A luta começa



Cap. 25 - A luta começa

- Vamos, Lily, vamos continuar, não podemos baixar a guarda, temos que fazer a ronda – disse Gina.

- Eu concordo com a Gina – falou Hermione. – É por experiência.

- Como assim? – perguntou Frank, confuso.

- Nós viemos do futuro, a época em que Voldemort está retornando, atacando a todos e procurando pelo Harry – respondeu a garota. – Não podemos baixar a guarda, podemos ser atacados.

O grupo recomeçou a andar e, quando estavam terminando de atravessar o Saguão de Entrada, Lily parou e deu alguns passos para trás.

- Qual o problema, Lily? – perguntou Alice, olhando para os lados, para ver se havia alguém por ali.

- Desculpem, mas não posso deixar o Tiago ir sozinho – e, dizendo isso, se virou rapidamente e começou a correr na direção em que o namorado fora, antes que todos pudessem compreender o que estava acontecendo. Quando entenderam, já era tarde demais, Lílian já estava perto dos portões.

- LILY, NÃO! – gritou Kely, tentando fazer com que a ruiva voltasse, mas nada adiantou. – E agora, o que faremos?

- Não podemos segui-los – falou Remo, pensativo, tentando achar uma solução. – A professora Minerva está contando com a gente, não há muitos alunos aqui, a não ser os primeiranistas e segundanistas, temos que ficar.

- Mas, e os dois? – questionou Sirius.

- Não podemos deixá-los sozinhos, mas também não podemos ir – continuou Remo, andando de um lado para o outro. – Há mais pessoas em Hogsmeade que possam ajudar na batalha, os aurores já devem estar lá, acho melhor continuarmos por aqui.

Divididos entre ir para Hogsmeade, atrás de Tiago e Lílian, e ficar no castelo para ajudar, caso precisasse, acabaram por ficar na escola.

**

Tiago enfrentou a tempestade de neve, correu o mais rápido que suas pernas permitiam. Estas já estavam protestando de cansaço quando, finalmente, chegou a Hogsmeade. A destruição era visível, vidraças estilhaçadas, bruxos caídos no chão, apertando ferimentos, desmaiados, tentando sair dali.

Mesas e cadeiras viradas no meio das ruas, professores, aurores e alunos lutando contra os comensais. A luta estava difícil, pois os alunos não tinham tanta rapidez e experiência para se desviar dos feitiços e, muitos deles estavam, agora, no chão, desacordados ou com estranhas marcas pelo corpo. Os professores, aurores e os que vieram para ajudar estavam lutando cada um com um comensal mascarado.

Tiago correu para o fim do vilarejo, sem nem mesmo saber por que estava indo para lá, só sabia que deveria. Mas, ao chegar ali, não viu ninguém.

- Você é um covarde, Voldemort! – gritou Tiago, furioso. – Manda seus comensais atacarem os outros e nem aparece! O que foi, está come medo de vir até aqui?

Pelo visto, acabou funcionando, pois um homem encapuzado apareceu cinco metros a frente dele.

- Não fale do que não entende, Potter – disse Voldemort, com uma voz gélida, retirando o capuz.

- E quem disse que não entendo? – perguntou Tiago, debochadamente, embora soubesse do perigo que estava correndo. – Você? Como se fosse alguma coisa!

- Você está pedindo, Potter! Vou acabar com você do mesmo jeito que farei com sua familiazinha de aurores imbecis!

- NÃO VAI MESMO! – gritou Tiago, mais furioso ainda. – NÃO VOU DEIXAR QUE VOCÊ FAÇA MAL À MINHA FAMÍLIA NEM A DE MAIS NINGUÉM!

- NÃO PODE LUTAR COMIGO, POTTER! – dessa vez quem gritou foi Voldemort. – Não tem chance alguma contra mim!

- Posso não ser o melhor em batalha, mas quem vai perder é você – disse Tiago, apertando sua varinha com mais força, enquanto Voldemort erguia a dele.

**

Lily chegou ofegante no vilarejo e ficou horrorizada com sua destruição. O que, pela manhã era um local tranqüilo onde os alunos estavam passeando e fazendo compras era, agora, um campo de batalha.

