A Mansão dos Potter



Cap. 30 - A Mansão dos Potter

Sem ter como fugir da aposta, Lílian teve que se conformar de que teria que ir com o Potter e os marotos, além de suas amigas, para a casa do garoto.

- Já arrumaram as malas? – perguntou Tiago a todos, quando estavam na Sala Comunal, um dia antes de retornarem para Londres.

- Claro – responderam todos, menos Lily, que parecia nem ter ouvido a pergunta.

- E você, Lily? – questionou Kely.

- Eu ainda não – respondeu ela. – Estou indo arrumar agora – terminou, se levantando e seguindo para o dormitório feminino, parecendo bem avoada.

- E você, Pedro, vai? – perguntou Sirius, sem sequer olhar para o maroto.

- Não vou poder, minha mãe quer que eu passe o natal em casa – respondeu ele, de cara fechada. Se levantou e subiu para o dormitório masculino.

- Prefiro desse modo – disse Harry, olhando feio para as costas do garoto gordinho. – final, ele é a razão de tudo ter acontecido a nós.

- E quanto a você, Tonks? – perguntou Tiago, olhando para a garota.

- Desculpe, mas não vou poder – respondeu ela.

- Vou ter que passar o natal sem você? – indagou Remo.

- Sinto muito, mas, vai – respondeu ela, rindo da cara que ele fez.

- Frank, Alice? – perguntou Sirius.

- Vamos um dia antes do natal – respondeu Frank.

- Já nos disse onde fica, meu pai vai nos levar – falou Alice.

Eles ficaram conversando por um bom tempo, até que, quando perceberam, a Sala Comunal já estava completamente vazia e eram dez para uma da manhã.

- É melhor irmos dormir – sugeriu Remo, olhando para o relógio.

- Concordo, amanhã teremos uma longa viagem – disse Gina. Todos se levantaram, se despediram e cada um foi para o seu dormitório. Não demorou nem vinte minutos e todos já estavam dormindo.

Não parecera que tinham dormido nem uma hora e Remo começou a acordar todos, pois se atrasariam para chegar à estação de Hogsmeade.

Sonolentos, se arrumaram e desceram direto para a Sala Comunal, onde as meninas já os esperavam. Decidiram que pegariam as malas depois do café.

Subiram de volta à torre da Grifinória extremamente atrasados, ouvindo a professora McGonagall gritando para eles se apressarem e, correndo, pegaram seus pertences e foram para o Saguão de Entrada, onde as carruagens os esperavam, para levá-los à Hogsmeade.

Eles se acomodaram em uma carruagem e, logo que a porta se fechou, ela começou a se mover pela neve, rumo à estação.

A carruagem parou em frente à locomotiva vermelha, o Expresso de Hogwarts. Após retirarem suas coisas, entraram no trem para procurar uma cabine vazia. O que não foi difícil de encontrar.

Entraram e guardaram as malas no bagageiro. O problema foi na hora de se sentarem. Houve uma pequena confusão, obra de Sirius e, sem que Lily percebesse o que tinha acontecido, todos tinham se sentado, menos ela. E o único lugar que sobrara fora... Ao lado do Potter.

- Ah, não! – pensou ela. – De novo não!

Enraivecida, ela se sentou e ficou olhando pela janela, sem dizer uma palavra.

Logo após entrarem, o apito soou e o trem ganhou movimento. Em poços segundos, tiveram a última visão de Hogwarts e Hogsmeade. Agora, teriam a semana do natal até o dia primeiro de janeiro de férias.

Todos estavam alegres com a perspectiva de passar duas semanas juntos, na casa de Tiago, menos, é claro, Lily, pois, como ela disse, teria que passar duas semanas vendo a cara dele, enquanto poderia estar sozinha e tranqüila no castelo.

Começaram a conversar sobre diversos assuntos.

- Seus pais vão ficar conosco esse até o natal, Pontas? – perguntou Remo.

- Você acha mesmo que minha mãe vai querer ficar em casa, com cinco marotos? – respondeu e perguntou ele, rindo.

