CAPÍTULO IV
CAPÍTULO IV
Quando Hermione acordou na manhã seguinte, estava em sua cama. Os pálidos raios de sol que se infiltravam pela janela atestavam a chegada de um novo dia. Fragmentos da noite anterior vieram-lhe à memória e, de um estalo, ela sentou-se muito empertigada.
Seus olhos vagaram pelo quarto, mas Harry não estava ali. Foi então até o topo da escada e viu-o no sofá, dormindo a sono solto. Seu corpo magnífico estava coberto apenas por uma toalha ao redor da cintura.
Hermione ficou olhando-o por um longo tempo. Alguma coisa havia acontecido. Lembrava-se de ter sido animada por estranhas sensações. Ainda agora podia perceber que um novo tipo de sensibilidade despertava dentro dela. Porém, quando tentou se recordar dos detalhes da noite anterior, seu cérebro mostrou-lhe uma tela branca. Nada. Era como se tivesse estado sob efeito de uma droga.
Silenciosamente, desceu a escada e aproximou-se de Harry. Ele se deitara de bruços. Hermione contornou o sofá para espiar-lhe o rosto másculo. Mesmo no abandono do sono, ostentava coragem e nobreza. Hermione notou que ele tinha se barbeado. Os cabelos ainda estavam úmidos, indício de que havia tomado uma ducha horas antes.
Ela estendeu o braço para tocá-lo. Subitamente consciente do que estava prestes a fazer, imobilizou-se com a mão no ar. Alguma coisa devia ter acontecido na véspera. Do contrário, como explicar essa necessidade que sentia de ficar perto dele?
Incapaz de clarear as idéias, refugiou-se no banheiro. Ficou muito tempo debaixo do chuveiro, na vã esperança de que a água corrente levasse embora todas as suas dúvidas e receios. Pela janela do banheiro, avistava a lenta evolução do sol no firmamento.
Com o fim da chuva, Harry partiria, ela pensou, com alívio. A vida voltaria à normalidade.
Uma leve batida na porta tirou-a de suas elucubrações. Apressou-se em calçar um par de sandálias de couro cru e enfiou-se rapidamente num vestido estampado que estava pendurado no cabide atrás da porta. Olhou-se no espelho ainda embaçado e achou que estava mais bonita. Seu rosto delicado irradiava frescor, os olhos castanhos estavam luminosos como aquela manhã de verão.
— Hermione? Tudo bem com você?
— Claro. Já estou saindo.
No instante em que abriu a porta, ficou sem fôlego. Mas isso já estava se tornando uma constante desde a chegada de Harry à sua casa.
Ele vestia apenas o jeans surrado. Não fechara o zíper totalmente, pois era evidente que a calça, amarrotada e áspera, tolhia seus movimentos.
Mas não era só isso que a punha pouco à vontade. Os olhos verdes traduziam uma inquietação difusa, que Hermione não soube como definir.
— Dormiu bem?
— Como uma pedra — ela respondeu.
Desceram as escadas. Harry sentou-se no sofá, rígido.
— Sobre ontem à noite…
— Qual é o problema? — Hermione sorriu, simulando um ar indiferente.
Ele olhou-a com cautela.
— Você se lembra de alguma coisa?
— Você tocou flauta. Depois, acho que adormeci. Por quê?
— Por nada. Eu toquei durante muito tempo. Quando parei, você estava dormindo. Tentei acordá-la para o jantar, mas você disse que não queria comer. Fiquei com medo de que não estivesse se sentindo bem.
— Não se preocupe. Eu precisava descansar.
Hermione se fazia de desentendida, mas, a cada minuto que passava, crescia dentro dela a certeza de que algo havia acontecido. A vaga expressão de culpa que flagrara no semblante de Harry não lhe agradava nem um pouco.
Sempre afetando descaso, prendeu os cabelos molhados num coque baixo e sugeriu:
— Por que não tomamos café da manhã na vila? Estou morrendo de fome. Você poderia aproveitar para usar o telefone do mercado.
— Combinado. Mas tem que me prometer que vai me deixar telefonar primeiro. Assim, saberei o número do meu cartão de crédito e poderei convidá-la para o café da manhã.
