Recuperação
Cap. 19 - Recuperação
Eram quase sete e meia quando Lily saiu da sala do diretor. Aproveitou que seu horário de visita a Tiago era as sete e meia e foi direto até a ala hospitalar. Quando chegou, Madame Pomfrey estava terminando de dar uma poção reanimadora a Tiago. A dele era a única cama ocupada, indicando que a abóbora entalada na cabeça do garoto que estava lá mais cedo, já tinha cedido.
- Boa noite – disse ela, se dirigindo à poltrona ao lado da cama.
- Boa noite, senhorita – respondeu a enfermeira.
- Como ele está? – perguntou, olhando-o com tristeza.
- Está melhor do que na hora em que chegou aqui.
- Mas ele vai ficar bom, não é?
- Ah, vai sim, mas receio que isso vai demorar alguns dias – respondeu ela.
A enfermeira voltou para sua sala, guardar a poção. Lily se sentou na poltrona e pegou a mão do namorado.
- Queria que estivesse bem – sussurrou ela, apertando sua mão. – Foi tudo culpa minha, se eu não tivesse entrado naquela sala... – terminou, com os olhos marejados. Recostou a cabeça no peito dele e completou – te amo tanto - nesse momento Lílian viu um sorriso fraquinho aparecer em seus lábios. Chamou Madame Pomfrey, que veio correndo ao seu encontro.
- O que foi, senhorita? – perguntou ela, quando chegou ao lado da cama.
- Olhe! – respondeu Lily, sorrindo e apontando para o fraco sorriso nos lábios de Tiago.
- Já é um sinal de melhora – disse Madame Pomfrey, feliz. – Se continuar assim, deverá acordar em um ou dois dias. Agora, acho que seria melhor ir para sua Sala Comunal, já está tarde para ficar andando pelos corredores.
- Ah, não posso ficar aqui, com ele? – indagou a ruiva, com uma cara de súplica.
- Desculpe, mas nem pensar. Já está tarde. Além disso, você tem aula amanhã. Vamos, andando! – disse ela, severa.
- Só mais cinco minutinhos! Por favor! – pediu e, vendo que a resposta seria negativa, completou. – Prometo que, daqui a cinco minutos irei para a Sala Comunal.
- Está bem – concordou a enfermeira, a contragosto. – Mas só cinco minutos, contados no relógio! – disse ela, e retornou para sua sala. Lily se aproximou do rosto do namorado e depositou um beijo doce em seus lábios. Tiago se moveu um pouco na cama, com um sorrisinho fraco nos lábios.
Exatamente cinco minutos depois, Madame Pomfrey saiu de sua sala e foi expulsar Lily da ala hospitalar, pois ela queria mais tempo. Desistido de tentar, Lily saiu vagarosamente. Virou-se para trás e viu as portas serem fechadas. Seguiu diretamente para a torre da Grifinória.
Os corredores estavam vazios. Só encontrou alguém no corredor do segundo andar, Nick-Quase-Sem-Cabeça, o fantasma da Grifinória. Lily estava tão distraída que nem viu o fantasma e acabou passando através dele. Foi como se estivesse entrando num chuveiro de água gelada.
- Boa noite, senhorita! – disse Nick, cordialmente.
- Boa noite, Nick! – respondeu Lily, se virando para ele. – Me desculpe por ter te... Atravessado – completou, meio sem jeito.
- Não tem problema, isso acontece sempre. E o Tiago, como é que vai? Fiquei sabendo que ele está muito mal, na ala hospitalar.
- Está sim, mas já está melhorando.
- Fico feliz em saber disso! Sabe, o Tiago é um rapaz muito bom, é meio bagunceiro, sim, mas tem um bom coração!
Ao ouvir isso, Lílian riu. Meio bagunceiro? Está mais para totalmente bagunceiro.
- Bom, preciso ir, estou tentando convencer Sir Patrício de me deixar participar da caçada dos Sem Cabeça, ele vem me negando isso há anos. Boa noite! – disse Nick, flutuando para o lado oposto do corredor.
