Preparando uma surpresa
Cap. 20 - Preparando uma surpresa
Os quatro olharam para todos os lados, a procura do autor daquela voz. Foi então que Tiago apareceu por debaixo da Capa de Invisibilidade. Completamente curado e rindo da cara que eles fizeram.
- Pontas? – indagou Sirius, esfregando os olhos, para ver se não era nenhuma alucinação.
- Não, seu cachorro, sou um fantasma! – disse ele, rindo mais ainda. – É claro que sou eu!
- Mas você não estava inconsciente na ala hospitalar hoje de manhã, mesmo? – perguntou Remo, arqueando uma sobrancelha.
- Não exatamente – respondeu Tiago, com um sorriso misterioso.
- Então, por que quando fomos te visitar, você não falou conosco? – perguntou Harry, confuso.
- Porque eu queria fazer uma surpresa.
- E a Madame Pomfrey sabia? – perguntou Frank.
- Ora, é claro que sim, senão ela não teria me liberado de lá hoje, me prenderia lá o resto da semana, no mínimo! Mas eu pedi para ela não falar nada.
- Deve estar com fome, não, pai? – perguntou Harry, sorrindo e abraçando seu pai.
- Você não tem idéia! – exclamou ele, passando a mão na barriga. – Afinal, faz horas que não como nada.
- Então,vamos? – perguntou Sirius, após dar um tapa nas costas do amigo.
- Sim – respondeu ele, dando um sorriso maroto. – Mas antes, quero que verifiquem se as meninas já foram.
- E como acha que vamos fazer isso? – indagou Remo.
- Você é um maroto, oras – respondeu Sirius pelo amigo. – Deixa que eu vou, Aluado.
Dizendo isso, pegou sua vassoura do malão, foi até a janela do quarto e montou. Voou até a janela do dormitório feminino e deu uma espiada para dentro. Gina já estava arrumada, apenas esperava as amigas. Alice terminava de secar o cabelo, Lily estava saindo do banheiro, enrolada numa toalha e Kely entrava no banho. Sirius, ficou ali, parado alguns instantes, mas quando Lily olhou para a janela, viu Sirius e quase deixou cair a toalha, ficando mais vermelha do que seu cabelo.
Ele virou a vassoura e voltou para seu dormitório. Entrou e guardou sua vassoura, sem falar nada, com medo da reação do amigo.
- Então? – quis saber Tiago.
- Então o que? – perguntou Sirius se fazendo de desentendido.
- Elas estão lá, Almofadinhas? – indagou Remo, sentando na cama.
- Ahan.
- E, vai demorar para elas saírem? – perguntou Tiago.
- É, acho que sim, elas estavam... – começou, mas logo se calou, pois percebeu que falou demais.
- Estavam? – incentivou Frank.
- Terminandodetomarbanho – atropelou as palavras, fazendo todos rirem.
- Repete mais devagar, Almofadinhas – pediu Harry.
- Elas estavam terminando de tomar banho.
- E daí? – perguntou Tiago.
- E daí que... – começou ele, se perguntando se deveria ou não falar a verdade. Se eu mentir, estarei traindo um amigo, mas, se eu falar a verdade, minha pobre beleza estará arruinada! – pensou ele.
- Fala logo, Almofadinhas, pára de ficar enrolando e desembucha! – disse Harry.
- Daí que a ruiva estava saindo do banho... – começou ele, enquanto Tiago ficava vermelho de raiva, já pensando que o amigo tinha visto sua namorada sem roupa.
- Você viu a MINHA Lily sem roupa, seu cachorro? – perguntou Tiago, com os nervos a flor da pele.
- Não, eu... – começou Sirius, mas foi interrompido mais uma vez, por um Tiago extremamente nervoso.
- VOCÊ O QUÊ, SEU PULGUENTO? – gritou ele.
- EU DISSE – gritou Sirius, usando o mesmo tom de voz de Tiago, o que fez este baixar a voz. – Disse que eu não a vi assim, Pontas. Ela estava de toalha, quando achei que alguém tinha olhado pela janela, voltei pra cá.
- Sorte sua, pulguento, senão seria um cachorro a menos no mundo! – exclamou Tiago, emburrado.