Ela não sabia o que fazer, não conseguia ver Tiago, nem ouvi-lo, de tão alto que era o barulho, janelas quebrando, pessoas voando e caindo pesadamente em cima de objetos e outras pessoas, gritos de susto, correria...

Com a varinha em punho, atenta a tudo para não ser pega de surpresa, a ruiva começou a abrir caminho pelos duelistas, a procura do namorado, mas não o via em lugar algum. Já estava começando a se desesperar, quando ouviu gritos ao fim de Hogsmeade.

Correu até lá e se escondeu atrás de um bar. Colocou somente a cabeça para o lado, a fim de ver de quem eram os gritos e, com um assomo de medo viu que Tiago e Voldemort estavam frente a frente, com as varinhas erguidas, se olhando diretamente nos olhos. Lily nunca havia visto Tiago tão furioso quanto estava naquele momento.

- Você é um fraco, Potter – começou Voldemort. – Assim como toda a sua família!

- Ah, é? – indagou Tiago. – Se sou tão fraco assim, por que me convidou para fazer parte do seu grupinho de seguidores mascarados? Por que persegue minha família? Será que tem medo do que ela pode fazer com você?

- Mas você recusou, não aceitou minha proposta. Poderia ter sido grande e eu pararia de perseguir sua amada familiazinha, Potter. Agora já é tarde demais para voltar atrás. Vou matar você, o herdeiro da família Potter vai morrer hoje, agora!

- Prefiro morrer a me tornar um de seus seguidores sujos, trapaceiro e maldosos, sem coração, assim como você!

Ao escutar isso, Lílian ficou paralisada e assustada. Nunca soube que Voldemort tinha chamado Tiago para se tornar uma Comensal da Morte... Tinha que fazer alguma coisa, Voldemort iria acabar matando seu namorado, mas não conseguia se mover.

Os dois ergueram as varinhas...

**

Os comensais estavam conseguindo se livrar de alguns professores e começaram a correr em direção ao castelo.

Harry, Gina, Rony, Hermione, Remo, Tonks, Alice, Frank, Sirius e Kely estavam no segundo andar. Quando olharam pela janela, viram algumas figuras encapuzadas correndo em direção à entrada do castelo.

Eles desceram correndo para tentar deter os invasores. No exato momento em que chegaram no Saguão de Entrada, os comensais passaram pelas portas de carvalho.

- Saiam da frente a não ser que queiram morrer! – gritou um deles, apontando a varinha. Ao fazer isso, todos, automaticamente, fizeram o mesmo.

- Daqui vocês não passam! – disse Sirius, com um sorrisinho.

- Se não perceberam, somos quinze e vocês são só dez, estamos em maior número – disse o comensal da direita. – Não aprenderam a contar, não?

- Podem até estar em maior número, mas não deixaremos que acabem com nossa escola! – exclamou Sirius, lançando um feitiço não-verbal que atingiu o comensal da frente, fazendo-o voar alguns metros para cima e cair desacordado no chão de pedra.

- Malditos! – gritou outro, começando a lançar feitiços em todos. Os dez haviam combinado uma tática, caso precisassem se defender. Cinco deles usariam feitiços escudo para protegê-los e os outros atacariam sem parar.

Por sorte, a tática funcionou, logo os quinze comensais estavam caídos no chão, mas, ao olharem para os portões, viram mais alguns vindo mas dessa vez professores e aurores corriam junto, lutando com eles, tentando impedi-los de chegar ao castelo.

Minutos depois, parecia que quase todos os que estavam em Hogsmeade estavam, agora, nos terrenos de Hogwarts. Os alunos mais velhos ajudavam na luta e outros levavam os mais novo para um local seguro.

**

- Avada Kedavra! – gritou Voldemort, apontando a varinha para Tiago.

- Expelliarmus! – gritou Tiago. Os dois feitiços se encontraram, mas o de Voldemort estava vencendo. Lily tinha que fazer alguma coisa, senão Tiago acabaria morrendo.

Reunindo toda a força que tinha, ela saiu de trás do bar e apontou a varinha para Voldemort. Os dois nem viram a aproximação da garota, de tão concentrados que estavam no duelo.

