A aposta



Cap. 29 - A aposta

Logo chegou dezembro, e o tempo ficou um pouco mais frio e cinzento. Embora Lílian não tivesse voltado a falar com Tiago, ele estava um pouco mais alegre com a proximidade do natal.

Em todo esse tempo, os dois já tinham perdido cinqüenta pontos para a Grifinória, em razão das freqüentes brigas. Mas ele não desistia, sempre que tinha uma oportunidade, tentava falar com a ruivinha.

E os marotos, juntamente com as meninas, não conseguiam pensar em nenhum jeito de uni-los. Pensavam em todos os tipos de absurdos, mas nada que prestasse.

- Podemos fazer como da primeira vez! – exclamou Sirius, feliz.

- Como? – perguntou Harry, interessado.

- Trancá-los na Sala Precisa! – respondeu Sirius. Os marotos até concordaram com a idéia, mas as meninas não.

- Não vai funcionar – disse Gina.

- E por que não? – perguntou Frank.

- Você acha que a Lily vai concordar em se encontrar com o Tiago na Sala Precisa? – perguntou Alice, negando com a cabeça.

- E por que não? – questionou Sirius, achando seu plano perfeito.

- Ela ainda acha que ele quis beijar a garota, não confia mais no Tiago – respondeu Kely.

- Nem se vocês tentassem convencê-la? – indagou Harry, agarrando o plano de Sirius.

- Não vai dar certo – disse Tonks. – Conseguimos convencê-la a ir naquele jogo de quadribol, lembram?

- Claro – respondeu Remo.

- Então, ela foi, mas não estava com nem um pingo de vontade de ir – continuou Alice.

- Então não vai adiantar tentar isso... – falou Gina, desanimada.

- Temos que esperar e ver no que é que dá, é o único jeito, então – disse Harry, se conformando que realmente não daria certo trancá-los na Sala Precisa. Provavelmente Lily pensaria que Tiago armou tudo para que se entendessem, e, aí, a situação ficaria pior ainda.

Enquanto isso, Tiago estava no dormitório masculino, brincando com o pomo, perdido em seus pensamentos, com os olhos fora de foco, olhando para o teto, mas sem realmente vê-lo

Alguns minutos atrás estava até capturando a minúscula bolinha, mas agora ela voava para cá e para lá pelo quarto, e o garoto nem se importava.

Por quê? Por quê? Por quê? Mil vezes por quê? – se perguntava Tiago, irritado. Toda vez que seus pensamentos voavam até a ruivinha, essa mesma pergunta martelava em sua cabeça, parecendo que queria furar seu cérebro e chegar até seu coração, estilhaçando-o de vez.

- Agora estou aqui, sozinho, sem minha ruivinha aqui ao meu lado... Tudo parece mais escuro desde que aquela garota acabou com tudo! E ainda por cima não sei o que fazer e... – pensou, até que uma repentina idéia surgiu em sua cabeça.

Sorrindo, ele se levantou da cama, pegou o pomo e guardou-o na gaveta. Então, rumou para a Sala Comunal, falar com seus amigos, isso precisaria da ajuda deles.

Lily estava estudando, no dormitório feminino, mas não estava mesmo o fazendo. O livro de Defesa Contra as Artes das Trevas estava aberto, na página sobre lobisomens, mas a ruiva não estava lendo sequer uma palavra. Como Tiago, estava mergulhada em pensamentos.

- Por que eu não consigo parar de pensar naquele galinha!? – perguntou ela, alto, para si mesma, num tom bravo. – Ele mentiu, Lily, você tem que partir para outra, seguir com sua vida, deixar Potter para trás, terminar esse capítulo, uma página que contém alegrias e tristezas, mas, ainda mais engano e mentira... Se continuar pensando nisso, só vou ficar mais presa ao passado e não quero isso de jeito nenhum, quero seguir em frente de cabeça erguida, mostrar que eu não preciso mais dele, não o amo mais... “Isso é mentira, você sabe disso...” – disse uma vozinha na subconsciência de Lily.