- Pare com isso, Tiago – pediu Remo, extremamente calmo. – senão não vai dar tempo de fazer o que você quer, seja lá o que for.
- Está bem – concordou Tiago, voltado ao normal e abrindo um sorriso.
- Que sorriso é esse, pai? – perguntou Harry.
- Quero fazer uma surpresinha para Lily, mas preciso que vocês me ajudem – pediu ele. Todos concordaram e se sentaram na cama para ouvir o plano.
**
- Kely, pode entrar no banho, eu já terminei – disse Lily, saindo do banheiro, enrolada em sua toalha verde. Quando Kely entrou, Lily olhou a janela, e quase deixou a toalha cair quando viu o que estava lá, fazendo-a corar furiosamente.
- O que foi, Lily? – perguntou Alice, vendo o estado da amiga pelo espelho, onde terminava de arrumar os cabelos.
- É estranho, mas acho que eu acabei de ver o Sirius ali na janela – respondeu ela, se recompondo.
- O quê? – indagou Gina, se levantando e indo até a janela. Abriu-a e colocou a cabeça para fora, procurando sinal de alguém, mas não havia ninguém ali. – Não tem nada aqui, Lily.
- Eu acho que imaginei ter visto, desculpe – falou Lily, colocando sua bata vermelha e calça jeans.
- Tudo bem – respondeu Gina, fechando a janela e voltando a se sentar na cama para esperar as outras.
- Que estranho! – comentou Alice, penteando o cabelo.
- O que é estranho? – perguntou Lily, olhando para a menina.
- Por que Sirius estaria aqui? Ou, por que você estaria imaginando que ele estaria aqui. Mesmo se estivesse, não há razão para estar, nem tem como ele estar aqui, porque não tem como vir até aqui – falou a morena, deixando as duas ruivas com uma cara de ponto de interrogação.
- Quê? – perguntaram as duas, ao mesmo tempo.
- Nada não, esquece – disse ela, guardando o pente.
- Agora você vai falar, senhorita Jackson, porque eu não entendi absolutamente nada do que você disse – falou Lily, tomando o lugar de Alice, na frente do espelho.
- Resumindo – disse ela. – Não há razão para o Sirius vir até aqui, e nem tem como. Entenderam?
- Sim – responderam as duas, de novo, e Lily completou: - mas, vai saber, eles são marotos, arranjariam um modo.
Kely saiu do banheiro já trocada e arrumada.
- Vamos, meninas? – chamou ela.
- Um minuto, podem ir descendo, se quiserem, só preciso pegar meu sapato, que ficou no banheiro e guardar mais umas coisinhas – disse Lily.
- Está bem, te esperamos na Sala Comunal – disse Gina, e saíram do dormitório. Lily foi até o banheiro, colocou seu sapato e foi guardar alguns livros no malão, pois estavam jogados em cima da cama, desde que ela chegara no dormitório.
**
- Entenderam o que é para fazer? – perguntou Tiago, olhando um por um.
- Claro – concordaram todos, que haviam escutado tudo atentamente.
- E, por favor, não estraguem nada – pediu Tiago, quase implorando. – Amanhã é nosso aniversário de namo... – começou ele, mas foi interrompido por um Sirius desesperado, que se levantou bruscamente e começou a andar pelo quarto, sem saber o que fazer, deixando todos com caras confusas.
- Qual o problema, Almofadinhas? – perguntou Remo, olhando Sirius andar de um lado para o outro.
- Eu esqueci, esqueci que amanhã é nosso aniversário de namoro... – começou ele, sem parar sua caminhada em círculos. – A Kely vai me matar!
Tiago, que já estava em pé, foi até Sirius, colocou a mão em seus ombros e deu uma sacudida nele, arrancando risadas de todos, pois a cara que ele fez não foi das melhores.
- Cara, pára com isso – disse Tiago. – Mande uma carta para a minha mãe, pedindo que ela mande alguma coisa, corujas são rápidas, ela te responde ainda hoje. Ela deve estar voltando do ministério agora.
- Certo – falou Sirius, agarrando-se à idéia e pegando pena e pergaminho para poder escrever. Enquanto isso, Tiago chamou a coruja. Menos de dois minutos depois, Sirius terminou e selou a carta. A coruja entrou voando pela janela aberta e pousou na cama de Tiago. Sirius amarrou a carta à sua perna e levou-a a te a janela. – E vá o mais rápido que puder! – completou para a coruja, que entendeu o recado e saiu em direção ao sol poente.