- Rictusempra! – gritou ela, atingindo Voldemort pelas costas, mandando-o para longe. – Tiago! Você está bem?

- Estou sim, Lily – respondeu ele, lançando à garota um olhar preocupado. – Você tem que sair daqui, Lily, é muito perigoso.

- Não, não vou embora sem você!

- Você não entende! – disse ele, mais preocupado. – Tem que ir, Lily, é perigoso.

- Eu sei disso, mas vou ficar!

- É a mim que ele quer, Lily. Por favor, vá, não vou suportar te ver ferida!

- Ah, que romântico – falou Voldemort, com sua voz fria e um sorriso maldoso. – Mas, sinto muito, terei que interromper esse momento. Crucio! – fritou ele, apontando a varinha para o casal e Tiago, com um movimento rápido, se colocou na frente da ruiva, sendo atingido pelo feitiço e caindo no chão de dor.

- NÃO! – gritou a ruiva, desesperada.

- Vamos ver quanto tempo você agüenta, Potter – falou Voldemort, sorrindo satisfeito com os gritos de dor do rapaz.

- Estupefaça! – gritou Lílian, mas Voldemort desviou o feitiço facilmente.

- Depois de acabar com você, Potter, vou acabar com a sua namoradinha – disse Voldemort, olhando para ele, que se contorcia no chão.

- N... Não! – falou Tiago, com a voz fraca, devido à maldição. Lily aproveitou esse momento de distração para atacá-lo.

- Impedimenta! – gritou ela e, dessa vez, o feitiço foi certeiro, atingiu Voldemort no peito e ele foi lançado para trás, imóvel. – Tiago, Tiago, acorda, por favor, fala comigo! – suplicou a ruiva, ajoelhando-se perto de Tiago, que suava.

Quando ela viu que Voldemort estava se livrando do feitiço, pegou no braço de Tiago e aparatou. Mesmo sem saber para onde ia, tinha que sair dali. Quando abriu os olhos, viu que estava na gruta em que Tiago a levara no aniversário de namoro.

Lugar perfeito! – pensou ela. – Ninguém vai nos encontrar aqui. Mas preciso voltar para o castelo, ajudar e preciso levá-lo para a ala hospitalar. E agora?

Ela não sabia o que fazer, então, optou por um modo mais fácil de entrar despercebida...

- Accio vassoura! - disse ela, na entrada da gruta. Logo em seguida, uma vassoura parou no ar, na altura exata para ela montar. Ela ergueu a varinha outra vez. – Accio Capa de Invisibilidade!

A capa também veio voando, e a ruiva a pegou no ar. Levou a vassoura até onde Tiago estava e colocou-o em cima dela. Montou na frente dele e os cobriu pela capa. Com uma das mão segurava o namorado e, com a outra, guiava a vassoura.

Passou pelos portões do castelo e viu todos duelando. Pelo menos, pelo que ela pôde ver, nenhum conhecido ou amigo estava no chão, apenas quatro ou cinco comensais.

Ela voou até uma janela aberta e foi, ainda na vassoura, para a ala hospitalar. Chegando lá, viu que Madame Pomfrey cuidava de três pessoas. Deitou Tiago numa cama e logo a enfermeira veio ajudá-la.

- De novo aqui? – perguntou ela, incrédula, ao ver Tiago na cama, desacordado. – O que aconteceu dessa vez?

- Voldemort... – começou ela, ainda com algumas lágrimas no rosto.

- O QUÊ? – perguntou Madame Pomfrey, com os olhos arregalados. – Ele lutou contra Voldemort?

- Sim senhora, e ele foi atingido pela... Maldição Cruciatus.

- Certo, então, tudo o que precisa é descansar.

- Só isso? – perguntou a ruiva.

- Basicamente sim, darei também uma poção para dor, mas é isso, não há mais o que fazer.

Lily assentiu e saiu da sala, em direção aos terrenos de Hogwarts, ajudar na batalha. Quando chegou, viu que havia ainda mais comensais caídos, pois a cada minuto entravam mais e mais aurores para ajudar. Mas, algum tempo depois, mais comensais também começaram a chegar, a frente de Voldemort.