- Boa noite – respondeu Lily, se virando e continuando seu caminho. O vento fazia os pingos da chuva fina baterem levemente nas janelas do castelo. Ela estava atenta agora, para não acabar atravessando mais nenhum fantasma, pois não era uma sensação muito agradável. Entrou no corredor do quarto andar e ouviu Pirraça do lado oposto, voando perto do teto, cantando. Rapidamente, Lily se escondeu atrás de uma armadura, que olhou para ela. Não estava nada a fim de encontrar o poltergeist.
Por sorte, Pirraça passou reto, sem ao menos ver que Lílian estava ali. Ela saiu de trás da armadura e seguiu até o corredor do quadro da Mulher Gorda. Disse a senha e entrou. A sala estava lotada, alunos conversando, fazendo deveres, estudando, jogando xadrez de bruxo, Snap Explosivo e dando altas risadas.
Lily avistou os amigos, sentados nas poltronas e no sofá perto da lareira e se uniu a eles. Todos se viraram para olhá-la, quando ela se sentou ao lado de Harry no sofá.
- Onde está o Pedro? – perguntou ela, vendo que o garoto não estava na Sala Comunal.
- Na cozinha, aproveitando para comer bastante antes de dormir – respondeu Sirius, com uma careta. – E então, como foi lá?
- Onde?- indagou a ruiva.
- Na sala da McGonagall – dessa vez, quem falou foi Remo.
- Ah, ela me levou até o escritório de Dumbledore. Queria que eu contasse tudo o que aconteceu diretamente a ele.
- Gina já nos contou também – disse Kely. – Fomos visitá-lo as seis e nenhuma melhora.
- Quando o visitei, agora há pouco, ele sorriu, e Madame Pomfrey disse que isso já é um sinal de melhora.
- Que bom! – exclamaram todos, ao mesmo tempo, sorrindo.
- Então, conte como foi lá na sala de Dumbledore – pediu Alice.
Flash Back
Depois que os quatro, Snape, Lílian, McGonagall e Dumbledore, saíram da sala abandonada, retornaram ao escritório de Dumbledore e se acomodaram.
- Poderia me dizer, o que fazia naquela sala, senhor Snape? – pediu Dumbledore.
- E-eu... – começou Snape, mas não sabia o que dizer. Dumbledore lançou-lhe um olhar penetrante, parecia que fazia um raio-x e ficou pensativo por alguns instantes, enquanto Snape se apavorava cada vez mais.
- Basta! – disse a professora McGonagall, com severidade após algum tempo, em que Snape não saía dos “E-eu...”, e o garoto se calou imediatamente.
- Terei uma conversa muito séria com o senhor – falou Dumbledore, anormalmente sério. – Venha ao meu escritório amanhã, após o jantar, e, Minerva, traga o professor Slughorn. Quanto ao seu castigo, ficará duas semanas em detenção. Durante a primeira semana, ajudará o guarda-caça em algumas tarefas que ele precisa fazer e, na segunda, ajudará o senhor Filch. Também retirarei setenta pontos de Sonserina, por sua falta de senso. E fique avisado, se houver mais alguma confusão, poderá ser expulso. Pode se retirar.
O garoto fez uma careta ao ouvir quais seriam suas detenções e saiu calado da sala, o mais rápido que podia.
- Quanto a você, senhorita Evans, como não entrou na briga, e até tentou impedi-la, não levará detenções. O mesmo se aplica ao senhor Potter. Pode ir, e tenha uma boa noite – completou, com um sorriso. Lily se levantou e se dirigiu para a porta da sala. Ao lado dela, estava a fênix do diretor. Quando Lílian se aproximou, ela acordou e deu um pio baixo.
A garota sorriu e saiu da sala. Mas, antes de fechar a porta escutou a professora McGonagall conversando com Dumbledore e os quadros dos antigos diretores opinarem, também.
Fim do Flash Back
- E foi isso o que aconteceu – terminou a ruiva. Todos escutaram em completo silêncio. Quando Lily acabou, ficaram quietos um momento. O primeiro a se pronunciar foi Remo.
