Capítulo IV
Gina foi no dia seguinte ao escritório, trazia alguns documentos do banco.
-Aqui estão os papéis do empréstimo - disse sorrindo- Que horas vamos encontrar o advogado?
-Hoje às cinco - disse Hermione - Está contente?
-Só extasiada. Tenho que ir ao rancho do Harry para ver um touro. Por que não vem comigo e almoçamos juntas na volta?
-Sim, eu gostaria – disse Hermione - Luna, fecho escritório meio-dia, quando for almoçar. Ok?
Luna assentiu.
-Divirtam-se.
Divertir-se! O coração de Hermione ia a toda velocidade quando entrou na caminhonete de Gina. Na verdade não queria ver Harry, mas ele ia jantar em sua casa essa noite, assim não poderia evitá-lo.
Ele não estava na casa quando chegaram e a porta estava fechada.
-Onde poderá estar? - perguntou-se Gina - Estou certa de que sabia que eu viria... olhe, ali está a caminhonete do rancho.
Ambas se dirigiram ao rancho. Hermione desejou não estar vestindo aqule bonito conjunto branco e azul que usava. Mas, quando entraram no celeiro e viu a cara de aprovação de Harry, pensou que, afinal, não tinha escolhido errado. Ele estava de joelhos ao lado do touro, com Neville a seu lado, e parecia que não podia afastar os olhos dela.
Os homens ficaram em pé e Hermione não pôde evitar de perceber como Gina parecia ter ficado contente.
Ela usava jeans e uma camiseta, os cabelos estavam presos em um coque, mas tinha um aspecto muito feminino. Harry lhe dedicou um amplo sorriso e a abraçou.
-Esta é minha melhor garota! - disse ele, e Hermione sentiu vontade de assassiná-lo.
-Como está meu paciente? – perguntou Gina devolvendo o abraço enquanto Neville os olhava com uma expressão que Hermione não conseguiu decifrar.
-Bom, está na mesma – Harry suspirou olhando para o touro.
Ainda tinha um braço ao redor de Gina e Hermione sentiu que esse gesto quase a machucava fisicamente.
-Acredito que teremos que dar uma dose mais forte do mesmo medicamento. É muito provável que possamos salvá-lo, Harry.
-Espero que o faça, se não, sei de quatro ou cinco de minhas vacas que vão morrer de tristeza. Já não são as mesmas desde quando ele adoeceu.
Hermione enrubesceu, mas Gina pôs-se a rir, e saiu procurar sua maleta.
-Vou ajudá-la – Neville disse e saiu atrás dela rapidamente.
Hermione nunca tinha visto semelhante pressa no capataz.
Quando ficaram sozinhos, Harry ficou olhando para ela com os braços na cintura.
-Está muito quieta. E não me quer olhar. Por quê?
Ela olhou para o touro como se não tivesse ouvido o que Harry acabava de falar.
-O que ele tem? - perguntou nervosamente.
Ele se aproximou ainda mais, ignorando a pergunta. Ficou tão perto dela que teria podido cheirá-lo, sentí-lo, tocá-lo se tivesse se atrevido. Tinha a camisa com alguns botões desabotoados e ela sentiu desejo de abrir tudo com um puxão...
As mãos dele rodearam seu rosto e fizeram que o olhasse nos olhos.
-Ainda tímida, Mione?
Ela enrubesceu de novo e tentou desviar o olhar, mas ele não deixou.
-Essa noite - disse ele fazendo dessa frase uma promessa.
Os lábios dela tremeram quando ele começou a inclinar-se sobre ela, mas quando tinha a boca aberta e os lábios de ambos começavam a unir-se, ouviram fechar de um golpe a porta da caminhonete.
Ele riu.
-Parece que não vou poder beijá-la uma vez sem que alguém nos interrompa,não é?
Para Hermione não passou despercebido o olhar de curiosidade que Harry dirigiu para Gina e Neville quando entraram, nem a forma como ele ficou rapidamente ao lado do touro. Ele estaria tentando fazer ciúmes para a outra garota?