- Ah, é? E quem disse? – perguntou ela a si mesma. – Eu não gosto mais dele e vou seguir em frente! – disse ela, decidida.

**

Tiago desceu a escada em caracol até a Sala Comunal, que estava lotada, por ser domingo à noite. Ele avistou seus amigos e se juntou a eles.

- Por que o sorriso?- perguntou Sirius, sorrindo também, pois fazia dias, semanas que não via o amigo sorrindo daquele jeito.

- Deve ser coisa boa, pelo sorriso – disse Frank.

- Não tenha dúvidas disso, meu caro! – exclamou Tiago, se sentando ao lado de Harry.

- Estava precisando de uma coisa boa – falou Remo, sorrindo.

- É – concordou Harry. – Durante todos esses dias você não sorriu, quase não falava, você e a mamãe estavam distantes não só um do outro, mas sim com todos.

- Ele está certo – disse Gina.

- Mas, agora, conte, por que está com esse sorriso? – pediu Kely, olhando-o interessada.

- Espero que seja algo para tentar aproximá-lo de Lily outra vez – falou Alice.

- Mas que não seja nada absurdo nem impossível – completou Tonks.

- Fiquem tranqüilos, não é um plano tão difícil – disse Tiago, com um sorriso maroto que animou a todos. – Só peço à Merlin que dê uma ajudinha aqui!

- Então fala logo, veado! – exclamou Sirius, brincando com o amigo.

- Ei, é cervo! CERVO! – reclamou Tiago, se fingindo de ofendido, embora sorrisse.

- Ele está de volta! Tiago Potter finalmente voltou! – exclamou Sirius, levantando as mãos para o alto, como se agradecesse, fazendo todos rirem.

- Por que diz isso? – perguntou Tiago, confuso.

- Te chamei de veado por três semanas e você nem ligou – respondeu Sirius, dando ombros.

- Mas, fala logo! – pediu Kely.

- Que plano é esse? – questionou Harry, se aproximando mais para ouvir tudo. Tiago explicou tudo em menos de cinco minutos, pois era algo muito fácil de fazer, na teoria... Veriam se era fácil na prática, no dia seguinte.

Extremamente animados, pois Tiago tinha encontrado um plano que tinha melhores chances de dar certo do que os que eles haviam pensado, todos foram se deitar.

- Por que a animação? – perguntou Lily às amigas, quando elas entraram no dormitório, tirando-a de seus pensamentos.

- Nada não, Lily – mentiu Kely, que, aliás, sabia fazer isso muito bem.

- Só estamos felizes hoje – continuou Gina, pegando sua camisola.

- Sem nem ter motivo, se você quer saber – completou Alice.

A ruiva achou tudo estranho, pois ao via as amigas assim desde que ela havia terminado com o Potter, mas resolveu não perguntar mais nada.

Tiago acordou cedo no dia seguinte, e todos os garotos ainda estavam dormindo. Ele resolveu acordá-los à moda antiga. Andou sem fazer barulho até a cama de Sirius e abriu o cortinado bem devagar.

- Levicorpus! – pensou ele, apontando a varinha para o amigo, que foi erguido no ar pelo tornozelo.

- Já voltou com as gracinhas, é? – perguntou Sirius, sonolento, com a blusa do pijama caindo sobre seu rosto. – Dá para me colocar de volta na cama, por favor?

Tiago largou-o e ele caiu com tudo na cama, acordando os outros, menos Pedro, que ainda dormia profundamente.

- Fazer o quê, Almofadinhas? Me sinto tão bem hoje! – exclamou ele, seguindo para o banheiro quase saltitando.

- Só espero que essa animação não volte para o fundo do poço se der alguma coisa errada – comentou Remo, após Tiago fechar a porta, se levantando e bocejando.

