Problemas



Cap. 27 - Problemas

Acordou subitamente, meia hora depois, sem nem saber a razão disso. Viu que Lily continuava dormindo como um anjo, mas resolveu chamá-la, por dois motivos: o primeiro é que, se ela dormisse demais, não dormiria a noite e, a segunda, é que já estava na hora do jantar.

Deu-lhe um beijo, e a ruiva acordou imediatamente.

- Você quer me matar de susto? - perguntou ela.

- Para me acordar basta chamar, não sou tão difícil como você.

- É que do meu jeito é melhor, minha ruiva! – disse ele, galanteador, abraçando-a. – E por que perguntou se eu queria te matar de susto?

- Não estou acostumada a acordar assim – respondeu ela.

- Assim como? – indagou ele, se fazendo de desentendido.

- Do jeito que me acordou! – disse ela, sorrindo.

- Aah! – ele fingiu entender. – Assim? – continuou, beijando-a ardentemente.

- É, assim mesmo – respondeu ela, ofegante, ao se afastarem.

- Ah, mas vai ter que se acostumar!

- Por quê?

- Por que, quando nos casarmos, te acordarei assim todos os dias! – respondeu Tiago, fazendo-a rir.

- E agora, o que vamos fazer? – perguntou Lílian, encostando sua cabeça no peito de Tiago, enquanto esse lhe afagava os cabelos.

- Por mim eu ficaria o resto do dia, não, da semana, aqui, com você – falou ele, ao ouvido da ruiva, fazendo-a sorrir.

- Acho melhor descermos, já está na hora do jantar – sugeriu ela.

- Por mim tudo bem – falou Tiago, se levantando.

Lily pegou o envelope que Tiago lhe dera e eles desceram para a Sala Comunal. Quando chegaram ao pé da escada, viram que seus amigos já tinham voltado da Sala Precisa e se dirigiram diretamente a eles.

- Olá pombinhos! – disse Sirius, rindo.

- Olá – responderam os dois.

- Onde estavam até agora? – perguntou Sirius.

- É um pulguento sem cérebro mesmo! – exclamou Tiago, fazendo todos rirem. – Acabamos de descer do dormitório e ainda pergunta?

- Ah, então passaram todo esse tempo lá em cima... – começou Sirius, com um sorriso malicioso. – Fazendo...?

- Deixe-os fazerem o que quiserem, Almofadinhas! – ralhou Remo, cortando Sirius.

- Vamos jantar? – perguntou Harry, agora que já estavam todos juntos.

- Podem ir na frente, eu só quero dar uma passadinha no meu dormitório – disse Lily.

- Está bem, vamos? – perguntou Frank, se levantando.

- Vamos esperar a Lily, encontramos vocês no Salão Principal – falou Alice.

Os meninos seguiram para o Salão, enquanto as meninas foram até o dormitório.

- Por que não foram com eles? – perguntou Lily, ao entrarem no dormitório.

- Ora, queremos saber para onde foram depois que saíram da Sala Precisa – respondeu Gina, como se fosse óbvio.

- Anda, conta! – pediu Hermione e Lily continuou sem dizer uma palavra.

- Vai demorar muito? – perguntou Tonks. – Senão, quando descermos, eles já estarão chegando! – terminou a garota, rindo.

- Depois que saímos, ele me trouxe direto para o dormitório, porque estava muito frio nos jardins – começou Lílian. – Ficamos conversando e depois ele me deu isso – completou a ruiva, estendendo o envelope para as amigas. Kely pegou e abriu-o.

- Que fofo! – exclamou ela, ao ver o que Tiago tinha escrito e as fotos que havia colocado.

- Me deixe ver! – pediu Alice, pegando a carta das mãos de Kely, que passou para Gina, depois para Tonks e, por último, para Hermione. Todas acharam que Tiago tinha muito bom gosto.

Depois que Lily guardou o envelope com o maior cuidado em sua mesa de cabeceira, as seis seguiram para o Salão Principal.