- Cinco? – indagou Kely, confusa.

- Pensei que o Pedro não fosse – comentou Gina.

- E não vai mesmo – disse Tiago, sorrindo.

- Tio James é um maroto também – falou Sirius.

- E para onde eles vão? – questionou Harry.

- Cada ano viajam para um lugar diferente – respondeu Tiago. – Acho que esse ano eles vão para a Grécia.

- E vão deixar vocês sozinhos? – perguntou Kely, espantada.

- Temos idade suficiente para nos virarmos – respondeu Sirius, rindo da cara da namorada.

- Não é isso que me preocupa – comentou ela.

- Então o que é?- perguntou Tiago.

- Os marotos sozinhos em uma casa sem nenhum adulto, não vai dar certo – disse ela.

- É assim todos os anos, Kely, não se preocupe – dessa vez quem falou foi Remo.

- Todos os anos desde quando? – indagou Gina.

- Desde os doze anos – respondeu Remo.

- E nunca destruíram a casa? – questionou Harry, rindo e fazendo todos rirem também.

- Não – respondeu Tiago, quando parou de rir. – Minha mãe sempre coloca feitiços na casa para não podermos voar lá dentro e coisas assim.

- E seu pai? – indagou Kely.

- Ele é um maroto também, só não é contra fazer os feitiços por causa da minha mãe, e também não quer ver aquela casa destruída ou invadida, há feitiços de proteção também.

- Vamos fazer um jogo de quadribol esse ano, Pontas? – perguntou Sirius, com um sorriso maroto.

- Claro, Almofadinhas – respondeu Tiago.

- E onde vão fazer isso? – indagou Harry. – Os trouxas não vêem?

- Não – respondeu Sirius. – Há um campo de quadribol, menor que o de Hogwarts, é claro, e feitiços para que os trouxas que passam não vejam. E os bairro é bruxo, então, é difícil ver trouxas por ali.

Continuaram conversando até o meio dia, quando a bruxa com o carrinho de doces passou. Eles compraram feijõezinhos de todos os sabores, sapos de chocolate, tortinhas e suco de abóbora e bolos de caldeirão.

Após comerem, Sirius e Tiago começaram uma partida de Snap Explosivo e Remo e Harry, xadrez de bruxo. As meninas só assistiram e Lily, ora ou outra, olhava de esguelha para Tiago. No fim do jogo, ambos estavam com a cara igualmente suja e algumas cartas ainda fumegavam.

O jogo de Harry e Remo durou um pouco mais, então todos desviaram sua atenção para o xadrez. Não muito depois, Harry deu o xeque-mate. Não era tão bom no jogo quanto Rony, mas tinha aprendido muito com o amigo. O jogo for quase igual ao que tiveram que enfrentar quando desceram no alçapão, para salvar a Pedra Filosofal.

- Ei, é difícil ver o Remo perder uma partida de xadrez! – zoou Sirius.

- Sempre tem uma primeira vez – disse Kely, rindo.

- Aprendi a jogar com Rony, ele é um excelente jogador – falou Harry.

As três da tarde, o céu começou a escurecer e esfriou. Eles se agasalharam melhor e, meia hora depois começou a nevar e já parecia que eram oito da noite, de tão escuro que o céu estava.

Lily acabou adormecendo e, numa curva que o trem fez, acabou caindo no colo de Tiago, mas nem acordou. Este olhou para os amigos, esperando alguma idéia sobre o que fazer. Se acordasse a ruiva, ele veria que estava deitada no colo do Potter, mas, se a deixasse dormir, mais tarde ela acordaria e gritaria com ele do mesmo jeito.

Escolheu deixá-la dormir, pois, se fossem dormir tarde, ela não ficaria com tanto sono e ficou a afagar seus longos cabelos ruivos.

Era cinco da tarde quando ela despertou. Não deu outra. Quando viu onde estava deitada, lançou um olhar assassino a Tiago, como se fosse ele o culpado disso. Lá vinha o grito. Sirius, Harry e Gina tamparam os ouvidos, mas Remo tentou impedi-la de gritar, senão o trem inteiro viria ver a razão.