— Isso não vai funcionar. Em Pride os comerciantes só aceitam dinheiro vivo.
— E onde você arranja dinheiro? Draco não lhe deu nem um tostão ontem.
— Quando minha mãe morreu, herdei todas as suas economias. Desde então passei a viver com essa renda. Minha tataravó possuía uma granja, e os rendimentos foram sendo passados de geração para geração. Mas chega de conversa. Vamos andando?
Harry vestiu a camisa e calçou os tênis. Saíram da cabana para uma manhã cálida, com cheiro de terra molhada. Com as energias renovadas, Hermione caminhava a passos rápidos. Harry ia a seu lado, observando a paisagem agreste.
— Se eu não estivesse aqui, como seria seu dia hoje? — ele perguntou.
— Nada diferente do que está sendo agora. Como fiquei fora nas últimas semanas, preciso ir à vila para apanhar minha correspondência e comprar mantimentos.
— E depois?
— Eu voltaria para casa e cuidaria dos pôneis. E daria um jeito na horta. Se não colher os legumes e hortaliças logo, eles vão começar a apodrecer.
— Que mais?
— Ah, não sei. Depois eu faria o que me desse na veneta.
— Nada mau.
Chegaram à rua principal depois de quinze minutos. Harry olhou ao redor, com ar de dúvida:
— Isso é tudo?
— Isso é tudo. Mercado, correio, lanchonete e pousada. Naquela direção fica o píer e as casas dos pescadores. — Ela apontou para o fim da rua. Depois, virou-se para Harry e disse: — Preciso passar no correio. Enquanto isso, por que não vai ao mercado telefonar?
Ele assentiu e se separaram. Hermione entrou na agência de correio.
— Bom dia, Minerva — disse à funcionária, uma mulher octogenária que estava absorta na leitura de um best-seller.
Minerva McGonnagall era a única amiga de Hermione em todo o vilarejo. Era um pouco surda também.
— Minerva… Minerva!
— Hã? Oh, olá, Hermione — ela disse finalmente, erguendo os olhos e parecendo um pouco desorientada. — Já voltou de viagem? Menina, que sorte você teve! Escapou do pior temporal dos últimos tempos!
— Eu sei. Perdi meu barco nele. Fiquei machucada, mas já estou sarando agora.
A mulher estudou-a atentamente, franzindo o cenho por trás de um par de óculos de grossas lentes.
— É verdade. Você parece muito bem. Ainda está um pouco abatida, mas acho que é só isso.
— E você, como vai? O mau tempo deve ter atacado o seu reumatismo, não? — Hermione abriu a bolsa e retirou um pequeno embrulho. Passou-o sobre o balcão. — Eu lhe trouxe isto. É uma mistura de ervas, para o caso de você sentir dor nas juntas.
Minerva pegou o embrulho e sorriu.
— Obrigada. Você é muito gentil. Agora, espere um pouco. Tenho algumas encomendas para você. — A funcionária começou a colocar uma série de envelopes sobre o balcão. — Folheto promocional… contas… Há dois pacotes também. Vídeos e livros.
Hermione ignorou os envelopes e abriu os pacotes, cheia de expectativa. Os romances, ensaios e filmes que havia encomendado lhe garantiriam diversão por pelo menos um mês.
— Receio que isto também seja para você — disse Minerva, estendendo-lhe um envelope branco, sem selo ou timbre do correio, onde se lia seu nome.
Deixando os pacotes de lado, Hermione apanhou o envelope. Abriu-o com o coração apertado e começou a ler: Os representantes da Companhia OSAY vão estar na ilha de Pride no próximo dia 28 de agosto. Eles estão pensando em instalar uma estação de rastreamento de satélites no campo perto da sua casa. A estação vai trazer benfeitorias para a comunidade da ilha, sem prejudicar o meio ambiente. Se você tiver alguma objeção, pode tratar do assunto diretamente conosco. Fique na sua casa durante a visita dos representantes da Companhia OSAY.
Assinado: Conselho Administrativo da ilha de Pride.
Hermione sorriu ironicamente e dobrou a folha de papel.
— Querem instalar uma estação de rastreamento de satélites no campo dos pôneis. O que mais vão inventar?