- Vai dar certo, tem que dar – disse Harry, confiante.

- Espero – murmuraram os três. Eles se aprontaram e desceram para a Sala Comunal, esperar as meninas.

**

No dormitório feminino, os raios de sol dourados entravam pela janela e batiam diretamente no rosto de Lily que, sem ter mais o que fazer para impedir isso, se levantou e foi direto para o banheiro. O tempo estava bem frio, mas o sol brilhava fortemente no céu azul com poucas nuvens.

Ela tomou um banho quente e demorado. Quando voltou para o dormitório, já com o uniforme, suas amigas estavam levantando.

- Nos espera, Lily? – perguntou Kely, seguindo para o banho.

- Claro – respondeu a ruiva, se sentando em sua cama e pegando um livro.

- Você nunca se cansa de estudar? – perguntou Gina, pegando sua roupa.

- Não – respondeu a ruiva, simplesmente, abrindo o livro em uma página marcada e começado a ler.

Depois de Kely, Gina entrou no banheiro e, depois desta, Alice. Em uma hora, todas estavam prontas para descer. Pegaram as mochilas e saíram do dormitório.

Os marotos as esperavam sentados nas poltronas e se levantaram quando elas chegaram.

- Bom dia! – disseram eles, sorrindo.

- Bom dia – responderam elas. – Vamos? – perguntou Alice.

- Claro – respondeu Frank e todos rumaram para o Salão Principal, tomar café-da-manhã. Tiago fingiu nem se importar que Lily não tivesse falado nem olhado para ele, o que incomodou um pouco a ruiva, mas ela não deixou transparecer, ou pelo menos tentou.

Quando se sentaram à mesa da Grifinória, como sempre, Lílian se sentou bem longe de Tiago e Remo aproveitou o momento para falar com o amigo.

- Está começando a dar certo, percebeu? – cochichou ele, sorrindo.

- Claro, meu caro Aluado! Mas não vi direito o que ela fez, porque não fiquei olhando... – disse Tiago, olhando para Remo, que entendeu o olhar e respondeu:

- Ela ficou te olhando, meio confusa, sem saber o que fazer, por alguns segundos, mas depois “voltou à realidade” e saiu dali, tentando não deixar transparecer o que tinha acabado de pensar, mas não deu certo, todos nós percebemos.

- Maravilha! – exclamou Tiago, sorrindo e lançando um olhar rápido à ruiva, que observava seu cereal, pensativa.

Após comerem, foram para a sala de Poções, as duas primeiras aulas do dia. Tiago não seguiu a ruiva, não tentou falar com ela ou sentar ai seu lado e não estava mais com aquela cara triste que tinha até um dia atrás.

- O que foi, Lily? – perguntou Kely, segurando um sorriso que estava prestes a se formar em seu rosto, pois, mesmo que a ruiva não quisesse admitir, estava pensando em Tiago e sua mudança de comportamento.

- Nada não, Kely – respondeu Lily, voltando a “viajar” em seus pensamentos. Mas nem por causa disso deixou de fazer a melhor poção da classe.

Ela passou o dia quieta e, várias vezes foi pega com os olhos fora de foco, olhando para o nada, ora com um livro na mão, ora com o garfo a meio caminho da boca.

- Por que ele está fazendo isso? – ela se perguntava, nas vezes que mergulhava em pensamentos. – É estranho... Mas eu não posso fazer nada... Eu sinto a falta dele Às vezes, mas ele me traiu, tenho que esquecê-lo e aproveitar que ele mesmo parece estar me esquecendo, assim vai ficar mais fácil... – mas foi tirada de seus pensamentos por outra ruiva, que abanava as mãos em frente ao seu rosto.

- Vai ficar aí parada? – perguntou Gina, arqueando uma sobrancelha, até que Lílian percebeu que estava estacada no meio do corredor, segurando alguns livros.

- Hã... Desculpe eu estava... – começou ela, sem saber o que dizer, mas foi interrompida por Alice, que estava, agora, ao lado de Lily.