- Lily, por favor não grite – pediu Remo, calmamente e Lílian olhou para ele. – A culpa não foi dele.

- E por que eu acreditaria nisso? – perguntou ela, ficando vermelha de raiva.

- Você dormiu e, quando o trem fez a curva, você caiu – respondeu ele, enquanto todos destampavam os ouvidos, para ajudar o amigo, ele não conseguiria convencer a ruiva sozinho.

- É verdade, mãe – disse Harry. – Vimos tudo. Acredite, a culpa não foi dele.

Ela pareceu se convencer e, sem dizer mais nada, se sentou e voltou a olhar a paisagem coberta de neve lá fora. Todos respiraram aliviados.

Logo começaram a avistar Londres e entraram na cidade. Rapidamente chegaram a plataforma nove e meia. Pegaram seus pertences e desembarcaram do Expresso de Hogwarts. Perto da passagem entre as plataformas nove e dez, Sara e James Potter os esperavam.

- Olá mãe! – exclamou Tiago, abraçando-a e depois se dirigiu a seu pai. – Olá, pai!

- Olá meu filho – respondeu ele, sorrindo.

- Oi mãe! – disse Sirius, também abraçando Sara.

- Olá filho!

- Ei, ela é minha mãe! – disse Tiago, fingindo-se de bravo.

- Olha só que egoísmo, pai! – provocou Sirius. – Não quer nem dividir os pais com o amigo! – terminou, fazendo todos rirem.

- Olá Remo – disseram eles, cumprimentando o garoto.

- Olá – respondeu ele.

- Você deve ser a Kely – disse Sara, se dirigindo à garota que estava perto de Sirius.

- Sim, senhora.

- Me chame de Sara, está bem? – disse a ruiva, gentilmente.

- Claro!

- Você deve ser Lílian – disse James, se referindo à Lily.

- Sou sim – respondeu ela, apertando a mão do homem. – Como se parece com o Ti... Potter! Dos cabelos bagunçados, os olhos castanho-esverdeados, tudo! – pensou ela.

- Como sabe que é ela? – perguntou Sirius.

- Uma ruiva é sempre uma linda ruiva! – disse James, sorrindo para a mulher, ruiva de olhos azuis.

- E você é... – começou Sara, mas quando viu Harry, olhou-o totalmente confuso e depois olhou para Tiago, voltando seu olhar para Harry. – Quem é você?

- Harry – respondeu ele.

- E por que se parece tanto com meu filho? – perguntou James, olhando atentamente para o garoto.

- Explicamos depois, mãe, em casa – disse Tiago. – E essa é a Gina – apresentou ele.

- Quantas ruivas esse ano! – disse James, rindo.

- Vamos? – perguntou Sara, ajudando com as malas. James pegou algumas malas também e seguiram para a estação King’s Cross.

- Como vamos? – perguntou Kely a Sirius, mas quem respondeu foi Sara.

- Aparatando – respondeu ela. – Quem já sabe e tem permissão, vai sozinho e que, ainda não tem permissão, vai acompanhado.

Eles se dirigiram a uma ruela lateral, completamente escura e vazia. Kely pegou o braço de Sirius, Gina pegou o de Harry e Lily foi com Remo. Eles desaparataram dali a aparataram em frente a uma enorme mansão, com portões dourados com a letra P.

James desfez alguns feitiços de proteção e eles entraram. Era linda. Os jardins floridos, com todos os tipos e cores possíveis de flores, grandes árvores que pareciam fazer ótimas sombras no calor e uma linda fonte perto da entrada da mansão.

Eles contornaram a fonte, James abriu a porta e eles entraram. Era ainda mais magnífica, se é que era possível. Um grande Hall de entrada de mármore, logo vinha a sala de estar, que tinha uma parede de vidro, que saía para os lados da casa, nos jardins.

Eles deixaram as malas em um canto da sala.

- Devem estar com fome – disse James.

- Sim – responderam todos.

- Nina! – chamou Sara, e um elfo doméstico veio correndo ao encontro deles. Lily nunca tinha visto um elfo que parecesse tão bem tratado como aquele.