— Só não entendo por que se deram ao trabalho de avisá-la. Se você não soubesse da vinda deles, não teria tempo de fazer nada com o campo.
— Mas, Minerva, não sou eu quem provoca os lodaçais e as outras coisas.
— Diga isso aos homens da companhia, não a mim.
— Eles não me acreditam. Bem, terei de esperar. Virão dentro de cinco dias.
Não precisava de poderes paranormais para saber o que aconteceria naquela visita. Eles andariam pelo campo, enquanto Hermione rezava para que alguma coisa bem desagradável acontecesse e os fizesse mudar de idéia. Depois tentaria argumentar com eles, e eles, por sua vez, tentariam persuadi-la de que a estação de rastreamento de satélites seria um grande investimento social, etc, etc.
Forçando um sorriso, Hermione despediu-se de Minerva, saiu da agência de correio e atravessou a rua para encontrar Harry no mercado. Os adolescentes Crabbe e Goyle passaram por ela e, diminuindo a marcha, dirigiram-lhe um olhar de escárnio.
— Veja, Crabbe. A fazedora de chuva está de volta — disse Goyle, o mais velho e mais atrevido.
— Não sei por que ela precisava armar um temporal daqueles. Não tem ninguém indo aos campos agora, Goyle.
— Hermione estava só treinando. Afinal, ela é uma bruxa, não é, Hermione? — Goyle agora olhava-a abertamente, soltando uma risada mordaz.
— Não tenho nada para conversar com vocês. Se me dão licença… — Hermione murmurou, tentando chegar à porta do mercado. Os dois, porém, bloquearam-lhe o caminho. Eram conhecidos por sua agressividade e pareciam dispostos a armar uma boa confusão.
— Com licença. — ela repetiu.
Hermione estava pensando no que fazer para escapar ao desagradável assédio dos garotos, quando Harry, atraído pelo bate-boca, saiu do mercado.
— Algum problema? — perguntou, postando-se ao lado de Hermione.
— Não foi nada, Harry.
— O que você disse a ela? — Harry perguntou, fuzilando Goyle com o olhar.
— E quem é você? — o adolescente questionou, com ar provocativo. Porém, mal terminou de formular a frase, teve um acesso de tosse.
Harry virou-se para Crabbe:
— E você? não tem vergonha de insultar uma mulher?
— Ela não é uma mulher! Ela é uma bru… — O amigo de Goyle não pôde dizer mais nada, pois também começou a tossir.
Os dois garotos levavam a mão ao pescoço e tentavam limpar a garganta, sem sucesso. Não paravam de tossir. O rosto deles já estava purpúreo, os olhos bovinos lacrimejavam.
— Devem ter engolido poeira — Harry conjeturou.
Hermione observava os adolescentes com uma espécie de curiosidade científica. Tomou Harry pelo braço e os dois se afastaram dali, deixando os garotos às voltas com seu acesso conjunto de tosse.
Quando estavam a uma distância segura, Hermione cochichou:
— Foi você quem fez aquilo?
— Eu? Pensei que você tivesse feito.
— Não. Bem que desejei que ficassem com soluço até amanhã, mas não tenho poder de fazer as coisas acontecerem.
— Soluços. Essa é boa.
Só naquele momento Hermione percebeu que ele estava usando roupas novas: um jeans azul-claro, uma camiseta branca e um par de botas de cano curto.
— Estou vendo que não teve problemas com o cartão de crédito. Gostei da roupa. Você fica bem de branco.
Uma voz estridente abordou Harry enquanto caminhavam. Era Rita Skeeter, a mulher mais mal-humorada da vila. Só de olhá-la já se pressentia uma nuvem de azedume no ar.
— Ela está incomodando você? — Rita indicou Hermione.
— Quem? Eu? Claro que não. Por que me incomodaria? — Harry arregalou os olhos, divertido.
— Acontece que essa mulher é a curandeira daqui. Se fosse você, eu não daria trela para ela.
— E para quem eu deveria dar trela? Para aqueles dois garotos que estão tossindo na esquina? Não, eu prefiro a senhorita aqui.
— Virando-se para Hermione, ele deu-lhe o braço e propôs: — Vamos tomar alguma coisa no bar? Estou morrendo de sede.
