CAPÍTULO VI



CAPÍTULO VI


Sexta-feira era o dia das cenouras, mas só até às duas horas, porque às três Hermione havia marcado uma entrevista com o Conselho Administrativo da ilha de Pride.
Num acordo tácito de que Harry a acompanharia, desceram juntos a encosta do morro e rumaram para o centro da vila. Os dois agora formavam um par, e isso às vezes fazia Hermione experimentar uma sensação de irrealidade. Um mês antes, jamais imaginaria que sua vida sofreria uma reviravolta tão grande. A solidão já não lhe agradava. A cada dia, quando acordava, um sorriso lhe aflorava aos lábios só de pensar que o encontraria dormindo no sofá. Não ignorava a dor que lhe traria a ausência de Harry depois que ele partisse, mas, por ora, estava tão feliz que preferia não racionalizar muito.
Como dizia o ditado, mais valia sofrer por amor do que nunca ter amado. Ela riu consigo mesma, imaginando como Harry trocaria as palavras daquele ditado.
— Que vergonha, Hermione. Você não deveria pensar essas coisas.
— Que coisas?
— Essas que fizeram você rir agora.
A reunião com o Conselho aconteceria na pousada, na mesma sala usada para os encontros da Sociedade Histórica de Pride, da Comissão de Embelezamento e do Comitê do Cemitério, assim como para festas de caridade, bazares, leitura de testamentos e discussão de outros assuntos legais que teriam sido demasiadamente enfadonhos sem uma dose de scotch. E o bar da pousada oferecia muitas outras opções além de uísque para "animar" as reuniões do Conselho Administrativo.
A uma mesa de canto, sentavam-se Hapgood Pauling, Keegan Benhue e OakerDunn. Os três representantes do Conselho usavam ternos fora de moda e seguravam firmemente seus copos. Não era um quadro muito diferente do que Hermione já presenciara em outras reuniões. Quando ela e Harry se aproximaram da mesa, Keegan disse com voz engrolada:
— Estamos tratando de um assunto urgente. Espere-nos no saguão.
E os dois deram meia-volta e foram sentar-se perto da recepção.
— Que assuntos urgentes eles podem estar discutindo? — indagou Harry. — Pensei que Pride fosse uma ilha pacata.
— E é. Essa é só uma desculpa para fecharem o bar e fazerem uma happy hour particular. Usam esse pretexto regularmente três vezes por semana.
— Que caras-de-pau! Eles são eleitos?
— São, mas é uma mera formalidade. Os membros do Conselho sempre fazem parte das famílias mais poderosas da ilha e têm um mandato de três anos.
— Você votou nesses caras?
— Não. Nunca me dei ao trabalho de votar, porque a eleição é um jogo de cartas marcadas.
— Ei, estão chamando você, Hermione — o garçom do bar avisou.
— Que rapidez! — comentou Harry.
— Eles nos mandaram esperar só para se darem ares de importância. Faz parte do show. Não ficaria bem se alguém soubesse que eles me atenderam imediatamente.
Os representantes do Conselho não se mexeram das cadeiras. Mesmo assim, era patente que haviam planejado sua ofensiva, pois os três viraram-se ao mesmo tempo para encará-los.
— Quem é esse homem? Um parente?
— Keegan perguntou, apontando para Harry.
— É um amigo meu.
— Engraçado. Vocês têm algo parecido… Achei que fosse algum primo seu. Bem, ele não é advogado, é?
Hermione ia proferir uma negativa quando, para seu horror, Harry interveio:
— Já que tocou nesse assunto, meu caro senhor, sou advogado, sim..
Os três representantes aproximaram as cabeças para uma breve conferência e passaram um ou dois minutos conchavando.
— Não vejo necessidade de um advogado. Esta é uma reunião amigável — declarou Keegan.
— Eu também sou amigável. — Harry sorriu.
— Com quem? — Keegan revidou. — Se você veio aqui para nos enrolar com conversa fiada, então não é nosso amigo.
— Ninguém vai enrolar vocês, Keegan — Hermione retrucou. Não valia a pena antagonizar com os representantes logo de saída.
— Mas devo adverti-los de que já mandamos uma requisição para o ministério do Interior, pedindo que o campo seja declarado reserva natural para os pôneis — avisou Harry.
Hermione olhou-o com indulgência. Tentara durante anos obter essa declaração do ministério do Interior, mas o governo se negava a atender o pedido.