Hermione não falou durante o tempo que permaneceram ali. Quando Gina terminou seu trabalho, subiram na caminhonete e seguriam para o povoado. Harry a intimidava.
-Está muito calada hoje – Gina disse quando pararam para comer um hambúrguer em uma lanchonete - Brigou com Harry ou coisa parecida?
-Oh, nada disso. Nós... bem, o que aconteceu era que não sabia o que dizer, isso é tudo. Não sei muito a respeito de animais.
-Pois eu os adoro. Sempre, a verdade é que não imagino que pudesse ser outra coisa a não ser veterinária.
Nesse momento ficou olhando perspicazmente para Mandelyn.
-Mudando de assunto, o que estava acontecendo no celeiro quando Neville e eu entramos? Estava muito estranha, como nunca vi antes. Harry fez alguma coisa que a desagradou?
-Deveria saber, que não há nada entre nós.
Hermione ficou tão nervosa que deu uma cotovelada no copo de refrigerante que acabou caindo em seu vestido.
Gina saiu correndo pegar uns guardanapos e Hermione ficou ali quieta com o vestido ensopado, perguntando-se se seria muito indigno começar a chorar.
O resto do dia não foi melhor. Não vendeu nada e tudo que fez foi acompanhar Gina ao advogado. Quando terminou a jornada, percebeu que não tinha pensado no que faria para o jantar. E Harry iria para sua casa!
Quando chegou em casa, correu para a cozinha para ver o que tinha. Por sorte, havia um frango na geladeira que poderia fritar e algumas verduras.
Tirou o vestido, colocou jeans e uma camiseta e começou a trabalhar. Nem sequer pensou nele, deixava-a excessivamente nervosa. A situação escapou completamente de seu controle no que se referia a ele e já não sabia o que fazer. O que tinha começado como umas simples aulas de etiqueta agora prometia transformar-se em uma tremenda confusão se não fosse capaz de agir com cautela.
Pensou que o que devia estar acontecendo, era que Harry a desejava, mas estava apaixonado por Gina. Com os homens não acontecia o mesmo que acontecia com as mulheres. O que a deixava ainda mais nervosa era que seu instinto de sobrevivência não funcionava absolutamente com ele, e cada vez que o via, tudo isso que estava pensando se esvaía de sua mente como por encanto.
Pouco antes das seis, experimentou vários vestidos antes de decidir-se por um amarelo. Quando se penteou, olhou-se no espelho e pediu ao céu que não parecesse muito arrumada. Não ficava tão excitada há muitos anos. E tudo isso por Harry.
Ele chegou cinco minutos antes da hora, quando Hermione tinha terminado de cozinhar o frango e as verduras. Foi correndo para a porta e o recebeu com um sorriso nos lábios.
Ele usava um dos trajes novos que o ajudara a comprar. Estava recém barbeado e perfeitamente penteado, isso se podia adivinhar por baixo do chapéu.
-E então? - perguntou ele impacientemente. Ela se afastou para deixá-lo entrar.
-Está muito bonito.
-Você também - respondeu ele jogando o chapéu sobre uma cadeira.
Depois, se dirigiram para a sala de jantar, onde a mesa já estava posta, incluindo chá gelado em copos altos.
-Acabo de fazer o jantar - disse ela - Vamos sentar?
-Acho que é uma boa idéia - disse ele com uma expressão de desejo em seu rosto.
Ela ficou de pé ao lado de sua cadeira enquanto Harry se sentava e sacudia o guardanapo.
-Aham! – Hermione limpou a garganta para chamar sua atenção.
Ele a olhou.
-Está com dor de garganta?
-Estou esperando que me ajude a sentar.
-Ah, é isso - respondeu ele ficando em pé e ajudando-a.
Uma vez que estavam sentados, Harry murmurou referindo-se ao jantar.
-Isto está com uma cara boa.