Nesse momento, Dumbledore apareceu pelas portas de carvalho e os comensais recuaram, para proteger seu mestre.

- Achei que não teria coragem de voltar aqui, Tom – disse Dumbledore, num tom calmo.

- Achou errado, Dumbledore e logo você caíra, junto com essa sua maldita escola! – exclamou Voldemort, cheio de ódio.

- Mais uma vez errado, Tom. Não me renderei assim tão fácil.

- Agora me chamo Voldemort, Lord Voldemort! – gritou ele. – Pode até não se render, mas eu vencerei mesmo assim – e, dizendo isso, ergueu a varinha. Tudo ficou silencioso, todos prenderam a respiração, estavam com expressões assustadas, menos Dumbledore.

- Não creio que possa me vencer, Tom – disse Dumbledore, baixo mas, mesmo assim, todos puderam ouvir.

- Isso é o que você pensa! – gritou Voldemort, furioso. – Avada Kedavra!

O feitiço ricocheteou na parede, mas não atingiu Dumbledore, que havia desaparecido. Reapareceu atrás de Voldemort.

- Achei que não era possível aparatar nos terrenos de Hogwarts, Dumbledore – falou Voldemort, com um sorriso frio nos lábios. – Se eu soubesse, poderia até ter poupado a destruição de Hogsmeade...

- Desfiz o feitiço anti-aparatação, quando os vi entrando – respondeu o diretor, calmamente. Voldemort ergueu a varinha de novo, mas, dessa vez, Dumbledore fez o mesmo. E o duelo começou. Todos abriram espaço para não acabarem sendo atingidos pelos diversos feitiços que voavam da varinha dos dois.

Ninguém nunca havia visto um duelo como aquele. Os dois começaram a se deslocar e os comensais apenas observavam, esperando alguma ordem de seu mestre, caso precisasse de ajuda.

Dumbledore mantinha uma expressão, ao mesmo tempo, séria e calma, enquanto Voldemort tinha uma expressão furiosa. Num movimento impressionantemente rápido, Dumbledore conseguiu atingir Voldemort, que foi lançado alguns metros para trás, caindo perto do lago. Ele se levantou e tentou aparatar, mas não funcionou.

- O... O que? – perguntou ele, confuso, ao ver que não conseguia aparatar.

- Como você é ingênuo, Tom – falou Dumbledore. – Eu posso desfazer o feitiço somente nas áreas que eu quero. E essa não era uma delas.

Voldemort parecia mais furioso do que nunca. Olhava para Dumbledore com uma expressão assassina, que daria medo em qualquer um, mas Dumbledore parecia não se deixar intimidar.

Voltando ao duelo, Voldemort deu um jeito de voltar para a área em que era possível aparatar e foi embora, deixando todos os seus comensais para trás, sem saberem o que fazer. Se aproveitando desse momento, os aurores conseguiram capturar alguns comensais, mas, outros foram rápidos e aparataram para longe dali.

Hogsmeade estava completamente destruída. Hogwarts estava bem, apenas alguns arranhões e pedras quebradas. Todos ali presentes começaram a ajudar os feridos atingidos por feitiços. Ninguém se feriu gravemente. O pior caso foi de um sextanista que quebrou três costelas, o pé esquerdo e o braço direito.

Os que estavam bem levavam os que precisavam de cuidados até a ala hospitalar. Enquanto isso, Dumbledore lacrou os portões e refez todos os feitiços de proteção. Os aurores retornaram a Hogsmeade, ajudar na reconstrução do vilarejo. Os professores repararam os pequenos danos do castelo e os alunos retornaram às suas salas comunais, a espera do diretor da casa, que viria falar com eles.

Lily e os amigos foram para a ala hospitalar, ver como Tiago estava e, para a surpresa de todos, ele não estava lá. Lily foi direto falar com a Madame Pomfrey.

- Onde está o Tiago, senhora? – perguntou a ruiva. Mas, antes que ela pudesse responder, Lily foi abraçada por trás.

- Procurando por mim, ruivinha? – perguntou Tiago, sorrindo, ao ouvido dela. Sorridente, Lílian se virou e abraçou-o.