- Sim, senhora? - perguntou ela.

- Poderia preparar alguma coisa para nossos hóspedes? – pediu ela, sorrindo.

- Claro, senhora, estará pronto num minuto! – disse o elfo, voltando para a cozinha.

- Enquanto não fica pronto, vamos levar as malas lá para cima – sugeriu James. Eles pegaram as coisas e James foi com os marotos para o primeiro andar da casa, onde ficavam os quartos.

Tiago foi diretamente para seu quarto, Remo já sabia onde era o seu, assim como Sirius, então seguiram cada um para um quarto. Harry, como não sabia, seguiu James até o quarto ao lado do que Sirius tinha acabado de entrar.

- Este aqui será o seu quarto – disse ele, abrindo a porta. Era bem grande. Com certeza seis vezes maior do que o que dormia, na Rua dos Alfeneiros. Ele entrou e James veio logo atrás dele. – Queria perguntar-lhe uma coisa.

- Por que sou tão parecido com seu filho? – disse Harry, já sabendo do que se tratava.

- Bem... É – respondeu ele.

- Te contaremos a história, pai – falou Tiago, entrando no quarto.

- Onde estão Remo e Sirius? – perguntou Harry.

- Já desceram – respondeu Tiago. – Então, vamos à história. Harry, conte a história bem resumidamente agora, vamos jantar e depois contamos a versão longa... – disse Tiago, com um sorriso no rosto, o qual Harry entendeu perfeitamente o que tinha que fazer.

- Claro, pai – respondeu ele, sorrindo e olhando para Tiago.

- Como é? - perguntou James, rindo, com absoluta certeza de que era uma brincadeira.

- É isso que você ouviu, avô – respondeu Harry, enquanto Tiago segurava o riso, em frente à cara de bobo que o pai estava fazendo.

- Tiago, por que a brincadeira? – perguntou James ao filho.

- Quem disse que é brincadeira? – respondeu Tiago, querendo rir.

- Ora, é claro que é! – exclamou James. – Não pode ter um filho da mesma idade que você!

- Vai descobrir que pode, vovô – disse Harry, outra vez.

- Depois te contamos a história – falou Tiago, rapidamente, antes que o pai falasse mais alguma coisa. – Antes, vamos comer.

E, dizendo isso, saiu do quarto, seguido por Harry, deixando James totalmente confuso.

Tiago foi até seu quarto, no fim do corredor, terminar de arrumar suas coisas e Harry foi chamar Sirius e Remo.

**

- Venham, meninas, eu mostrarei onde vão ficar – disse Sara, pedindo para as três a seguirem.

Elas seguiram até uma escada, num outro Hall, saindo da sala, que levava para o primeiro andar da casa. Quando elas subiram, se depararam com um corredor enorme, que ia para os dois lados. Viram que Sirius e Remo acabavam de entrar em seus quartos, à direita, e Harry entrava em outro, seguido por James e, logo depois, Tiago saiu do quarto de Sirius e entrou no de Harry.

- Por aqui – disse Sara seguindo para o lado esquerdo do corredor. Ela abriu a primeira porta. – Kely, esse é seu quarto – disse, fazendo sinal para a menina entrar e deixar suas coisas. Seguiu para o quarto ao lado e abriu. – Esse é o seu, Gina.

- Obrigada – agradeceu a ruiva, entrando no quarto.

- Não há de quê, querida – respondeu Sara, sorrindo, e seguiu para os dois últimos quartos. Abriu a porta do próximo. Era um pouco maior do que os outros dois. – Você ficará aqui, Lílian.

- Obrigada – agradeceu ela, entrando no quarto.

- Arrume suas coisas e depois desça com as meninas para jantar – disse ela, se retirando dali.

Lily colocou sua mala em um armário e foi observar o quarto. Era uma suíte, como todos os outros. Tinha uma cama bem no centro, com um edredom verde esmeralda. Lily seguiu até a enorme janela para ver o que havia ali, provavelmente era a parte do fundo da mansão.