-Espero que você goste. Me deu muito trabalho. Estive ocupada a tarde toda.
-Eu também.
-Como está seu touro? – Hermione perguntou estendendo a bandeja de frango para ele.
-Melhor. O remédio está fazendo efeito. Pobrezinho, sinto por ele.
-Eu acreditava que sentia mais pelas vacas.
Ele ficou olhando um instante para ela e depois serviu-se de mais algumas batatas.
-Você deveria vir ao prado quando ele se recuperar. Aprenderia algumas coisinhas.
Hermione quase derrubou o copo de chá, jogou a cabeça para trás e começou a gargalhar.
-Você é maluco
-E você deveria passa mais tempo com Gina. Ela colocaria você no bom caminho rapidamente. É uma garota muito parecida comigo.
O que, provavelmente, era verdade, pensou ela. Gina servia como uma luva para ele. Ele poderia desejá-la, mas era Gina quem tinha seu coração. Era terrível que a desejasse somente pelo seu corpo.
-Por que ficou nervosa, Hermione? - ele perguntou quando notou sua confusão.
-É que não estou acostumada a receber a homens em minha casa.
-Eu notei.
Terminaram de comer em silêncio. A maneira como ele a olhava a deixava cada vez mais nervosa. Quando se levantaram da mesa, ele a ajudou a levar os pratos para a cozinha. Insistiu em ajudá-la a lavá-los. Depois, os secou, mergulhando-a ainda mais na confusão.
-Eu me viro muito bem na cozinha - recordou ele - Tenho que fazer isso se não quiser morrer de fome. Nunca tive uma mulher para que cozinhasse para mim.
Hermione olhou para ele com curiosidade e ele, ao sentir esse olhar, prosseguiu
-De vez em quando elas vão para minha casa para outras coisas – disse suavemente - Sou um homem e, como tal, tenho uma série de necessidades.
O rosto dela ficou vermelho e ele sorriu. Ela afastou o olhar, mas suas mão tremiam e a aborrecia que ele se desse conta de sua confusão.
-Ainda é muito inocente nessas coisas. Não sabe nada em relação ao que acontece entre os homens e as mulheres, não é?
-Não sou nenhuma ignorante - murmurou ela.
-Não disse que você era. Simplesmente, que é muito inocente – disse ele enquanto terminava de secar o último prato e o colocava na despensa - Eu gosto disso. Quero dizer, que seja tão inocente. Eu gosto muito.
Ela não podia olhá-lo, ele a estava fazendo sentir-se tímida e muito jovem.
-Por que não houve um homem em sua vida?
-Vamos começar com suas lições de dança. Certo? – ela começou dizer nervosamente.
Tentou sair da cozinha, mas ele a deteve.
-Por que, Hermione?
-Harry...
Suas grandes mãos a seguraram pela cintura fazendo que seus corpos se aproximassem mais.
-Por que, maldição?- Exigiu ele a ponto de perder a paciência.
Hermione tentou afastar essa espécie de acanhamento que a estava dominando, Harry era o homem mais atraente que conhecia e isso a perturbava. Levantou a cabeça para ele o olhou nos olhos. Parecia preocupado, como se visse dominado por pensamentos profundos.
-Suponhamos que você me ensine a dançar agora. Então, na semana que vem, será a vez de cultura. Vai me fazer comprar entradas para o balé em Phoenix. Acho que não se importará de me explicar o que é isso.
Ela pôs-se a rir.
-Você no balé?
-Nem pense nisso!
-Ok, Harry.
-Vai colocar uma música ou não?
Um momento mais tarde, a música desfez suavemente o silêncio. Hermione se deixou levar docemente entre seus braços e mostrou como tinha que segurá-la, nem muito perto nem muito longe. Depois, explicou como deveria dar os passos. A princípio, ele esteve um pouco desajeitado, mas, era um bom aluno e aprendeu rapidamente.
