O Diadema
Cap. 26 - O Diadema
Ele entrou no corredor do sétimo andar e começou a andar de um lado para o outro, pensando... Preciso de um lugar onde se esconde tudo”. Quando olhou para onde antes era uma parede, viu uma grande porta. Abriu-a e entrou na sala, que mais parecia uma catedral com um labirinto em seu interior.
Fechou a porta e começou a procurar o local exato em que deixara seu livro, num armário velho em que havia uma gaiola e, perto dele, um bruxo de pedra bexiguenta com uma velha peruca e uma tiara descolorida.
Com delicadeza, para não danificar nada, ele retirou o diadema de cima da peruca, guardou-o nas vestes e saiu a procura da porta.
Com um pouco de dificuldade, devido ao tamanho da sala, ele a encontrou. Saiu e seguiu para o escritório de Dumbledore.
**
Tiago e Lílian estavam indo para a faia perto do lago, onde sempre ficavam. Havia um pouco de neve ali, mas Lily fez um feitiço para que não se molhassem e os dois se sentaram. Tiago abraçou Lily pelos ombros e encostou sua cabeça na dela.
- Você está bem? – perguntou Tiago, ao ver a ruiva com o olhar vidrado, absorta em seus pensamentos.
- Hã? – perguntou ela, saindo do transe. – Ah, estou sim, só estava... pensando.
- Posso saber em quê? – indagou Tiago, docemente. E completou, brincando – Espero que seja em mim!
- Na verdade é – respondeu ela, rindo.
- Então me conte seus pensamentos – pediu ele, sorrindo.
- Eu... Só estava pensando no que Voldemort disse...
- E o que eu tenho a ver com isso? – perguntou, temeroso de que ela tivesse ouvido que ele poderia ter sido um comensal.
- Ele disse que... – começou ela, pensando nas palavras que ia usar. – Que havia lhe convidado... – mas Tiago continuou.
- Para ser um daqueles sujos e trapaceiros que ele chama de seguidores? Sim, me chamou, mas eu não aceitaria, nem se, para isso, tivesse que morrer – disse ele, começando a ficar irritado.
- Calma, Ti – tranqüilizou-o a ruiva. – Eu sei disso e admiro o que você fez.
- É... É sério? – perguntou ele, espantado.
- Claro que sim, por que eu mentiria? – questionou ela, sorrindo.
- Eu... Achei que me odiaria por causa disso, que pensaria que eu poderia ser igual a ele por ter sido chamado para participar do grupinho dos idiotas mascarados.
- Eu nunca faria isso – disse ela, gentilmente, beijando o namorado. – Saiba disso.
- Agora eu já sei! – exclamou ele, sorrindo e puxando-a para um novo beijo.
- O que acha que vai dar dessa história toda? – perguntou a ruiva, encostada no peito de Tiago, enquanto este afagava seus cabelos.
- Não sei, ainda, mas, do jeito que está indo, pode dar certo.
- E... E se não der?
- Não vou tirar conclusões precipitadas – respondeu o garoto. – Mas lembre-se de que eu estarei sempre com você – completou, ao ouvido dela, fazendo-a sorrir.
- Acha que vai demorar para começarem os ataques?
- Voldemort é imprevisível – respondeu Tiago. – Ele deve fazer isso, pois, assim, não há modo de prevenir, de montar guarda para apanhá-lo.
- É, isso é certo. Mas, será que vão começar a atacar em breve? – perguntou ela, temerosa.
- Não fique assim, Lily, todos os aurores do país estão atrás dele.
- Mas, se não o pegaram até agora... – começou ela, mas Tiago a interrompeu.
- Vão conseguir, Lily. Ficar se preocupando com isso não vai ajudar em nada, então, se acalme, está bem?
- Sim.
- Eu só posso afirmar uma coisa.
- O quê?
- Como disse a McGonagall, a batalha acabou, mas não é o fim da guerra. Mas conseguiremos vencê-la!
Ficaram por um tempo ali, conversando e namorando e, então, retornaram ao castelo, pois começou a ventar e nevar.
**
Harry seguiu para o escritório de Dumbledore sozinho, com a Horcrux segura no bolso de suas vestes. Chegou em frente a gárgula de pedra, disse a senha e subiu. Ao chegar, bateu na porta e o diretor mandou-o entrar.
- Ah, olá, Harry, o que o trás aqui? – perguntou Dumbledore gentilmente.
- Eu... Vim falar com o senhor sobre uma Horcrux, professor.
- Sinto em informar-lhe, Harry, mas ainda não descobri nenhum forma de passar por aquela poção e não sei a localização de mais nenhuma delas, embora eu imagino que a taça de Lufa-Lufa esteja com algum comensal.
- Não senhor, eu não vim aqui para saber disso.
- Ah, não? – perguntou Dumbledore, surpreso.
- Não, senhor. É que, na verdade, eu descobri outra Horcrux.
- Ah, que notícia maravilhosa, Harry! – exclamou Dumbledore, sorrindo. – E, onde ela está?
- Bem aqui – disse Harry, retirando o diadema das vestes.
- Não pode ser! – exclamou ele, se levantando e contornando a escrivaninha para observar melhor o antigo objeto. – Isso esteve desaparecido por quase mil anos! O diadema de Rowena Corvinal – terminou, analisando cuidadosamente o diadema. Ele se sentou e deu sinal para Harry se sentar, também. – Como o encontrou, Harry?
- Eu falei com o fantasma de Corvinal, a Mulher Cinzenta, que é filha de Rowena Corvinal – começou Harry e Dumbledore apenas assentiu, para que ele continuasse. – Bom, ela me falou do diadema, que havia roubado da mãe e... – mas foi interrompido pelo diretor.