Hermione meneou a cabeça e acompanhou-o. Estava agradavelmente surpresa com a prontidão com que Harry tomara a sua defesa. Em geral, evitava discutir com os nativos.
Quando ia à vila, fazia suas compras e voltava sem demora para a cabana.
Sabia que todos os olhares estavam fixados nela e em Harry. O fato de ser vista ao lado de um homem tão atraente renderia um bom falatório durante pelo menos alguns meses.
— Ainda bem que está de partida — ela comentou. — Os nativos não gostam de mim e, a essa altura, já estão hostilizando você também.
— Não faço questão de ficar amigo de ninguém daqui. Que gente mais esquisita! Será que não respeitam os seus sentimentos?
— Para eles, sou uma bruxa. E as bruxas não têm sentimentos. São seres anormais.
— O diabo que você é anormal. Aliás, por que está tomando o partido deles?
Hermione sentiu uma onda de carinho invadi-la. Ele era mesmo encantador.
— Não é isso, Harry. Só estou lhe explicando por que os nativos agem assim. Nada que eu faça mudará a opinião que têm de mim. Logo mais, inclusive, serei forçada a confrontá-los de novo. Acabei de receber a notícia de que outro grupo de empresários virá ao campo dos pôneis.
— Mais um?
— Mais um. Dessa vez, uma companhia de rastreamento de satélites.
— Interessante.
— Não! É horrível!
— Da sua perspectiva, sim. Mas tem que admitir que uma estação de rastreamento de satélite é mais atraente que um campo de golfe.
— Eu não quero nada naquele campo! Será que você não entende?
— Entendo, sim — Harry falou, baixando o tom de voz quando entraram no bar.
Ela seguiu-o em silêncio, ciente de que todos haviam parado de conversar e assistiam à entrada dos dois. Embaraçada, Hermione escolheu a mesa mais distante do balcão, onde se achava a maioria dos fregueses.
— A omelete daqui é muito boa — disse ela num sussurro, enquanto lhe passava o cardápio.
Sem olhar para o menu, Harry perguntou:
— Por que todos estão me encarando? Há algo de errado comigo ou ficaram surpresos de nos verem juntos?
— Estão espantados. Eu venho muito pouco aqui e, quando apareço, sento-me sempre sozinha.
— Sabe de uma coisa, Hermione? Não compreendo a atitude desses nativos. Você é perfeitamente normal, e bem mais agradável que muita gente por aí. — Harry apontou sem nenhuma discrição para Valter Dursley, um homem gordo acomodado na ponta do balcão. — Aquele sujeito ali, por exemplo. O que é que está olhando?
— Deixe isso para lá, Harry.
— Não. Quem ele pensa que é? Está sendo muito mal-educado. Mereceria uma boa lição!
Nisso, houve um estrondo dentro do bar. Hermione virou-se para o balcão e viu Valter Dursley caído no chão. Ela ficou por alguns instantes imóvel, como que hipnotizada por aquela cena. Depois, piscou e sussurrou, em tom acusador:
— Você fez isso, Harry! Ele sussurrou de volta:
— Eu? É claro que não. Bem se vê que o homem é tão pesado que mal consegue ficar de pé.
Mas Hermione não estava disposta a aceitar a estranha explicação dele.
— Como fez isso? Telecinesia, talvez?
A garçonete veio atendê-los naquele exato momento e Hermione ficou sem resposta. Os dois se decidiram por omeletes, suco de laranja e frutas. A garçonete anotou os pedidos com as mãos trêmulas e sumiu de vista o mais rápido que pôde.
— Viu só o que você fez? Ela ficou apavorada. No mínimo, está pensando que sou mesmo uma bruxa.
— Ótimo — ele declarou, com ar soturno. — Pelo menos, estão tratando você com o respeito que merece. A arrogância é um dos sete pecados municipais.
— Capitais — Hermione o corrigiu.
— Ok, ok, pecados capitais. Desculpe, não consigo pensar direito quando estou aborrecido.
Hermione olhou-o assombrada. Sabia muito bem do que Harry estava falando, pois ela própria tinha o mesmo problema. Quando ficava exasperada, seu cérebro se embaralhava, e esse era um dos motivos por que tentava não se abalar com as maledicências dos nativos.
