Capítulo X - O Fim



Harry arregalou o olhos e olhou para ela como se estivesse sonhando.

-Mione? -perguntou.

A verdade era que ela também estava tentando se recompor do choque que tivera ao vê-lo nu... Teve que fazer um verdadeiro esforço para levantar os olhos e olhar para o rosto dele.

-Posso entrar?

Ele se afastou e passou a mão pelo cabelo, limitando-se a olhar Hermione, foram para a sala. A surpresa que teve foi tão grande quanto a dele, quando a viu em sua porta. O mobiliário destroçado e velho desaparecera e, em seu lugar, havia sofás de madeira estofados nas cores creme e chocolate. O espesso carpete marrom e as cortinas combinavam com os estofados. Ficou ainda mais impressionada quando viu que a lareira tinha sido reformada e era tão bonita como ela sempre pensara que fosse.

-Sua casa ficou linda! – ela disse, forçando-se a olhar para ele.

-O que faz aqui a essas horas da noite?

Hermione olhou para ele de cima abaixo e ruborizou.

-Tendo aulas de anatomia.

Ele também olhou para baixo e sorriu.

-Bem, devia ter avisado antes que viria.

-Acho que sim.

-Quer que eu vista uma roupa ou não se importa?

Ela olhou nos olhos dele. Tinha esperado tanto... seus nervos ficaram agitados mais uma vez. Harry precisava fazer a barba, mas tinha um aspecto tão másculo, que desejou acariciá-lo.

Hermione aproximou-se dele, observando como seus olhos se entreabriam cuirosamente.

-Quero que vá para a cama comigo - conseguiu dizer.

-Já disse essa tarde o que penso disso.

-Eu sei.

Hermione tocou seu peito e sentiu como ele estremecia. Ele agarrou sua mão, mas ela conseguiu deslizar os dedos lentamente para baixo, fazendo que o corpo dele estremecesse ainda mais.

-Não faça isso – ele murmurou.

Era muito fácil. Mais do que imaginava. Apertou seu corpo contra o dele e usando a mão que estava livre o enlaçou pelo pescoço puxando sua cabeça para baixo.

-Me ajude - sussurrou, colocando sua boca na dele e o beijando suavemente.

Ela adorou sua resposta imediata. Ele tinha gosto de uísque. No começo foi um pouco desagradável, mas o calor de sua boca o suavizou e ela acabou acostumando-se.

Ela o segurou pelos ombros.

-Mione, não podemos... Por Deus, você é virgem!

-Sim, e você será meu primeiro homem.

Isso fez as mãos de Harry tremerem. Hermione ficou nas pontas dos pés, roçando seu corpo sensualmente contra o dele, de forma que parace para ele algo completamente inevitável e curioso. Ela suspirou.

-Vai ser lindo - disse ela com os lábios colados aos dele - A noite mais bonita da minha vida.

Ela o deixou para ir fechar a porta. Quando voltou estendeu os braços para ele.

-Se importaria de me levar?

Harry inclinou-se como se estivesse em transe e a pegou em seus braços. Ela apoiou a cabeça em seu ombro, sentindo sua pulsação, sentindo também como seu corpo estremecia de desejo enquanto a levava para o quarto escuro e a deixava sobre a cama.

-Querida...

-Coloque suas as mãos aqui – ela disse ela conduzindo suas mãos para os botões do vestido.

Ele murmurou alguma coisa e seus dedos tremiam enquanto desabotoava o seu vestido. Hermione se sentou, fazendo que o corpete deslizasse sobre seu corpo e deitou-se. Seu corpo parecia pálido à mortiça luz da lua que entrava pela janela. Estendeu os braços.
-Venha cá, querido - sussurrou.

Não sentia medo, desejava-o, queria ter um filho dele. Pelo menos, essa noite ia se assegurar disso, se não pudesse conseguir mais nada. Se ele a rejeitasse, ficaria a esperança, a pequena esperança de ficar com uma parte dele.

-Mione - Harry disse deitando-se a seu lado na cama como um cordeiro levado ao matadouro.

