pelos anos em que fui atormentada por ela. E mais pelo pequeno tempo de descanso nestas férias que me é roubado por conta de seu casamento. Fiquei pensando se os marotos atormentavam Snape pela mesma razão. Mas resolvi parar de pensar, professora, porque acho que a senhora já está me pondo em má companhia, de modo que começo a ser contaminada por eles.
Por enquanto é só. Fique esperando por mais notícias na semana que vem.
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