- Será que é tão sério assim, o que ele fez?
- Além de quase matar o Pontas, e que essa era a intenção dele, você quer dizer? – completou Sirius, com a cara fechada, e completou – odeio aquele Ranhoso, ele ainda me paga!
- Sim Sirius, além disso – disse Remo.
- Acho que sim – respondeu Lílian, pensativa.
- Com certeza – disse Kely. – Dumbledore nunca deu duas semanas de detenção a ninguém!
- É, ela está certa – falaram Alice e Frank.
- Seja lá o que for, deve ser ilegal – concluiu Gina, e todos concordaram.
- O que acha, Harry? – perguntou Lily, mas Harry não estava ouvindo nada, estava absorto em seus pensamentos.
Será que pode ser aquela poção? – ele se perguntava. – Preciso falar com Dumbledore o mais rápido possível, assim ele... – mas foi tirado de seus pensamentos por um grito.
- ACORDA, HARRY! – gritou Lílian, mas abaixou a voz quando o garoto olhou para ela. – Poxa, que dificuldade! Quase tão difícil quanto acordar o Tiago – completou, fazendo todos rirem. – Então, o que acha que pode ser aquela poção?
- Não sei – mentiu Harry, não queria falar para ninguém o que pensava, enquanto não tivesse a confirmação de que era ou não aquilo.
- Eu só acho uma coisa estranha – falou Lílian.
- O quê? – perguntou Kely, olhando para a amiga.
- Como é que o Snape passou o dia todo naquela sala, desacordado? – perguntou, confusa. - Depois de todo aquele tempo, o efeito do feitiço que lancei já teria acabado... – ela olhou e viu que todos se entreolhavam, segurando o riso. – O que vocês fizeram?
- Só demos uma ajudinha – falou Kely, inocentemente.
- É – concordou Sirius. – No intervalo das aulas íamos até lá e reforçávamos o feitiço, sabe...
E, para a surpresa de todos, a ruiva começou a rir freneticamente. Eles achavam que ela diria que, mesmo Snape tendo feito aquilo com Tiago, não deveriam azará-lo mais ainda.
- Mais alguém aqui não está entendendo nada, ou sou só eu? – perguntou Alice, levantando uma sobrancelha e todos concordaram. Após o ataque de riso, Lílian pegou seu material e começou a fazer seus deveres. Remo a acompanhou, mas os outros preferiram ficar conversando.
Eram quase meia-noite quando Lily e Remo mandaram todos para a cama, afinal, eles podiam.
Lílian acordou cedo no dia seguinte, queria ser a primeira a visitar Tiago. Levantou, foi ao banheiro fazer sua higiene, colocou o uniforme, pegou seu material e saiu do dormitório, deixando todas dormindo.
Desceu para a Sala Comunal, que estava vazia, a não ser por um gato, que dormia na poltrona, perto da lareira, que estava apagada. Alguns raios dourados de sol entravam pela janela e iluminavam a sala. Deveria ter amanhecido há poucos minutos.
Lily empurrou o retrato e saiu para os corredores vazios. Foi até a ala hospitalar sem encontrar ninguém no caminho. Madame Pomfrey estava abrindo as portas quando ela chegou.
- Bom dia! – cumprimentou Lily, sorrindo.
- Bom dia – respondeu a enfermeira. – Por que chegou tão cedo, senhorita?
- Queria visitá-lo antes de ir para o Salão Principal.
- Certo, mas não demore muito.
- Sim, senhora.
Lílian seguiu até a cama de Tiago, se sentou na poltrona, como de costume e ficou apenas observando-o. Enquanto isso, o sol começava a subir, algumas nuvens permaneciam no céu, desde a noite anterior, em que caíra uma chuva fraca.
Os pássaros cantavam alegremente pelos terrenos da escola e as copas das árvores da Floresta Negra balançavam com o vento que soprava, o mesmo que varria os corredores. Os raios do sol secavam a gotas de orvalho que ficavam nas plantas e aquecia a todos.