- Os meninos já devem estar comendo – comentou Kely.

- Se bobear, já estão acabando – completou Lílian, rindo. Mas, ao chegar no Salão Principal, seu sorriso se dissolveu ao ver uma cena que pensaria nunca mais ver...

Ela não estava acreditando no que via... Tiago estava beijando uma garota morena de cabelos lisos do sexto ano, da Corvinal. Lily sentiu como se todo o ar tivesse se expelido de seus pulmões, sua respiração se tornara curta e superficial, seus olhos se encheram de lágrimas.

Não agüentou mais ver aquilo e saiu correndo, sem nem saber para onde, pois sua visão estava embaçada em razão das lágrimas que teimavam em cair.

Kely foi até Tiago, que estava junto aos outros marotos, puxou a garota pelos cabelos e deu um tapa na cara de Tiago.

- Nunca pensei que fosse fazer uma coisa dessas com a minha amiga – disse ela, num tom decepcionado e, sem deixá-lo dizer nem mais uma palavra, saiu do Salão Principal com as meninas, a procura da ruiva.

- Eu... – falou Tiago, totalmente confuso. – Por que você fez isso? - perguntou ele, saindo do transe e virando-se para a garota, vermelho de raiva e, para sua surpresa, ela sorria.

- Ah, confessa, você queria... – disse a garota, dando um sorrisinho falso.

Tiago só não partiu para cima dela, pois era uma garota. Se fosse um menino, provavelmente já estaria na ala hospitalar, desacordado e cheio de hematomas.

Ele não podia acreditar que haviam feito isso com ele, principalmente agora, que estava tão bem com a ruivinha. Nem estava mais com fome. Tudo estava estragado e bem no dia que estavam fazendo dois meses de namoro...

Ele saiu quase correndo do Salão Principal, seguido pelos marotos, menos Pedro que, apesar de ter visto tudo, continuou comendo.

Tiago não tinha idéia do sobre para onde estava indo, mas tinha que ficar sozinho e pensar em um jeito para fazer Lily entender o que realmente tinha acontecido... Não seria nada fácil, ele sabia disso. Convencer aquela ruiva seria uma tarefa complicada e demorada, mas ele iria até o fim. Ele sabia que Lílian devia estar odiando-o naquele momento, mas ela não conhecia a verdade, e Tiago não descansaria até a ruiva ouvi-lo.

Entrou no corredor da Sala Precisa e passou três vezes em frente, pensando em um lugar calmo, que pudesse colocar seus pensamentos no lugar. A porta apareceu e ele entrou na sala. Como havia pegado vários atalhos e andado muito rápido, os marotos ainda não tinham o alcançado e, com certeza não iriam perturbá-lo.

Logo após fechar a porta, ela se tornou uma parede sólida e, foi nesse momento que os marotos chegaram ao corredor.

- Droga! – reclamou Sirius, batendo o pé impaciente.

- Não vamos conseguir entrar, não sabemos o que ele está fazendo, em que ele pensou para a sala se tornar – disse Remo, balançando a cabeça.

- E agora? – perguntou Frank.

- Não há nada que possamos fazer – disse Harry, se encostando na parede.

- Você não vai ficar aqui a noite inteira, vai? – perguntou Rony, receoso de que a resposta viesse como “Claro!”. Mas ela não veio, Harry estava pensativo, e nem prestou muita atenção na pergunta do amigo.

- Harry? – chamou Remo, sacudindo a mão em frente ao seu rosto.

- Hã? Quê? – perguntou Harry, sendo tirado de seus pensamentos.

- Em que estava pensando? – perguntou Sirius.

- No que meu pai pode ter pensado para entrar, se tentarmos, podemos conseguir.

- Acho difícil – comentou Remo. – Quando o Tiago não quer ser perturbado, não adianta fazer nada, não conseguiremos entrar.

- Já tentamos fazer isso um dia – explicou Sirius, vendo a expressão confusa de Harry. –Quando a ruivinha o rejeitou. Não funcionou.

