Voltando à ação



Voltando à ação

Quando terminou de descer as escadas, todos os olhares se voltaram para ele. Todas as pessoas presentes começaram a rir, foi na hora que ele se lembrou que não tinha colocado uma roupa decente antes de sair do dormitório das meninas. Mas, que roupa poderia ter colocado, se não havia levado nenhuma quando foi dormir com a namorada?

Saiu correndo em direção ao dormitório masculino, ainda sendo observado por todos. Entrou no quarto como um furacão e fechou a porta.

- Até que enfim, Pontas! – exclamou Sirius, terminando de se arrumar.

- Onde dormiu? – perguntou Harry, que, como sempre, já estava pronto, só esperava os amigos para descer. Ele deu um sorriso maroto e Sirius entendeu direitinho o que havia acontecido.

- Dormiu com a ruivinha, Pontas? – perguntou Sirius, caçoando do amigo.

- É claro, Almofadinhas! – respondeu Remo, por Tiago. – Olha só a cara dele!

- A noite foi perfeita! – disse Tiago, sonhador.

- Então, conte para nós! – pediu Harry, se pondo de pé.

- Conto, mas antes preciso tomar um banho, as aulas começam daqui a meia hora.

Pegou o uniforme da escola e entrou no banheiro. Tomou seu banho em cinco minutos, um recorde e, dez minutos depois já estava no dormitório de novo.

- Vamos descer, conto tudo no caminho - falou Tiago. Os quatro (Pedro já tinha descido para comer) foram para o Salão Principal. No caminho, Tiago contou a noite que tivera ao lado da namorada.

**

- Pode ir contando senhorita Evans! – disse Kely, num tom autoritário.

- Vamos descer, no caminho conto a vocês – disse ela, com um enorme sorriso. Enquanto caminhavam pelos corredores em direção ao Salão Principal, Lily contou às amigas sua noite, como Tiago contou aos seus. Elas não interromperam a história em nenhum momento, exceto alguns “Que fofo!” e esperaram acabar para fazer comentários.

Quando chegaram ao Salão, os marotos já estavam começando a tomar o café-da-manhã. Pedro, pelo jeito, já estava lá há mais tempo, e não parava de comer. Cada uma sentou ao lado de seu namorado. Após o café, rumaram para a primeira aula e mais chata de todas: História da Magia.

Como sempre, Sirius e Tiago se sentaram ao fundo da sala, para poder dormir e mandar bilhetinhos. Lílian só não sentava com Tiago nas aulas, pois ele não a deixaria prestar atenção no professor.

O professor Binns entrou na sala, atravessando o quadro negro e começou seu monótono lengalenga sobre a Convenção Internacional dos Bruxos de 1792. Em menos de dez minutos quase todos estavam cochilando, os únicos que realmente prestavam atenção eram Lílian e Remo. Tiago e Sirius começaram com os bilhetinhos.

Sirius: E aí, Pontas, quando vamos aprontar de novo?
Tiago: Estou louco pra isso, Almofadinhas. Quem sabe hoje a noite?
Sirius: Combinado! O Ranhoso não perde por esperar.
Tiago: Já tenho até uma idéia do que fazer com ele hoje!
Sirius: Conta aí, Pontas!
Tiago: Nem pensar, Almofadinhas, surpresa...
Sirius: Poxa! Sou seu amigo, fala vai...
Tiago: Não adianta insistir, Almofadinhas!
Sirius: Sem graça! Agora eu estou curioso!
Tiago: Não esquenta, te conto depois, porque ninguém pode saber de nada.
Pedro: Saber do quê?
Sirius: Nada não, Rabicho. E quem mandou se intrometer na conversa?
Pedro: Ninguém, só que não estou a fim de escutar o professor, então resolvi participar aqui.
Tiago: Deixa ele, Almofadinhas... Continuando... Que horas vai ser?
Sirius: Pode ser depois do jantar, a gente pega ele quando ele estiver voltando para a Sala Comunal da Sonserina, como aquele corredor está sempre vazio.
Tiago: Tudo bem, combinado!


Nesse momento, o professor olhou na direção deles e Tiago guardou rapidamente o bilhetinho. Para não correr o risco de aquele ser pego, começou a escrever em outro pedaço.