- Roubado? Helena Corvinal roubou o diadema?
- Sim, senhor. Ela o escondeu no oco de uma árvore numa floresta da Albânia, quando o Barão Sangrento veio atrás dela, às ordens de sua mãe. O Barão acabou matando-a quando ela se recusou a ir com ele. Mas, depois, se matou também.
- Certo, e... Como o diadema saiu dessa floresta?
- Bem, Helena contou isso a Tom Riddle, senhor, quando ele ainda estudava aqui.
- E, é claro, ele foi atrás dessa relíquia, já que pertencera a um dos quatro fundadores de Hogwarts.
- Sim e, no dia em que veio pedir emprego ao senhor, deve tê-lo trazido para guardá-lo no castelo, na Sala Precisa. Vi o diadema de relance quando guardei o livro do Príncipe Mestiço, mas não dei importância, pois não sabia o que era. Mas, quando ela falou, eu fui até lá e o encontrei.
- Muito bem, uma Horcrux a menos! – exclamou Dumbledore, se levantando e pegando a espada de Grifinória dentro da caixa de vidro. Retirou e entregou-a a Harry. – Vá em frente!
Harry pegou a espada e, com um golpe, quebrou o diadema ao meio. Dumbledore guardou a espada e o que sobrara do diadema juntamente com o anel e o diário.
- Uma a menos para nos preocupar – disse Harry, baixo.
- Isso é ótimo, agora, só teremos que descobrir a localização da taça de Lufa-Lufa. As outras já sabemos onde estão. O medalhão, na caverna e preciso saber mais sobre aquela poção. A cobra, precisaremos de um plano, talvez possamos acabar com ela no dia que tentaremos por fim em Voldemort, ou antes, isso depende de como as coisas vão correr.
- Me avise sobre qualquer coisa que acontecer, por favor, professor – pediu o garoto, se levantado.
- Pode deixar, Harry, farei isso – respondeu Dumbledore, com um sorriso tranqüilo.
- Obrigado. Boa noite, senhor.
- Boa noite - respondeu o diretor, e Harry seguiu direto para o Salão Principal, onde o jantar estava sendo servido e todos já estavam lá. Harry entrou, seguiu para a mesa da Grifinória e se sentou ao lado de Gina. Quando o viram, explodiram em perguntas.
- Onde estava? – perguntaram Kely e Lílian.
- O que estava fazendo? – perguntaram Sirius e Tiago.
Pelo visto a Gina não falou nada... – pensou Harry, olhando para a ruiva, que lançou-o um olhar “não-falei-mesmo!”.
- Encontrou? – perguntou Gina, e todos olharam para ela.
- Encontrou o quê? – perguntaram Rony e Hermione.
- A terceira Horcrux – disse Harry baixo, para ninguém mais ouvir, e todos o olharam, espantados.
- Eu nem sabia que você iria procurá-la! – exclamou Tiago. – E olha que sou seu pai! – completou baixo, rindo.
- Conto depois – falou Harry, olhando significativamente para Pedro, que devorava seu prato de comida. Mesmo que não parecesse estar prestando atenção em mais alguma coisa além da comida, não seria bom falar sobre esse assunto em um local tão cheio.
Depois que todos terminaram, seguiram para a Sala Precisa e Pedro continuou no Salão Principal, comendo tudo o que podia.
- Então, pode contar, agora, Harry – disse Hermione, se sentando em um dos confortáveis sofás que a sala havia lhes proporcionado e todos seguiram seu exemplo.
Depois que estavam devidamente acomodados, Harry começou a contar desde o início. A conversa com Nick, o que ele disse sobre a descendente de Rowena Corvinal, a conversa sobre o fantasma, que, na verdade era filha da própria fundadora da casa, que havia roubado o diadema, o assassinato dela pelo Barão Sangrento, que Riddle levara o diadema de volta a Hogwarts e o escondera na Sala Precisa e que Harry o destruiu com a espada.
Dessa vez, eles ouviram em silêncio. Em compensação houve uma chuva de perguntas e Harry acabou sem entender nenhuma delas.
- SILÊNCIO! – gritou ele, para que todos ouvissem e ficaram quietos num instante. – Obrigado!
- Tem as cordas vocais da mãe! – exclamou Tiago, provocando risadas.
- Primeiro, uma pergunta de cada vez, senão eu não entendo nada e você também vão ficar sem entender – falou Harry para por organização ali.
Depois que todos esclareceram suas dúvidas, eles retornaram para a Sala Comunal. Lily foi ler um livro, deitada no colo de Tiago, que, por sua vez, jogava Snap Explosivo com Sirius. Kely assistia. Rony e Harry jogavam xadrez de bruxo, coisa que há muito tempo não faziam e se divertiram muito. Gina e Hermione conversavam animadamente, contando uma para a outra tudo o que estava acontecendo ou aconteceu quando estavam separadas pelo tempo. Remo e Tonks conversavam junto com Alice e Frank.
A Sala Comunal foi se esvaziando aos poucos e, perto da meia noite os últimos que estavam ali, além dos marotos e das meninas, foram se deitar, deixando o grupo com a Sala todinha só para eles.
- Gente – chamou Hermione, pedindo a atenção deles e conseguiu facilmente. – Eu e o Rony estávamos pensando... E decidimos que não vamos ficar por muito mais tempo.
- Por quê? – perguntou Alice.
- Bem, iríamos fazer exatamente o que o Harry e a Gina vieram fazer, só que iríamos um pouco mais para frente, em 1980. – respondeu ela. - Foi muito bom vir pra cá, conhecer todos vocês, mas não há mais razão para ficarmos.