-Calma – murmurou ela, tremendo ligeiramente quando as mãos dele a percorreram das coxas até os seios.

-Você está com medo? - Ele perguntou.

-Para mim, isto é muito misterioso a partir de agora – ela explicou tranqüilamente - Eu... eu conheço a teoria, mas não sei o que vou sentir. Você sabe? Harry, vai doer muito?

-Não temos que fazer isso.

-Tenho que fazê-lo. Tenho que fazê-lo!

-Por quê? – ele perguntou.

As mãos de Harry, percorriam seu corpo fascinadas, e ela se esticou como um gato quando a acariciaram, encantada com essas amostras de carinho e sensibilidade.

-Quero um menino – Hemione murmurou - Quero um filho seu.

Ele estremeceu visivelmente, conteve a respiração e apertou o rosto contra seu corpo.

Sim, pensou ela o apertando mais, funcionara. Agora ele não seria capaz de deter-se, ou de impedí-la. Agora aconteceria, porque tinha conseguido levá-lo a uma situação em que não havia outra saída.

A boca de Harry uniu-se com a dela enquanto a acariciava de uma forma muito excitante. Hermione começou a gemer e a retorcer-se sob a doce tortura de suas mãos. Harry continuou sua exploração com a boca e não deixou nem um só centímetro de seu corpo sem percorrer, o que a fez gritar e sussurrar coisas que a teriam feito morrer de vergonha à luz do dia.

Quando ela sentiu o peso do corpo dele sobre o seu, estremeceeu e Harry acariciou suas costas para tranqüilizá-la.

-Não faremos nada com pressa – disse suavemente - Mione, feche os olhos um instante, vou acender a luz.

-Não...!

-Sim – ele respondeu beijando-a e acendendo a luz da mesinha de cabeceira.

Ela abriu os olhos. Estava em uma situação completamente nova para ela e tinha medo de que ao acender a luz ele não seguisse adiante.

-Já disse isso em outra ocasião. Quero vê-la – ele disse -. Veio aqui virgem e estamos a ponto de fazer algo extraordinário juntos. Me deixe... ver o que acontece com você... por favor.

O corpo de Hermione tremeu, mas ela não disse nada.

Passou as mãos pelos ombros largos e suados, pelo peito, pelo rosto dele. Sentiu que ele se movia e suas pupilas se dilataram. Estava um pouco nervosa, mas ele voltou a acariciar seu cabelo, tranqüilizando-a, enquanto aproximava os quadris.

-Não – ele murmurou quando ela tentou afastar-se. Sua voz tremia, mas seu sorriso era real, seus olhos lhe disseram... que a estava amando.

-Oh -sussurrou ela olhando diretamente nos olhos dele quando seus corpos se colaram.

-Sim, Oh. Céus, sim... Sim!

Alguma coisa incrível estava acontecendo. Hermione tinha a sensação de estar em outro mundo. Estava cravando suas unhas na carne e nem estava percebendo. Seu corpo se esqueceu que tinha um cérebro e se, deixou levar pelo instinto, o excitando, o acompanhando. Uma intimidade mais profunda começou a formar-se entre ambos e se foi transformando em algo doce, fácil e tremendamente carinhoso.

-Agora -sussurrou ela sem dar-se conta - Agora, eu... pertenço... a você...

-Mas... houve... alguma vez que... não pertencesse? – Harry conseguiu falar. Sua boca queimava e seu corpo encontrou um novo ritmo com o dela. Sentia as mãos dele segurando seus quadris, ensinando-a como fazê-lo. Hermione fechou os olhos e deixou que seu corpo indicasse o que fazer. Logo que recobrou a consciência, Harry repousava trêmulo sobre seu corpo, sua voz tremia como se o estivessem torturando e repetia seu nome como uma ladainha.

Ela abriu os olhos e a primeira coisa que viu foi o teto do quarto levemente iluminado pela débil luz do abajur. Tentou mover-se e viu que ainda eram parte um do outro. Sua respiração falhou dainte da beleza dessa situação.

Harry levou algum tempo para acalmar-se e Hermione admirou-se da força de sua paixão.