- Pronto, Almofadinhas, ainda hoje você recebe uma resposta – disse Harry, e se virou para o pai. – Então, já não está na hora de descer? Senão não vai dar tempo de fazer tudo o que quer.
Tiago, de repente, se lembrou do que tinha a fazer. Afirmou com a cabeça e pegou sua Capa de Invisibilidade. Cobriu-se com ela e todos saíram do dormitório. Ao chegar na Sala Comunal, encontraram Kely, Alice e Gina, sentando nas poltronas.
Os marotos e Frank se aproximaram delas e Sirius foi quem começou a falar, antes que Tiago esquecesse que estava com a capa e começasse a perguntar sobre a sua ruivinha.
- Onde está a Lily, meu amor? – perguntou ele, dando um selinho na namorada.
- Está lá em cima ainda – respondeu a menina. – Disse que precisava pegar os sapatos e guardar uns livros que ficaram em cima da cama, daqui a pouco ela desce. Por que o interesse? – perguntou Kely, desconfiada.
- Nada não, é que todas vocês estão sempre juntas.
Perfeito! – pensou Tiago, sorrindo. – Com ela ainda no dormitório, vai dar tempo certinho!
- Sei... – começou Kely, mas resolveu mudar de assunto. – Então, vamos visitar o Tiago?
- É isso que queríamos falar com vocês, e, aproveitando que a Lily não está perto... – começou Remo, mas as três ficaram aflitas e atropelara os quatro com perguntas.
- O que aconteceu com ele? – perguntou Gina.
- Está tudo bem? – perguntou Alice, antes que algum deles pudesse dizer algo, e, logo em seguida, Kely indagou:
- Ele não foi levado para o Saint Mungus, não é?
- Calma, meninas, não é nada disso! – exclamou Harry, rindo da cara de espanto da três.
- Só estamos aproveitando que a Lily não está aqui por que nosso amigo veado quer por um plano em prática... – começou Sirius, enigmático.
- E que plano seria esse? – perguntaram as três. Eles se sentaram e se aproximaram, para que, se a ruiva descesse, não ouviria nada.
- É o seguinte – começou Harry, pensando em como resumir tudo o que Tiago tinha dito, para não demorar muito. – Meu pai não está mais na ala hospitalar.
- Que bom! – exclamou Gina, sorrindo.
- Mas ainda não entendi por que a Lily não pode saber – disse Alice, confusa.
- É por que o Tiago quer fazer uma surpresa para ela – explicou Remo. – Amanhã é o aniversário de namoro deles e... – mas foi interrompido.
- Nosso também! – disseram todos em uníssono, e caíram na gargalhada logo depois.
- Sim – falou Remo, um pouco mais alto, para que voltassem a prestar atenção nele. Depois que todos se calaram, ele continuou. Todos escutaram o que ele tinha a dizer em silêncio, mesmo os marotos, que já tinham escutado tudo, pela boca de Tiago.
- Certo, então, por que ele não está aqui? – perguntou Kely, procurando por Tiago. – Mesmo para sair da Sala Comunal ele teria que passar por aqui, nós o veríamos!
- Eu estou com a Capa de Invisibilidade, Kely – disse uma voz invisível, um pouco atrás de Sirius, que eles reconhecera como a de Tiago.
- Ti, você está bem mesmo? – perguntou Kely, olhando um pouco mais para esquerda de Tiago, pensando estar olhando diretamente para ele.
- Estou sim. Agora, vou me afastar um pouquinho, se a Lily chegar e acabar batendo em mim, não vai ser nada legal, vai estragar tudo! – disse ele, baixo. – E não se esqueçam de nada!
- Certo!
**
- Terminei! – exclamou a ruiva, sorrindo e indo até o banheiro lavar as mãos antes de seguir para o Salão Principal para jantar e, logo depois, iria até a ala hospitalar, visitar Tiago. Será que ele já está melhor? – ela se perguntava. – Mas isso é meio difícil... hoje de manhã mesmo ele se mexeu, mas ainda não acordou... Só espero que não demore demais, sinto tanta falta dele comigo durante o dia...