- Ah, que pena! – disse Kely.
- Além disso – continuou Rony. – Nossas famílias devem estar preocupadas. Eles pensam que o Harry e a Gina morreram, vocês não têm idéia de como ficamos no dia seguinte à batalha...
- Podemos imaginar – falou Remo. – A dor de perder alguém, ainda mais duas pessoas...
- Sim, e é por isso que decidimos voltar – continuou Hermione. – Temos que dar a notícia de que eles estão bem e nó também. Espero que entendam o nosso lado.
- Entendemos – disse Tiago, sorrindo.
- E, quando estão pensando em ir? – perguntou Sirius.
- Em uma semana – respondeu Rony.
- Mas já? – perguntaram Harry e Gina, ao mesmo tempo.
- Sim – respondeu Rony. – Precisamos dar notícias suas, Gina, e suas também, Harry. Mamãe chorou durante quase uma semana depois da batalha.
- E, vocês vão voltar com o vira-tempo quebrado? – perguntou Lílian.
- Bom, ele nos trouxe para o passado, não é? – falou Rony. – Então, pode nos levar para o futuro!
- É, tirando o fato de que pararam quatro anos antes do que queriam – disse Tonks, fazendo-os rir.
- Podemos falar com Dumbledore! – sugeriu Gina.
- É, tenho certeza de que ele vai conseguir nos ajudar – disse Harry.
- Amanhã falamos com ele – falou Tiago. – Estou com um sono agora!
- Vamos dormir, já são quase uma da manhã – disse Remo, bocejando.
Todos subiram para seus dormitórios. Colocaram o pijama e foram para a cama, afinal, a semana seguinte seria difícil... Lua cheia.
**
As meninas acordaram anormalmente cedo, se arrumaram e desceram para a Sala Comunal, vazia aquele horário e ficaram conversando enquanto esperavam os garotos. Como eles estavam demorando, elas resolveram subir, mas somente Hermione entrou no quarto.
Os meninos acordaram com um grito ensurdecedor.
- Aaaaahhhh!!! – gritou Rony, assustando todos.
- O que foi? – perguntou um Sirius sonolento.
- Tinha uma... Aranha aqui! – disse ele, branco e todos começaram a rir.
- Ele morre de medo de aranhas – explicou Harry e, quando pararam de rir, escutaram risadinhas à porta do dormitório e no banheiro. Harry se levantou e foi abrir a porta do banheiro, enquanto Tiago foi abrir a do dormitório.
Os dois abriram ao mesmo tempo e exclamaram “HA!”, assustando as meninas, e foi a vez deles rirem bastante.
- Por que está escondida aí, Hermione? – perguntou Harry, rindo, enquanto a menina saía do banheiro.
- E vocês, por que estão na porta? – perguntou Tiago, e as garotas entraram no dormitório.
- Nós, viemos acordar vocês – respondeu Kely, na maior cara-de-pau.
- Sério? – perguntou Tiago, fazendo cara de “acha que eu vou acreditar nisso?”
- Sim – respondeu Gina.
- Hermione? – chamou Harry, se virando para ela, que estava sentada na cama do garoto.
- Sim? – perguntou ela, se fazendo de desentendida.
- Admitam logo! – disse Sirius, rindo.
- O quê? – indagou Alice.
- Não adianta, Almofadinhas, elas não vão falar então... – começou ele, com um sorriso maroto.
- Teremos que tomar medidas mais drásticas – completou Sirius, com o mesmo sorriso de Tiago, enquanto este fechava a porta.
- O... O que vocês vão fazer? – perguntou Lílian, olhando para o namorado. Esse apenas alargou mais o sorriso, e, com um movimento rápido, pegou-a no colo e jogou-a na cama. Logo após, começou a fazer cócegas nela e Sirius fez o mesmo com Kely, enquanto os outros riam e as meninas, mais ainda.
- Ti... Pa... Pára! – pediu ela, ofegante, devido ao ataque de risos por causa das cócegas.
- Não até concordarem em falarem o que fizeram – respondeu Tiago.
- Is... Isso é... Tortura! – disse Kely, num estado pior do que o da ruiva, pois Sirius não estava sendo tão “piedoso” quanto Tiago.
- Então contem! – pediu Sirius, ainda sorrindo.
- Nem sob tortura! – exclamaram as duas.
- Vocês é que sabem... – responderam os dois, com olhares malignos.
- Está bem... Contamos! – falou Kely. Sirius e Tiago pararam as cócegas. As duas se sentaram, vermelhas e descabeladas, recuperando o fôlego.
- Assim você me mata! – disse a ruiva, ofegando.
- Só se for de beijos! – falou Tiago, beijando-a.
- Ei, vamos parar de agarração aí? – disse Remo e os dois se separaram.
- Estraga prazeres! – reclamou Tiago, baixo, fechando a cara, mas logo abriu um sorriso. – Então, agora podem nos contar o que fizeram!
- Está bem! – concordou Kely, já com o fôlego recuperado.
Flash Back
Lílian, Kely, Gina, Alice, Hermione e Tonks, que acabara de chegar, estavam sentadas na Sala Comunal, esperando os meninos descerem.
- Não acham que eles estão demorando muito para descer? – perguntou Kely, olhando no relógio e vendo que já eram nove horas.
- Eu concordo – disse Lílian. – Eles que sempre chegam primeiro que nós.
- Sem contar que já faz mais de meia hora que estamos esperando – completou Alice.
- Será que devemos subir? – perguntou Tonks.