-Durou muito, não é? – ela sussurrou suavemente.

Ele levantou-se um pouco e olhou para ela com olhos que refletiam o arrependimento e a dor.

-Eu a violentei - disse.

-Não exatamente - murmurou ela com um cálido sorriso. - Por Deus...!

Hermione se aproximou um pouco dele e o beijou na boca suave, carinhosamente, sorrindo maliciosamente.

-Não...

As pernas dela se enroscaram sensualmente nas dele e algo que deveria ser impossível, de repente não foi. Deliciosamente surpreendida, ela fechou os olhos e o beijou com mais força.

-Meu Deus! - exclamou ele.

Parou de falar imediatamente. Hermione passou os braços pelo seu pescoço e continuou beijando-o até que o mundo explodiu ao seu redor. Finalmente, exaustos, adormeceram entrelaçados.

Hermione acordou antes que ele e vestiu-se enquanto olhava o corpo viril de Harry deitado na cama.

Decidiu que, definitivamente, ele era bonito. Não era culto nem civilizado, nem muito educado, mas era bonito e sensível e, provavelmente, seria um pai maravilhoso...

Seu rosto ardeu quando se lembrou da noite que haviam passado. Bem, já era muito tarde para ter remorsos. Ele iria se casar com ela, não havia outro remédio. Mas se não o fizesse, ela tinha a intenção de ir viver com ele.

Entrou na nova cozinha e encontrou uma geladeira igualmente nova, e que fora abastecida recentemente. Fez ovos com bacon, torradas e café. Quando terminou de preparar o café da manhã, voltou para o quarto.

Harry ainda estava dormindo. Ela se sentou a seu lado e roçou suavemente a boca dele com seus lábios.

-Mione... – ele murmurou ansioso, preparando-se para beijá-la.

Depois abriu os olhos como se não acreditasse no que estava vendo.

-Oh, Deus, aconteceu.

-Deveria mostrar-se um pouco menos horrorizado. Ontem à noite parecia estar se divertindo muito.

Harry levou as mãos aos olhos e os esfregou.

-Tinha bebido uma garrafa de uísque e fui para a cama... e depois, você me seduziu!

Hermione suspirou.

-Isso é o que todos dizem.

Ele sentou-se na cama e a olhou fixamente.

-Você me seduziu!

-Bem, não acho que seja necessário fazer uma cena por uma coisa dessas, Harry. Certamente não sou a primeira mulher que fez isso.

-Mas você era virgem!

-Já era hora de deixar de ser. Não te parece que na minha idade já deveria saber algumas coisas da vida?

-Oh, Deus!

Ela se levantou e suspirou.

-Acho que não está em condições de discutir isso agora. Então, por que não toma o café da manhã?

Harry tirou as pernas da cama e ficou olhando enquanto ela saía pela porta.

-Por quê?

Hermione virou-se, seu olhar era suave e possessivo.,

-Então você não sabe? - perguntou e, sem esperar resposta, seguiu seu caminho.

Ele entrou na cozinha alguns minutos depois, vestido com jeans, uma camisa e suas botas. Mas parecia não estar de muito bom humor. Olhou-a fixamente enquanto se sentava à mesa.

-Que cara horrível! – ela disse ela entregando o prato com os ovos e o bacon para ele.

-Não se sente envergonhada do que fez?

-Deveria estar? Quero dizer, você me arrastou para sua cama e...

-Eu não fiz isso! Foi você, está louca!

-Essa não é maneira de falar com a mãe de seu filho - ela disse com calma enquanto servia o café.

-Filho... – ele cobriu o rosto com as mãos. – Me pegou desprevinido, ainda não me pude recuperar. E o que aconteceria se ficasse grávida?

-Eu gosto de crianças – Hermione respondeu sorrindo - Agora pense um pouco, Harry. Se tivesse uma menina, eu poderia ensiná-la a ser uma dama e se fosse um menino, você o ensinaria tocar a violão.

Ele a olhou como se não pudesse acreditar no que estava ouvindo.

-Mione?

Ele segurou sua mão e a acariciou.