- Pensando no Tiago.

- É, nós sabemos, Lily – continuou Kely.

- Não precisa mentir para a gente – completou Gina, sorrindo.

- Quê? - perguntou Lílian, incrédula. – Eu não estava pensando no Potter! Ele é passado! – terminou ela, saindo dali.

- Sei... – disseram as três juntas, baixo.

Seguiram para a Sala Comunal, e já encontraram os marotos lá. Lily não olhou para ninguém, subiu direto para o dormitório feminino, enquanto as outras se juntaram a eles, sorridentes.

- Está funcionando tudo direitinho! – exclamou Kely, alegre.

- É, ela passou o dia todo pensativa – disse Frank.

- Nem arranjou qualquer desculpa para brigar com o papai – completou Harry.

- O plano do veado está bem melhor do que os nossos – disse Sirius, sorrindo.

- Quantas vezes eu vou ter que repetir que é cervo? CERVO! – exclamou Tiago, embora não perdesse o sorriso do rosto.

- Sei lá – respondeu Remo. – Talvez... Para sempre, quem sabe... – terminou, fazendo todos rirem e, quando Tiago olhou para cima, viu que Lily os observava, mas, quando percebeu que Tiago olhou, entrou rapidamente no dormitório.

- É claro que o plano dele está melhor que os nossos! – falou Tonks, rindo. – Tantos absurdos...

- É – disse Sirius. – Acho que o melhor deles foi quando eu sugeri que amarrássemos os dois juntos sem ela perceber...

- Não, esse foi o pior – falou Gina. – Ela pensaria que ele teria feito isso, aí já era...

- O que importa agora é que está funcionando! – disse Tiago, com um sorriso maroto. – E a parte principal do meu plano vem amanhã.

Terça amanheceu fria e cinzenta, mas nada parecia interferir no ótimo humor de Tiago. Após o café, seguiram para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.

Todos chegaram antes que Lily, como o planejado. E Kely havia ficado para segurá-la um pouco mais na biblioteca, onde tinha ido antes da aula começar, após o café.

A sala se encheu rapidamente e quando a sineta estava prestes a tocar, elas seguiram para a sala, que estava lotada. Kely foi rapidamente sentar ao lado de Sirius e Lílian foi procurar um lugar para se sentar, mas...

- Ah, não! – murmurou ela, incrédula, balançando a cabeça. – Isso não pode ser verdade!

O único lugar vago era ao lado de Tiago. Totalmente a contragosto, como se estivesse sendo levada a força, ela se aproximou da carteira e se sentou o mais afastado dele que podia. Tiago percebeu isso, mas não fez objeção.

O professor entrou na sala e mandou-os abrir o livro novamente no capítulo dos lobisomens, para terminarem o assunto. Ele deu uma breve explicação para retomar o que tinham visto na aula anterior e passou alguns exercícios de fixação para os alunos.

- Agora, esse exercício – começou o professor, andando pelos alunos. – Será entregue por dupla, discuta a questão com o colega que está ao seu lado, escrevam as respostas e entreguem apenas um pergaminho por dupla. Podem começar.

Agora sim que Lily estava achando que era um pesadelo. Primeiro teve que se sentar ao lado desse arrogante e galinha do Potter e agora teria que fazer um trabalho com ele? Só podiam estar de brincadeira...

- Podemos começar, Evans?- perguntou Tiago, se virando para olhá-la e viu que ela estava com a boca meio aberta, parecendo indignada.

- Claro – respondeu ela, lançando-lhe um olhar de “já que não tem jeito”.

Tiago estava realmente se comportando bem, não tinha feito nenhuma coisa “idiota” e estava chamando a ruiva pelo sobrenome, uma coisa bem incomum.

- Você está escrevendo errado, Evans – disse ele, sem rir ou fazer nenhum comentário sobre seu erro.