- Não sei... – falou Alice.
- Podemos... Aprontar – disse Kely, com um sorriso maroto.
- Está andando demais com o Sirius, Kely – falou Lily, rindo.
- E eu sei o que podemos fazer – disse Hermione, sorrindo.
- Achei que fosse o tipo de monitora certinha, que nem a Lily – disse Kely, lançando um olhar de esguelha para a ruiva.
- Sou monitora no futuro – disse a garota. – Agora eu acho que tenho o direito de aprontar um pouco.
- Concordo plenamente! – concordou Gina, sorrindo.
- Agora, conte – pediu Tonks.
- O que faremos? – terminou Alice, se aproximando mais, para ouvir tudo direitinho.
- Entenderam? – perguntou Hermione, olhando uma por uma.
- Claro – responderam elas, com um sorriso no rosto.
- Mas, eu acho melhor só uma de nós entrar lá – sugeriu Lílian.
- Por que, Lily? – perguntou Kely, sem entender a linha de pensamento da ruiva.
- Por que vai ser mais difícil não acordá-los se uma só entrar – respondeu ela.
- Ainda não entendi – disse Alice.
- Se todas nós entrarmos, eles podem acordar com o barulho e nos verem antes da hora – explicou a ruiva.
- Eu entendi o quer dizer – falou Tonks.
- Se só uma entrar, é mais fácil de se esconder – continuou Lílian, vendo a cara de ponto de interrogação de Kely. – Imagina seis garotas correndo pelo dormitório!
- Ah, sim – disse Kely. – então, como a Hermione que teve a idéia, ela entra.
- E vocês? – perguntou Hermione.
- Ficamos na porta mesmo – falou Gina. – Depois que eles acordarem, nós entramos.
- Certo, então, vamos! – chamou Hermione, rindo ao imaginar a cena no dormitório masculino.
Elas subiram as escadas até o dormitório e Hermione entrou, fazendo o mínimo barulho possível e as amigas ficaram do lado de fora, apenas esperando.
Ela andou até a cama de Rony, abriu a caixa e soltou a aranha que havia pegado antes de subir. Foi silenciosamente até o banheiro, entrou e, antes de fechar a porta, jogou uma minúscula pedrinha em Rony, para que ele acordasse.
Funcionou. O garoto acordou, procurando o que tinha batido nele, mas, antes de encontrar a pedrinha, deu de cara com a aranha, quase em sua cara.
- Aaaaahhhhh!!! – gritou ele, acordando a todos. Hermione segurou a risada e as meninas, do lado de fora, também.
Fim do flash Back
- E foi isso o que aconteceu – terminou Kely.
- Ei, você quase me matou de susto nessa! – reclamou Rony, embora sorrisse um pouco.
- E onde está a sua coragem? – perguntou Tiago, rindo.
- Com aranhas? Nem pensar, prefiro sair correndo! – respondeu Rony.
- Vou tomar café, gente – avisou Pedro, e saiu do dormitório.
- Eu acho que sou o mais corajoso aqui, vocês são muito molengas! – disse Tiago, se gabando.
- Ah, é? – perguntou Harry, abrindo um sorriso maroto e Gina fez o mesmo.
- Claro! – respondeu Tiago.
- Convencido! – murmurou Lílian, revirando os olhos.
- Não teria tanta certeza se fosse você, pai – falou Harry.
- E por que não? – perguntou Tiago, olhando para o filho.
- Me diga tudo o que você fez que julga ser corajoso – pediu Gina.
- Primeiro, no meu primeiro ano tive que entrar na Floresta Proibida, com o Almofadinhas em uma detenção. Eu tinha onze anos!
- E quem foi junto? – perguntou Gina.
- O Hagrid – respondeu o garoto, fazendo Harry e Gina rirem.
- Por que estão rindo? – perguntou Sirius, arqueando uma sobrancelha.
- Fez mais alguma coisa de tão corajosa assim, no primeiro ano? – indagou Harry.
- Entrei duas vezes na Floresta Proibida – respondeu Tiago.
- Bom – começou Harry. – No meu primeiro ano, eu entrei na Floresta com o Hagrid, também, mas nos separamos para procurar os unicórnios feridos e eu fui com Draco Malfoy, o filho de Lúcio Malfoy. Quando encontramos o unicórnio, alguém estava bebendo o sangue dele. Draco saiu correndo, e eu acabei ficando. Era Voldemort – concluiu ele, e todos fizeram cara de espanto, pareciam que tinham ensaiado. – Mas um centauro apareceu e me salvou, depois me levou até onde Hagrid estava. Ainda no primeiro ano, eu e Rony enfrentamos um Trasgo Montanhês adulto para salvar Hermione.
- Dois alunos do primeiro ano enfrentaram um trasgo adulto e venceram? – perguntou Remo, incrédulo.
- Sim – respondeu Rony.
- Pensávamos que Snape queria roubar a Pedra Filosofal que estava guardada em Hogwarts, então, entramos numa sala do terceiro andar, em que havia um cão de três cabeças gigante. Descemos pelo alçapão que o cão guardava. Hermione se livrou do visgo do diabo. Entre centenas de chaves só havia uma que abria a porta para a próxima sala. E elas voavam. Eu consegui pegá-la. Rony venceu uma partida de xadrez em que as peças era gigantes, feitiço da McGonagall. Hermione desvendou a charada de Snape e eu segui para a última masmorra. Enfrentei Voldemort pela Pedra, ele não tinha corpo, estava usando o corpo de um professor da escola. O professor quase me matou, mas quando eu toquei nele, sua pele começou a queimar e ele acabou morrendo, mas Voldemort, como não podia morrer, saiu dali como espírito de novo. E eu sobrevivi graças à minha mãe – terminou ele, dando um sorriso a Lílian, que retribuiu.
