CAPÍTULO III



CAPÍTULO III


Ele estabelecia um diálogo com ela através da melodia. Falava-lhe de conceitos, pensamentos e sentimentos. Hermione jamais presenciara uma abordagem como aquela. Em cada nota, Harry atingia seu âmago e a desarmava, despertando-lhe um júbilo que ela havia muito esquecido.
Eram sensações que experimentara na infância: a vontade de rir sem reservas no resplendor da inocência, o ímpeto de dançar e cantar até se fartar. Era como se o ar se enchesse de deleite e poesia.
Hermione sentia-se exultante sem saber por quê. Quando a música terminou, estava atônita.
— Como você fez isso?
— Fiz o quê? — ele perguntou, recolocando a flauta sobre o consolo da lareira.
— Como conseguiu tocar minha música com tanta perfeição? Harry deu de ombros, com displicência.
— Tenho bom ouvido.
— Você estudou em algum conservatório?
— Não. Digamos que eu tenho facilidade para tocar da mesma forma como você tem para curar. Aprendi com meu pai, que por sua vez aprendeu com meu avô, e assim por diante…
— Que instrumentos você toca?
Harry não respondeu de imediato. Primeiro, apanhou dois pratos sobre a pia.
— Qualquer um. Sempre fui muito curioso. Foi a primeira vez que toquei flauta, por exemplo. — Ele ofereceu-lhe um prato e sentou-se ao lado dela. — Achei muito interessante. É um instrumento delicado.
Hermione olhou-o, incrédula. Com a pele bronzeada e o corpo atlético, Harry não fazia o gênero intelectual. Ainda assim, tinha uma íntima relação com a música, sendo capaz de ouvir uma melodia e reproduzi-la com a mais pura emoção.
Incapaz de tecer qualquer comentário, ela olhou para o prato.
— O que é isso?
— Pão de centeio e pasta de pimentão com cogumelos — ele informou.
Hermione examinou o sanduíche, mas não o tocou.
— É uma combinação exótica.
— Também acho — Harry disse, orgulhoso. — Se não se importa, vou começar a comer. Estou faminto. Eu poderia comer um foi inteiro. Digo, boi.
— Não faça cerimônia.
Ele mordeu o pão com vontade e mastigou rapidamente.
— Não é nada mau. Aliás, está delicioso…
Harry comeu uma grossa fatia de pão e preparou-se para devorar a segunda, quando Hermione o interrompeu:
— Tome, fique com o meu. Não estou com muita fome.
— Está querendo fazer um teste para descobrir se o sanduíche não está envenenado? — ele perguntou, com um sorriso que, em vez de aborrecê-la, cativou-a ainda mais.
— Bem, se ele estiver, nós logo saberemos — Hermione brincou. Mas, por via das dúvidas, esperou que ele comesse metade do sanduíche para, então, arriscar dar uma dentada no que ficara em seu prato. Estava surpreendentemente bom. — Onde aprendeu a cozinhar?
— Por aí.
— Mais um dos ensinamentos de seu pai?
— Suponho que sim. De qualquer forma, as habilidades logo surgem quando se está com fome. Como diz o ditado… como é mesmo o ditado? A necessidade é a mãe da convenção.
— Da invenção. Mãe da invenção. — Ela fitou-o, intrigada. — Você tem dificuldades com o idioma, não é?
Ele riu, e a pergunta ficou no ar, sem resposta. Hermione olhava-o, fascinada. Era o homem mais encantador que já tinha conhecido. Até as confusões lingüísticas que ele fazia eram interessantes.
Sem conter a curiosidade, tornou a indagar:
— De onde você é, afinal?
— Você acreditaria que eu vim de um planeta distante?
— Não. Por que está aqui comigo?
Concentrado, Harry limpou os dedos em um guardanapo de papel. Depois dirigiu-lhe um olhar maroto.
— Estou aqui porque o meu barco afundou durante o temporal. Perdi meu dinheiro, documentos e cartão de crédito.
— Mas basta dar um telefonema para conseguir outro cartão de crédito.
— Você não tem telefone, esqueceu?
— A vila tem um telefone público, Harry.
— E você quer me fazer tomar chuva de novo, justo agora que as minhas roupas estão secando? — ele retorquiu, com bom humor.
Hermione sorriu e não discutiu. Não conseguia ficar zangada com Harry. Até ali, tinha sido um perfeito cavalheiro, e suas maneiras agradáveis quebravam todas as resistências dela.
Confusa com os sentimentos contraditórios que ele lhe suscitava, Hermione examinou o emplastro em seu joelho. Antes que ela tivesse tempo de esboçar qualquer reação, Harry adiantou-se e ajudou-a a retirar o emplastro. Foi até o banheiro, apanhou medicamentos e preparou-lhe uma cataplasma. Começou a aplicá-la no joelho ferido, sem dizer nada.
Hermione tinha certeza de que Harry sabia o que ela estava pensando. Sem erguer os olhos, desabafou:
— Esta situação é constrangedora.
— É, sim — ele anuiu, em voz baixa.
— Não estou habituada a dividir meu espaço com outras pessoas.