- Você me deu um baita susto, sabia? – indagou ela.

- Eu sou forte, acha que aconteceria algo comigo por causa daquilo? – perguntou Tiago, convencido.

- Nunca se sabe – respondeu Lílian.

- Vamos, Pontas, a professora Minerva deve estar indo para a Sala Comunal, quer falar com todos nós – avisou Sirius. Eles saíram da ala hospitalar e rumaram para a torre da Grifinória. A tempestade havia parado, mas poucos flocos de neve continuavam a cair.

- Chifre de unicórnio! – disse Frank à Mulher Gorda, que girou para frente. A Sala Comunal estava lotada. Parecia, e eles tinham certeza, que toda a grifinória estava ali. Todos esperavam em silêncio a chegada da professora McGonagall.

Os doze se acomodaram em um lugarzinho vazio e, menos de cinco minutos depois, a professora entrou pelo buraco do retrato. E todos os olhares se centraram nela.

- Pois muito bem – começou. – Eu vim aqui dar-lhes um aviso. Lord Voldemort, como vocês sabem, está ficando cada vez mais forte, reunindo seguidores. Está cada vez mais difícil impedi-lo, bruxos e bruxas estão se aliando a ele por medo do que possa fazer com suas famílias, se não concordarem em servi-lo – ela fez uma pausa e olhou significativamente para Tiago, que sustentou o olhar. – E espero que vocês não se aliem a ele de modo algum. Será pior para todos.

Ela fez mais uma pausa e correu os olhos por todos os alunos. Alguns tinham uma expressão assustada, outros tinham os olhos marejados e, os outros estavam sérios. Ninguém sorria, sequer falava.

- Professora? - chamou um quartanista.

- Sim, senhor Kurriel? – perguntou ela.

- Nossas famílias estão... Bem? – perguntou ele, receoso.

- Não foi noticiado nenhum ataque após o que sofremos hoje, senhor Kurriel, mas não podemos esperar que continue assim. Ele já revelou não ter coração. Não podemos esperar nada de bom de alguém como ele. Portanto, peço que fiquem atentos.

- A escola está protegida, não é, professora? – perguntou uma segundanista loira.

- Dumbledore lançou os melhores feitiços de proteção que conhece, senhorita Stevens, são feitiços muito fortes, mas é sempre bom ter cautela.

- O que acontecerá agora, professora? – questionou uma terceiranista.

- Vamos continuar, normalmente, senhorita Danfield. Nada mudará em nossa rotina. Mais alguma pergunta? – ninguém falou nada, então ela resolveu pôr fim no discurso. – E, tenho um último aviso para dar a vocês. A batalha acabou, mas não é o fim da guerra.

Depois disso, ela se virou e saiu da Sala Comunal, deixando todos pensativos. Após algum tempo, as pessoas começaram a sair, jogar, fazer deveres, estudar e conversar, embora essa conversa não fosse tão animada como normalmente.

- Eu e a Kely vamos dar uma volta – avisou Sirius, se levantando. Abraçou Kely e saíram pelo buraco do retrato.

- Nós também vamos – disse Alice, saindo com Frank.

- É, boa idéia – falou Remo. – Vamos, Tonks?

- Claro – respondeu a garota, seguindo o namorado.

- Me acompanha, ruivinha? – perguntou Tiago, fazendo pose de galã, enquanto Rony e Hermione riam.

- Sim – respondeu a ruiva, rindo um pouco.

- Ei, cadê o Harry e a Gina? – perguntou Rony, procurando o amigo e a irmã.

- Ali – respondeu Hermione, e os eles puderam ver um relance dos dois antes do retrato fechar a passagem. Tiago saiu acompanhado de Lílian e Rony e Hermione ficaram na Sala Comunal. – É, parece que sobramos – disse ela, sorrindo.

- Não se depender de mim – falou Rony, ficando vermelho. – Vamos... Dar uma volta? – perguntou, olhando para o chão.

- Vamos – respondeu ela. Eles se levantaram e saíram da torre da Grifinória. – É tão diferente.

- O quê?