Ela fechou a torneira e seguiu para a Sala Comunal, onde iria encontrar as amigas, para irem jantar. Fechou a porta e desceu a escada em caracol, mas, ao chegar lá embaixo, viu que todos estavam em um grupinho fechado, conversando baixo e foi se aproximando deles.
Tiago foi se afastando lentamente, tomando cuidado para não bater em ninguém. Quando chegou em um local em que não passava muita gente, o local em que Harry e Gina ficaram enquanto estavam escondidos, perto da lareira, ele ouviu os cochichos dos amigos pararem bruscamente e se virou para ver o problema. Lily estava ali, havia chegado sem ninguém perceber.
- Qual é o problema, pessoal? – perguntou ela, arqueando uma sobrancelha, pois todos estavam com cara de culpa.
- Nada não, Lily – disse Kely, convincente.
- Só estávamos esperando você descer para irmos jantar – completou Remo.
- E por que estavam com as cabeças tão juntas, cochichando e pararam, quando me viram chegar?
- Sabe, Lily, é que... – começou Alice, pensando no plano.
- O problema é que o Tiago foi levado para o Saint Mungus, Lily – completou Gina, forçando uma cara de tristeza, tentando esconder o sorriso, pois o plano estava começando a dar certo.
- O-o q-quê? – perguntou ela, com a voz fraca, os olhos se enchendo de lágrimas. Ela se sentou num sofá e enterrou o rosto nas mãos, começando a chorar. – Não pode ser!
- Mãe... – começou Harry, tentando consolá-la, sem sucesso. Tiago queria que seu plano desse certo, mas não lhe agradava nem um pouco ver seu lírio, sua ruivinha, chorando daquele jeito. Mas iria com o plano até o fim.
- Não pode! Não pode! – continuou ela.
- Lily – tentou Kely, sem sucesso.
- Por que ele foi levado? Ele estava se recuperando tão bem! – exclamou ela chorando mais ainda.
- Mas Lily, por que está chorando? – perguntou Alice, delicadamente, se abaixando em frente a amiga e levantando seu rosto. Alice era a melhor para ajudar, naquele momento.
- Eu não vou poder vê-lo com tanta freqüência – disse Lílian, com o rosto manchado de lágrimas. – E... E amanhã é o nosso aniversário de namoro e ele não vai estar aqui! Eu sinto tanta falta dele, Lice! Tanta!
Ver sua amada daquele jeito partia o coração de Tiago, ele não pensava que a reação dela seria essa. Ele quase chegou a tirar a capa ali mesmo e sair correndo até Lily, abraçá-la e beijá-la, mas conseguiu se conter. Mas ficou muito feliz em saber que ela sentia a sua falta.
- Ei, Lily – disse Remo, ficando de frente para a ruiva. – Você vai poder ir visitá-lo, sim. Acho que uma vez por dia.
Depois de algum tempo, conseguiram acalmá-la, pra alívio de todos. As meninas subiram com ela até o dormitório, para que pudesse lavar o rosto e se recompor, antes de descer para o jantar. E os meninos ficaram na Sala Comunal, a espera delas.
- Só espero que elas não acabem deixando escapar nada! – disse Tiago, assustando todos, pois, com toda essa bagunça, haviam se esquecido de que Tiago ainda estava ali.
- Pontas! – reclamou Sirius, embora sorrisse. – Quer me matar de susto?
- Eu não acho que elas vão falar alguma coisa – falou Remo.
- Espero – concordaram Frank e Tiago, ao mesmo tempo.
**
Gina subiu na frente e Kely e Alice subiram logo atrás dela, levando Lily, que se acalmava aos poucos. Chegaram no dormitório, Gina abriu a porta, as quatro entraram e Alice e Kely sentaram Lílian em sua cama.
- Vá lavar o rosto, Lily – sugeriu Alice, dando um sorriso reconfortante. – E melhore essa carinha!
- Como posso fazer isso, Alice? – perguntou a ruiva, com os olhos já vermelhos. – Se eu vou ter que ficar sem vê-lo por eu não sei quanto tempo?
