Capitulo 6º




Por volta das nove da noite os primeiros convidados começaram a se retirar. Os Granger que até então estiveram apagados durante a festa, quase que esquecidos, despediram-se afetuosamente da neta e saíram, Hermione lhes acompanhando até o carro.
- Amanhã a gente da uma passada lá mamãe. E desculpe por não ter dado a vocês a devida atenção, sabe como é né... no meio dessa confusão... – ela justificou-se para os pais apoiada na janela aberta do novíssimo Vectra preto.
A sra Granger sorriu para a filha
- Imagina querida, tudo bem! Nos divertimos bastante essa noite, não se preocupe!
- De um alô para o seu sogro meu bem, ele foi muito gentil conosco! – disse o homem de cabelos grisalhos ao volante. E vocês dois – acrescentou alegremente ao ver Rose e Hugo se aproximarem do seu lado do carro – Quero os dois passando uns dias lá em casa antes que Rose volte pra escolhinha dela.
Os dois fizeram sinais afirmativos com a cabeça. O sr Granger piscou satisfeito e antes de partir acenou para Alvo que acompanhava a cena parado na varanda.
- Se você quiser ir junto, nós ficaríamos muito felizes! – disse ele ao menino.
Quando os faróis já não podiam ser vistos na escuridão da estrada. Hermione subiu os degraus da varanda abraçada aos filhos, um de cada lado.
- Rose já vai pra Hogwarts tia? – aproveitou Al para perguntar
- Não querido, ainda não. Ela voltar pra escolinha trouxa que freqüenta até ter a idade certa – explicou Hermione conduzindo as três crianças de volta a casa – Você também freqüenta uma, não é?
- Uhum! – confirmou o menino.
- Então.
Eles entraram na sala e Hermione se adiantou para se despedir de Luna que tambem parecia se retirar.
- Eu também vou começar esse ano, sabia? – Hugo comentou com o peito estufado de orgulho e em seguida foi se juntar a Lilly que aparentemente se ocupava na tarefa de apresentar Fuchur à Bichento.
- Olha, Bichento! Ele é seu novo amiguinho. Dá oi pra ele, dá! – ia dizendo a menina.
O gato olhou para o pequeno cachorro com ar superior, levantou se espreguiçando e saiu calmamente de calda em pé.
Na cozinha a louça se lavava magicamente observada por Molly que sentada à mesa conversava com Fleur parecendo preocupada.
- Deve ter acontecido alguma coisa Fleur, Gui e as crianças já deviam estar aqui! – disse ela a nora fazendo um guardanapo começar a enxugar os pratos com apenas um leve movimento de varinha.
- Eu sei Molly, eu sei! – a loira tinha as mão cruzadas em posição de oração, os dedos entrelaçados, no belo rosto uma levíssima ruga se desenhava e um olhar distante lhe dava ar de pensativa.
As crianças passaram pelas duas sem serem notadas e quando saíram mais uma vez para o quintal perceberam de imediato o clima tenso de preocupação que pairava sobre toda a família.
Os únicos alheios a isso eram Teddy e James que sentados no chão brincavam de Snap Explosivo. Rose e Alvo se juntaram aos dois em tempo de ver a torre construída por um orgulhoso Teddy explodir. Os quatro riram mas pararam rapidamente com uma represália de Angelina que tinha em seu colo um Fred adormecido e ao seu lado uma Roxanne prestes a dormir sentada.

Em silencio os quatro fizeram caretas entre si e passaram a brincar de um jogo de cartas trouxa que James aprendera com um amigo trouxa.
- E então, quem de vocês tem algum dinheiro? – sussurrou o garoto para os outros três.
- Ahhh nem vem em pirralho! Brincar a dinheiro não heim! – exclamou Teddy
James pareceu ofendido.
- Qual é Teddy, vai bancar uma de chato certinho agora?
- É mesmo Teddy, desde quando tu é certinho assim? – os quatro se assustaram quando viram alguém parado em pé de braços cruzados ao lado deles. Aliviados, eles riram quando perceberam o sorriso de Jorge ao olhá-los:
- O que que o quarteto fantástico esta aprontando?
- Jogando. Quer jogar, tio? – Convidou James afastando-se mais para o lado e abrindo espaço para que Jorge se sentasse entre eles.