Ela colocou a cabeça para fora e sentiu o ar frio bater em seu rosto. Olhando para baixo, viu que havia uma piscina enorme ali, com a volta de pedra e o resto gramado, com algumas árvores em volta. Era tudo lindo.

Lily saiu do quarto e deu de cara com Tiago, saindo do quarto ao lado do dela, no fim do corredor. O quarto dele era o último e o dela, o penúltimo.

- Já está descendo? – perguntou ele, gentilmente.

- Já – respondeu ela, sem olhar para ele.

- Posso te acompanhar?

- Vou chamar minhas amigas.

- E eu, os meus amigos – disse ele seguindo para o quarto de Sirius, onde os três estavam e ela, seguiu primeiro para o quarto de Gina. Ambos abriram a porta no mesmo instante e chamaram seus amigos.

- Vamos? – chamaram os dois juntos. Sirius, Remo e Harry saíram do quarto e se juntaram a Tiago. Gina saiu e as duas foram chamar Kely, enquanto os garotos esperavam na escada.

- Podem ir, já vamos – disse Lily, à frente da porta do quarto de Kely.

- Sabem onde é a sala de jantar? – perguntou Tiago, rindo.

- Hã... Não – respondeu ela.

- Então, esperamos vocês – disse ele e Lílian não pôde falar nada, pois, se dissesse para ele descer, com certeza se perderiam. Ela bateu na porta e logo Kely saiu. Juntos, todos desceram e seguiram por um outro corredor, que também saía do hall, em direção à sala de jantar.

Tiago empurrou a porta dupla de madeira envernizada com uma parte de vidro em cada uma, em que era possível observar a sala. Assim como todos os cômodos da casa, a sala era gigante.

Os sete entraram. Os pais de Tiago já estavam os esperando. A mesa era de vidro e estava lotada de tudo o que se pode imaginar. Eles se sentaram e começaram a comer.

Ao fim da janta, Sara foi a primeira a falar.

- Tiago? – perguntou ela ao filho.

- Sim, mãe? – respondeu e perguntou o garoto.

- Eu queria saber dessa história toda – disse ela.

- Que história? – questionou ele, realmente sem saber do que a mãe estava falando. Por um momento ele pensou em Lily, sobre o fim do namoro, mas não era nada daquilo.

- Seu pai me contou, quer dizer, tentou contar alguma coisa, mas eu não entendi absolutamente nada.

- Sinceramente, eu também não, querida – falou James.

- Sobre o Harry? – indagou Tiago e os pais confirmaram.

- Bem, quando me contaram eu também não acreditei, achei que tudo fosse brincadeira, mas depois entendi que era verdade – ele estava preparando os pais.

- Então fale – pediu Sara.

- Bem, Harry, não quer contar a história você mesmo? – perguntou ele, ao filho.

- Tudo bem – concordou o garoto. – Pela... Bom, perdi as contas de quantas vezes já contei essa história, mas, vamos lá! – disse ele, fazendo todos rirem. – Eu e Gina viemos do futuro.

- C... Como? – perguntou James, pensando que tinha entendido errado.

- Isso mesmo, nós viemos do futuro – falou Gina. – Vinte e um anos no futuro.

- Isso é sério? – questionou James, olhando para todos, procurando algum sinal de brincadeira, mas não viu nenhum.

- Sim – respondeu Remo.

- Mas, por que fizeram isso? – perguntou Sara, confusa.

- Um pouco antes de eu nascer – continuou Harry, decidindo começar pela profecia. – Uma mulher que queria se candidatar ao cargo de professora de adivinhação fez uma profecia, que dizia que o garoto que tinha o poder de vencer o Lorde das Trevas, Voldemort, no caso, nasceria ao fim de julho, de pais que o desafiaram três vezes. Voldemort só ouviu um pedaço, e não ficou sabendo que marcaria esse garoto como seu igual. Mas, ao fim de julho, nasceram dois garotos, filho de Frank e Alice, mas Voldemort achou que eu era o que lhe oferecia mais risco. Então resolveu Mem matar ainda criança, para que não oferecesse riscos no futuro, mas ele não sabia que não conseguiria me matar, por um feitiço de minha mãe, magia antiga, que o impediu de me tocar. Quando ele lançou a maldição da morte, ela se voltou contra ele.