Keegan projetou o queixo para a frente, numa expressão desafiadora.
— Não vejo por que transformar a área numa reserva. Um campo não passa de um campo.
Era exatamente esse o argumento do governo, Hermione pensou, e não pôde evitar um sorriso.
— Esse campo, porém, é diferente — insistiu Harry. Hapgood rolou os olhos e grunhiu.
— Perdão? Não entendi o que disse, senhor — Harry devolveu.
Oaker tomou um trago de uísque. Keegan pigarreou e tomou a palavra:
— O que Hap quis dizer é que Hermione nunca conseguiu provar que esse campo é diferente dos outros. Sem provas, o governo dos Estados Unidos não vai concordar em transformá-lo numa reserva. — Ele tornou a pigarrear. — Agora, mudando de assunto, vamos esclarecer alguns pontos sobre a Companhia OSAY. A Companhia OSAY é conhecida no país inteiro…
— Por quê? — Harry perguntou, com ar inocente. Keegan pareceu perturbado. Tinha um discurso pronto, que não admitia interrupções. Hermione suspeitou que Harry soubesse perfeitamente disso e, apesar de não acreditar que ele fosse conseguir mudar o ponto de vista dos representantes, sentiu-se grata por ter alguém que tomasse seu partido.
Harry era arguto. Ela se perguntou se já fizera Direito antes de se dedicar à ciência.
Enquanto isso, Keegan tinha apelado para Hapgood:
— Fale para eles da OSAY.
— Oaker sabe melhor do que eu por que a companhia é conhecida no país inteiro.
— Oaker? — Keegan lançou um olhar fulminante para o colega.
— Estrelas. A OSAY estuda estrelas — respondeu este.
— A companhia é do ramo da astrologia, então? — Harry perguntou polidamente.
— Isso aí.
— Fazem horóscopos? — Harry voltou à carga. Oaker franziu as sobrancelhas para Keegan:
— Isso parece estranho. A OSAY faz horóscopos?
— Claro que não — Keegan rosnou, mastigando as palavras. — Só os lunáticos se preocupam com horóscopos.
— Astronomia — Hapgood atalhou, impaciente. — A OSAY constrói observatórios para olhar as estrelas. Mas o que importa agora é o que a companhia quer fazer aqui.
— É isso mesmo! — aplaudiu Keegan. — A OSAY quer construir uma estação de rastreamento de satélites em Pride. Eles escolheram a nossa ilha por causa da localização.
— E do tamanho — acrescentou Oaker.
— E porque Pride não tem neblina — completou Hapgood.
— Veja bem, uma estação dessas é um negócio perfeito porque só envolve um prédio e alguns receptores — Keegan disse, tentando parecer persuasivo.
— De que tamanho seria o prédio? — Harry indagou.
— Pequeno. Muito pequeno.
— E os receptores?
— Menores ainda.
— Nesse caso, cavalheiros —— Harry concluiu —, não há razão para não instalarem a estação em outro lugar. A companhia poderia ficar com o terreno atrás do cemitério. Ou com a área alem do píer. Pensem bem, não seria má idéia. As choças perto do píer não servem para nada. — Ele coçou a cabeça, como se meditasse. — Falando com conhecimento de causa, aqueles barracos ainda poderão provocar um dano sério. Eu não diria doloso, mas culposo.
Os três representantes se entreolharam sem entender. Hermione tampouco compreendia aonde Harry estava querendo chegar. O que mais a intrigava era a alusão que ele fizera ao terreno atrás do cemitério e às choças próximas ao píer. De qualquer modo, Harry falava com uma autoridade que inspirava respeito.
Na verdade, aquela entrevista estava sendo muito mais divertida que o esperado.
— Um dano legal. É a isso que estou me referindo — prosseguiu Harry, andando de um lado para outro, com uma atitude estudada e grave. —As crianças da ilha brincam naqueles barracos todos os dias. E se um deles subir numa das janelas mais altas, cair e quebrar o pescoço? — Ele parou, para observar o efeito de suas palavras. — Nesse caso, Pride ficaria às voltas com um processo judicial.
— Ora, ninguém nos processaria por causa de uns barracões caindo aos pedaços — Keegan retrucou.
— Aí é que se engana, meu amigo. Vocês seriam obrigados a pagar uma indenização e ainda ficariam desmoralizados perante a comunidade. Aceitem o meu conselho. Deixem a OSAY construir a estação de rastreamento de satélites perto das choças e fazer o trabalho sujo por vocês.