Tiago: E agora, o que vamos fazer? Ainda faltam vinte e cinco minutos para terminar a aula!
Sirius: Temos que inventar alguma coisa...
Tiago: Que tal chamar o Aluado para a conversa?
Sirius: Adorei!
Remo: Almofadinhas! Eu quero prestar atenção na aula, será que não dá para me deixar de fora, não?
Tiago: Desculpa, Aluado, é que queremos saber se quer aprontar com a gente hoje a noite.
Sirius: É, os marotos estão de volta à ação! Já fazia tempo que não aprontávamos nada!
Remo: Não vou, sou monitor, esqueceram?
Tiago: E daí?
Remo: Tenho ronda hoje.
Sirius: Que chato!
Tiago: É, Almofadinhas, parece que só nós dois que voltaremos à ação...
Harry: Ei! Eu também quero ir!
Sirius: Opa! Como entrou na conversa?
Harry: Peguei o pergaminho, ora! E então, posso ir?
Tiago: Claro, você é um maroto também.
Lílian: O que você vai aprontar, Potter?
Sirius: Xiii, chamou pelo sobrenome, lá vem bomba!
Lílian: Eu estou falando com ele, Sirius, não com você!
Tiago: Nada não, meu lírio...
Lílian: Não tente me enganar, Potter, se eu descobrir que você aprontou alguma coisa...
Tiago: Não se preocupe, ficarei bem.
Lílian: Não estou preocupada com você, se eu descobrir alguma coisa, você está ferrado!
Sirius: Se não parar de conversar vai perder o resto da aula, ruiva.
Lílian: Então, tchau, ao contrário de vocês, quero me sair bem nas provas!
Tiago: Te devo uma, Almofadinhas... Se ela descobrir...
Harry: Então, que horas vai ser?
Sirius: As sete, depois da janta.


O dia passou rapidamente e já eram quase sete da noite quando Tiago, Sirius e Harry foram para a Sala Comunal, pegar a Capa de Invisibilidade. Harry se cobriu com a dele para não ficar tão apertado e Tiago e Sirius se cobriram com a outra. Lily e Remo teriam ronda aquela noite, mas, como o local em que estavam planejando “entrar em ação” não era muito freqüentado, não teriam o menor problema.

Passaram pelo Salão Principal e viram que Snape ainda estava jantando. Seguiram para o corredor estreito perto das masmorras rapidamente e ficaram esperando a um canto. Sabiam que Snape sempre passava por ali.

Dito e feito, dez minutos depois o menino estava chegando. Eles tiraram a Capa de Invisibilidade e esperaram Snape ficar bem próximo para aprontar. Este estava tão distraído que nem viu os três ali, olhava para o chão.
- Cadê os bons modos, Ranhoso? – perguntou Sirius.

- É, nem nos cumprimenta – completou Harry.

- E não podemos deixar isso passar – disse Tiago.

- Me deixem em paz seus... – começou Snape, mas Tiago o interrompeu.

- Não piore seu castigo, Seboso, se irritar demais, lavaremos seu cabelo – provocou. – Apesar que isso seria uma grande ajuda para todos...

- Pode até ser, Pontas, mas ele odeia – falou Sirius. – Há quanto tempo seu cabelo não vê um xampu, Ranhoso?

- Me. Deixa. Em. Paz – disse Snape, tentando controlar a raiva, pois sabia que não podia contra os três.

- Se um dia fizermos isso, nos interne, serei chamado de louco! – falou Tiago, arrancando risadas de Harry e Sirius.

- Hora de entrar em ação – falou Harry.

Os três agiram tão rápido que Snape não teve tempo nem de encostar em sua varinha. Acabou com uma roupa de Spice Girl, com o cabelo loiro, botas de salto e cano alto, virado de cabeça para baixo, arrancando risadas dos três.

Harry, que tinha levado a máquina fotográfica, tirou uma foto e guardou nas vestes.

- O Ranhosinho está tão fofinho! – disse Sirius, com voz de bebê.

- Me larga! – gritou Snape, mas sua voz não era a dele, era uma voz feminina bem aguda, o que fez os outros rirem mais ainda.