- Eu sei que houve esse ataque de Voldemort e tudo – começou ela, pensativa. – Mas, não sei, é tão mais... Calmo.

- Isso é, com certeza – respondeu ele. Seguiram pelos corredores quase vazios, até os jardins cobertos de neve e ficaram andando por ali e conversando.

- Sabe, eu acho melhor não demorarmos muito para voltar – disse ela.

- Por quê?

- O Harry e a Gina já vieram, fazer a mesma coisa que iríamos fazer. Então, não há motivos para ficarmos por muito tempo.

- Quando pretende voltar?

- No fim de novembro, daqui a umas duas ou três semanas.

- Eu poderia ficar aqui para sempre, é tão tranqüilo.

- Mas não se esqueça de que daqui a algum tempo vai começar a guerra de verdade e, como o passado está sendo modificado, não sabemos o que pode acontecer, quando voltarmos pode estar tudo completamente diferente.

- Bem lembrado, tinha me esquecido disso. Quando vamos falar com eles?

- Se der, hoje mesmo, senão, podemos falar amanhã.

Eles continuaram caminhando, deram uma volta pelo lago e resolveram voltar, pois começava a esfriar.

**

Sirius levou Kely até o lugar em que haviam ido no primeiro aniversário de namoro deles. Para não terem que dar a volta pelo castelo, Sirius entrou na passagem que levava diretamente até lá.

As flores estavam congeladas, dando uma beleza única ao local, pois o gelo brilhava, parecendo que tinham colocado minúsculas luzinhas nele.

- Tudo está tão diferente – comentou ela, com o olhar triste.

- O que, minha flor?

- Tudo o que a McGonagall disse, que a guerra ainda não acabou, quando eu penso no que Voldemort fez, e pode fazer... Isso me dá calafrios.

- Não se preocupe, eu estarei aqui e te protegerei do malvado – disse Sirius, de um modo engraçado, fazendo-a rir.

- E o que te faz pensar que pode lutar contra ele, Sirius?

- Nada, só que faço isso qualquer dia desses, se for para proteger quem eu mais amo.

- E quem seria?

- Você – falou Sirius, beijando ternamente a namorada.

- Você é um ótimo namorado, sabia? – disse ela, quando se separaram, ainda abraçados.

- Claro que sim, mas agora que você falou, tenho certeza absoluta!

- Como você é convencido! – exclamou Kely, rindo.

Os dois ficaram ali por mais algum tempo e voltaram pela passagem, mas não foram para a Sala Comunal, seguiram para a cozinha, comer alguma coisa.

**

Alice e Frank seguiram para a orla da Floresta Proibida. O lugar estava calmo e com pouca neve, devido à grande quantidade de árvores, que impediam que muita neve chegasse ao chão. Eles adentraram na floresta, e se sentaram, encostados em uma árvore, onde havia menos neve, nem a dez metros da orla.

- Quando acha que tudo isso vai acabar? – perguntou ela, recostando a cabeça no ombro de Frank.

- Não sei, só sei que temos que lutar, tentar ao máximo impedir que ele continue destruindo, matando, torturando...

- E como vamos fazer isso?

- Ora, seremos aurores, então iremos atrás dele antes que provoque mais dor – disse ele, fazendo-a sorrir.

- É tão corajoso assim?

- Você não imagina o quanto! – respondeu ele, rindo.

Depois de algum tempo conversando, retornaram ao castelo, e foram para a Sala Comunal, onde encontraram Rony e Hermione, que tinham acabado de chegar, também.

**

Remo e Tonks ficaram no pátio, tiraram a neve de um banquinho e se sentaram. Não havia ninguém ali.

- Depois da tempestade, vem a calmaria – disse Tonks, abraçada a Remo, pensando em tudo o que havia acontecido aquele dia.

- Tem razão, mas não sabemos até quando essa calmaria vai durar. Pode ser até amanhã, semana que vem, mês que vem. É algo imprevisível.

- Como pode haver alguém assim, tão... Tão cheio de ódio, que não se preocupa com nada nem ninguém a não ser si próprio? – perguntou ela, incrédula.