**
Remo foi o primeiro a acordar pela manhã. Eram quase sete horas. Foi para o banheiro ouvindo os resmungos de Sirius e os roncos de Pedro. Fez sua higiene e tomou um banho rápido. Quando saiu do banheiro, viu que Harry já estava acordado, apenas esperando o banheiro ser liberado, para poder usá-lo.
- ‘Dia – disse Harry, quando se levantou.
- ‘Dia – respondeu Remo. – Vou acordar esses três e encontro vocês na Sala Comunal.
Harry concordou e foi para o banheiro. Enquanto isso, Remo ficou com a difícil missão de acordar Sirius. Os outros dois não eram problema, principalmente Frank. Resolveu que Sirius seria o último, assim poderia gritar. Acordou Frank com a maior facilidade e foi até a cama de Pedro. Sacudiu-o de leve, e o garoto abriu os olhos, sonolento. Então, foi até a cama de Sirius e respirou fundo, enquanto os outros dois tampavam os ouvidos.
- ACORDA JÁ, ALMOFADINHAS!!! – gritou Remo, embora não tão alto quanto Sirius costuma gritar para acordar Tiago.
- QUE SACO! – respondeu Sirius, com o mesmo tom de voz de Remo. Baixou a voz e continuou – não dava para me acordar mais delicadamente, não?
- E adianta? – perguntou Remo, rindo. Sirius fechou a cara e começou a pegar suas roupas no malão. Alguns momentos depois, Harry saiu do banheiro e Sirius entrou, ainda de cara amarrada e bateu a porta.
- Vi que o grito funcionou – falou Harry,rindo também.
- É o único jeito de acordar ele... – respondeu Remo, dando de ombros.
- Vamos descer? – perguntou Harry a Remo.
- Vamos – respondeu o rapaz. – encontramos vocês na Sala Comunal – acrescentou para os outros dois. Saíram do dormitório e desceram para esperar os três e as meninas. Havia algumas poucas pessoas na sala, a maior parte ainda estava no dormitório ou já tinha ido para o Salão Principal. Se sentaram nas poltronas e ficaram apenas observando os jardins, pela janela, enquanto esperavam.
**
No dormitório feminino, Alice e Gina acordaram quase ao mesmo tempo, e Alice foi a primeira a perceber a ausência de Lílian.
- Sabe onde a Lily foi? – perguntou à Gina.
- Não, mas acho que deve ter ido à ala hospitalar.
- Pode ser... – disse Alice, pensando na opção. Gina entrou no banheiro, enquanto Alice foi acordar Kely.
- Kely? – chamou ela. Nada. – Kely? – chamou outra vez, um pouco mais alto, mas Kely apenas sorriu, parecia estar tendo um sonho bom.
- Sirius... – resmungou ela, fazendo Alice rir. Com a risada, Kely acordou e soltou um profundo bocejo. – Que horas são? – perguntou com os olhos semicerrados por causa da claridade.
- Dez para as sete – respondeu Alice, sorrindo. – Estava tendo um sonho bom, hein?
- Por quê? – perguntou Kely, confusa, esfregando os olhos.
- Porque, quando te chamei você resmungou “Sirius”.
- Estava... – respondeu ela, sonhadora. – Onde está a Lily? – perguntou, quando viu que a amiga não estava no quarto.
- Saiu mais cedo, deve ter ido visitar o Tiago... – começou Alice, mas foi interrompida.
- É verdade! – exclamou Kely, batendo a mão na testa, acordando completamente. – Meu horário de visita é as sete, tenho só uns cinco minutos para me arrumar e descer! – dizendo isso, se levantou correndo, jogou as cobertas em cima de Alice, pegou sua roupa e foi correndo para a porta do banheiro. – Gina, vai demorar? Preciso correr!
Estava dando batidinhas na porta, com pressa, e quando Gina a abriu, Kely entrou que nem um furacão. Três minutos depois saiu, pronta para ir.