- Você está tão ameaçador, Ranhoso! – exclamou Tiago.

- Você vai pagar por isso! – disse Snape com aquela voz.

- Estou morrendo de medo! – disse Sirius, irônico.

- Tem mais uma coisa que quero fazer – falou Harry. – Ponha ele no chão.

Tiago tirou a varinha de Snape e colocou-o no chão de uma forma nada delicada. Harry usou o feitiço “Tarantallegra”, fazendo Snape começar a dançar sem parar. Tiago colocou a varinha de Snape bem longe dele e saíram sem nem colocar a Capa de Invisibilidade, afinal, não tiveram nenhum problema para chegar ao corredor.

- Te vejo outro dia, fofinha! – acrescentou Sirius, antes de sumir no fim do corredor.

Não foram direto para a torre da Grifinória, antes disso resolveram ir até a cabana de Hagrid, fazer uma visita. Fazia tempo que não falavam com o guarda-caça.

Saíram pelas portas de carvalho e atravessaram o gramado em direção à cabana de Hagrid, na orla da Floresta Proibida. O sol estava começando a se por e as estrelas começando a brilhar. O céu estava azul escuro de um lado e dourado onde o sol se punha. Havia uma leve brisa que balançava as copas das árvores da floresta.

Bateram três vezes na porta e ouviram um cachorrinho latir, provavelmente era um filhotinho. Após alguns segundos, a porta se abriu e um homem duas vezes maior que uma pessoa normal e três vezes mais largo apareceu.

Ao ver quem era, sorriu e deu passagem para a entrada dos garotos.

- Olá! – cumprimentou o meio gigante, gentilmente, ainda não havia percebido Harry. – Quanto tempo não os vejo. Pensei que tinham se esquecido de mim!

- Não nos esquecemos de você, Hagrid, estávamos ocupados. Desculpe – disse Tiago.

- Entendo e... – começou, mas parou abruptamente, quando seu olhar pousou em Harry. – Nunca me disse que tinha um irmão, Tiago.

- É porque ele não é meu irmão, Hagrid – falou Tiago, sorrindo.

- Então, quem é?

- É uma longa história – disse Sirius, se sentando na cadeira. O filhotinho logo pulou no colo dele.

- Ah! Esse é Canino, pessoal – disse Hagrid. – Meu cão de caçar javalis. E, qual o seu nome? – perguntou a Harry.

- Harry Potter.

- Certo, agora fiquei confuso de vez – falou Hagrid. – Vou fazer um chá e vocês podem me contar a história.

Hagrid ferveu água e serviu um chá para os garotos em canecas que mais pareciam baldes. Ofereceu também alguns bolinhos, que eles recusaram, pois conheciam a culinária de Hagrid, os bolinhos provavelmente quebrariam os dentes deles.

Todos se sentaram à mesa e Harry começou a contar a história. Nem sabia mais quantas vezes já tinha a repetido. Enquanto isso, o céu lá fora se tornava cada vez mais escuro. Quando terminou, Hagrid ficou alguns momentos em silêncio, absorvendo e ligando tudo o que tinha escutado.

- Então, quer dizer que você é filho de Tiago e Lílian – começou ele. – E, caramba! Não acredito que Você-sabe-quem vai... – mas não conseguiu continuar pois estava pensando na morte dos pais de Harry.

- E estamos tentando acabar com as Horcruxes e matar Voldemort antes que ele mate meus pais – disse Harry. – Mas, por favor, Hagrid, não conte isso para ninguém.

- Está bem, pode deixar, não vou falar.

Algum tempo depois, acharam que era melhor voltar ao castelo, já estava ficando tarde e passara da hora que podiam ficar andando pelos corredores. Esqueceram a Capa de Invisibilidade na cabana de Hagrid e decidiram voltar para pegá-la no dia seguinte pois não estavam com a mínima vontade de voltar lá aquela hora.

Estavam perto do Saguão de Entrada quando viram alguém vindo em direção a eles. Quem quer que fosse já os tinha visto, não havia como escapar. Agora estavam ferrados.

- O que fazem aqui a essa hora?

*****************************************

Nenhum coment... buá!!! X(

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.