- E então, o que faremos? – questionou Harry, olhando para todos.

- Não há nada a fazer, Harry – disse Remo.

- Teremos que deixá-lo um pouco sozinho – completou Frank.

- Amanhã ele sai, cara – falou Rony.

- Vamos – chamou Remo, mas Harry não se moveu. – Não vai adiantar, Harry.

- Podem ir na frente, vou daqui a pouco – disse ele. Os quatro saíram, deixando Harry ali, como havia pedido.

- Vamos ver... – pensou ele, andando de um lado para o outro. – No que ele pode ter pensado? Hã... Eu quero um lugar para ficar sozinho? Não, seria muito fácil para entrarmos se ele pensasse nisso. Então... Um lugar calmo em que eu possa ficar sozinho sem ninguém o perturbar... É, pode ser isso... – Harry pensou nisso, passando três vezes em frente à parede sólida, mas a porta não apareceu.

Depois de alguns minutos tentando, sem sucesso, desistiu e foi se juntar aos amigos, na Sala Comunal.

**

Lily limpou um pouco das lágrimas que embaçavam sua vista e seguiu para o dormitório, atraindo muitos olhares curiosos. Entrou na Sala Comunal e correu para a escada, antes que alguém viesse falar com ela, ou chamá-la. Tudo o que queria naquela hora era paz, ninguém para incomodar.

Fechou a porta e se jogou na cama, sem mais segurar nenhuma lágrima. Não era possível... Estavam tão bem há algumas horas, como ele pôde ter feito isso? Sempre dizia que a amava e agora se agarrava com outra, no meio do Salão Principal?

Alguém entrou no dormitório e Lily nem se virou para ver quem era, continuava com o rosto no travesseiro, não estava com vontade de falar com ninguém aquele momento.

- Lily? – chamou Kely, calmamente, se sentando na ponta da cama da amiga e colocando a mão em seu ombro.

- Conta pra gente o que você está sentindo – pediu Alice, gentilmente. As cinco se acomodaram em volta da cama da ruiva.

- Pode contar conosco, Lily – disse Hermione.

- Se quiser desabafar, estamos aqui para ouvir e te ajudar – falou Gina.

- Vamos, Lily, se abra conosco – pediu Tonks. Depois que todas falaram, Lílian se virou, com o rosto manchado de lágrimas, olhos vermelhos e inchados, de tanto chorar e soluçando.

- Eu pensei... Q-que ele n-nunca seria c-capaz de fazer uma c-coisa dessas co-comigo! – desabafou a ruiva, ainda chorando. As amigas a abraçaram e a consolaram.

- Calma, Lily – disse Alice.

- Não co-consigo, Lice! – continuou a ruiva. – N-não posso acreditar q-que ele f-fez uma c-coisa dessas!

- Nem eu acredito, Lily – disse Gina. – E é por isso que eu acho que ele não...

- Não venha me falar que ele que foi agarrado! – exclamou Lílian, ainda chorando. – Se ele não quisesse, não teria beijado aquela garota!

- Mas, Lily, você não vai nem ouvir o que ele tem a dizer? – perguntou Hermione.

- Para quê? – indagou a ruiva. – Para escutar ele dizer um m-monte de m-mentira?

- Não, Lílian, você não sabe se o que ele vai dizer é mentira ou não – continuou Tonks, tentando convencer a ruiva a ouvir Tiago.

- Ele só vai inventar bobagens – disse Lílian, aborrecida. – Vai dizer que não teve intenção, que ela o agarrou, não vou acreditar em nada!

- Mas... – começou Kely, mas foi interrompida pela ruiva, outra vez.

- Não sei como pude acreditar nele... Achei que tinha mudado realmente... Mas vejo que estava errada, ele continua o mesmo galinha de sempre.

- Ele mudou, Lily, e foi por você – falou Alice. – Lembre-se de que ele nunca pediu ninguém em namoro, como fez a você, a meses não saía com ninguém, te esperando.