- Tu... Tudo isso no... Primeiro ano? – perguntou Sirius, sem acreditar no que ouvia.
- Sim, mas não foi só – disse Gina.
- Não? – perguntou Frank, espantado.
- Não – continuou Harry. – No segundo ano, a Câmara Secreta foi reaberta...
- Então ela realmente existe? – perguntou Alice. – eu já ouvi boatos, mas como nunca ninguém a encontrou.
- Existe, a entrada é no banheiro da Murta-Que-Geme – respondeu Rony.
- Tivemos que entrar na floresta, pois achavam que Hagrid tinha aberto a Câmara, pois Riddle tinha dito que era ele, quando ela foi aberta da primeira vez, e todos acreditaram. Por isso Hagrid foi expulso. Eu e o Rony entramos na floresta para falar com Aragogue, uma acromântula gigante que vive no coração da floresta, pois ele nos falou para procurá-la.
- E quase fomos comidos pelos filhos, netos e sei lá mais o quê dela! – exclamou Rony. – Mas por sorte o velho Ford Anglia que papai enfeitiçou nos encontrou e nos salvou!
- Hermione estava petrificada, na ala hospitalar. Alguns nascidos trouxas estavam sendo petrificados e todos acharam que eu era o responsável, que eu fosse o herdeiro de Sonserina. Mas Hermione tinha descoberto o que havia na Câmara. Era um basilisco, uma cobra, por isso que só eu podia ouvi-la.
- Você é... Ofidioglota? – perguntou Remo, com os olhos arregalados.
- Sim, mas somente por que Voldemort transferiu alguns de seus poderes a mim, no dia em que tentou me matar – respondeu Harry. – Bem, Hermione descobriu que o basilisco se deslocava pelo encanamento. Descobri que a entrada era no local em que a garota havia morrido, na primeira vez que a Câmara foi aberta. Entramos pois a Gina havia sido levada para lá. O professor falso de Defesa Contra as Artes das Trevas foi junto por que o empurramos. Ele acabou provocando um terremoto e eu e Rony ficamos em lados diferentes. Enquanto ele ficou tirando as pedras para podermos passar na volta, eu fui procurar a Gina. Encontrei uma lembrança de Voldemort, que saía do diário de Riddle, já que era uma Horcrux.
- Era esse diário que me controlava, Riddle me possuía e me obrigava a fazer o que ele queria – disse Gina.
- Voldemort pegou minha varinha e chamou o basilisco. A fênix de Dumbledore, Fawkes, apareceu levando o chapéu seletor. Como não havia nada dentro, eu saí correndo, pois se olhasse nos olhos do basilisco morreria. Fawkes cegou a serpente e ela me seguiu pelo cheiro e barulho. Consegui despistá-la e retornei para onde Gina estava.
- E aí? – perguntou Tiago, abismado com tudo isso.
- Quando o basilisco apareceu de novo – continuou Harry. - A espada de Grifinória surgiu de dentro do chapéu e eu a enfiei no céu da boca da serpente, matando-a. Mas sua presa havia entrado no meu braço. Destruí a Horcrux com ela, e estava quase morrendo, quando Fawkes apareceu e derramou suas lágrimas no ferimento, me curando.
- Você não pode ter feito tudo isso! – exclamou Tiago, horrorizado.
- E por que não? – perguntou Hermione.
- É simplesmente impossível um garoto de doze anos fazer tudo isso!
- Ah, não é mesmo! E ainda não acabou – disse Gina, rindo do espanto de todos.
- No terceiro ano Sirius, como já contei, fugiu de Azkaban e todos pensavam que ele estava atrás de mim, para me matar. Mas descobrimos a verdade. Naquela noite Remo se transformou e Sirius... – começou Harry, mas parou antes de dizer “se transformou em cão e nos salvou”.
- Sirius o quê? – perguntou Kely.
- Nos ajudou – respondeu Hermione, depressa.
- Mas acabou ferido e quando os dementadores apareceram, quase deram o beijo. Eram mais de cem deles. Eu usei o Patrono e consegui mandá-los embora.
- Cara, e eu pensei que eu era corajoso! – exclamou Sirius, boquiaberto.
- No quarto ano – dessa vez quem começou a contar foi Hermione. – Colocaram o nome do Harry no Cálice de Fogo para participar do Torneio Tribruxo e ele foi escolhido. A regra era que só maiores de dezessete pudessem participar. Mas quem colocou foi um comensal da morte disfarçado de professor, com a poção polissuco.
- E ninguém descobriu que era um comensal? – perguntou Frank, arqueando uma sobrancelha.
- Não – respondeu Rony. – ele tomava a poção no horário certo e mantinha o verdadeiro Moody...
- Espera aí! – exclamou Tiago. – Eles pegaram o Moody, Alastor Moody? O auror?
- Sim – respondeu Harry. – Ele mesmo.
- Então – continuou Hermione. - Harry teve que enfrentar um Rabo-Córneo-Húngaro, na primeira tarefa, sereianos e grindylows na segunda e um enorme labirinto na terceira. Chegou na taça ao mesmo tempo que o outro campeão de Hogwarts. Os dois pegaram a taça juntos, mas o comensal havia transformado-a em Chave de Portal, levando-os direto a um cemitério. Pedro estava com Voldemort, ainda sem corpo. Matou o outro campeão e prendeu Harry, pois usaria seu sangue na poção que faria Voldemort retomar o corpo. Harry lutou com Voldemort, foi atacado com a Maldição da Tortura, mas conseguiu fugir. Quando chegou, o comensal ainda tentou matá-lo, mas Dumbledore impediu.