- Calma, Lily, pode não ser tão ruim quanto você pensa – disse Kely. Ops... dissera a coisa errada...
- COMO ASSIM PODE NÃO SER TÃO RUIM? – gritou a ruiva, se levantando rapidamente. – Se seu namorado fosse atacado e ficasse na ala hospitalar, desacordado e depois fosse mandado para o Saint Mungus, você não falaria assim!
- Lily, se acalma! – pediu Gina. – Se não fizer isso, não vamos poder te ajudar!
- Está bem, desculpe – pediu ela, abaixando a cabeça. Todas se aproximaram dela e deram um abraço coletivo. Lily riu e foi até o banheiro lavar o rosto.
- Como é ruim e difícil mentir para ela! – comentou Alice, num sussurro, para que a ruiva não escutasse.
- Concordo – disse Kely, olhando para a porta do banheiro aberta. – Mas é melhor pararmos de falar, ela pode desconfiar de alguma coisa.
Menos de um minuto depois, Lílian saiu do banheiro. Sua cara já estava bem melhor, seus olhos não estavam mais tão vermelhos, mas quem a olhasse perceberia que ela havia acabado de chorar.
- Vamos? – chamou ela, sorrindo.
- Claro – concordaram as três, se encaminhando para a saída do dormitório.
**
- Então, Pontas, quando vai começar a por seu plano em prática? – perguntou Sirius, com um sorriso maroto no rosto.
- Hoje mesmo, Almofadinhas – respondeu Tiago, abrindo um sorriso, embora os amigos não pudessem ver. – Depois que todos forem dormir. E vou precisar do mapa também, Almofadinhas.
- Ei, o mapa é meu hoje! – reclamou Sirius, fechando a cara.
- Mas você nem vai usar hoje! – retrucou Tiago.
- Vai, Almofadinhas, empresta para ele logo! – disse Remo. – Você vai estar dormindo, nem vai lembrar do mapa.
- Sem contar que vai ajudar muito meu pai se emprestar o mapa – acrescentou Harry.
Enquanto eles discutiam, Frank olhava de Remo para Sirius, e deste para Harry (afinal, como não via Tiago, não havia como olhar para ele), com a boca meio aberta, sem entender absolutamente nada.
- Ah, está bem! – concordou Sirius, de cara amarrada.
- Valeu, Almofadinhas! – agradeceu Tiago, com um sorriso maior ainda.
- Que mapa é esse? – perguntou Frank, totalmente confuso, olhando os três, levantando uma sobrancelha.
- Depois te explicamos tudo direitinho – disse Remo.
- Pai – falou Harry, olhando para o nada. – Acho melhor dar uma afastadinha, as meninas estão vindo.
- Ok – concordou ele, dando uns passos para trás. – Vejo vocês mais tarde. E, Sirius, não se esqueça que minha mãe vai te mandar o que pediu direto no dormitório, para ela não desconfiar. E não esqueça do mapa!
- Ahan - disse ele, se levantando.
- Vamos meninos? – chamou Kely. Lily, já estava bem melhor. Sirius deu o braço a Kely, Frank a Alice e Harry a Gina. Remo foi atrás, ao lado de Lily e Tiago os seguiu, morrendo de vontade de andar ao lado de sua ruivinha e abraçá-la.
Remo, Lily e, conseqüentemente, Tiago, ficaram mais para trás, e a ruiva escutou alguma coisa... passos...
- Tem alguém seguindo a gente! – disse ela, se virando para trás, mas não viu nada além do corredor vazio.
- Não tem, não, Lily, deve ser impressão sua – disse Remo, tentando convencê-la de que não tinha nada ali, apesar de saber que Tiago estava apenas a alguns passos deles.
- Eu tenho certeza que sim, Remo. Quando Tiago achava que tinha alguém seguindo ele, era o Harry, e agora?
- Mas não tem ninguém, Lily – repetiu Remo. – Vamos.
E começou a andar em frente. Lílian, sem escolha, foi atrás dele. Tiago respirou aliviado, seria o fim do plano, se ela o descobrisse. Continuou andando, com mais cautela, para que sua amada não escutasse mais.
Quando chegaram em frente ao Salão Principal, todos entraram, mas Tiago seguiu para o saguão de entrada. As portas ainda estavam abertas, e não havia ninguém ali. O sol já havia se posto, a noite estava bonita e estrelada, um pouco fria, mas ótima!
