Capitulo 2º



A pergunta sou rudemente, o que fez o homem a sua frente parecer mais envergonhado ainda, se é que isso era possível.
Alvo estranhou o jeito do pai, que sempre era simpático e amistoso, mas ao olhá-lo melhor achou que ele não pretendera ser rude, apenas estava surpreso.
- De... desculpe Harry, sei que isso não é hora pra aparecer na casa de alguém, ainda mais sem avisar mas... eu apenas pensei em passar por aqui, ver como estão as coisas pra você, alias você esta muito bem pelo que vejo - ele deu uma olhada pra casa - e também... pensei em te entregar isso
Ele estendeu um envelope branco, onde se destacavam floreios dourados numa escrita rebuscada. Harry, de cenho franzido leu os dizeres do papel
- Você vai se casar? - pelo seu tom parecia um tanto surpreso
- Bem... sim.
- E está me convidando? - ele levantou os olhos para o primo a testa levemente enrugada.
- Sim - a expressão de Duda mudou um pouco, numa mescla de arrogância e certo receio esperando a resposta do outro.
- Duda, eu... eu... - começou Harry, mas foi interrompido por um gesto de mão do primo com fechou a cara e o olho de olhos apertados.
- Não quero recusas! Eu fiz minha parte: o convidei, espero que você tenha o mínimo de educação ou sei lá o que, e compareça a festa. Até mais Harry!
E de maneira intempestiva, da mesma forma rápida e repentina com a que chegou ele se afastou sem deixar margem para resposta, caminhando a largos passou até um carro a poucos metros de distancia, que ela provavelmente estacionara ali.
Deteve-se um momento mais, a mão na maçaneta, pra dizer antes de ir:
- Não me importo com o que minha mãe diga! - com um aceno para Alvo, ele entrou no carro e partiu pela rua acima ate sumir na esquina mais próxima.
Alvo olhou para o pia, que permanecia parado, meio que confuso:
- Quem era esse homem papai? Ele é da sua família?
- Parece que sim Alvo - respondeu Harry com os olhos no fim da rua.

Voltando a casa o menino deixou o pai na sala contando a novidade a uma estupefata Gina e subiu correndo a escada a procura de dos irmãos para ele mesmo contar o que acabara de acontecer. Foi primeiro ao quarto de James, mas nem ele e nem Lilly estavam ali e muito menos no quarto no quarto da menina.
Desistindo de encontrá-los, ele seguiu pára seu próprio quarto imaginando que talvez os dois estivessem por ali, mas decepcionou-se ligeiramente quando o encontrou vazio tal e qual o havia deixado, a cama ainda por fazer.
Pra matar o tempo, pôs-se a organizar algumas peças que se espalhavam pelo lugar, coisas como meias e revistinhas em quadrinhos trouxas. Gastou alguns minutos na caçada a um pé de meia que havia desaparecido, o encontrando junto a seus brinquedos, embaixo da cama. A visão de um bonequinho pequeno o fez lembrar de uma coisa que guardava a sete chaves a uma semana.
Pondo-se de pé, ele abriu o guarda-roupa e procurou entre uma variedade de coisas o embrulho bem feito de presente que escondera ali. Ele o guardara no lugar mais secreto que pode pensar e planejava entregar a Rose no momento apropriado, de preferência o mais longe possível dos olhos da tia Mione, pois sabia que a tia não iria gostar nem um pouco.
”Mas a Rose eu tenho certeza que vai adorar. Quero só ver a cara dela!” ele falou sozinho enquanto procurava.
Porem por mais que ele bagunçasse suas camisas e calças, não encontrava o que procurava. Tinha certeza absoluta que o guardará ali, tinha. E à medida que os segundos se passavam e nada do pacotinho, começou a duvidar que o guardara mesmo ali, no final das contas. Passou então a vasculhar todas as gavetas, sem sucesso, deixando seu quarto num estado pior do que estivera antes da arrumação.
Ligeiramente em pânico, voltou à sala para perguntar a mãe se ela por acaso havia visto algo.
- Hum... Não meu anjo, eu não me lembro de ter visto nada – Disse ela distraída enquanto assistia a um programa de teve matinal (onde uma mulher loura fazia receitas) abraçada ao marido no sofá da sala.
- Pensa bem mãe! Não achou nada tipo um pacotinho rosa, com um laçinho vermelho em cima, quando limpou o meu quarto? – Falou o pequeno quase choroso da porta
- Não querido, tenho certeza! – ela respondeu de volta, os olhos na teve – O que era, um presente pra Rose? – ela olhou pra ele
Ele confirmou com a cabeça.
- Desculpa meu lindo, mas eu não vi! Você viu Harry? - ela voltou-se para o marido
- Eu não. Tem certeza que procurou direito Alvo?
- Tenho!
- Perguntou ao James e Lilly se eles não pegaram por engano?
O garoto fez que não com a cabeça.
- Então... – ele sorriu para o filho e antes que o menino saísse - O que é, o presente?
- Nada de mais, só... uma coisinha que eu achei a cara dela quando vi!
Foi a vez de Gina perguntar:
- Quando você comprou? Faz dias que não saímos de casa.
- Eu ... - ele ficou um tanto envergonhado - Eu mesmo fiz!
Pai e a mão pareceram não entender
- Ué, mas você não disse que achou a cara dela quando viu? Como pode ter feito?
O pequeno deu de ombros
- Copiei do meu jeito! - e com isso ele saiu mais uma vez a procura dos irmãos.
Passando pela cozinha, ele foi até o jardim dos fundos, onde de longe pôde ver os dois sentados ao lado de uma pequena arvorezinha que dava frutos pequenos e doces, dos no momento ele não lembrava o nome. James parecia mostrar a Lilly algo bem engraçado, pois a garota ria muito.Com um assomo de raiva que Alvo caminhou batendo os pés até eles, a cara fechada e os punhos cerrados.
Chegando perto o bastante deles, o menino gritou com uma força desproporcional sem se dar tempo de perguntar nada aos dois:
- QUEM MANDOU VOCÊS MEXEREM NAS MINHAS COISAS, HEIM! ?
James e Lilly pareceram surpresos. Ela parara de rir e olhava o irmão do meio assustada.
-Que que foi, Al? – foi James quem falou.
O mais novo ia gritar novamente quando notou que James tinha em mãos um pequeno vermezinho que se contorcia e parecia prestes a cair no chão. Provavelmente era disso que Lilly ria.
Desconcertado, Alvo baixou o tom e quando voltou a falar, parecia choroso outra vez:
-Eu achei que... – ele não completou - nada não vai... vocês por acaso mexeram nas minhas coisas?
Lilly e James negaram com as cabeças, a primeira ainda parecendo assustada.
-Tá então - Alvo se limitou a dizer, antes de começar a começar a fazer o caminho de volta.
- Hey Al! – chamou a pequena á suas costas – Você não quer ver que estranho esse bichinho que o Jay achou???
Sem se virar Alvo sacudiu a cabeça negativamente e passou batido pela mãe quando cruzou com ela no corredor a caminho da escada.
- E então Al, achou?
Ele ainda tentou por um mais um tempo encontrar em suas coisas o pequeno embrulho cor de rosa. Somente quando a voz de sua mão entrou pela porta mandando que ele se arrumar-se pois já estava na hora de ir, é que o menino se deu por vencido e muito cabisbaixo começou a se vestir para tão esperada festa, imaginando onde estaria o presente feito com tanto carinho por ele para a prima.
Alvo estava longe em seus pensamentos que não notou um pontinho brilhante que piscou e sumiu na janela de seu quarto.

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