Capitulo 5º
Capitulo 5
- Gente, o que que a gente ainda ta esperando heim? – Rose perguntou impaciente, sentada numa grande e fofa almofada vinho que dividia com Al e Lilly.
Uma tela branca fora colocada em uma das paredes da sala e agora reproduzia fotos trouxas e trechos de vídeos que mostravam crianças brincando numa praia, duas delas, as menores, construindo castelinhos de areia enquanto quatro jovens adultos acenavam em pé frente ao mar calmo.
- Calme querrrida! – uma mulher loira respondeu da ponte de um sofá no lado oposto – Seu tié Gui foi buscar suas prrimas, elas chegam hoje da França sabe!
- É baixinha, e a tia Angelina e o “titio” Percy ainda não chegaram. – completou Jorge – Vai querer começar sem seus primos vai? Eu sei que você prefere os filhos da tia Gina, mas também não precisa desprezar os meus! – ele se fez de indignado – Afinal, eles também vão querer criar lombriga de tanto comer doce!
Parado a porta da sala Rony consultou o relógio de pulso:
- A Rose está certa Jorge, já está ficando tarde. Se nós formos esperar por todo mundo, vai anoitecer e nós ainda não vamos ter cortado o bolo.
A tela mudou. Uma jovem de cabelos armados apareceu vestindo uma camisola branca, nos braços um bebe envolto numa manta amarela. Parecia dormir a sono solto enquanto a mão de quem gravava a cena apareceu fazendo um leve carinho em sua bochecha rosada.
Hugo, sentado no colo da mãe bem no meio do sofá perguntou a esta:
- Mamãe, esse sou eu? – ele apontou o bebe na tela
- Não pequeno, é a táta! – explicou Hermione carinhosamente – Olha como ela era linda!
Ao ouvir isso, Teddy que estava sentado de pernas cruzadas bem em frente à tela no meio da sala, virou-se para Rose;
- Você ouviu né Rose? Sua mãe disse “era linda”! Isso quer dizer que agora ela acha que você não é mais!
A menina mostrou-lhe a língua em resposta e Hermione lhe tacou uma almofado rindo:
- Eu não disse isso Teddy. Rose era e sempre será minha princesinha – ela mandou um beijinho para a menina.
Teddy olhou para James ao seu lado e ambos fizeram caretas debochadas.
- Ai como o Teddy às vezes é bobo, né Al? – Rose perguntou baixinho para Alvo.
Alvo não respondeu. Olhava cegamente para a tela a sua frente, a cabeça a mil. Seus pensamentos ainda no que havia visto a pouco, Alvo indagava a si mesmo o que afinal de contas era aquilo. Quem sabe, Rose ou os tios pudessem dizer. Talvez eles tivessem colocado um lampião no meio das arvores para tornar o lugar mais claro. Mas isso era pouco provável, e, mesmo que fosse Alvo não estava disposto a contar a ninguém o que vira, então seria difícil descobrir. Algo em sua mente repetia que ele devia guardar isso só para si, mas ele não entendia bem o porquê.
Rose percebendo algo de errado com o primo passou a mão em frente ao rosto dele para chamar sua atenção:
- Helloooo! Tem alguém ai? – brincou ela
Alvo foi chamado de volta a terra e olhando confuso para os lados procurou quem o chamava.
- Oi Rose, que que foi? – perguntou ele
- Nada, só que você ta com cara de tonto, só isso!
Ela sorriu para ele e ele sorriu de volta forçadamente.
Eles ouviram um barulho na parte da frente da casa e em segundos a porta se abriu e uma negra bonita com os cabelos presos num rabo de cavalo entrou acompanhada de uma menina de cabelos negros e cacheados e um garotinho de rosto todo salpicado de sardas, ambos ainda menores que Lilly e Hugo. Assim que se viram dentro da casa Fred e Roxanne correram a se jogar nos braços do avô Arthur
- Desculpem a demora, eu tive problemas pra sair de casa. – ela se aproximou de Jorge e cumprimentou o marido com um beijo.