- Vejo vocês no café, meninas – disse, apressada. Pegou seu material e desceu correndo, deixando as duas confusas.
- Não me lembro de ela ter sido tão pontual algum dia – disse Alice, entrando no banheiro. – Se quiser ir para a Sala Comunal, te encontro lá em cinco minutos.
- Está bem – concordou Gina e desceu para a Sala Comunal. Lá já encontrou Remo, Harry e Frank. – Bom dia!
- Bom dia – responderam os três, em coro, e ela puxou Harry para um beijo, enquanto os outros dois se afastavam, de fininho, para deixá-los mais a vontade.
- Onde está o Sirius e o Pedro? – perguntou a ruiva a Harry, quando se separaram.
- Pedro, para variar, foi comer e Sirius foi puxado pela Kely para visitar Tiago. Ela passou aqui quase voando – completou rindo.
- E onde estão Lily e Alice? – perguntou Harry.
- Lily já deve ter ido para a ala hospitalar, quando acordamos, ela não estava mais lá, e Alice já deve estar descendo – respondeu a ruiva, olhando para a escada que levava para o dormitório feminino. – Ah! Olha ela ali – apontou para Alice, que descia as escadas na maior calma, totalmente diferente de Kely.
- Olá, rapazes.
- Oi – responderam eles. Frank puxou a namorada para um beijo, e Remo saiu outra vez. Quando o casal se afastou, ele sugeriu:
- Vamos descer, pessoal, daqui a pouco é o nosso horário de visita.
Todos concordaram e seguiram para o Salão Principal. Decidiram que era melhor tomarem o café e depois irem para a visita. Quando chegaram no salão, Pedro estava lá, comendo que parecia que nunca tinha visto comida na vida.
**
Lily, mesmo sabendo que Tiago não a ouvia, conversava com ele. Estava lembrando do dia em que ele disse que a amava pela primeira vez.
Flash Back
Era um dia frio de inverno, a neve caía, cobrindo os jardins da escola de um branco perfeito e lindo. Um grupo de cinco garotos, Remo, Pedro, Sirius, Frank e Tiago, brincavam de bolas de neve e três garotas, Lílian, Kely e Alice, apenas assistiam. Todos eles tinham seus dezesseis anos.
Lily não tinha a mínima vontade de estar ali, apenas estava porque suas duas amigas haviam pedido, ou melhor, implorado. Uma das razões por ela não querer ficar ali se chamava Tiago Potter. Um garoto chato, arrogante, galinha, prepotente, com um ego enorme e que pedia para sair com ela todo santo dia.
Alice estava ali, pois seu namorado, Frank, estava e Kely porque tinha uma caidinha pelo maroto Sirius Black.
- Tem certeza que não quer jogar, minha ruivinha? – perguntou Tiago, que até agra era o único que não tinha recebido nenhuma bola de neve.
- Em primeiro lugar, Potter, eu não sou sua ruivinha – começou Lílian, irritada. – E segundo, é Evans pra você, e, em terceiro, eu recomendaria que olhasse para frente.
Tarde demais. Quando Tiago olhou para frente, viu quatro enormes bolas de neve voando em sua direção. PAFT! As quatro acertaram o alvo. Uma no rosto do rapaz, uma no peito e duas na barriga. Com a força das quatro bolas, Tiago foi derrubado no chão, batendo numa árvore e fazendo com que a neve acumulada em suas folhas desabasse, cobrindo-o por inteiro e arrancando risadas de todos os presentes.
Como todos estavam ocupados, rindo, Tiago enfeitiçou sete bolas de neve e jogou-as, uma contra cada um, que atingiram a cara de todos, fazendo com que parassem de rir e saíssem correndo atrás de Tiago, tacando-lhe bolas de neve de todos os tamanhos. Lily era a mais irritada por ter sido atingida pela bola.
Ela enfeitiçou seis bolas enormes e tacou em todos, menos em Tiago. A dele seria muito pior. Todos foram derrubados no chão e Tiago, ao perceber que ninguém mais tentava atingi-lo, se virou para ver o que acontecera. Quando viu Lily em pé, com a varinha em punho e todos no chão, cobertos de neve, começou a rir.