Oaker protestou:
— A OSAY não vai querer ficar perto do píer e nem os pescadores vão querer a estação ali.
— Bem, nós também não concordamos com a instalação de uma estação no campo dos pôneis.
Keegan abanou a cabeça com teimosia.
— O campo é o melhor lugar para a estação.
Hermione interrompeu-os e repetiu as palavras que já havia dito em um sem-número de reuniões como aquela:
— E os pôneis? Eles só se alimentam com as faias do campo. Keegan suspirou, agastado.
— Podemos deixar algumas árvores para eles. — Com orgulho, ele acrescentou: — Já fizemos um acerto com a companhia nesse sentido.
— Mas são cerca de trinta pôneis. Com a estação de rastreamento de satélites no campo, não haverá espaço suficiente para eles. O projeto não é viável — redarguiu Hermione.
— Escute aqui, garota, a sua opinião não nos interessa. Nós só concordamos em fazer essa reunião por cortesia, entendeu? — Keegan replicou asperamente.
— Que diabo! Esses pôneis só ficam aqui três meses por ano — Oaker ajuntou, alterado.
— E nos outros nove meses? O que é que eles comem, hein? — Hapgood perguntou com ar de triunfo.
Hermione ficou sem palavras. Essa era uma pergunta que já fizera a si mesma muitas e muitas vezes.
Para seu espanto, Harry respondeu com absoluta convicção:
— Eles se alimentam dos frutos de arbustos de amoras anãs. Mas os arbustos só dão amoras do outono até a primavera. É por isso que os pôneis vêm para cá no verão.
— E onde é que eles encontram esses arbustos de… amoras anãs? — quis saber Keegan.
— Em regiões de grandes altitudes, onde a composição do solo é diferente e o ar, menos denso.
— Vocês já viram algum desses arbustos? — Keegan perguntou, dirigindo-se para os colegas. Como os dois fizessem sinal negativo, ele voltou-se novamente para Harry: — E não seria possível transplantar as faias para a região onde estão os arbustos de amoras anãs?
— Não, meu amigo. As faias não resistiriam.
Keegan recostou-se na cadeira e cruzou as mãos sobre a barriga proeminente.
— Chega de falatório. Numa história como essa alguém tem que vencer e alguém tem que perder. A estação da OSAY vai beneficiar mais gente do que esses pôneis. Os representantes da companhia virão vistoriar o campo na segunda-feira. Como você sempre arranja encrencas, Hermione, é melhor ficar quietinha em casa enquanto eles estiverem aqui.
O olhar de Harry tornou-se duro e ele se empertigou.
— Isso é uma ameaça, cavalheiro?
— É.
— Ocorre que aquele campo é domínio público. O senhor está incorrendo na infração do Artigo Primeiro do Código Civil. Qualquer cidadão tem direito de transitar pacificamente pelo espaço público.
— Pacificamente! Pois fique sabendo que essa mulher já fez muitos estragos no campo!
Harry lançou um olhar penetrante para Keegan.
— E quem prova que Hermione fez os estragos?
— Ora, ela aparece e coisas estranhas acontecem. Isso não é o bastante? — vociferou Hapgood.
— Não, meu amigo. A Corte precisa de provas concretas. Eu sugiro que não digam mais nada, ou poderão ser processados por calúnia.
Harry sorria, vitorioso. Hermione também sorria, mas com malícia.
Se você é advogado, Harry, quero ser mico de circo, ela pensou.
E o que tem o circo a ver com isso?, os olhos verdes perguntaram, marotos.
Você não é advogado coisa nenhuma.
Achei que seria divertido fazer uma encenação.
Foi muito convincente.
Vi vários filmes sobre julgamentos na tevê.
— Vamos deixar de lorotas. Escute aqui, Hermione, fique longe do campo na segunda-feira. Se você aparecer lá e alguma coisa acontecer, vamos responsabilizá-la.
— Calma, cavalheiros — Harry intercedeu. — Poupemos as ameaças. Eu cuidarei pessoalmente para que a srta. Granger permaneça em sua casa na segunda-feira.
— Mas… — Hermione começou a objetar, quando Harry pousou a mão em seu ombro, num gesto tranqüilizador.
— Vai fazer isso mesmo? De verdade? — Keegan inquiriu, atônito.