— Respire fundo. Alterne uma inspiração curta e uma expiração longa. Isso vai deslocar a energia negativa dentro de você. Agora, pense em coisas agradáveis — aconselhou-o.
Harry fez o que ela dizia e acalmou-se visivelmente.
— Onde aprendeu isso, Hermione?
— Nos livros de meditação. É uma técnica simples de relaxamento. Fico admirada que você não a conheça, em vista do que acabou de fazer com o pobre Dursley!
Harry sorriu, como um menino apanhado fazendo uma travessura.
— Você já comprou a passagem para a balsa?
— Ainda não. Mas não há pressa. Fale-me mais sobre a estação de rastreamento de satélites.
Ela mostrou-lhe a carta da companhia. Enquanto Harry a lia, Hermione observou suas mãos morenas, as linhas firmes do tórax e os braços musculosos. Imaginou como seria fazer amor com ele. Devia ser fantástico.
Mas, infelizmente, ela não era como as outras mulheres. Às vezes chegava a lamentar sua reclusão. Harry interrompeu seus pensamentos:
— Você sempre recebe cartas como esta?
— Invariavelmente. Depois converso com os interessados, discutimos muito e não chegamos a nenhum acordo. Até agora, tenho tido sorte. Alguma coisa sempre atrapalha os projetos. Mas um dia minha sorte vai mudar.
Harry colocou a carta sobre a mesa e lançou-lhe um olhar penetrante.
— Fale a verdade. Você faz essas coisas acontecerem? Hermione balançou a cabeça, com um sorriso desalentado.
— Quem me dera! Minha mãe tinha poderes paranormais, eu não.
— Então por que há ocorrências misteriosas no campo?
— Por que o Mar Vermelho se abriu para Moisés?
— Não sei. Eu não estava na Terra naquela época.
— São acasos da natureza. O Mar Vermelho, minhas cobras, os insetos e os atoleiros. Acredite, eu adoraria ter poderes sobrenaturais. Com isso, daria um jeito nesses empresários.
Ele tomou-lhe as mãos e a perscrutou com os olhos cintilando.
— Vamos fazer um jogo. Se você tivesse o poder de expulsar os empresários, que estratégia usaria?
Um sorriso malicioso foi-se formando nos lábios de Hermione.
— Esterco de vaca.
— Esterco de vaca?
— Isso mesmo.
— Puxa, você é terrível, Hermione.
— Não seria um espetáculo imperdível? — Ela deu uma risada. — Imagine os altos executivos chegando ao campo, com seus ternos e sapatos italianos e pastas de couro. Vão andando com passos confiantes, até que um deles pisa numa grande bolota escura. O esterco começa a surgir do nada e cobre o campo inteiro. Todos sujam seus sapatos italianos e decidem ir embora para nunca mais voltar. Que tal?
— Brilhante! E como é que uma garota como você aprendeu tanto sobre os altos executivos?
— Há sempre um alto executivo nos filmes. Você não assistiu à Fogueira das Vaidades?
— Não.
— Se quiser, pode assistir na cabana. Eu tenho o vídeo… — Ela fez uma pausa e prosseguiu, sem entusiasmo: — Ah, mas você não estará mais aqui. Tente alugar o filme quando voltar para casa.
Comeram durante alguns minutos em silêncio. O tempo ia passando. A garçonete trouxe-lhes dois cafés e precipitou-se para a cozinha. O balcão estava agora vazio.
Harry tomou o último gole de café e limpou a garganta.
— Eu estive pensando… Poderia ficar mais alguns dias aqui, se você quiser. Não tenho pressa de seguir viagem.
O coração de Hermione disparou.
— Impossível — retrucou maquinalmente.
— Eu não precisaria ficar na sua casa, é claro. Posso me mudar para a pousada.
— Depois que a cidade inteira me viu com você, dificilmente o aceitariam como hóspede.
— E o seu joelho? Quem vai cuidar de você?
— Agradeço a sua atenção, mas estou bem.
— Não vai me dizer que não sente mais dores…
Agora que Harry tocara no assunto, ela notou que, com efeito, seu joelho estava mesmo dolorido. Mas não se deu por achada.
— Eu posso me cuidar.