- Esse é Voldemort. Não tem amigos, só seguidores, que estão com ele por que querem mais poder, ou têm medo do que ele possa fazer, se não se juntarem a ele.

- Eu nunca faria isso, preferia morrer a ser obrigada a matar e a torturar alguém.

- Eu também, mas nem todos são assim, preferem obedecê-lo a lutar contra ele. E é assim que ele está reunindo tantos seguidores.

- Se as pessoas resistissem mais ele não estaria tão forte, com tantos comensais.

- Sim. Há aqueles que sempre quiseram estar do lado das trevas, mas não havia nenhum “mestre” para guiá-los e, agora que tem, eles foram para o lado do mal. E esses que desistem de tentar resistir antes mesmo que sejam ameaçados...

- E são muitos – completou ela.

- Só espero que o Harry consiga fazer o que quer antes que a luta comece de verdade.

- Por quê?

- Vai ficar muito mis difícil de planejar tudo – respondeu ele, pensativo. – Espero que sejam rápidos.

Quando voltou a nevar, ele entraram e se dirigiram à cozinha, tomar um chocolate quente.

**

Harry e Gina foram até a torre oeste, onde era possível ver toda a Hogwarts, os jardins e a Floresta Proibida. Por ser mais alto, o vento ali estava bem mais forte. Eles ficaram em silêncio por um tempo, apenas observando a paisagem, perdidos em seus pensamentos.

- Precisamos ser rápidos – disse Harry, de repente.

- Se perdermos tempo, não conseguiremos acabar com ele – completou Gina.

- Precisamos falar com Dumbledore.

- Por quê?

- Já acabamos com o anel de Servolo e o diário de Riddle. Agora eu acho que a próxima será o medalhão de Sonserina. Ainda há a taça de Lufa-Lufa e algum objeto que penso ser de Corvinal, pois o único de Grifinória que sabemos existir é a espada.

- Tem alguma idéia do que possa ser?

- Ainda não, se pelo menos ela tivesse algum descendente... – começou ele, mais para si mesmo do que para a ruiva.

- Quem?

- Rowena Corvinal – respondeu Harry.

- Mesmo que tivesse, seria impossível de ela saber alguma coisa, Harry. Ela viveu a mais de mil anos e... – começou ela, mas foi interrompida.

- Desculpe a interrupção, mas eu ouvi a conversa dos dois – disse Nick quase sem cabeça, atravessando a porta e dando um susto nos dois. – E, eu conheço um descendente dela.

- De quem? – perguntou Gina, que se esquecera do que estavam conversando por causa da entrada do fantasma.

- Rowena Corvinal – respondeu ele.

- E quem é? – perguntou Harry, ansioso.

- A fantasma da Corvinal – respondeu Nick.

- E quem é ela? – perguntou Gina.

- A Mulher Cinzenta – disse Nick.

- Sabe onde ela está agora - indagou Harry.

- Afirmar eu não posso, afinal, nunca ficamos em um lugar só, mas ela sempre fica nos arredores da Torre da Corvinal. Harry e Gina se entreolharam.

- Obrigado pela informação, Nick – agradeceu Harry. – Mas, temos que ir agora.

- Não há de quê, meu rapaz, sempre que precisar eu estarei aqui – respondeu Nick, sorridente.

Os dois desceram da torre rapidamente e seguiram para a torre da Corvinal, mas, no meio do caminho, Gina parou a segurou Harry pelo braço.

- O que foi? – perguntou ele, confuso.

- Acho melhor ir sozinho – disse ela e, vendo que ele continuava confuso, continuou. – Eu não conheço a história e vai ser mais fácil falar com ela sozinho. Te vejo na Sala Comunal.

E, antes que Harry pudesse dizer mais alguma coisa, ela se virou e seguiu para a torre da Grifinória. Nem ele sabia de toda a história...

Chegou na torre, mas não viu nenhum fantasma. Olhou para todos os lados, a procura dela, mas não a viu. Quando já estava desistindo de encontrá-la foi que viu um fantasma virar o corredor, flutuando em sua direção.

- Você é a Mulher Cinzenta? – perguntou Harry à moça, que olhou para o garoto.