— Pode ter certeza — ele assegurou. — Assim, se algo acontecer, saberão que não foi por culpa dela.
— E por que confiaríamos em você? — Hapgood replicou, desconfiado.
— Porque sou um advogado.
— Mas se aparecerem cobras, insetos ou lamaçais, nós vamos saber que foi por culpa dela.
— Prometo que não vão aparecer — garantiu Harry.

— Eu tenho que ir para o campo. Os pôneis precisam de mim — Hermione suplicou.
Harry franziu o cenho.
— Mas você não disse que não era responsável pela aparição de coisas estranhas por lá?
—Bem, agora já não tenho tanta certeza disso. Eu me concentro e as coisas acontecem realmente. Aí penso que consegui provocar acontecimentos com o poder da minha mente e faço testes em casa. Os testes não funcionam e fico confusa. Mas, mesmo assim, preciso pelo menos tentar, não é?
— Não se preocupe, Hermione. Eu vou cuidar de tudo. Digamos que, dessa vez, haverá uma barreira invisível em volta de Pride. Os executivos da OSAY não vão nem sequer aportar na ilha.
Hermione suspirou, desorientada.
— Acho que você andou vendo muitos filmes de ficção científica, isso sim.
— Como você é cínica! Onde está a sua imaginação?
— Não brinque, Harry. Minha imaginação não vai servir de nada para salvar os pôneis. Precisamos ser realistas.
— Eu vou cuidar deles. É para isso que estou aqui.
— Só que você não estará mais aqui quando a situação apertar. Não tinha o direito de dizer aos representantes do Conselho Administrativo que me manteria em casa na segunda-feira.
Ele pareceu ficar magoado com aquela observação. Aturdida com o curso dos acontecimentos, Hermione apertou o passo e começou a andar um pouco à frente de Harry. Ele alcançou-a e a segurou pelo braço.
— Mas eu tomarei providências para afastar os homens da OSAY.
— Você é maluco — ela disse, desvencilhando-se.
— Sou tanto quanto você. Muito bem. Você tem certos poderes. Eu também.
— Não tenho poder nenhum!
— Não diga bobagens. Você está com uma crise de autoconfiança, só isso. Agora, acalme-se e deixe que eu cuido da OSAY.
Hermione diminuiu a marcha e perscrutou o rosto másculo. Harry exibia uma expressão de inabalável determinação.
— Você é mesmo doido!
Ela sentiu-se desconfortável. Seu desconforto cresceu até transformar-se em temor. Harry havia, de fato, realizado façanhas bastante suspeitas. Podia jurar que ele provocara o acesso de tosse de Crabbe e Goyle e a queda de Walter Dursley. Se Harry fora mesmo responsável por aquelas pequenas vinganças, poderia muito bem tê-la salvado da morte com seus poderes paranormais. Isso, sem contar a maneira como tocava sua flauta e falava com ela através dos olhos. E o modo como a perturbava, além do limite da razão…
— Eu quero que você vá embora daqui — disse, resoluta.
— Vamos ser razoáveis, Hermione…
— Por favor. Você prometeu que partiria se eu lhe pedisse. Ele tornou a segurá-la pelo braço e forçou-a a parar.
— Não posso partir agora.
Hermione baixou os olhos, sentindo as pernas amolecerem ao contato dele.
— E quanto a nós dois?
— Não há nada entre nós dois! — ela gritou. — Não sei de onde você veio nem para onde está indo, mas a minha vida é aqui. Sozinha. — Depois baixou o tom de voz e rogou, quase num sussurro: — Por favor, vá embora.
Harry ficou postado diante dela, sem nada dizer. Hermione cerrou os punhos para resistir ao impulso de abraçá-lo e cobri-lo de beijos. Apertou os olhos para afastar o choro e esperou. Harry não era do tipo que ficava muito tempo calado. Se não dizia nada, sempre acaba achando outros modos de se exprimir.
Ela aguardou por alguns instantes. Uma sensação de vazio começou a se apoderar de Hermione. Uma esmagadora solidão. Então compreendeu o que havia acontecido. Abriu os olhos lentamente e constatou que Harry não estava mais ali.
— Harry! — O nome dele escapou de seus lábios sem que ela o quisesse.
Você desejou que ele partisse. Agora tudo vai voltar ao normal, pensou, retomando a marcha e ignorando as lágrimas que rolavam copiosamente por seu rosto oval.