- E ele morreu? – perguntou James.

- Não, ele tinha feito Horcruxes, objetos em que colocou partes da alma dele. Então não poderia morrer – disse Gina.

- E... E seus pais? – perguntou Sara.

- Eles morreram, e é por isso que voltamos para o passado – falou Harry. – Para destruir as Horcruxes e matar Voldemort antes que mate eles. E impedir que toda a guerra ocorra, no futuro.

- E seus pais são...? – perguntou Sara, já tendo uma idéia, mas queria ouvir isso pela boca do garoto.

- Tiago e Lílian – respondeu Harry. Os pais de Tiago ficaram estupefatos, grudados na cadeira, assimilando o que tinham acabado de ouvir.

- E, estão conseguindo fazer isso? – perguntou James, com o olhar perdido, após algum tempo em silêncio.

- Já destruímos três Horcruxes – respondeu Harry, sorrindo.

- Isso é bom, espero que tudo dê certo – disse Sara, à beira das lágrimas só em pensar que poderia perder seu filho. James a abraçou e consolou-a.

- Vai dar tudo certo – disse Sirius, tentando tirar o clima pesado que pairava sobre eles.

Após comerem a sobremesa, que estava deliciosa, foram para a sala de estar, conversar um pouco, antes dos pais dele irem viajar.

- Eu ainda vou me perder aqui – sussurrou Lily às amigas, mas Tiago, que estava bem atrás dela, respondeu bem perto de seu ouvido.

- Não se preocupe, eu te encontro! – disse ele, fazendo-a arrepiar-se.

- Não preciso da sua ajuda, Potter! – disse ela, ao se recuperar.

- E se você se perder...? – provocou ele.

- Dou um jeito! – exclamou ela.

- Você é quem sabe – disse ele, dando ombros e passando à frente dela, para abrir a porta que dava para a sala.

Eles entraram na sala, que tinha uma iluminação leve e tranqüila e se acomodaram nos sofás e poltronas macios.

Nem dez minutos depois Sara e James levantaram correndo.

- O que foi? – perguntou Tiago, assustado com o movimento repentino dos dois, pois ele estava quase dormindo.

- Estamos atrasados – respondeu Sara, olhando para os lados, à procura de suas coisas.

- Atrasados pra quê? – perguntou Sirius, arqueando uma sobrancelha.

- Para a viagem! – respondeu James, já na escada, subindo para pegar as malas.

- Vai rápido! – gritou Sara, na porta do hall para James.

- Como vão?- perguntou Kely. – Aparatando?

- Não – respondeu Sara, se ajeitando. – Dessa vez vamos de Chave de Portal, por isso disse que estamos atrasados, ela vai partir em cinco minutos. Se fôssemos aparatando eu não me preocuparia com horário.

Dois minutos depois, ouviram um tremendo barulho na escada e correram para lá, ver o que era. Quando abriram a porta do hall, todos começaram a rir.

James estava com a cabeça no último degrau e o corpo para cima e com algumas malas em cima dele.

- O que aconteceu? – perguntou Lily, quando pararam de rir.

- Tropecei nas malas – respondeu ele, tentando se levantar. – Estavam muito pesadas e acabaram rolando escada abaixo, mas acabei indo junto.

Tiago ajudou o pai a se levantar e correram para a sala, onde a chave de portal partiria em um minuto. Rapidamente, eles se despediram.

- Cuidem-se – recomendou Sara.

- Pode deixar – responderam Remo e Sirius, sorrindo.

- E não façam muita bagunça! – exclamou James, piscando um olho.

- Sem problema! – responderam os marotos, rindo.

Sara e James encostaram o dedo numa chaleira e, dez segundos depois ela brilhou e os levou dali.

- Marotos, meninas, a casa é nossa! – exclamou Tiago, com um sorriso maroto.

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