Olhando para os lados conferindo se ninguém olhava, o ruivo esfregou as mãos satisfeito e sentou-se entre James e Alvo.
Inclinado-se para que apenas Rose o ouvisse Al disse:
- Escuta, vamos brincar de outra coisa? Sei lá, não ‘to afim de brincar disso!
Rose olhou de Alvo para as cartas que James distribuía. Mordendo o lábio ela suspirou e quando o menino se levantou o seguiu.
Uma movimentação na cozinha chamou a tenção de todos e Gui apareceu seguido de Fleur e da mãe.
- Eu não sei Fleur – dizia ela a mulher – eu fiquei esperando lá esse tempo todo e nada deles aparecerem. Mandei uma coruja pra casa de seus pais pra saber o que aconteceu com as meninas, pedi que mandassem a resposta pra cá. Agora é só esperar. Boa noite gente – cumprimentou ele – Feliz aniversário guria.
Com seus fortes braços ele alçou Rose nos braços e lhe deu um beijo na testa.
Aflita Fleur olhou para cima esperando uma coruja surgir a qualquer tempo no céu noturno. E como que para acalmar a mulher, surgiu no céu um vulto negro disforme se desenhando contra a lua.
Num vôo rasante uma coruja marrom passou pela cabeça de Gui e deixou cair sobre ele um pergaminho amarrado com uma fita rosa. Imediatamente ele abriu o papel e depois de ler seu conteúdo, olhou para a esposa com cara de descrédito:
- É da Vick, Fleur. Elas resolveram que não vão mais voltar pra casa. Vão ficar em Paris até o fim das férias. – ele entregou o pergaminho para ela bufando.
- Pelo menos elas estam bem ahn! – ela sorriu fraco em resposta parecendo mais aliviada.
- É, mas elas ao menos deveriam se dar ao trabalho de mandar um beijo ou um cumprimento que fosse pra prima. Falta de educação! Sem falar que elas não se importam em deixar sua pobre avó morrendo aqui de preocupação – ela deu meia volta para terminar de lavar a louça – Depois eu morro, ai vão ficar cheias de remorso...
Alvo não se conteve e riu para Rose. Vovó Molly às vezes era tão dramática!
– Você não querr comerr alguns salgados? Eu guardei alguns parra você. –Fleur sugeriu gentilmente à Gui.
Ela conduziu o marido até uma mesa e o serviu. Cansado, Gui comeu, ainda reclamando das filhas e dos pais de Fleur que o fizeram esperar feito bobo.
Consultando o relógio de pulso Harry falou para a esposa.
- Agora que ‘ta tudo certo, acho que a gente pode ir embora né amor?
- É.
Rony com um copo de cerveja amanteigada nas mãos sacudiu a cabeça negativamente:
- Nem pensar, ‘ta cedo ainda! – ele passou o braço ao redor de Hermione que acabara de se juntar a eles – Mione, o povo já quer todo ir embora, acredita?!
- Ahhh não gente, fica mais um pouco! Ainda tem salgados se vocês quiserem.
De seu lugar Angelina concordou com Harry:
- O Harry está certo, a festa ‘ta boa, mas a gente tem que ir embora. Né Jorge? – ela alteou ligeiramente a voz na direção do marido que apenas sacudiu a cabeça pra cima e para baixo enquanto observava suas cartas com um fazendo bico de ar concentrado.
- Já vai, já vai – ele analisava a jogada, às vezes lançando olhares as duas crianças a sua frente que exclamavam “vai logo tio!”
Arthur apareceu trazendo Lilly nas costas, brincando de cavalinho com a neta.
- Pocotó, Pocotó, Pocotó.... Riiiiiinch (N.A: leia-se como onomatopéia de relincho XP)
Parando em frente a filha caçula ele endireito-se ainda com Lilly às costas:
- Entrega especial para Ginevra Potter – anunciou ele virando-se para que Gina pudesse pegar a menina que com cara de sonolenta enlaçou o pescoço da mãe com os braços depositando a cabeça no ombro desta.
- Nossa, Lilly como você ‘tá pesada – ele parecia fazer força pra segurar a filha.
Ao lado de Al, Rose pareceu lembrar-se de algo e com os olhinhos brilhando fez sinal para que ele a acompanhasse.
Perto da mesa, Harry fez um carinho no sedoso cabelo da filha.