Hermione passou o resto do dia enrodilhada na cama. Tomou um chá de ervas para dormir e não pensar mais em Harry. Mas, quando acordou e encontrou a cabana vazia, voltou a se martirizar com a ausência dele. Quando lhe pedira que partisse, sabia que seria assim. Sentia falta de suas conversas e de sua mania de trocar as palavras. Sentia falta das melodias que tocava na flauta. Às vezes parecia-lhe perceber a presença dele impregnando os móveis, as paredes. Começava a procurá-lo então como louca, só para descobrir que Harry estava por toda parte e, ao mesmo tempo, não estava em parte alguma.
Não ignorava quanto se ressentiria com a separação, mas nunca imaginara que fosse doer tanto. E a dor a acompanhava aonde quer que fosse, não importava o que fizesse para se distrair. Era como um veneno sutil corroendo-a por dentro.
No domingo, Hermione estava desesperada. Colocou algumas frutas e uma garrafa de água dentro da bolsa e foi se refugiar no bosque que se situava depois do campo. Era seu esconderijo de infância, e nem sua mãe tomara conhecimento de que, nos momentos difíceis, ela se isolava do mundo ali.
As horas se arrastavam, enquanto Hermione rezava para que a manhã viesse logo. Preparou um leito de folhas e ensimesmou-se, tentando conciliar o sono. Dormiu muito pouco, teve pesadelos. E o dia despontou, radiante, alheio a seu tormento. Oito horas. Nove horas. Dez horas. Hermione esperava, mas nem sombra dos representantes da OSAY. Tentou concentrar-se em morcegos, mas isso só fazia lembrá-la de Harry. E a dor voltava.
O sol cumpriu sua trajetória no céu. Já estava se pondo atrás das árvores e não havia sinal dos executivos. Hermione deixou o esconderijo no bosque, confusa. Dirigiu-se para a cabana, mas, no meio do caminho, mudou de idéia. Não suportaria ficar lá sozinha, remoendo a saudade que sentia de Harry.
Precisava descobrir também o que havia acontecido com os homens da OSAY. E resolveu ir à vila.
Lá, perambulou sem saber ao certo o que fazer. Passou em frente à casa de Keegan Benhue, de Hapgood Pauling e de Oaker Dunn. Não percebeu, porém, nenhum movimento anormal. Dirigiu-se à área dos barracões abandonados e não conseguiu evitar que a lembrança de Harry a perseguisse. Esgotada, retrocedeu e foi sentar-se na ponta do píer. Seu coração estava pesado. Ficou ali muito tempo, fitando o vazio e torturando-se com a perda de Harry. Num dado momento, notou que não estava sozinha. Sentiu um par de braços agarrarem seus ombros. Pensou que fosse ele, mas no momento seguinte reconsiderou. Harry jamais a trataria com tamanha brutalidade.
— Me solte!
Mãos calejadas apertaram seu pescoço.
— Você se acha muito esperta assustando todos que tentam fazer um negócio aqui, não é? Sua vaca! Estragou tudo de novo!
Hermione reconheceu a voz de Hallard Dunn, o irmão de Oaker. Estava bêbado, ela logo constatou por seu hálito fétido. Hallard torceu-lhe o braço e deitou-se sobre Hermione.
— Agora eu vou arruinar você. Vai se arrepender de ter nascido! — vociferou.
Ela tentou gritar, mas Hallard tapou-lhe a boca e, com a mão livre, puxou o zíper de sua calça.
Harry! Me ajude! Por favor, me ajude…
Hallard quase rasgou o jeans dela. E prosseguiu, despejando toda a sua fúria:
— Os homens da companhia não vieram, hein, sua bruxa miserável? Disseram que estavam com um pressentimento ruim sobre Pride. Que a ilha era mal-assombrada. E eu me pergunto: quem andou espalhando boatos sobre a ilha?
— Fui eu — respondeu uma voz de timbre rico e modulado. Logo a seguir, Hallard foi puxado para cima e rolou pelo píer.

N/A: GEEEEENTE, ESTOU COM TANTA VERGONHA PELA DEMORA QUE VOU POSTAR TRÊS CAPÍTULOS DE PRESENTE!!!
E MINHAS EXPLICAÇÕES VOCÊS TERÃO TAMBÉM... NA N/A DO ÚLTIMO Q EU POSTAR HOJE!
AGORA CONTINUEM A LEITURA, PQ EU PAREI NUM MOMENTO CRUCIAL!

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