-Por que temos que ficar tão separados? - perguntou ele - Os casais que vi dançando estavam mais próximos.
-Evidentemente, o companheiro não era muito educado.
-É claro que sim - mumururou ele, apertando-a até que estiveram tão perto um do outro, que ela podia sentir os batimentos de seu coração contra seus seios - Era algo assim.Mmm... - murmurou-. Assim está muito melhor.
Isso dependia do ponto de vista de cada um, pensou ela nervosamente. Sentia-se mal porque seu corpo começava a excitar-se por tê-lo tão perto.
-Não tenha medo, estamos só dançando.
-Harry - protestou ela inutilmente.
-Hermione, eu sei que é virgem - disse ele tranqüilamente - Não se preocupe, que não vou fazer nenhuma selvageria.
-Eu sei, mas... mas...
-Mas pode sentir que a desejo e está atemorizada. Não é? Olhe, eu não estou perturbado. por que você tem que estar? O que acontece comigo não é mais que a reação natural de um homem diante de uma mulher encantadora.
Ela nunca ouvira falar sobre algo parecido:
-Passei a vida trabalhando com animais - continuou ele - Talvez por isso, eu encare naturalmente tudo o que tem a ver com a reprodução, com sexo. Você não deveria encará-lo como algo vergonhoso. É a maneira das espécies se perpetuarem e é uma coisa muito bonita.
-A verdade, é que você faz parecer bonito.
-Eu não gosto da idéia de um caso passageiro ou das pessoas que moram juntas sem casar. Nesse aspecto sou antiquado, e eu gostaria de me casar com uma mulher que pensasse como eu, não com uma dessas que se sentem liberadas e tomam a iniciativa.
-E isso já aconteceu com você alguma vez?
Ele riu suavemente.
-Na verdade, sim, em uma convenção de criadores de gado. Era uma amazona de rodeio, muito bonita. Se aproximou de mim, me tocando de uma forma, que não posso descrever para você, me convidou a passar a noite com ela.
- E você passou a noite com ela?
-Ora vejam! O que faz uma garota como você perguntar uma coisa dessas a um homem feito?
-Dormiu com ela? – Hermione insistiu.
-Não, não dormi - brincou Harry - eu gosto de escolher as mulheres com quem vou dormir.
-Sim, imaginava que diria algo parecido - ela respondeu estranhemente aliviada, A mão de Harry deslizou pelas costas dela, e a apertou um pouco mais contra seu corpo, Hermione sentiu sua respiração falhar e como ela, ficava gelada.
-É muito íntimo? - murmurou ele - Ok, mensagem recebida. As garotas que estou acostumado a sair não se importam que dancemos assim . Mas acho que você ainda tem muito que aprender de como me comporto civilizadamente.
-Pois eu deveria aprender o contrário - disse ela com um sorriso - Nunca dancei assim com ninguém.
As mãos de Harry apertaram sua cintura e ela se queixou.
-Não tão forte – ela disse rindo - Assim você me machuca!
-Por que não sai com ninguém?
Essa era uma boa pergunta, mas não era o momento apropriado para confissões.
-Eu gosto da minha própria companhia.
-Algum dia precisará de um homem.
-Não, não quero nenhum homem em minha vida.
De repente, Harry a segurou pelos cabelos, a obrigou a levantar a cabeça e olhar para ele, Hermione, surpreendida, o olhou como se ele fosse um estranho.
-Não pode viver sempre sozinha - disse ele olhando-a fixamente - Precisa de mais coisas da vida além de seu trabalho.
-E de que mais eu preciso, já que é um expert na matéria?
Ele a segurou pelos cabelos de novo, forçando-a a apoiar a cabeça em seu ombro enquanto a música continuava soando, esquecida por completo.
-Precisa de um homem que se enfie em sua cama e faça amor com você a noite toda, é disso que precisa.
-Não será com você, pois já tem uma mulher!
-Quem eu?