- Não riria se fosse você, Potter – disse a ruiva, caminhando lentamente em sua direção. – O seu castigo por me jogar aquela bola gelada será bem pior. Agora você me paga! – terminou, começando a correr, o mais rápido que a neve lhe permitia, atrás de Tiago, que saiu correndo também.
Estavam correndo embaixo de algumas árvores, onde a neve não estava tão alta, permitindo que fossem mais rápido. Lily estava bem perto de alcançar Tiago quando este parou e se virou para ver onde ela estava. Lílian não teve tempo de parar, bateu com tudo em Tiago e foram os dois para o chão.
- Opa – disse Lily, envergonhada. – Desculpa – completou, mas depois pensou “O que é isso? Eu, pedindo desculpas para o arrogante do Potter? Devo estar ficando maluca... Se bem que ele é bonito, bem bonito... Pára com isso, Lily, ele é o Potter, o chato do Potter!”
- Sem problema – respondeu ele, mas viu que ela não ouvia nada, parecia perdida em seus pensamentos. – Lily? – chamou ele, fazendo-a voltar para a realidade. Tiago aproveitou o momento, em que só ela podia ouvi-lo e disse: - Te amo, ruivinha!
Por incrível que pareça, a ruiva ficou mais vermelha ainda, quase se confundindo com seus cabelos. Ela se levantou, com alguma dificuldade e Tiago levantou logo em seguida. Ela se virou para ver onde estavam os outros, mas haviam corrido bastante e eles estavam fora de seu campo de visão.
Tiago se aproximou dela de fininho e beijou-a. No início ela tentou resistir, mas desistiu. Quando “caiu a ficha” do que estava fazendo, empurrou-o e se afastou.
- Te odeio, Potter! Nunca mais faça isso outra vez, ouviu? – disse ela, quase gritando. – Você ainda me paga por isso! – terminou, se virando e caminhando em direção ao local em que suas amigas estavam. Ele passou correndo por ela e falou em seu ouvido:
- Não se esqueça que eu te amo! – fazendo a ruiva estremecer, sem nem mesmo ela saber o porquê.
Fim do Flash Back
- E agora, quem diz isso sou eu... – começou ela, se aproximando mais dele. Chegou bem perto de seu ouvido e sussurrou: - Te amo, nunca se esqueça disso.
Ainda segurando sua mão, chegou mais perto de seus lábios e deu-lhe um beijo doce. O garoto então, apertou a mão da ruiva e deu uma mexida na cama, fazendo Lily sorrir. Mas não teve tempo de dizer mais nada, pois um furacão entrou na ala hospitalar puxando Sirius.
- Por que a pressa? – perguntou Lílian, quando Kely se sentou numa cadeira ao seu lado.
- Tinha me esquecido de que meu horário de visita era as sete – respondeu ela. – Acordei há dez minutos.
- E por que tanta pontualidade? – perguntou a ruiva, rindo.
- Sei lá, só não queria perder minha visita. E aí, alguma melhora?
- Agora ele apertou minha mão e se mexeu – contou ela, enquanto Sirius puxava mais uma cadeira para se sentar.
- Que bom – disse Sirius. – Está se recuperando bem.
Quinze minutos depois, os dois, Sirius e Kely, saíram rumo ao Salão Principal, encontrando Harry e Gina, a caminho de onde eles haviam acabado de sair. Lily continuou junto a Tiago.
Eles entraram e viram Lily ainda sentada na poltrona. Se dirigiram até a cama e se sentaram nas cadeiras.
- Há quanto tempo está aqui, mãe? – perguntou Harry, ao se sentarem.
- Não sei ao certo, acho que uns quarenta minutos.
- Por isso que não estava no dormitório quando acordamos? – indagou Gina, sorrindo.
- Por isso, sim – respondeu Lily.
- Algum progresso?
- Ele se mexeu pouco antes de Kely e Sirius entrarem.