— Ora, Hermione, você ainda tem uma colheita pela frente. Por que não me deixa ajudá-la na horta? Ficarei aqui uma semana, e nem um dia a mais, prometo.
A dor no joelho estava aumentando. Ela ficou confusa. Minutos antes, não sentia absolutamente nada.
— Por favor, deixe-me ficar. Eu gostaria muito de ajudá-la. e, sobretudo, eu gostaria muito que confiasse em mim.
Confie em mim, diziam os olhos verdes.
Mas o dilema de Hermione era saber se podia confiar em si mesma. Se ficasse apaixonada por Harry e depois ele partisse, não conseguiria reencontrar o equilíbrio e a paz de espírito que, a duras penas, tinha conquistado. Ainda se lembrava do tormento de sua mãe quando tocava no nome do pai. Mas seu pai ficara só uma noite na ilha. Talvez, com Harry as coisas fossem diferentes.
— Uma semana? — ela perguntou, hesitante.
— Uma semana.
— Se alguma coisa acontecer e eu mudar de idéia, você vai embora?
— Só se você me pedir.
Os olhos dele cintilaram, confirmando suas palavras. Hermione então assentiu. No íntimo, perguntava-se se seria capaz de fazer semelhante pedido quando acontecesse o inevitável.
N/A: Bom, o que podemos dizer sobre esse capítulo??? Adorei o que aconteceu com o Crabbe e o Goyle, assim como o que aconteceu com o Dursley.... hauahuahuahuaahauauau
E o que eu posso dizer sobre os próximos é que esse pessoal da OSAY vai dar muita dor de cabeça.... E o Harry? De mansinho, de mansinho, conseguiu permissão pra ficar mais uma semana! Se fosse comigo, eu pediria pra ele ficar pra sempre! = D
PARTE MAIS FOFA: “A arrogância é um dos sete pecados municipais.” AMOOOOO OS ERROS DE FALA DELE....
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS PARA:
PAULA POTTER: O Draco foi tudo de bom neh??? Tadinho, eu adoro ele.... Essa cena do Harry na porta do banheiro com o jeans desabotoado.... Consegue visualizar??? Eu consigo... AIAIAIAI.... Ele é maravilhoso em todos os sentidos, adoro quando ele defende a mione.... Espero que vc tenha gostado desse capítulo! Bjos e até semana q vem!
Jéssy Nefertari: Eu acho que qualquer uma já teria agarrado o Harry! (Vai ser gostoso assim lá em casa neh....) mas a mione tem um processo meio lento msm... rsrsrsrsrsrsr. Gostou do cap 4? Espero que sim.... Bjos!
Andréa Pismel da Silva: Essa dele falar com o olhar é uma das coisas que eu mais gosto nele. Acho lindo demais! Agora a massagem.... QUE MASSAGEM!!! E os efeitos da música da flauta no corpo da mione? Estranhos neh... Ela acordou esquisita.... Espero q tenha gostado do cap, até semana q vem! Bjo
Gabrielli Oliveira: Adorei a idéia do bolão, mas não sei se alguém consegue acertar! É tão complicado... Ops! Falei demais! Mas esse jeito dele é uma gracinha neh? Quero um desses pra mim! = ) Que me faça ter essas sensações.... Gostou do cap? Bjo
Robert’s: Bem li sua fic Dezenove anos depois!!! Adorei, achei uma gracinha! Vc deveria continuá-la, a estória tem mto potencial! No mais, fico feliz q esteja curtindo a fic.... E que continue acompanhando! Bjo
Amor: Obrigada pelos parabéns!!! O capítulo 3, sem dúvida, é um dos meus favoritos.... mas é claro q mais pra frentes teremos coisas mais calientes! Aguardo seu comentário do cap 4! Bjo e até semana q vem!
Natylindinha: Ainda não tinha te visto por aqui! Fico mto feliz q esteja gostando e acompanhando a fic, pq é uma história mto especial.... sob todos os pontos de vista. Espero q tenha gostado do cap 4 e que continue comentando! Bjo
N/A2: Como sempre, mto obrigada aos meus leitores fantasminhas! Fico sempre esperando os comentários de vcs hein....
Então, é isso gente: Boa semana pra todos! A gente se fala na semana q vem!
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!