- Por quê? – perguntou ela, procurando onde tinha errado.

-Aqui – respondeu ele, apontando para uma frase.

- E por que está errado? Não estou vendo erro nisso.

- Está sim, você escreveu que os lobisomens não sentem dor ao se transformarem mas, na verdade, quem não sente são os animagos que sabem se transformar corretamente, você confundiu.

- Como posso saber que o que você disse está certo?

- Aposta o quê?

- Apostar... com você?

- Com quem mais seria?

- Nem pensar, ficou louco.

- Não fiquei, ou então, pode apenas confiar em mim e acreditar que o que eu disse está certo.

- Nenhum dos dois.

- Está com medo de perder, Evans? – perguntou Tiago, com um sorriso maroto. Falara a coisa certa.

- Nem um pouco. Eu aceito. O que você aposta?

- Se eu ganhar, você aceitará sair comigo quando eu chamar.

- Tinha que ser... – disse ela, revirando os olhos.

- Ainda pode desistir.

- Nem morta! Mas, se eu ganhar, você vai prometer que nunca mais corra atrás de mim.

- Eu aceito – disse ele, ainda sorrindo e a estendendo a mão para ela. – Negócio fechado?

- Sim – respondeu ela, ainda meio relutante, apertando sua mão. Tiago virou para trás para pegar o livro que estava na mesa de Remo e percebeu que todos tinham escutado tudo e mantinham um sorrisinho maroto nos lábios. Por sorte, Lily não tinha visto, senão perceberia que fora tudo um plano.

Tiago pegou o livro e folheou-o, a procura da página que falava sobre os lobisomens, comparando-os com os animagos. Ele encontrou a página e sorriu mais ainda. Lily já se desanimou ao ver o sorriso, mas nada disse.

Ele estendeu o livro a ela e indicou o parágrafo onde se lia:

Os lobisomens, diferentemente dos animagos, sentem dor durante o processo de transformação. Os animagos que sabem se transformar corretamente não sentem dor, mas, aqueles que não sabem podem sentir muita dor e, ao fim do processo, não se parecer nem com um animal nem com um homem, fica em um meio termo. Quando isso ocorre, é necessário a ajuda de bruxos experientes no assunto que possam ajudar o bruxo a retornar à sua forma humana.

Ao contrário da animagia, a transformação em lobisomem é involuntária. Toda noite, ao cair da lua cheia, quem foi mordido por um lobisomem se transforma em um e não se lembra mais de quem é e quando volta à forma humana, não se lembra do ocorrido enquanto estava na forma lupina.

- Aí está! – exclamou Tiago, vitorioso, enquanto Lily respirava fundo, tentando digerir a idéia de que teria que sair com Tiago quando ele a chamasse, e sabe-se lá quando e para onde seria...

- Ok, você venceu – falou ela, dando-se por vencida e corrigindo seu erro.

- Agora, quando a chamar, você não pode recusar! – disse ele.

- É, eu sei – respondeu ela, baixo.

Quando a sineta tocou, anunciando o fim da aula, eles entregaram seus trabalhos e Lily saiu da sala sem esperar ninguém. Quando o grupo saiu, a ruiva não estava mais a vista.

- É, parece que deu certo – disse Sirius.

- Claro, Almofadinhas – respondeu Tiago. – Quando é que um plano meu dá errado?

- Convencido! – disseram Kely e Alice, juntas.

- Mas agora ela terá que ir quando chamá-la – falou Harry.

- Sim, e eu já sei exatamente para onde – disse Tiago, sorrindo.

- E onde seria? – perguntou Gina.

- Vocês verão! – exclamou ele, começando a andar.

- Não vai nem contar para seus amigos? – perguntou Remo, parecendo indignado.

- Vai, conta! – pediu Frank.

- Nem pensar, depois! – respondeu Tiago e seus amigos perceberam que não adiantaria tentar arrancar algo dele.