Ele deixaria tudo pronto antes de ir até a cozinha, comer alguma coisa. Saiu para os jardins. Meia hora depois, sua surpresa estava pronta, agora era só esperar dar a hora certa, e esperar as meninas para ajudá-lo e esperar que não fossem pegas.
Sorrindo, voltou para o castelo. Deu uma espiada no Salão Principal, na mesa da Grifinória. Seus amigos não estavam mais lá. Dentro de quinze minutos Sirius iria abrir a passagem da Sala Comunal.
Foi até a cozinha. Tirou a capa e fez cócegas na pêra, que se transformou numa maçaneta. Ele abriu a porta e vários elfos vieram correndo para perguntar-lhe o que desejava.
- Preciso de uma torta de chocolate, duas garrafas de suco de abóbora e uma bomba de chocolate – pediu ele. Na hora, os elfos saíram correndo para pegar o que ele queria. Trinta segundos depois, estavam de volta, com o que ele pedira. A bomba de chocolate ele comeu ali mesmo, mas a torta e o suco ele guardou.
- Algo mais, senhor? – perguntou um elfo de nariz arrebitado, grandes orelhas e olhos castanhos e brilhantes, pronto para pegar o que Tiago quisesse.
- Não, obrigado – respondeu Tiago, sorrindo. – Já me ajudaram bastante. Até mais.
- Até mais, senhor – disseram os elfos, e voltaram para os seus afazeres.
Tiago saiu da cozinha e colocou sua capa. Faltavam dez minutos para Sirius abrir a passagem. Foi rapidamente para fora do castelo, em direção ao local em que estava quase tudo pronto. Montou na vassoura e foi até lá. Deixou o que tinha pegado na cozinha ali, e voltou para o castelo.
No momento em que Tiago chegou, viu a passagem sendo aberta, e Sirius saindo.
- Você está aí, Pontas? – perguntou ele, meio incerto, olhando para o lado contrário em que Tiago estava.
- Estou, Almofadinhas – respondeu ele, num sussurro, chegando perto do amigo e encostando em seu ombro.
- Ótimo, podemos entrar? – indagou Sirius, se virando para a Mulher Gorda, que o olhava, sem entender nada, como se ele estivesse ficando louco, falando com ninguém. Disse a senha a ela, que girou para frente, ainda confusa. Ele entrou, sendo seguido por Tiago bem de perto.
A Sala Comunal estava lotada. Parecia que toda a Grifinória estava ali. Ele tomou muito cuidado para não esbarrar em ninguém e foi colado em Sirius até o canto onde estavam todos. Lílian estava visivelmente triste, e Tiago, ao vê-la, sorriu. Ela nem ao menos sabia o que a esperava daqui a umas quatro horas...
- Gente, vou subir – disse Sirius.
- Mas já? – perguntou Kely, fazendo biquinho.
- Sim, minha boneca, estou com um pouco de sono, só vou arrumar minhas coisas para amanhã e já volto.
Na verdade, todos sabiam que era parte do plano, mas não podiam revelar, pois Lily estava ali.
Dizendo isso, seguiu em direção a escada em caracol, que levava ao dormitório masculino. Tiago quase bateu em alguém três vezes e relou em duas pessoas, que olharam e não viram nada, mas como a sala estava cheia, pensaram que alguém havia passado e apenas encostado sem querer.
Alcançaram a paz da escada e subiram. Sirius abriu a porta e ficou segurando-a aberta para o amigo.
- Vai ficar que nem bobo aí segurando a porta até que horas, Almofadinhas? – perguntou Tiago, se acabando de rir, enquanto tirava a Capa de Invisibilidade, já sentado em sua cama. Sirius amarrou a cara e fechou a porta. Foi até sua cama e se largou nela, com os braços abertos. – O que foi, Almofadinhas? Perdeu a voz? – perguntou, de novo, rindo mais ainda.
- Eu acho que você bateu a cabeça quando o Snape te atacou, Pontas – comentou Sirius, começando a rir da cara de ponto de interrogação que o amigo fez. – Voltou mais lesado do que já era!