- Acho melhor você ir tomar café – recomendou Harry. – Depois, você pode voltar e ficar aqui até as aulas começarem.
- Vou sim, até daqui a pouco – e, dizendo isso, saiu da ala hospitalar para o Salão Principal, onde encontrou Remo, Sirius, Kely, Alice, Frank e Pedro. Sentou ao lado de Remo e começou a tomar seu café. – Remo, daqui a pouco é o nosso horário de visitas.
- Horário? – perguntou Remo, rindo. – Acho que, para você não tem horário. Estava lá até agora?
- Estava, e posso dizer que houve uma melhora, ele até se mexeu, quem sabe amanhã não acorde?
- Seria bom – respondeu Remo, terminando de comer. Quando Lily terminou, retornou à ala hospitalar com Remo. Harry e Gina já estavam de saída.
- Encontramos vocês na aula – disse Gina, ao se cruzarem.
- Está bem – concordaram os dois, e entraram na enfermaria. Sentaram no lugar de costume e ficaram quinze minutos conversando, e Lily segurando a mão do namorado. Quando eram dez para as oito, resolveram seguir para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.
O dia se passou rapidamente e logo já era hora do almoço. Alice e Frank foram os primeiros a almoçar, pois seu horário de visita era ao meio-dia. Remo e Lílian seguiram para a ala hospitalar ao meio-dia e meia. Frank e Alice já tinham saído. Remo ficou apenas dez minutos e foi para a biblioteca, começar o trabalho de poções, antes da aula começar, mas Lily, que já havia feito todos os deveres, continuou com Tiago.
- Vamos, melhore logo, por favor! – pedia ela. Quando faltavam cinco minutos para o início da aula, ela saiu correndo para conseguir chegar a tempo nas estufas. Entrou ofegante, alguns segundos antes da professora chegar e fechar a porta.
A professora Sprout deu as instruções do que deveriam fazer. Eles colocaram as luvas de couro de dragão e começaram a mexer nas plantinhas carnívoras. Ao fim da aula, alguns alunos tinham arranhões no braço ou alguns furos na luva, obra dos dentinhos da planta.
Dali,foram para a aula dupla de poções. O professor já os esperava, sentado em sua cadeira, com uma expressão feliz no rosto. Depois que todos se sentaram e arrumaram o material, o professor se levantou e começou a falar.
- Boa tarde, turma! – cumprimentou ele, sorrindo para todos.
- Boa tarde, professor – responderam todos, em uníssono.
- Hoje vocês farão uma poção mais complicada do que fizeram todo esse tempo. É a poção da Paz. Se fizerem corretamente, ela ficará branco-prateada. E, quem fizer a melhor poção, ganhará um prêmio. Isso aqui – disse ele, balançando o frasquinho com uma poção cor ouro derretido. Na mesma hora, Harry reconheceu a poção, Slughorn havia dado a ele em seu sexto ano. – Alguém pode me dizer o que é isso? – perguntou ele, no que Lílian levantou a mão. – Senhorita Evans?
- Essa é a poção da Felicidade, Felix Felicis – respondeu a ruiva, prontamente. – Faz com que não aconteça nada de errado com quem a toma, durante o tempo que durar o efeito da poção, tudo dará certo para a pessoa.
- Muito bem! – disse o professor, com aquela voz trovejante. – Dez pontos para a Grifinória. Agora, abram o livro na página trezentos e cinqüenta e comecem a fazer a poção. Podem pegar os ingredientes que precisarem no armário dos alunos. Ao fim da aula, a melhor poção ganhará isso de prêmio – completou, mostrando o frasquinho.
Os alunos começaram a acender o fogo, cortar raízes, acrescentar ingredientes, alguns se levantavam para pegar mais coisas no armário, mexer as poções, no sentido e quantidade de vezes que o livro mandava.
Após algum tempo, a sala se encheu de vapores, alguns deles cor de laranja, azul ou verde, que exalavam um cheiro acre de meias queimadas ou algo podre. A poção de Lílian, Harry, Gina e Remo estavam ficando da cor correta. Já a de Kely e Sirius, estavam um pouco mais escuras do que deveriam e a de Frank e Alice, um pouco branca demais. A de Pedro era a pior: azul, que cheirava a peixe.