Hermione levantou os olhos. Toda a diversão desaparecera de sua expressão.

-Eu te amo - murmurou - Te amo mais que tudo no mundo, Harry, e a única coisa que peço é que me deixe viver a seu lado. Cozinharei, limparei a casa, terei seus filhos e você nem perceberá que estou aqui...

-Vem aqui – ele disse com a voz trêmula pela emoção - Venha!

Ela deu a volta na mesa e ele a puxou para seu colo, beijando-a como se fosse a última coisa que faria na vida.

-Querida, querida! -sussurrava enquanto ele a acariciava com as mãos e a boca.

-Era eu – Hermione disse fechando os olhos. - Era por minha causa que queria mudar, porque... porque... acreditava que eu não iria querer você.

O abraço dele tornou-se mais forte.

-Oito anos, Hermione - disse ele quase sem perceber - Faz oito anos que estou apaixonado por você. Queria me colocar em seu mundo para ter uma chance de conquistá-la.

-E eu descobri que não há nada errado com o seu. Tinha razão, Harry. Seu mundo é real e honesto, as pessoas não se dão ares de importância. Eu gosto mais do seu mundo que do meu. Me deixe viver com você.

-Sempre – ele prometeu - Durante toda minha vida. E a sua, claro. Vamos nos casar imediatamente.

Hermione arqueou as sobrancelhas surpreendida.

-Por que tanta pressa?.

-Como se não soubesse, pequena bruxa. Quando me disse ontem à noite que queria ter um filho meu não pude me conter. Fiquei louco em seus braços. Teve muita sorte por eu não machucá-la.

-Não teria me importado. Foi tão doce, tão encantador... Harry, eu te amava e sabia disso, e esperava que também me amasse. Foi tão carinhoso... eu quis que fosse perfeito.

-Foi perfeito, nas duas vezes. Quando estivermos casados há vários anos, me lembre de dizer para você que o que aconteceu era impossível. Fará isso?

Ela riu.

-Você mesmo disse que fazia muito tempo que não estava com uma mulher.

-Não foi por isso. Era porque passei muito tempo desejando você. Obsessivamente.

Ele beijou suas pálpebras.

-Comigo também foi assim. Queria morrer na noite em que voltávamos do balé. Disse coisas horríveis... e quando soube que você entrou na piscina com o carro, fiquei doente. Queria me colocar de joelhos e me desculpar. Sentia sua falta, o amava e sabia que não poderia viver sem você.

-Eu sabia que me desejava, o que não imaginava era que me amasse - ele disse olhando-a nos olhos-. Pensava que veio ontem à noite porque estava com pena de mim.

-Era amor.

-Deveria ter percebido que não se entregaria se não era por isso - suspirou - Ou é tremendamente complicada para os assuntos do coração, até deseja um selvagem como eu.

-Você não é um selvagem. Amo você como é, Harry. Não mudaria nada em você. Mas, é obvio, que não irei não com você a nenhum balé! OH!

Ele a beliscou e ambos riram.

-Sim, você vai sim – ele murmurou - E levaremos as crianças. Quero que sejam cultos, que não sejam como o pai.

-Eles terão um pai encantador - suspirou ela o beijando outra vez - Quando vamos nos casa?

-Hoje.

Hermione se acomodou melhor em seu colo e ele a abraçou.

-Iremos ao México. Temos que fazer as coisas direito. Essa história de fazer amor sem estarmos casados não é correta. Não acha?

-Não.

-Mas não me arrependo de nada do que fizemos ontem à noite. Isso foi a consumação, a noite de núpcias, só que antes de nos casar. Agora vamos fazer como se manda o figurino.

-Amo você – ela disse apaixonadamente - Te quero muito.

Ele tocou seu abdômen, acariciando-lhe.

-Esta noite - sussurrou - Depois que nos casarmos. Será melhor ainda. Mais lento, mais doce...

Hermione tremeu e colou-se a ele, mas ele se afastou sorrindo.

-Primeiro case comigo, depois dormiremos juntos.

-Não sei se você se lembra, mas, já dormirmos juntos.