- Não acredito em mais nada disso, Lice – continuou Lílian. Não agüentava mais ver as amigas defendendo seu ex-namorado... – Agora tenho certeza de que ele só me via como um troféu, mais uma na lista dele, e é disso que eu tinha medo, vocês sabem!

- Sabemos, Lily – falou Kely, concordando com a ruiva.

- Mas... – começou Gina. – Você não vai dar nenhuma chance para ele se explicar?

- Não, nada que ele disser vai mudar o que eu vi.

As meninas se olharam, do tipo “Não vai adiantar”. Elas se levantaram e saíram do dormitório.

- Pensa bem antes de fazer algo, Lily – recomendou Hermione e, antes de fechar a porta, acrescentou: – Você pode se arrepender.

Dizendo isso, fechou a porta e seguiu as amigas para a Sala Comunal. Ao chegarem lá, viram que os marotos estavam lá, mas Tiago não. Elas se sentaram junto a eles e começaram a conversar.

- O que estavam fazendo? - perguntou Sirius.

- Tentando fazer a Lily melhorar – respondeu Kely.

- E convencê-la a pelo menos falar com o Tiago – completou Alice.

- E deu certo? – questionou Harry, preocupado com os dois.

- Não – respondeu Gina. – Parece que nada vai fazê-la mudar de opinião.

- E então, o que vamos fazer? – perguntou Frank, olhando para todos.

- Primeiro precisamos pensar em como convencer a Lily de conversar com o Tiago – respondeu Tonks.

- Meninos – disse Kely, se lembrando de algo. – Vocês estavam com o Tiago o tempo todo, certo?

- Sim – responderam eles.

- Podem nos contar o que realmente aconteceu?

- Claro – disse Rony.

Flash Back

- Vamos esperar a Lily, encontramos vocês no Salão Principal – falou Alice.

Enquanto as meninas foram para o dormitório, eles seguiram para o Salão.

Como estavam sozinhos, as garotas passavam jogando charme para eles, dando risadinhas e mandando beijinhos. Logo que entraram no Salão Principal, antes de chegarem à mesa da Grifinória, um grupinho de garotas do sexto ano, da Corvinal, veio falar com eles.

- Olá, marotos – disseram algumas delas.

- Olá – responderam eles, querendo sair dali, antes que as meninas chegassem e os vissem com elas.

- Onde estão suas namoradinhas? – perguntou uma loirinha, com desdém.

- Já devem estar descendo, então, tempos que ir – disse Remo, mas não adiantou nada, pois elas os chamaram outra vez.

- Só queremos falar com vocês – falou uma morena de cabelos cacheados.

- Não podemos conversar agora, meninas – disse Frank, não obtendo sucesso algum.

- Você está lindo, Tiago. E você também, Sirius – falou uma morena de cabelos lisos.

- Obrigada, Laura, mas, realmente temos que ir – disse Tiago, tentando sair dali de qualquer jeito. Se fosse antigamente, ele não se importaria em conversar com a garota, mas, agora, se a ruiva visse, provavelmente estaria tudo acabado.

A loira olhou para o lado e viu que Lílian estava quase entrando no Salão. Deu um cutucão em Laura, que agarrou Tiago e o beijou, bem na hora que Lílian entrou no salão e os viu. Ele ficou sem reação, não esperava por isso. Sentiu alguém puxar a menina e agradeceu mentalmente por isso, mas, depois recebeu um tapa de Kely.

- Nunca pensei que fosse fazer uma coisa dessas com a minha amiga – disse ela, num tom decepcionado e saiu do Salão.

Fim do Flash Back


Eles ficaram alguns minutos em silêncio, até Kely resolver quebrá-lo.

- Alguém aí tem alguma idéia de como fazer os dois voltarem?

- Não... – responderam todos, em uníssono.

- Vai ser difícil – disse Alice, pensativa. – A Lily é cabeça dura, se bobear, não vai nem mais falar com o Tiago.