- Caraca! – foi a única coisa que Tiago conseguiu dizer.
- No quinto ano – começou Rony. – Harry conseguia ter visões do que você-sabe-quem estava vendo. Ele forjou uma visão de que Sirius estava sendo torturado no Departamento de Mistérios, na Sala da Profecia. Você-sabe-quem sabia que Harry iria tentar salvá-lo e queria isso, pois queria o que estava naquela sala, a profecia feita antes do nascimento do Harry. Eu, Harry, Hermione, Gina, Luna e Neville fomo ao Ministério, montados em Testrálios. Quando Harry pegou a profecia, os comensais começaram a aparecer e tivemos que tentar nos livrar deles, até os bruxos da Ordem da Fênix aparecerem. Dumbledore apareceu e lutou com você-sabe-quem depois que... Depois que Belatriz matou... O Sirius. O ministro não acreditava que você-sabe-quem tinha voltado. Mas depois que o viu, falou a verdade a toda a comunidade bruxa.
- No sexto ano – continuou Harry. – Eu e Dumbledore fomo até a caverna em que está escondida a Horcrux, o medalhão. O lago estava cheio de Inferi. Quando voltamos, vimos a Marca Negra sobre Hogwarts e... Foi nessa noite que Dumbledore foi morto – terminou Harry, vendo as expressões de espanto de todos.
- É, mas eu consegui me tornar apanhador logo no segundo ano, pois não se pode entrar no time no primeiro. Fiz o teste e entrei de primeira – exclamou Tiago, sorrindo.
- Ah, é? – perguntou Harry, sorrindo de novo.
- Ah, não, isso você não pode vencer! – disse Tiago, convencido.
- Me tornei apanhador na primeira aula de vôo, no primeiro ano. Nunca tinha montado numa vassoura antes. A professora McGonagall que me indicou. E ainda me deu uma Nimbus 2000, a melhor vassoura da época! – disse Harry, rindo.
- Ah, assim não dá! – falou Tiago, cruzando os braços, mas rindo.
- Parabéns, filho – disse Lílian. – Você é mais corajoso do que o próprio pai!
Depois de saberem de todos os feitos de Harry, seguiram para o Salão Principal, tomar café.
A manhã passou tranqüila e fria. Eles ficaram na Sala Comunal, fazendo o amontoado de deveres.
- Vamos começar com o quê? – perguntou Remo, se sentando a frente da mesa, com vários livros e pergaminhos.
- Pode ser com Poções – sugeriu Lílian. – O que acha?
- Por mim tudo bem – respondeu Remo.
- Cara, se eu queria que existisse um feitiço que fizesse os deveres – comentou Sirius, se sentando, entediado.
- Se existisse você não aprenderia nada – começou Lily.
- Minha querida e amada ruivinha – disse Tiago, fazendo uma cara de cervo abandonado. – Temos mesmo que fazer deveres agora?
- Claro – respondeu a ruiva, como se fosse óbvio. – O que mais poderíamos fazer?
- Conversar, namorar... – começou ele, abraçando-a por trás da cadeira.
- Nem pensar – disse ela. – Agora vamos por nossos deveres em dia.
Tiago soltou-a e foi se sentar entre ela e Sirius, com a cara fechada.
- Eu acho que elas esqueceram, Pontas – comentou Sirius.
- As mulheres nunca esquecem disso, Almofadinhas – respondeu Tiago. – Lembre-se disso.
- O que os dois estão cochichando? – perguntou Kely, se sentando ao lado de Sirius e colocando vários livros, pergaminhos e pensa na mesa.
- Nada não – respondeu Sirius, omitindo a verdade.
Eles começaram a escrever, pesquisar nos livros, tirar dúvidas... Tinham que fazer uma redação de um metro sobre a poção do Amor, incluindo ingredientes, como fazer, efeitos, duração, tempo para ficar pronta e mais algumas coisas.
- Qual é a poção do amor mais forte?- perguntou Frank, tentando se lembrar do que o professor dissera sobre esse assunto.
- Amortentia – respondeu Hermione, que tinha decorado todos os livros que chegavam perto de seu alcance.
- Obrigado – agradeceu Frank, voltando a escrever.
- Terminei – disse Hermione, menos de meia hora depois que começaram a fazer a redação.
- Já? - perguntou Tiago, incrédulo.
- Sim – respondeu Hermione, guardando o dever. Mesmo que não fossem ficar por muito tempo, concordaram em assistir algumas aulas, e poções era uma delas.
- Isso por que a letra dela é miudinha! – comentou Rony, que não tinha escrito nem meio metro ainda. Lily foi a segunda a terminar, seguida de Remo.
- Que coisa chata! – reclamou Sirius, jogando a cabeça para trás, pois seu pescoço já estava doendo de ficar encurvado para escrever.
Depois de mais quarenta minutos de “tortura” como disseram Sirius e Tiago, todos terminaram o dever de poções.
- Pronto, agora vamos sair, conversar, chega de deveres – protestou Tiago.
- Nada disso – respondeu Lílian, tirando o livro “Transfiguração Avançada” da mochila. – Ainda temos o de Transfiguração.
- Ah, assim você quer me matar! – reclamou Tiago.
- É melhor fazermos agora do que deixar para depois – disse Alice, pegando mais um pergaminho.
- Se deixarem para fazer mais tarde – começou Gina. – vão acabar nem fazendo.