- A gente já ta indo, ‘ta amor? – a menina concordou com a cabeça se aconchegando mais a mãe.
- Ahhhhhh não tioooo! – exclamou Rose estacando de mãos na cintura a meio passo da porta – Logo agora que eu ia mostrar pro Alvo o presente do tio Jorge!!!!
- Pra que que o Al vai querer ver uma blusinha, menina?! – Perguntou Rony
- Não paiii!!! O Ultra Desmantelador de Caraminholas Desnecessárias e Inúteis, que já vem equipado com orelhas extensíveis, agora com maior raio de alcance, e também um kit Acessórios Indispensáveis a Peraltices e Enguiços de Todo Gênero, Darrr! – ela olhou como se isso fosse obvio.
- Quê?? – exclamaram em um só tempo Alvo, Rony, Harry, Hermione, Gina e Arthur. Até Lilly levantou a cabeça para olhar melhor.
Rose olhou de um para o outro com cara de culpada ao notar a mancada que dera e então virou-se para o tio que brincava com os primos.
Jorge levantou-se de um pulo fazendo com que varias cartas voassem pelos ares.
- Vam’bora Angelina! – apressadamente ele pegou Roxanne e com a mão livre puxou a mulher por entre as pessoas. Sem entender o que se passava a morena seguiu o marido, Fred chacoalhando em seus braços.
- Tchau pessoas, Tchau Rose, Roniquinho – ia dizendo Jorge sem olhar pra trás – Obrigado pela comida. Bye! - e sem mais ele sumiu com a esposa deixando todos confusos.
- Mas o que aconteceu agora!? – Molly voltara tirando o avental branco de Hermione que usara para cuidar da louça – Onde foi Jorge com tanta pressa?
As pessoas deram de ombros e Hermione encarou a filha.
- Do que você estava falando filha? Que presente é esse? O tio Jorge não te deu uma blusinha?
Alvo viu o rosto de Rose ficar vermelho, de vermelho para púrpura e daí para Roxo.
- Ahnnn.... também. – respondeu a menina.
- ‘Também” o que? – tornou a mãe.
A menina olhou pra Alvo pedindo mudamente ajuda. Mas ele tambem não estava entendo o porquê de a prima estar tão confusa com essa historia.
- Também ganhei uma blusinha, mas o tio já tinha me dado outro presente das....
- Gemialidades Weasley – completou Hermione.
Ela virou-se para o marido.
- Eu não proibi o Jorge de dar qualquer coisa que seja daquela loja pra Rose? Como é que você permite isso Ronald!?
- Mas o que que eu tenho haver com o que ele dá ou deixa de dar pra alguém Mione?
- Você trabalha com ele, Ronald Billius! Obvio que você sabia disso! – ela parecia nervosa.
Harry revirou os olhos para Gina enquanto essa ajeitava a filha no colo.
- Há! Essa é boa agora! – retrucou o ruivo – E afinal o que tem demais nisso, você nem sabe o que é!
- Vinda daquela loja, não pode ser coisa boa! – argumentou Hermione.
- Os nossos acessórios são de ótima qualidade, fique você sabendo.
- Você me entendeu – ela o fuzilava com os olhos. – Mas se você quer matar a sua filha...
Ele a encarou depositando o copo na mesa, os olhos cerrados.
A essa altura todos os demais estavam em silencio observando os dois. Alvo não sabia o porquê mas achou aquela cena muito engraçada. Obvio que seus pais também brigavam às vezes, e isso não era nada legal. Mas as brigas dos tios sempre tinham algo de cômico. Sendo ou pelo jeito histérico da tia ou pelas caretas do tio. O menino esboçou um sorriso quando seu olhar cruzou o de James e Teddy mas arrependeu-se ao ver a expressão mortificada de Rose.
A menina parecia a beira das lagrimas, olhando os pais discutindo. Levantando-se da mesa onde estava, Carlinhos tentou intervir.
- Gente, calma – ele fez sinais de “menos” com as palmas das mãos abertas. – Não é pra tanto!
- Hermione, eu não tenho nada haver com isso, Juro! – defendia-se Rony - Pára de fazer tempestade em copo d’agua, é só mais um artigo daqueles idiotas inventados por Jorge, só isso!