-É claro que é você - ela murmurou empurrando-o fortemente, tentando livrar-se de seu abraço. - Ou se esqueceu que está tentando mudar para conquistá-la? Essa que deve ser tão estúpida quanto você para gostar tanto dela, sendo como é. Pode me soltar? Maldição!
Mas ele não mostrou a menor intenção de fazer o que ela pedia, ao contrário, começou a acariciá-la com a mão que até então estivera segurando seus cabelos.
-Dance, não brigue comigo - sussurrou ele - Não lute comigo.
As pernas de Hermione tremeram quando ele a forçou a seguir um ritmo que mais parecia que estavam fazendo amor que dançando. Seus quadris roçavam os dela, e nunca em sua vida havia se sentido tão estranha e vulnerável.
-Tenho medo.
Ela não percebeu que falara em voz alta, mas ele a ouviu perfeitamente.
-Eu sei. Mas eu não quero fazer mal algum para você.
Hermione olhou para ele e o que viu em sua expressão fez que se sentisse ainda mais perturbada.
-Não, você não é a única que se sente vulnerável - disse ele cortante.
Seus fascinados olhos ficaram fixos nos dele. Acariciou-lhe os ombros e pôde apreciar a reação que seus movimentos provocavam. Desabotoou-lhe então o primeiro botão de sua camisa, e ele conteve a respiração, embora não fizesse nada para detê-la.
-Eu... Harry? - murmurou ela.
-Continue o que estava fazendo.
-Mas...
A boca entreaberta dele a tocou na testa.
-Continue.
Fascinada, colocou as mãos sobre o peito dele e começou a acariciá-lo com movimentos lentos e tímidos. Ele parecia gostar do que ela estava fazendo, se é que a intensa dureza de suas feições era sinal disso.
Hermione deslizou as mãos por suas costas musculosas e, fechando os olhos, apertou a face contra a pele nua do peito dele. Ele cheirava tão bem, a homem, e ela passou a acariciá-lo com os lábios, como se fosse um sonho.
-Me beije - sussurrou ele - Não, querida, assim não. Abra a boca e faça assim. Sim, assim - grunhiu alguma coisa incompreensível e a apertou com mais força - Assim.
Ela deslizou a boca por cada centímetro do peito dele, pelos ombros, pelo pescoço, pelo queixo. Mas, mesmo ficando nas pontas dos pés, não pôde alcançar sua boca.
-Harry - protestou finalmente.
-Quer na boca?
-Sim - disse ela roçando lentamente seu corpo com o dele - Sim, estou morrendo de vontade!
Então, ele se inclinou e os lábios dos dois se uniram e se saborearam. Abraçaram-se com mais força e o beijo tornou-se cada vez mais quente e explosivo.
As mãos de Hermione exploraram o corpo de Harry, as costas, os ombros e, por fim, o musculoso estômago.
Ele estremeceu e levantou a cabeça. Ela olhou confusa para ele.
-Não quer que o toque assim? - murmurou.
-Eu adorei - replicou ele - Solte o meu cinto.
Ela enrubesceu.
-Não, não posso fazer isso!
-É meu corpo, não é? E se eu não me importo, por que você tem que se importar? Não sente curiosidade?
É claro que sentia. Nunca antes quisera tocar um homem daquela maneira, nem mesmo Draco, quando tinha dezoito anos. Quando se deu conta disso, estremeceu da cabeça aos pés.
-Mione - disse ele tranqüilamente - Eu não poderia seduzí-la. Você também teria que desejar a mesma coisa.
-Mas...
-Mas o que, querida? - perguntou ele roçando com os lábios os olhos dela.
-Por... por que quer fazer amor comigo?
Ele sorriu.
-Porque eu gosto de você. E porque nunca fiz amor com uma virgem.
-Nunca? - perguntou ela cheia de curiosidade.
-Não, você é a primeira.
Hermione sentiu-se como uma adolescente tímida. Baixou o olhar até fixá-lo em seu peito nu e respondeu
-É... é o primeiro – confessou - Nunca ninguém...