Contra a vontade de Tiago e Sirius, que não agüentavam mais fazer deveres, eles continuaram escrevendo. A sorte foi que o dever era de Transfiguração, matéria que eles não tinham nenhum problema. Ainda mais agora, que a professora estava revisando as matérias mais importantes para os NIEM’s, e o assunto do mês era animagia.
Tiago e Sirius foram os primeiros a terminar, seguidos de Hermione e Lily.
- Nossa, como conseguiram fazer tão rápido? – perguntou Lílian, espantada. – Geralmente são os últimos.
- É que essa matéria é muito fácil, Lily – respondeu Tiago.
- É baba! – completou Sirius, se espreguiçando.
- Não é tanto assim – disse ela.
- Para nós sim, Lily – falou Tiago. Depois que todos terminaram, já era quase hora do almoço. Só faltava o dever de Defesa Contra as Artes das Trevas, que eles fariam pela noite.
Eles guardaram o material no dormitório e seguiram para o Salão Principal, almoçar. No caminho, Tonks se juntou a eles. Para variar, Pedro já estava comendo.
Após o almoço, seguiram até a Sala Precisa. Passariam a tarde lá, pois estava muito frio nos jardins e eles acabariam congelando se fossem para a famosa faia.
Imaginaram uma sala aconchegante e quentinha, e foi isso que tiveram quando adentraram no local. Havia uma lareira enorme na parede, vários sofás e poltronas e um tapete peludo no chão.
Remo foi até a lareira e a ascendeu. Depois se sentaram, se acomodaram em casais e começaram a conversar sobre tudo.
- Onde vocês vão passar o natal? – perguntou Tiago a todos.
- Eu acho que vou passar com os meus pais – disse Kely.
- Eu também – respondeu Lílian, meio triste, mas só Tiago percebeu.
- Acho que todos nós vamos – falou Frank.
- Não – respondeu Tiago, abrindo um sorriso maroto.
- Por que não? – perguntou Alice, confusa.
- Almofadinhas sempre passa lá em casa. Já adotou meus pais! – disse ele, rindo. – O Aluado também vai, não é?
- Vou sim, Pontas – respondeu Remo.
- E o Pedro também, embora eu esteja pensando seriamente em não convidá-lo dessa vez – continuou Tiago. – E o Harry tem que ir, precisa conhecer meus pais. E você também vai, Gina. E vocês, minha ruivinha, Kely, Alice, Frank e Tonks, querem ir?
- Eu preciso ver com os meus pais, Ti – respondeu Kely.
- Eu também – disseram Alice e Frank.
- E você, minha ruivinha?
- Não sei, Ti, preciso ver – respondeu a ruiva, esboçando um fraco sorriso.
- Rony, Hermione?
- Desculpa, Tiago – falou Hermione. – Mas voltaremos em cinco dias. Em falar nisso, precisamos conversar com Dumbledore. Vamos, Rony?
- Claro – respondeu o ruivo. Os dois se levantaram e seguiram para o escritório de Dumbledore.
Hermione disse a senha de três semanas atrás, esperando que funcionasse, mas não deu certo. A gárgula continuou imóvel.
- Droga! – exclamou Rony. – Por que ele tem que mudar a senha toda hora?
- Para impedir que qualquer um que acabe descobrindo a senha entre – respondeu Hermione, revirando os olhos, como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- E, me diz, quem iria querer entrar assim, no escritório do diretor, assim, do nada? – perguntou ele, fazendo-a rir.
- Sei lá – respondeu ela, rindo. – Então, vamos pensar que senha pode ser...
- Eu sei que ele sempre usa nomes de doces – comentou Rony.
- Sim, então vamos simplesmente começar a chutar um bando de nomes – sugeriu ela, e os dois começaram a falar todos os doces que conheciam.
- Hãã... – começou Rony. – Delícias Gasosas? Chicles de baba e bola?
- É... Tortinhas de abóbora? Bolo de Caldeirão?
- Varinha de alcaçuz... Tabletes de Nugá...
- Sorvetes de coco – tentou Hermione. – Feijõezinhos de todos os sabores...
- Penas de algodão doce... Ratinhos de sorvete...
- Sapos de creme de menta... Sapos de chocolate...
- Vapts de alcaçuz... – Rony já ia falar mais alguma coisa, quando a gárgula ganhou vida e a escada começou a se mover, em direção ao escritório do diretor. Os dois subiram, bateram na porta e o diretor mandou-os entrar.
- Ah, olá! – disse Dumbledore, cordialmente. – Achei que tivesse mudado minha senha.
- Bem, professor, é que... – começou Hermione, mas Dumbledore a interrompeu.
- Estou brincando, senhorita, apenas brincando – disse ele, rindo. – Sentem-se! – Rony e Hermione se sentaram e Dumbledore continuou falando. – A que devo essa visita, senhores?
- Bem, é que, quando viemos para o passado – começou Hermione a explicar tudo ao diretor. – Usamos um vira-tempo... meio quebrado... não estava funcionando muito bem, tanto é que nos trouxe quatro anos antes do que queríamos.
- E agora, queremos voltar para o futuro, já que o Harry e a Gina já estão fazendo o que viemos fazer, precisamos dar notícias, avisar que os dois estão bem – completou Rony.
- Certo... – disse Dumbledore, pensativo. – E, precisam da minha ajuda?
- Sim, senhor – respondeu Hermione. – Queria saber se há como consertar o vira-tempo, senão podemos acabar em outra época.
- Entendo, senhorita, mas receio que não há como consertá-lo totalmente. Mas posso tentar consertá-lo ou, se desejarem, dar-lhe um em bom estado.
- O senhor poderia fazer isso? – indagou Rony, incrédulo.