- Mas temos que encontrar um jeito de ajudá-los! – exclamou Harry.

- Sabemos – respondeu Sirius. – Mas o problema é que não tenho nada em mente...

Ficaram tentando encontrar um modo de fazer com que ele voltassem, pelo menos a se falar, até quase meia-noite, quando desistiram e foram se deitar, pensariam em um modo outro dia.

**

- Por quê? Por quê? Por que ela fez isso? – Era a pergunta que não saía da cabeça de Tiago. Ele estava sentado num sofá, abraçando as pernas, com um olhar perdido e triste. Estava ali há uma hora, e nenhuma resposta vinha em sua cabeça.

O tempo se tornava cada vez mais frio, assim como sua esperança de que pudesse voltar com a ruiva, mas, a cada minuto que se passava, mais a tristeza e a desesperança cresciam em seu coração.

- E agora, o que eu faço? – pensava ele, tentando encontrar algum modo de explicar a Lílian o que realmente tinha acontecido. Mas sabia que não daria muito resultado. Dificilmente ela iria ouvi-lo, mas ele faria até o impossível para fazê-la entender...

- Tenho que achar um jeito e vou conseguir! – disse ele, a si próprio.

Ficou horas com esses pensamentos em sua cabeça e acabou adormecendo. Acordou com os raios dourados do sol entrando pela janela da sala.

Era segunda feira. Tiago não sabia se ia para o dormitório, se ficava ali, ou se iria para as aulas. Decidiu-se por assistir as aulas. Mesmo que não estivesse com muita vontade, provavelmente a professora McGonagall daria uma detenção se ele faltasse à aula dupla de Transfiguração. Não que ele se importasse muito com detenções, mas não queria trabalhar naquele dia.

Saiu da Sala Precisa e percebeu que deveria ser muito cedo, pois os corredores estavam vazios, havia apenas um aluno ou outro passando, todos bem agasalhados, por causa do frio. Ele seguiu direto para a torre da Grifinória.

Entrou e sentou-se numa poltrona em frente a lareira apagada, que refletia o que se passava dentro dele: o que antes era um fogo que queimava ardentemente, eram agora somente as cinzas...

Sentia-se cansado, como se, mesmo que tivesse dormido a noite inteira, seu cérebro continuara trabalhando, tentando encontrar uma maneira de trazer Lily de volta, e sua chama voltar a aquecer seu corpo.

**

Quando Harry acordou, viu que seu pai ainda não tinha voltado para o dormitório. Se levantou e foi se arrumar. Quando saiu do banheiro, Rony Remo e Frank já estavam acordados. Quando os três estavam terminando de se arrumar, Harry deu um gritinho básico e acordou Sirius, que foi para o banheiro com a pior cara de sono do mundo.

- O Pontas não voltou para o dormitório ontem? – perguntou Sirius, parecendo ver, pela primeira vez, que a cama do amigo ainda estava arrumada.

- Só agora que você viu isso, Almofadinhas? – perguntou Remo, rindo.

- É, fui para o banheiro com muito sono, não prestei atenção em nada – defendeu-se ele.

- Fico impressionado que não tenha batido a cara na parede, se não estava prestando atenção em nada... – comentou Rony, arrancando risadas dos amigos, até de Sirius.

Depois que os cinco estavam prontos (deixaram Pedro dormindo), desceram para a Sala Comunal e, para a surpresa de todos, Tiago estava sentado numa poltrona, parecendo perdido em seus pensamentos, quase não piscava os olhos.

- Pai? – chamou Harry, chegando mais perto de Tiago.

- Ele está vivo? – perguntou Sirius, brincando.

- Pontas? – chamou Remo, abanando a mão na frente dos olhos de Tiago, que parecia não ver nada.

- Ihh! – disse Sirius. – Esse aí é um caso perdido!

- Tiago, acorda! – falou Frank, mais alto e Tiago despertou.