- Ha ha ha! Muito engraçado – disse Tiago, se levantando da cama, pois tinha ouvido batidinhas na janela. Foi até lá e abriu o vidro. Uma bela coruja cor creme entrou voando e pousou no travesseiro de Sirius. Trazia uma carta no bico e um embrulho preso na pata.
Sirius se levantou rapidamente, desprendeu o embrulho e pegou a carta. Nem deu atenção à coruja, que dava bicadinhas em seu braço, querendo uma recompensa por ter voado tão longe com um embrulho daqueles.
Tiago foi até sua mesa de cabeceira, abriu a gaveta e tirou um pacotinho de petiscos para corujas. Pegou alguns e chamou a coruja, que, na mesma hora, voou para o ombro de Tiago e começou a comer os petiscos, agradecida.
Ao terminar, deu uma bicadinha de agradecimento na orelha de Tiago e lançou a Sirius um olhar de censura. Tiago levou-a até a janela e ela saiu voando para o corujal.
- E aí, Almofadinhas, o que ela respondeu? – perguntou Tiago, curioso, tentando ver o que estava escrito na carta. Ele foi até Sirius e puxou a carta de sua mão, de repente, não dando tempo para o garoto segurá-la, e quando Tiago começou a ler, tentou segurar o riso, mas não conseguiu, enquanto Sirius cruzou os braços e fechou a cara.
Sirius,
Como é que você pôde esquecer de uma data tão importante como essa??? Estou impressionada! Nunca fica mais de uma semana com uma garota, e agora que está namorando faz um mês esquece disso? Que memória!
Espero que Tiago não tenha esquecido também, no dia em que começou a namorar a Lílian Evans (que não conheço, mas você vai me apresentar ela, certo, Tiago? Eu sei que você está aí, não deixaria de ler uma carta do Sirius.)
Estou te mandando um presente para você dar a ela amanhã, como você não pediu nada, eu mesma escolhi. Pela descrição que você fez da garota eu achei que isso seria perfeito. E não esqueça disso no próximo mês, é uma data muito importante para nós, mulheres. E eu aviso: se esquecer, terá que se virar, não mandarei mais nada.
P.S. Só mandei dessa vez porque fiquei com pena da garota, ter um namorado que esquece do próprio aniversário de namoro!
Abraços,
Sara Potter.
- Belo sermão, hein? – disse Tiago, ainda rindo e jogando a carta de volta para Sirius. Que fechou mais ainda a cara. Mas logo abriu um sorrisinho maroto.
- Se continuar me atormentando, senhor Pontas, o malvado Almofadinhas aqui não vai te dar o mapa – falou ele, sorrindo mais ainda, enquanto Tiago parava de rir.
- Hey! Você não pode fazer isso! – reclamou Tiago.
- Ah, é? – perguntou Sirius, com uma cara marota. – E por que não?
- Em primeiro, fui eu quem passou três noites em claro para desenhar aquele mapa – começou ele, estreitando os olhos. – E segundo, eu não quero que meu lírio, minha amada, meu anjo ruivo pegue uma semana de detenção! E... se não me emprestar – falou Tiago, se aproximando da cama de Sirius e pegando a carta rapidamente. Sirius arregalou os olhos.
- Você não pode! – exclamou ele, com os olhos grudados na carta.
- Ah, posso sim... – começou o maroto, guardando a carta no bolso das vestes. – Se não me emprestar o mapa, mostro essa carta para a Kely amanhã mesmo!
- Seu chantagista! – reclamou Sirius, indo até seu malão para pegar o mapa.
- Olha só quem fala! – retrucou Tiago. – Não queria me emprestar se eu continuasse com minha alegria: te atormentar!
Sirius entregou o mapa ao amigo, que, por sua vez, devolveu a carta da mãe de Tiago, a qual Sirius considerava sua mãe também, já que morava na casa de Tiago já fazia mais de um ano.
- Está tudo pronto, Almofadinhas – disse Tiago, com um enorme sorriso, olhando para Sirius, que já sorria também.
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N/A: Alexandra, fico feliz que tenha gostado *-*
Comecei a ler sua fic hoje, amanhã termino de ler ;) Está muito boa, parabéns!
Beijos e posto o próximo capítulo amanhã!
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