- Sim, senhor Weasley – respondeu Dumbledore, sorrindo. – É só me dizerem o que querem fazer.
- Sabe – começou Hermione. – Eu realmente acho que seria melhor usarmos um vira-tempo bom, mesmo consertando, pode não dar certo. O vira-tempo não é um objeto que se pode arrumar com um simples feitiço.
- Concordo, senhorita Granger, então, podem retornar amanhã aqui para pegá-lo. Ah, e a senha será a mesma! – terminou ele, rindo.
- Está bem, obrigada, professor – agradeceu Hermione.
- Não há de quê! – respondeu Dumbledore, enquanto os dois se levantavam.
- Boa noite – disseram os dois.
- Boa noite – disse Dumbledore, e eles se retiraram do escritório. Foram direto à Sala Precisa, pois sabiam que seus amigos estariam lá.
**
- Vamos dar uma volta, meu lírio? – perguntou Tiago, abraçando a ruiva.
- Ah, está frio lá fora... – começou ela, mas Tiago a interrompeu.
- Prometo que vai ser rápido – disse ele, fazendo uma carinha, que ela não resistiu.
- Está bem... – disse ela, revirando os olhos e se levantando, sendo seguida por Tiago. – Mas, eu estou avisando, se eu congelar, a culpa será sua!
- Isso não vai acontecer, minha ruivinha, eu prometo! – disse Tiago, e os dois saíram da sala, vendo, segundos depois, ela se tornar uma parede sólida.
- Onde vamos?
- Andar, dar uma volta... Quero conversar com você – respondeu Tiago, anormalmente sério.
- Sobre...? – quis saber a ruiva.
- Quando encontrarmos um lugar em que pouca gente possa ouvir, eu falo – respondeu ele.
Os dois resolveram seguir até o dormitório, pois Tiago sabia que lá ninguém os ouviria e ele aproveitaria para entregar algo à ruiva...
Como o previsto, a Sala Comunal estava lotada, mas o dormitório masculino estava completamente vazio.
- Então, o que quer falar comigo? – perguntou Lily se sentando na cama de Tiago e olhando para ele.
- Primeiro, eu queria saber o motivo daquele olhar triste quando me respondeu que iria passar o natal com seus pais.
- Eu só... Só estava assim porque terei que ver minha irmã chata, só isso... – respondeu ela, olhando para o chão. Tiago abaixou-se em sua frente e levantou seu rosto delicadamente.
- Já disse que essas esmeraldas não mentem para mim, Lily – falou Tiago, sério. – Por favor, me conte o que está acontecendo.
- Ele... Voldemort... Matou meu pai – disse ela, não contendo as lágrimas que começaram a correr por sua face. Tiago abraçou-a fortemente, consolando-a.
- Eu... Não sabia – murmurou ele, sem saber mais o que dizer.
- Ninguém sabe, além de você – respondeu Lílian, um pouco mais calma. – Não contei nem para as meninas...
- Sinto muito por ele...
- Houve um... Ataque... Voldemort começou a atacar uma rua de trouxas e moramos lá... Quando meu pai saiu de casa, Voldemort o matou... Ano passado...
- Sinto muito, Lily. Não consigo imaginar a dor de perder um pai... – disse Tiago, pensando em seus pais.
- Só... Posso te pedir uma coisa? – perguntou ela, se afastando e olhando diretamente nos olhos do garoto.
- Claro – respondeu ele, com um sorriso sincero.
- Não diga isso a ninguém – pediu ela. – Ainda não contei pois não estou pronta para que todos saibam...
- Pode confiar em mim, não direi nada.
Os dois se deitaram e ficaram conversando, até que Tiago viu que a ruiva não estava mais tão triste. Ter desabafado ajudou-a. Depois de um tempo, ele se levantou e abriu a gaveta da mesa de cabeceira.
- O que foi? – perguntou Lílian, olhando-o, confusa.
- Já vai ver! – respondeu ele, sorrindo e procurando algo na gaveta. Tirou um envelope liso e branco e entregou à Lily.
- O que é isso? – perguntou ela, ao receber o envelope.
- Abra! – respondeu Tiago, com um enorme sorriso estampado no rosto.
Antes de abrir, Lílian virou-o e lá estava escrito com uma bonita letra “Para o amor da minha vida, minha ruivinha”. Ao ler isso, Lily riu e abriu o envelope. Dentro havia um papel de carta desenhado e delicado, com uma foto dos dois e algo que Tiago havia falado a ela no dia em que levou-a à gruta.
“Você é o meu sol, minha razão de viver, sem você eu não iria sobreviver, meu mundo seria frio como o gelo, mas você veio para acabar com o inverno que se instalara nele, derreter todo o frio e aquecer meu coração. Eu te amo, Lily. Te mo para sempre!”
Os olhos de Lily se encheram de lágrimas quando terminou de ler.
- Pensou que eu tinha esquecido? – perguntou ele, docemente ao seu ouvido.
- Não, eu tinha quase certeza... – respondeu ela, sorrindo. – Mas, pelo visto, me enganei...
- Eu nunca esquecerei, minha ruivinha! – disse Tiago, se aproximando da ruiva e beijando-a delicadamente. Após algum tempo, se afastaram e voltaram a deitar abraçados, na cama de Tiago. Ficaram por um longo tempo sem dizer nada, apenas pensando nos belos momentos que tiveram juntos...
Quando Tiago olhou para Lily, viu que ela tinha adormecido. Não quis acordá-la, então ficou a observá-la, mas, após alguns minutos, acabou adormecendo também.
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Ninguém está lendo? T.T
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