- Hã? – perguntou ele, confuso. – Ah, oi – disse, vendo, finalmente, seus amigos e o filho.

- Até que enfim! – disse Harry. - Vamos tomar café?

- Claro – respondeu Tiago, embora não estivesse com fome. Seguiram para o Salão Principal, que ainda não estava muito cheio, mas olhares femininos perseguiram Tiago até ele se sentar na mesa da Grifinória.

- Parece que a escola inteira já está sabendo – comentou Remo, olhando para trás e vendo que várias meninas olhavam e cochichavam.

- Não me importo – respondeu Tiago, com frieza.

- Fique de olhos abertos – alertou Harry. – Agora que isso aconteceu, elas vão começar a dar em cima de você outra vez, e se a mamãe ver isso de novo... – terminou ele, baixo, para que ninguém escutasse.

- Não vou mais permitir – disse Tiago, com firmeza na voz.

**

No dormitório feminino, Hermione e Gina acordaram quase juntas. Enquanto Gina foi fazer sua higiene, Hermione se encarregou de chamar Alice e Kely.

Não teve nenhum problema em acordar Alice, já Kely...

- Ah, cansei! – exclamou Hermione, tomando fôlego, depois de dez minutos tentando fazer a garota acordar. – ACORDA! – gritou ela, fazendo Kely acordar assustada. – Demorou!

- Por que me acordou tão cedo? – perguntou ela, esfregando os olhos.

- Daqui a pouco temos aula, não vai se atrasar – respondeu Hermione.

- Está parecendo... – começou ela, mas a frase foi interrompida por um profundo bocejo. – A Lily – terminou ela, finalmente se levantando.

- Vamos chamar a Lily? – perguntou Gina depois que todas estavam prontas.

- É melhor – disse Alice olhando para a ruiva. – Acho que ela não vai querer perder aula.

Lílian não foi difícil de acordar. Estava com os olhos meio inchados e vermelhos, por causa da noite anterior, e eles expressavam mais tristeza ainda.

- Vai à aula hoje, Lily? – perguntou Kely.

- Vou sim, nada vai impedir isso – respondeu a ruiva, se levantando e seguindo para o banheiro, enquanto as meninas se entreolharam, preocupadas com a amiga.

- Você está... bem, Lily? – questionou Hermione, após Lílian sair do banheiro. Percebeu que seus olhos não estavam mais brilhantes, como costumavam ser.

- Não se preocupem comigo – disse a ruiva, tentando esboçar um sorriso, mas não saiu nada.

- Sabemos que não está bem – falou Gina, sendo direta. Não adiantava a ruiva fingir, não daria certo. Do nada, Lílian começou a chorar, e as amigas correram para abraçá-la.

- Por quê? Por que ele fez isso? – perguntou a ruiva, chorando.

- Lily – começou Kely. – Nós... Descobrimos o que realmente aconteceu... Os marotos... – continuou, mas foi interrompida por Lily.

- Eu sei bem o que aconteceu, Kely, e os marotos sempre vão querer defender o amigo, não é?

- Eu... – começou Kely, outra vez, mas não sabia o que responder. Sabia que nada que dissesse faria Lílian mudar de idéia.

- Vamos? – chamou Gina, depois de algum tempo, em que Lily já estava mais calma, embora seus olhos continuassem visivelmente inchados.

Elas desceram para a Sala Comunal e viram que os marotos não estavam lá. Ou ainda não tinham descido, o que era menos provável, ou já tinham ido para o Salão Principal.

Nos corredores, várias meninas olhavam e apontavam para Lily, que fingia não ver nada.

- Que horror! – exclamou Hermione, só para as amigas ouvirem. – Parece que a escola inteira já está sabendo!

- E você acha mesmo que uma coisa como essa vai ser abafada? – disse Alice, olhando brava para todas as que apontavam.

- Por quê? – perguntou Hermione, confusa.

- Ora, Tiago e Sirius são, ou eram, não sei mais... – começou ela, mas Lily a interrompeu.