- Problemas? Que problemas? – perguntou ele de volta
- Aquela mulher maluca da casa ao lado me parou para conversar quando já estávamos prontos para sair e me tomou bem uma meia hora- explicou ela.
Ela cumprimentou os demais e se deteve para dar um grande abraço e um beijo em Rose antes de lhe estender um belo embrulho de presente.
Intrigada a menina abriu o pacote, que revelou conter uma belíssima blusinha em tons de roxo e prata. Ela já abrira a boca para dizer algo mas quando seu olhar recaiu sobre Jorge conteve-se pois esse lhe fazia sinais frenéticos atrás da esposa.
- Espero que lhe sirva querida! Se não, me devolve que eu troco. Está bem? – ela deu novo beijinho na menina e então voltou para junto do marido de onde acrescentou para todos – Ah, antes que eu me esqueça, Percy mandou avisar que não poderá vir, está por demais atarefado. Ele passa aqui amanhã pra te dar um beijo, viu Rose.
- Onde você viu o Percy? – Jorge perguntou a esposa.
- Ele passou lá em casa pouco depois que você saiu.
- Hum...
Um ronco agudo cortou a sala e todos se viram para Rony . Envergonhado, ele consultou novamente o relógio que agora marcava pouco mais de 5 da tarde.
- Fleur, me desculpe mas eu acho que não vai dar mais pra esperar o Gui... Senão vai ficar muito tarde!
Alvo percebeu no rosto de sua tia um toque de contrariedade quando ela concordou com a cabeça.
Era costume, nas ocasiões em que a família se reunia, que todos estivessem presentes. Enquanto isso não acontecesse, ninguém comia sequer um grão de arroz e Molly Weasley se encarregava pessoalmente de garantir que assim fosse. Alvo nunca se preocupou em saber o motivo disso, mas James certa vez lhe dissera que tinha há ver com a tal guerra que acorre a mais de uma década. Depois dela, a avó sempre fazia questão da família toda junta em ocasiões propícias, e coitado de quem não aparecesse.
Hermione se levantou ainda com Hugo nos braços.
- Bom, então acho que devemos ir todos lá para fora né gente!
Ela colocou o filho no chão e ajeitando as roupas seguiu para a porta, sendo acompanha aos poucos pelos demais, alguns deles se espreguiçando ao levantar de onde estavam. Ao passar por Luna numa poltrona, ela educadamente cutucou a amiga que parecia cochilar sentada. Rony desligou a tela no momento em que Alvo via a si mesmo, a cara pintada com nariz de coelho e bigodes, sendo abraçado por uma Rose de uns 4 anos que aparecia segurando em uma das mãos um grande ovo de chocolate já aberto, a boca lambuzada revelando um sorriso onde faltava um dente.
Sentados ao ar livre, os convidados conversavam entre si enquanto degustavam os salgados que eram servidos a cada espaço de tempo em suas mesas por uma afobada Sr Weasley, que ainda não se conformava com a ausência de um de seus filhos e a demora do outro a chegar com mais um punhado de seus muitos netos. Ela ia passando pelas mesas com uma bandeja cheia, e antes de depositar seu conteúdo em cada uma das mesas soltava algum comentário sobre a falta de consideração de Percy e a irresponsabilidade de Gui.
- Que tipo de tio falta ao aniversario da sobrinha? – perguntou mas uma vez em voz alta enquanto servia ao marido, Carlinhos e Fluer um prato com pequenos pedaços de uma massa crocante recheada.
- Eu não ter culpe Molly! – Fleur respondeu impaciente.
Na mesa ao lado, Luna contava a Gina sobre sua recente viagem a um país exótico na América Central.
- E essas criaturas têm uma cultura milenar fascinante sabe... – falava ela entusiasmadamente sobre uma espécie de pequenos gnomos azuis que encontrara numa de suas aventuras. Gina dividia sua atenção entre demonstrar a amiga seu interesse pela historia e vigiar Lilly com os olhos, vez ou outra intervindo numa possível travessura que a menina pudesse estar tramando.