-E eu já disse que, desta vez, faremos tudo direitinho. Vamos, levante-se. Quero chamar Gina para ver se ela e Neville podem nos acompanhar.

-Do jeito como vão as coisas, pode ser que tenhamos um casamento duplo – Hermione disse rindo.

Ele a olhou nos olhos.

-Eu tinha ciúmes de Neville.

-E eu de Gina. Quando ela o beijou, tive vontade de torcer o pescoço dela.

-Sim, eu reparei. Esse foi o único sinal de que ainda havia esperança.

Hermione abriu a boca e continuaria falando, mas ele se inclinou e colou seus lábios aos dela. Como ele imaginava, ela preferiu não protestar e enlaçou seu pescoço. Possivelmente ele, não era o homem mais educado do mundo, mas, era o único que ela poderia amar.

Foram para o México e lá, eles disseram «sim» com um tom tremendamente solene, enquanto Gina e Neville olhavam para eles da primeira fila de bancos do fórum.

Ela olhava para ele enquanto ele repetia as palavras do juz. Harry estava tão nervoso que, quando chegou a hora de colocar a aliança em seu dedo, ele quase a derrubou no chão.

Depois, ao terminar a cerimônia, inclinou-se para beijar sua esposa.

Era um lindo dia, e Hermione sentia-se como uma princesa de contos de fadas. Ela mal podia acreditar no que estava acontecendo. Quando, em um dado momento, Harry sugeriu que poderiam parar em um bar do outro lado da fronteira para beber alguma coisa, ela estava muito contente para negar-se a ir.

-Ele não é bonito? – Gina suspirou quando Harry e Neville foram buscar as bebidas - Seu casamento me encantou e acho que ao Neville também - acrescentou sorrindo - parque ele me pediu em casamento quando vocês estavam na metade da cerimônia.

-Espero que sejam tão felizes como nós – ela respondeu rindo.

-Eu também. Apesar de...

-Que diabos quis dizer com isso de "se afaste, muchacho"?

A voz de Harry, profunda e irritada, soou ao outro lado do salão como uma chicotada. Hermione abriu a boca para dizer: "Carson, não..." Quando o som do primeiro soco batendo fortemente contra uma mandíbula ainda mais forte ressoou no silêncio que se formou de repente.

Ela cerrou os dentes.

-Não - murmurou quando viu Harry pegando-se com outro homem do seu tamanho - No dia do meu casamento, não.. Não antes de minha noite de núpcias!

-Harry é resistente – Gina disse -. Não se preocupe. Está tudo bem.

Enquanto Gina concluia a frase, um homem, que até então estivera ao lado do oponente de Harry, pegou uma cadeira. Hermione ficou de pé de um salto. Iam acertar seu marido com uma cadeira!

-Mione, não.! – Gina gritou.

Mas, Hermione já estava correndo como louca para chegar até eles antes que a cadeira acertasse a cabeça de Harry. Quando estava a poucos metros, pegou um vaso de cristal em cima de uma das mesas e o jogou com água e tudo em cima do homem com a cadeira.

Ele hesitou e ficou olhando para ela.

-Igualdade de direitas, não é? Pois bem, garota, vá se preparando.

-E o que aconteceu com o tradicional cavalheirismo dos homens do oeste? – Hermione perguntou em voz alta.

Conforme dizia isso, introduziu o joelho direito entre as pernas do homem e, quando ele se inclinou para segurá-la pelo pescoço, levantou-a violentamente.

"Parece que esse golpe machuca de verdade", pensou Hermione quando o viu cair, retorcendo-se de dor.

Ela sorriu, satisfeita consigo mesma.

-Harry... -começou a dizer.

Nesse momento, o homem com quem seu marido estivera trocando socos, encaixou um especialmente forte e bem dirigido que o fez retroceder indo cair exatamente em cima de Hermione. Ambos perderam o equilíbrio e cairam sobre uma jardineira.

Ensopada e suja, escutava os ruídos da briga enquanto tentava ficar em pé.

Soou uma sirene e, minutos depois, foi tirada da jardineira por um enorme policial que não parecia ter mínimo senso de humor.