- Sirius eu não sei, mas Tiago é! E ontem me provou que nunca deixou de ser.

- Que seja – respondeu Alice, continuando. – Então, eles são os mais cobiçados da escola, todas as meninas querem ficar com eles. Elas não iriam abafar um fato como esse.

- É, tem razão – falou Hermione, pensativa.

- Mesmo que aquele grupinho tenha armado tudo isso – disse Gina, olhando de esguelha para Lily, que parecia, ou fingia não ouvir nada. – O fato é que elas acham que ele está sozinho de novo e pensam que têm uma chance.

- Elas podem até ter certeza, se quiserem, o Potter já provou que nunca vai mudar – disse Lílian.

- Voltou a ser Potter? – perguntou Kely. – Isso vai ser mais difícil do que eu pensava... – pensou ela, respirando fundo.

- É claro – respondeu a ruiva. – Acha que vou continuar a chamá-lo pelo primeiro nome depois de tudo isso?

- Deixa pra lá – murmuraram todas, menos Lílian.

Ao entrarem no Salão Principal, viram que os marotos já estavam lá, inclusive Tiago.

- Bom dia, marotos! – disseram elas, menos Lily, outra vez, e cada uma beijou seu namorado. Lílian ficou apenas parada, de braços cruzados, esperando, olhando para qualquer lugar menos para o maroto a sua frente. Não se sentaria ao lado dele de modo algum.

Quando eles se separaram, sentaram-se junto aos meninos e Lily se sentou o mais longe possível de Tiago, com a cara fechada.

Fez o possível para tomar seu café bem rápido e seguiu para a biblioteca. Os encontraria direto na sala de Transfiguração, primeira aula do dia. A sineta tocou, e eles seguiram para a aula, encontrando a ruiva já na sala, sentada bem na frente.

Tiago já ia se sentar com ela, quando Remo o impediu.

- É melhor não, Tiago, já sabe o que vai acontecer – disse ele, sério.

- Dando-se por vencido, o garoto se sentou, a contragosto, com Pedro. As aulas da manhã, por incrível que pareça, se passaram rapidamente e, na hora do almoço, Tiago tentou falar com a ruiva.

- Lily, eu... – começou ele, mas ela o interrompeu bruscamente.

- EU NÃO QUERO SABER, POTTER! – gritou ela, vermelha de raiva. – AGORA É EVANS PRA VOCÊ! Me esqueça. – terminou, usando um tom baixo e decepcionado, se virando logo em seguida e sumindo ao virar um corredor, deixando um Tiago completamente triste para trás.

- O que foi, Pontas? – perguntou Sirius, chegando perto do amigo e vendo-o parado, no meio do corredor.

- Nada, Almofadinhas, nada – respondeu ele, seguindo na direção oposta de todos.

- O que houve com ele?- perguntou Frank, confuso.

- Pelo que vi – começou Kely, chegando por onde a ruiva havia ido. – Ele tentou falar com a Lily, mas...

- Ela gritou e saiu – terminaram os meninos. – Voltamos ao passado – completou Remo. O grupo seguiu em silêncio para o almoço. Pedro, para variar, já estava lá, comendo. Lily também não estava.

- Isso vai acabar com os dois – comentou Alice. Após o almoço, seguiram para a aula de poções. Nenhum dos dois estava.

- Estranho – comentou Gina.

- O quê? – perguntou Harry.

- Poções é a matéria que Lily mais gosta, não pensei que ela fosse faltar – explicou a ruiva.

- Ela deve estar realmente mal para fazer isso – disse Hermione.

- Concordo – falou Rony, seguindo para uma carteira vazia com Hermione.

A aula se passou tranquilamente, exceto pelo professor, que não queria acreditar que sua melhor aluna tivesse faltado, o que fez os alunos da Sonserina fazerem cara de nojo ou debocharem. O problema foi que o professor viu e ouviu alguns “Fala sério! Aquela sangue-ruim, melhor aluna?”