-Nunca, o quê?
-Me deixou tão excitada... da forma como você fez ontem.
-Aqui? - perguntou ele suavemente apertando um dos seus seios.
-Sim...sim - disse ela estremecendo.
Harry era capaz de despertar nela as ânsias mais profundas de seu ser.
-Não se preocupe, encare isso como se fosse um intercâmbio cultural, Mione. Você me está ensinando a ser um perfeito cavalheiro, então, deixe que eu te ensine a ser uma mulher.
-Tenho medo!
-Eu não vou forçá-la a nada, preciosa. Não seria capaz de fazer uma coisa dessas. Deixe que eu ensine a quantidade de coisas mágicas que duas pessoas podem fazer. Deixe que eu te ensine como pode ser doce e agradável. Tenho que conseguir de você mais que isso – murmurou - Quero sentí-la embaixo de mim, mesmo que seja um só instante, uma só vez.
-Harry...! – ela conseguiu articular contra sua boca subitamente devoradora.
-Doce - murmurou ele quase incompreensivelmente - Deus, você é tão doce.
Ela o sentia mover-se, mas estava completamente hipnotizada pelo contato com sua boca, então se pendurou literalmente nele e fechou os olhos. Sabia que ele a estava levando para o quarto. Também sabia que uma vez que chegassem lá e se deitassem na cama, não haveria nada nem ninguém capaz de evitar que ele fizesse amor com ela.
Apesar de todas as promessas que fizera, Harry ardia de paixão por ela, e ela correspondia, assim iria acontecer e, curiosamente, ela não lamentava. Havia algo nele que a fazia acalmar-se, relaxar e retribuir suas carícias.
Efetivamente, ele a levou para o quarto escuro e a deixou em cima da cama. Então, percorreu-a com as mãos pelos ombros, passando pelos seios e pela cintura, até as pernas.
-Não quero que fique grávida, e também não quero machucá-la.
Hermione tremeu levemente quando assimilou o que ele estava dizendo, de tão explosiva que tinha chegado a ser a paixão que os envolvia. Sentiu quando ele tirou seu vestido e depois as peças íntimas deixando-a totalmente nua.
-Você está tremendo - disse ele - Também, nunca esteve nua diante de um homem, não é?
-Não, nunca.
Ele se inclinou sobre ela e sua boca roçou seu ventre.
Hermione gritou, impressionada pela intimidade do contato desses lábios e por sua violenta reação com aquele toque.
-Calma, garota.. Calma, não há nada a temer. Eu sei o que estou fazendo.
-Eu sei - respondeu ela rindo - Por isso é que estou tremendo. Você... você disse que...
-Te quero – murmurou ele - Te quero há muito tempo, Mione. Basta olhar para você, para que eu fique louco de desejo. Você vai ter piedade de mim para me conceder apenas uma noite?
Ela também o desejava, mas não era piedade o que a estava motivando. Viu como sua cabeça se inclinava sobre ela e uma tremenda doçura se apoderou de seu corpo e sua alma. Harry. Ele era Harry, e era tão familiar como sua própria imagem em um espelho e também a desejava.
-Sim - murmurou - Oh, sim.
Ele também pareceu estremecer durante um momento e depois a apertou com mais força.
-Deixe que eu acenda a luz - murmruou ele - Me deixe observá-la quando isso acontecer.
Acendeu a luz da mesinha de cabeceira antes que ela pudesse dizer alguma coisa, alagando o quarto de luz. Ela se separou dele ligeiramente perturbada. Mas Harry não a estava olhando. Tinha os olhos cravados na grande fotografia emoldurada em prata que estava na mesinha. Seu rosto empalideceu. Com uma mão, a segurou, olhando para a juvenil imagem que aparecia nela. Sua mão tremia.
-Quem é?
Ela quase não foi capaz de articular uma palavra.
-É Draco. Draco Malfoy. Ele... era meu noivo.
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