Ao fim da aula, o professor começou a andar entre os alunos, observando os caldeirões e fazendo comentários. Parou na mesa de Snape e olhou a poção.
- Muito bem, Snape, sua poção está ótima! – exclamou ele, enquanto os oito o fuzilavam com o olhar e ele abria um sorrisinho de deboche. O professor continuou andando e deixou para ver a poção de Lílian por último. Passou na mesa de Harry e Gina.
- Parabéns para os dois, fizeram a poção corretamente, só faltou uma mexida no sentido anti-horário – seguiu para a mesa de Lily e abriu um largo sorriso ao ver seu caldeirão. – Com certeza a melhor! – exclamou ele, no que Lílian sorriu e recebeu o frasco de Felix Felicis. – Estão dispensados.
Todos começaram a limpar os caldeirões e guardar o que havia sobrado. Saíram da sala e foram para a torre da Grifinória, deixar o material, antes do jantar. Disseram a senha à mulher Gorda e entraram na Sala Comunal, cheia. Se dividiram, as meninas pegaram o caminho para o dormitório feminino e os meninos para o masculino. As quatro garotas entraram, fecharam a porta, colocaram as mochilas ao lado da cama e nela desabaram.
- Então, Lily – começou Kely, quando entraram no dormitório feminino. – O que vai fazer com essa poção?
- Ainda não sei – respondeu a ruiva, se sentando e guardando o frasco na gaveta da mesa de cabeceira. – Por enquanto vou deixá-la guardada, se algum dia precisar, eu uso, mas não vou usá-la à toa.
- O Harry já ganhou uma poção dessa – disse Gina, sentando na cama.
- Quando? – perguntou Lílian, olhando para Gina.
Gina começou a contar quando Harry havia ganhado aquela mesma poção, na aula do Slughorn, que usara um pouco para conseguir obter a lembrança das Horcruxes e que dera um pouco a ela, Rony, Hermione, na noite em que foi procurar o medalhão, e foi graças a ela que Gina tinha sobrevivido ao ataque dos Comensais, que entraram pelo armário Sumidouro na Sala Precisa, ajudados por Draco Malfoy, conseguira se desviar de todos os feitiços e Maldições o tempo necessário.
Ao terminar, Lílian estava com uma expressão chocada e, ao mesmo tempo, feliz, pois seu filho, afinal, ajudara Gina e os amigos, um ato de verdadeira amizade.
- Uau! – foi a única coisa que ela conseguiu dizer.
- Então, o filho de Lúcio também será um Comensal? – indagou Alice, pensativa.
- Sim – respondeu Gina, com uma careta. – Detestável!
- Acho melhor descermos – disse Kely “acordando”.
- É, boa idéia – concordou Gina, se levantando. – O jantar já começou, e depois vamos até a ala hospitalar, visitar o Tiago. Vamos, Lily?
- Ah, claro, vamos – respondeu a ruiva, seguindo as outras duas para fora do dormitório.
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No dormitório masculino, Harry, Sirius, Remo e Frank fizeram exatamente o mesmo que as garotas: fecharam a porta, guardaram as coisas e caíram na cama. Pedro já havia ido jantar, com a mochila e tudo, com a fome que estava.
- Cara, que cansaço! – exclamou Sirius, com a voz abafada, pois seu rosto estava enfiado no travesseiro.
- Acho que todos estamos cansados – disse Frank, se sentando.
- Os professores nunca passaram tantos deveres! - reclamou Sirius, virando, para olhar os amigos.
- Não mesmo, Almofadinhas – respondeu alguém, em algum canto do dormitório.
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N/A: Por favor, peço que, se houver alguém lendo, avise, assim atualizo a fic. Se os leitores não se ponunciam, dá a sensação de que não há nenhum, desmotivando os autores a contiunar atualizando as fics. Obrigada.
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