A menina e Hugo, brincavam de esconder com Fred e Roxanne. Ela e o primo aproveitavam das vantagens que seus quase três anos a mais lhe davam para encontrar facilmente os menores, que ingenuamente escondiam-se em lugares óbvios e por vezes até visíveis, como por exemplo, atrás de Harry ou Rony que, parados próximo à mesa principal comentavam sobre o ultimo jogo de quadribol.
Hermione se revezava com Angelina na tarefa de ajudar a sogra, parando de vez em quando para conversar com os convidados aqui e ali como uma boa anfitriã.
A noite começava a cair quando Hagrid apareceu trazendo com ele uma espécie de Puddle branco de rabo bifurcado, que ele deu de presente a aniversariante. O bichinho ainda era um bebe e pareceu desnorteado no meio de tanta gente.
Segui-se então uma animada discussão entre Rose, Alvo, James e Teddy sobre qual seria o nome mais apropriado para o bichinho. Depois de muita confusão decididiu-se por Fuchur, em homenagem ao personagem de uma historia que Rose costumava ouvir antes de dormir quando era menor.
Alvo particularmente achou o nome meio bobo, mas não comentou isso com Rose.
Já passavam das 6 quando o bolo finalmente foi trazido para fora por Hermione. O menino não se surpreendeu ao descobrir que o bolo tinha o formato de um livro aberto onde lia-se Feliz Aniversario Princesa em glacê rosa.
As crianças juntaram-se ao redor de Rose atrás da mesa, que enfrente ao bolo esperava ansiosa o momento de apagar a velinha em forma de 7. Quando terminaram de cantar o parabéns a você, James, Teddy e Jorge emendaram uma canção de “Com quem será que a Rose vai casar” deixando Alvo parecendo um pimentão de tão vermelho quando no final disseram seu nome. E a situação ficou ainda mais constrangedora quando sua mãe e sua tia Hermione resolveram tirar fotos de Rose entregando um pedaço de bolo a ele, dando-lhe um beijinho na bochecha.
Com o prato na mão Alvo foi sentar-se, enfezado, na mesa mais distante, seguido pelo som das gargalhadas de Hugo, James e Teddy.
Sozinho na mesa Al comeu seu bolo observando Rony, Hermione e os demais numa espécie de sessão de fotos com a aniversariante. Quando terminaram com as fotos, Rose foi se juntar a ele, também com um bolo em mãos alem de dois copos e um refrigerante.
- Me ajuda aqui senão eu vou derrubar – ela disse assim que ficou mais próxima da mesa. Prontamente o menino se levantou e pegou a garrafa e os copos, colocando-os sobre tecido branco. Ao fazê-lo a fadinha que enfeitava a mesa piscou para ele.
Rose caiu pesadamente na cadeira ao lado com seu prato na mão. Assim que se acomodou ela cortou um grande pedaço com o garfo, quase pegando o bolo todo de uma grafada só.
Tampando a frente da boca com uma das mãos ela comentou:
- Gotosonhe? Fominmãquifeiz – sua voz estava engrolada por conta da boca cheia. Ela engoliu o bolo e depois de tomar um gole de seu refrigerante acrescentou – Adoro chocolate, você não?
Quando Alvo abriu a boca para responder, por uma fração de segundo tudo ficou silencioso novamente e ele pode ouvir com perfeição as mesmas vozes que ouvira durante a tarde. E assim como veio a musica sumiu, dando lugar as vozes das pessoas da festa que conversavam e riam.
- Você ouviu isso Rose? – seu coração estava novamente aos pulos.
- Isso o que? - ela perguntou despreocupada pegando o restante do bolo em seu prato com outra grafada e enchendo a boca com ele.
Alvo olhou para os lados esperando ver surgir a qualquer momento a esfera luminosa, mas isso não aconteceu. Meio aliviado, meio preocupado o menino voltou sua atenção para o próprio prato.
- Nada não, deixa pra lá.
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