-Podemos explicar tudo isto – ela disse com seu mais delicado tom de voz.

-Estou certo de que pode, senhora, mas, também posso garantir que já ouvi isso antes. Vamos.

-Mas acabamos de nos casar - continuou ela quando viu Harry sair arrastado por dois fortes policiais.

-Parabéns - o policial respondeu inexpressivamente - Vou mostrar-lhes sua suíte para a lua de mel.

Enquanto esperavam na delegacia de polícia para que prestassem depoimento e estipulassem o valor da multa, Hermione estava apoiada na parede do corredor ao lado de seu marido, tinha o cabelo cheio de barro e restos de folhas, e o vestido estava completamente rasgado.

Harry limpou a garganta e suspirou.

-Bem, querida - disse sorrindo -. Tem que admitir que proporcionei um casamento que não esquecerá nunca.

Hermione não disse nada, mas a expressão de seu rosto refletia muito às claras seu mau humor.

Ele aproximou-se mais dela.

-Está zangada comigo?

-Furiosa, obrigado.

-Uma verdadeira dama, sim senhor – ele sussurrou sorrindo com tanto amor que Hermione esqueceu o aborrecimento.

-Você é terrível! - murmruou - Mas, eu te amo tanto!

Harry riu encantado.

-Minha encantadora e briguenta dama coberta de barro. Céus, você derrubou aquele vaqueiro! Nunca me senti tão orgulhoso de você... Mas não faça mais isso, querida. Não quero que fique brigando por aí, mesmo que seja para me salvar. Especialmente agora – ele acrescentou olhando para sua cintura - Lembre-se que ainda não sabemos de nada.

Hermione ruborizou e olhou nos olhos dele. Sabia exatamente ao que ele estava se referindo.

Ele inclinou-se e a beijou suavemente.

-Espero estar grávida - sussurrou ela.

-Podemos garantir isso, se quiser – Harry replicou com uma voz cheia de paixão.

Ela riu.

-Lembra-se daquela canção que escrevi, Dois mundos?

Ela assentiu.

-Escrevi para nós. Pensava que, se algum dia você me notasse, poderia cantá-la e, talvez, significasse alguma coisa para você.

-E eu estava muito ocupada sentindo ciúmes de Gina para prestar atenção à letra – Hermione murmurou.

-Cantarei para você essa noite enquanto fazemos amor.

-Aqui, na delegacia?

-Gina e Neville chegarão a qualquer momento para pagar a multa e nos tirar daqui. Não se preocupe, querida, tudo ficará bem. Da próxima vez que acontecer algo assim, não baterei em ninguém. Ok?

Hermione pôs-se a rir, amava-o com todo seu coração.

-Ok, mas não mude, querido, amo você como é.

Ele para ela durante um longo tempo antes de dizer:

-Eu não sou um cavalheiro.

-Nem eu uma dama, lembra-se de ontem à noite?

Harry estremeceu e a beijou rapidamente.

Perto dali também estavam apoiados contra a parede dois homens levemente embriagado que olhavam para eles. Hermione pareceu tê-los reconhecido, eram os homens da briga.

-Não foi essa morena que me jogou um vaso? – um perguntou ao outro.

-Sim, parece que sim.

-E não foi essa morena que me deu um golpe que me deixou sem sentido?

-Exatamente a mesma.

O homem sorriu então.

-Esse homem não sabe a sorte que tem -disse em voz alta referindo-se a Harry.

Harry olhou para ele sorrindo também.

-Você não sabe como, colega –ele murmurou olhando para ela.

Hermione sorriu também, sentindo-se como se tivesse bebido champanhe e que ela tivesse subido à cabeça.

-Querido e, com respeito à briga...

-Sim?

-Poderíamos ter alguma de vez em quando?

Não puderam continuar a conversa porque nesse momento Gina e Neville chegaram para tirá-los dali. Não importava. Já estava fazendo planos para a noite e contando-os em voz baixa para seu encantador e brilhante marido.

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FIM

To sem palavras!!!

Amei cada comentário de vcs viu!!!

BjoOs

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