- Como você sabia que daria para fazer a aposta hoje? – perguntou Gina, meio intrigada.

- Não tinha certeza, mas aproveitei que lobisomens e animagos são fáceis de confundir em alguns aspectos, e como sabia que hoje teríamos essa matéria de novo. Só não sabia que ia ter um exercício, o que foi uma sorte. Não sei o que faria sem isso – respondeu Tiago, enquanto seguiam para a aula de Herbologia.

- E se não desse certo? – perguntou Alice.

- Continuaria tentando até dar. Um dia daria certo! – exclamou ele.

A semana se passou sem que Tiago chamasse Lílian para sair ou que a chamasse de Lily, chamava somente pelo sobrenome, o que a intrigava, mas ela não dizia nada.

O natal se aproximava, e o castelo estava sendo decorado para a comemoração, com as tradicionais doze árvores de natal no Salão Principal, visgo no teto, as armaduras estavam enfeitiçadas para cantar canções natalinas e havia um clima de natal que enchia o castelo.

Um dia antes que a professora McGonagall passasse na Sala Comunal para fazer a lista daqueles que ficariam no castelo para o natal, Tiago conseguiu encontrar Lily sozinha, num corredor, provavelmente voltando da biblioteca, com a ajuda do Mapa do Maroto. Era o momento perfeito.

- Evans – chamou Tiago, indo ao seu encontro.

- Sim? – indagou ela, olhando para o garoto.

- Posso falar com você?

- Agora? – perguntou ela, fazendo pouco caso.

- É – respondeu ele.

- Pode falar.

- Lembra quando eu perguntei se queria passar o natal... – começou ele, mas ela o interrompeu.

- Nem venha me chamar para passar o natal na sua casa. Eu ia, antes de me trair com aquelazinha.

- Você não me deixou terminar – disse ele, calmamente.

- À vontade – respondeu ela, sem olhar para o maroto.

- Queria que fosse passar o natal lá em casa – terminou ele.

- Nem pensar – respondeu ela, simplesmente. – Prefiro ficar aqui no castelo.

- Então, vamos lá... – murmurou ele, para si mesmo. – Lílian Evans, quer sair comigo?

- O quê? – perguntou ela, confusa.

- Perguntei se quer sair comigo - respondeu Tiago, sorrindo.

- Maldita aposta! – exclamou ela, com raiva.

- Então... – insistiu ele, enquanto a ruiva fechava a cara.

- Eu vou! – respondeu ela, finalmente, com raiva.

- Então, te espero amanhã para voltarmos a Londres – disse ele, calmamente, se virando.

Ele se distanciou vagarosamente, ouvindo-a reclamar baixinho, mas não podia fazer nada, dera sua palavra de que aceitaria sair com ele da próxima vez que a chamasse, foi o combinado na aposta.

Ele retornou à Sala Comunal tranqüilo e completamente alegre, pois teria mais uma chance de reconquistar sua ruivinha e mostrar a ela a verdade.

Quando passou pelo buraco do retrato, seus amigos vieram imediatamente, perguntar-lhe o que a ruiva dissera.

- E aí? – perguntou Sirius, curioso.

- Deu certo? – indagou Kely.

- Como foi? – perguntaram Gina e Frank.

- É claro que deu certo – respondeu Tiago, e todos sorriram. – Como poderia não dar?

- Convencido! – disse Alice, revirando os olhos e rindo.

- A Lily também nunca faltaria com sua palavra – falou Kely.

- Então, agora só falta resolver como faremos para juntar os dois outra vez – falou Remo, pensativo.

- Tem que ser alguma coisa que ela não desconfie que foi planejada – avisou Harry e todos concordaram.

- Alguma idéia? – perguntou Gina.

- Eu tenho a idéia perfeita – disse Sirius com um sorriso maroto, e logo Tiago entendeu o porquê.

- Então fala! – pediu Frank.

Sirius explicou a idéia e todos concordaram em fazer isso.

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