- Sim, por quê? – perguntou ela, analisando-o.

- Eu preciso de uma informação.

- Diga.

- Eu soube que você é descendente de Rowena Corvinal.

- Sim.

- Eu... Queria saber se você sabe se há algum objeto que pertenceu a ela. Como, a espada, pertenceu a Godric Grifinória e o medalhão, que pertenceu a Salazar Sonserina.

- Eu... Não sei de nada – respondeu ela, tentando mentir, mas não funcionou.

- Por favor, eu preciso saber, é muito importante! – pediu Harry.

- Receio que não poderei lhe contar – disse ela, desistindo de tentar fingir.

- Por que, não? – perguntou Harry, confuso.

- Sem mais perguntas – disse ela, se virando.

- Espere, é importante. Você deve ter ouvido algo sobre Lord Voldemort, não é?

- É claro, posso estar morta, mas ainda ouço os professores, o diretor e até os fantasmas falando dele.

- Então, vai começar uma guerra, vão haver muitas mortes, problemas, torturas. Se me ajudar, eu posso impedir que isso aconteça.

- E como sabe que vai acontecer?

- Eu... Vim do futuro, com um vira-tempo – explicou ele, e a mulher começou a se interessar.

- Certo, mas por que precisa saber sobre o Diadema... – começou ela, mas parou, ao perceber o que dissera.

- O Diadema? - perguntou Harry. – Então, esse é o objeto que pertenceu a Rowena Corvinal?

- Sim – respondeu ela, não adiantaria voltar atrás, agora que já dissera.

- Poderia me dizer onde está? – pediu Harry.

- Para quê? Gerações e gerações de bruxos sempre vêm me perguntar isso. O Diadema concede sabedoria a quem o utiliza, portanto, centenas de alunos pedem para eu dizer onde está o Diadema de minha mãe...

- S... Sua... Mãe? – perguntou Harry, sem acreditar.

- Sim, quando eu era viva, era Helena Corvinal, filha de Rowena Corvinal.

- Então deve saber onde está.

- Claro que sei, eu roubei-o de minha mãe e fugi.

- O quê?

- Sim, eu roubei o Diadema. Minha mãe mandou o Barão Sangrento me seguir. Quando me recusei a acompanhá-lo, ele me apunhalou – continuou, mostrando a punhalada que tinha no peito branco.

- O Barão Sangrento assassinou a senhora? – perguntou Harry, cada vez mais confuso.

- Sim, e depois que viu o que fez, se matou também. E o Diadema ficou escondido no oco de uma árvore. O escondi quando ouvi o Barão se aproximar.

- Que árvore? – perguntou Harry, pronto para correr até a Floresta Proibida.

- Numa floresta da Albânia – respondeu ela. Foi aí que o estômago de Harry afundou. Na Albânia?

- Alguém mais sabe disso? – perguntou ele.

- Bem, sim... – respondeu a fantasma. – Me pareceu uma ótima pessoa, apenas interessado na história e... – ela nem precisou continuar, Harry já sabia a quem ela se referia.

- Tom Riddle, foi a ele que você contou?

- Foi.

Harry, então, se lembrou de que Voldemort usara aquela floresta como esconderijo. Deve ter ido até lá quando conseguiu a informação de Helena quando terminou a escola e então, começou a trabalhar na loja da Travessa do Tranco, depois veio ao castelo pedir...

- É isso! – exclamou ele, radiante, assustando a fantasma.

- Perdão, mas... Isso o quê?

- Voldemort foi até a floresta depois que saiu da escola e pegou o Diadema. Depois voltou ao castelo para pedir emprego ao professor Dumbledore!

- E o que isso tem a ver com...?

- Ele guardou o Diadema no castelo. Ele está aqui, em algum lugar – disse Harry. Helena fez uma cara de compreensão, mas ainda não entendia por que o objeto o ajudaria a derrotar Voldemort. – Obrigada, foi de grande ajuda! – agradeceu ele, sorridente.

Ele saiu rapidamente em direção ao local em que tinha certeza que iria encontrar o Diadema afinal, o vira em seu sexto ano, quando precisou de um lugar para guardar o livro do Príncipe Mestiço...

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