Em conseqüência, Slughorn tirou pontos da Casa, fazendo com que houvesse um pequeno tumulto dos sonserinos, mas que logo foi controlado pelo professor.

Ao fim das aulas da tarde, em que nem Tiago nem Lílian haviam comparecido, eles retornaram ao Salão Principal, sem encontrar os dois novamente.

- Já estou ficando preocupada – falou Kely, realmente expressando preocupação. – Eles estão sem comer nada o dia inteiro, e sabe-se lá onde estão...

- O que podemos fazer? - perguntou Remo.

- Não sei, mas não podemos deixar isso continuar... – respondeu ela.

- Vamos jantar, depois voltamos para a Sala Comunal e pensamos nisso – sugeriu Sirius e todos concordaram. Depois de jantar, foram direto para a torre da Grifinória. As meninas foram para o dormitório feminino e os meninos, para o masculino.

Elas encontraram Lily deitada, fingindo dormir. Embora soubessem que ela apenas fingia, resolveram não incomodar. O mesmo aconteceu com os marotos. Com isso, voltaram para a Sala Comunal e se acomodaram nos sofás.

- E então, algum plano? – questionou Alice, e todos negaram com a cabeça. Pela segunda noite consecutiva, eles ficaram até tarde tentando encontrar algum modo de fazer Lily e Iago voltarem e, pela segunda vez, não deu certo. Cansados, foram se deitar, sem nada na cabeça.

Na manhã seguinte, levantaram e foram tomar café, em silêncio. Tudo estava tão diferente agora que Lily não falava mais com Tiago. Não havia mais brincadeiras, risos...

O dia se passou entre os gritos da Lily para Tiago e as meninas tentando acalmá-la.

Logo chegou sexta-feira, o dia em que Rony e Hermione voltariam para o futuro. Os dois seguiram para o escritório de Dumbledore, na hora do almoço, não iriam às aulas a tarde.

- Então, vão hoje mesmo? – perguntou Dumbledore, olhando para os dois por cima de seus oclinhos de meia lua.

- Sim senhor – respondeu Hermione.

- Bem, se é o que querem – falou o diretor, se levantando e se dirigindo a eles. Colocou a mão em um dos bolsos de suas vestes e tirou um vira-tempo novinho. - Aqui está – terminou, entregando o objeto a Hermione.

- Obrigada, professor – agradeceu Rony.

- Não há de quê, meu jovem – respondeu Dumbledore, sorrindo.

- Adeus, professor – disseram os dois e se retiraram da sala, diretamente para o Saguão de Entrada, onde Harry, Gina, Sirius, Kely, Tiago, Remo, Tonks, Alice, Frank e Lílian estavam os esperando.

- Vamos? – chamou Rony, ao se aproximarem.

Eles foram até a orla da floresta, onde colocariam o vira-tempo para voltar ao futuro. Chegaram a um local mais afastado e deram uma olhada, para ver se estava realmente vazio. Não havia nada por lá.

Rony e Hermione se despediram de todos, que queriam realmente que eles continuassem lá, mas sabiam que tinham que voltar.

- Então, adeus... – disse Hermione, com lágrimas nos olhos.

- Quem sabe não nos vemos no futuro? – disse Lílian, sorrindo.

- É claro – respondeu Rony, enquanto Hermione colocava a corrente em volta de seus pescoços.

- Com certeza vou me lembrar de vocês se os vir no futuro – falou Tiago.

- Adeus – falaram os dois.

- Adeus – responderam todos juntos e Hermione girou a ampulhetinha do vira-tempo, desaparecendo dali.

Eles retornaram ao castelo, conversando, exceto Lily, que evitava, de qualquer forma, olhar para seu ex-namorado, como ela insistia em dizer. Até o anel que Tiago lhe dera ela havia retirado e o guardado na caixinha verde-esmeralda, dentro de seu malão.

*************************************************

Por favor, digam o que estão achando da fic... Ç.Ç

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.