- Primeiro uma vassoura – estourou ela – agora isso! Só podia vir mesmo da sua família!
- O que quer dizer com isso Hermione “Granger”?? – Rony começou a mudar de tom, sua voz mais alta agora.
Antes que a situação piora-se Molly adiantou-se e segurando a nora pelo ombros encerrou o assunto.
- Agora chega queridos! Se você não quer que Rose brinque com isso, tudo bem, Ronald leva de volta para a loja amanhã e assunto encerrado. Eu garanto a você que nada mais que tenha origem das Gemialidades vai voltar a parar nas mãos de algum dos meus netos. Mesmo porque, salvo algumas excussões...os Weasleys são muito responsáveis!
Ela bateu de leve no ombro da nora antes de acrescentar:
- E não se esqueça que você é uma de nós, querida! Bom, acho que agora já passou da hora de irmos embora! – sua voz era doce mas enérgica e não admitia votos contra.
Rony e Hermione ainda se encaravam de expressões sérias em face.
Recolhendo suas coisas Molly sorriu mais uma vez para os dois e quando se abaixou para abraçar a neta Alvo pode ouvi-la falar no ouvido da menina que ainda tinha cara de choro:
- Eles são assim mesmo, sempre foram! Não liga não!
Ela endireitou-se e foi saindo arrastando os demais com ela.
- Bom Rony, a gente já vai indo então – falou Gina que tinha o rosto rosado devido ao esforço que era segurar a filha por tanto tempo. Ela beijou o irmão e a cunhada e seguiu a mãe.
Harry foi logo atrás, depois de fazer um aceno rápido para os dois e chamar James e Teddy com as mãos.
- Eu vou deixar você na casa da sua vo ta? - falou ele para o menino quando esse o alcançou.
- Deixa ele dormir lá em casa pai? – pediu James do seu lado.
Dá porta Gina, acenou com a cabeça.
- Ele pode dormir lá sim!
Quando Harry emparelhou com ela, tomou de seus braços Lilly que não agüentando o sono dormira de vez.
-Vamos Al! – chamou o pai virando a cabeça para ele.
O menino atendeu mas quando foi se despedir da prima essa pediu para que ele esperasse só um segundo mais e correndo até o pai sussurrou algo em seu ouvido. Rony lançou um olhar desafiante à esposa e então respondeu para a filha:
- Pode!
Rose sorriu radiante e voltando até onde deixara o primo anunciou.
- Você vai dormir aqui em casa!
- Que? – perguntou Al de volta
- Você não quer? – Rose pareceu triste
- Quero, mas.... – ele se virou para o pai que ainda o esperava - Posso pai?
Harry pareceu não gostar muito da idéia. Ele lançou um olhar preocupado para os dois amigos de infância, indeciso.
- Não sei Al... Acho melhor....
Hermione foi até Al e pousou a mão no braço do menino enquanto este esperava a resposta do pai.
- Tudo bem Harry! Ele pode ficar. – ela sorriu para o amigo.
- Ele não vai incomodar?
- De forma alguma! Vai ser ótimo.
- Mas e roupas pra você tomar banho? E pasta, escova?
Foi Rose quem respondeu:
- Tem roupas dele aqui, daquela ultima vez que ele passou uns dias em casa. Acho que ainda servem.
Sem outra escolha Harry acentiu.
- Ok então! Mas antes vem se despedir da sua mãe.
Exultante os dois primos trocaram olhares de felicidade e foram atrás do homem, com Hermione e Rony em seus calcanhares.



Na frente do carro, Alvo ouvia as recomendações da mãe, enquanto da varanda os tios e a prima o esperavam. Os avós e outros tios tinham seguido a pé para suas respectivas casas, já que todos moravam nas proximidades.
- E não esquece de ir ao banheiro antes de deitar. – ela dizia.
Pelo vidro do banco traseiro do carro Al viu o irmão e o primo darem risinho com Lilly esparramada no colo dos dois.
Gina deu um beijinho na testa do filho e montou no carro.
- Coloca o cinto ai criançada! – ordenou ela olhando para trás. Ela própria colocou o seu.
- Hermione tem certeza que... – começou Harry quando ligou o carro
- Tenho!
Ele assentiu mais uma.
- Ok, Tchau então! Juízo heim pequeno! - E com isso eles foram embora.

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