— Há quanto tempo sua mãe morreu?
— Dez anos.
— Que idade você tinha naquela época?
— Dezoito anos. Morávamos só nós duas aqui. Depois fiquei sozinha. Você é a primeira pessoa com quem eu faço uma refeição desde a morte dela. Tenho uma sensação tão estranha… Não sei como lidar com outras pessoas.
— Pois está lidando muito bem comigo.
— É porque nos conhecemos em circunstâncias excepcionais. Mas não sou muito sociável. — Como ele se mantivesse calado, Hermione achou que não estava entendendo seu ponto de vista. Embaraçada, admitiu: — Não estou acostumada com homens.
— Você já teve algum na sua vida? — Harry perguntou, sondando o rosto dela.
Seus olhares se cruzaram por um momento, e com uma intensidade tal, que Hermione ficou cabisbaixa, com o coração descompassado e as faces afogueadas. Não, nunca houvera ninguém em sua vida, salvo os pacientes de quem tratava. Jamais fizera amor com um homem. Dada sua idade e a mentalidade liberal da sociedade contemporânea, ela era uma aberração.
Não queria que Harry a julgasse mal. Ainda de cabeça baixa, justificou-se:
— Sou diferente da maioria das mulheres. Sempre fui assim. Nasci e passei a vida inteira nesta cabana. Minha mãe foi minha médica, amiga e confidente. Nunca freqüentei a escola, porque aprendi aqui tudo o que precisava saber.
— Não brincava com as outras crianças?
A fisionomia dela endureceu. Tudo o que queria de Harry era compreensão, não piedade.
— Você não imagina o que é viver num lugar como este. A ilha de Pride tem uma população de, no máximo, oitocentos habitantes. A maioria é composta de pescadores. Há uma igreja, uma escola, uma rua principal e um mercado. Todos se conhecem. Os Longbottom, Finnigan e Thomas são pescadores de lagostas há várias gerações. Os Brown são sacerdotes, os Patil são encanadores, os Weasley, eletricistas. — Hermione fez uma pausa antes de prosseguir, com ar ligeiramente desafiador: — Os Granger são uma família de curandeiros, e todo mundo sabe que os curandeiros são gente esquisita. Não somos considerados normais, mas eu pouco me importo com a opinião dos outros. Como já disse, levo uma vida plenamente satisfatória. Tenho minhas ocupações e isso me basta.
— Por exemplo?
— Por exemplo, tocar minha flauta. Ouvir música. Ver televisão. Ler um bom livro. Pesquisar ervas. Cuidar dos pôneis. Plantar legumes, frutas e hortaliças. A temporada de plantio e colheita é curta, assim, tudo tem de ser feito com rapidez. Agora mesmo, os suprimentos para o próximo inverno estão à minha espera para serem colhidos, limpos e preparados.
Harry sorriu-lhe com simpatia.
— Foi você quem fez as conservas de pimentões e cogumelos que usei no almoço?
Ela assentiu. Pressionou a cataplasma no joelho.
— Nós poderíamos comer alimentos frescos se eu não tivesse me ausentado nas últimas semanas.
— Você não respondeu à minha pergunta. Já se envolveu com alguém?
— Não tenho muitas oportunidades de conhecer forasteiros. E raramente saio da ilha — Hermione desconversou.
— Como você se sustenta?
Ela o encarou com desconfiança. Respondeu com outra pergunta:
— E você! Qual é a sua fonte de renda?
— Já lhe disse. Faço pesquisas. — Sem dar-lhe tempo de interrogá-lo, Harry mudou de assunto: — Os nativos pagam pelos seus serviços?
Enquanto isso, os olhos dele diziam: Estou curioso. Não quero me aproveitar de você. Mas devo confessar que estou fascinado. Nunca conheci nenhuma mulher como você.
Hermione estremeceu. Não sabia se aquilo era sonho ou realidade. Talvez estivesse apenas sugestionada, ouvindo o que desejava ouvir.
— Às vezes eles me pagam em espécie. Às vezes me dão dinheiro.
— E gratidão?
— Nem sempre. Os curandeiros não são muito populares entre os nativos. De qualquer modo, não preciso da gratidão de ninguém. Se eles ficam agradecidos, ótimo. Caso contrário, não me abalo. Eu tenho minha vida e eles, a sua. Quanto menos nossos caminhos se cruzarem, melhor.
Com um ar conclusivo, ela voltou sua atenção para a toalha ao redor do joelho. A cataplasma havia esfriado.
— A dor passou? — Harry perguntou, solícito.
— Quase. Ainda lateja um pouco.
— Vou dar um jeito nisso…
Cuidadosamente, ele retirou a toalha com a cataplasma e começou a massagear-lhe o joelho. A contragosto, Hermione sentiu um arrepio ao contato com as mãos másculas.
Os dedos de Harry deslizavam com uma fluidez quase líquida. Hermione observava seus movimentos, tentando decifrá-los.
— Que tipo de massagem é essa, Harry?
— Está gostando?
— Muito. Mas não entendo a sua técnica. A bem da verdade, era como se ele estivesse seccionando o joelho e separando a pele, os músculos, as cartilagens e a estrutura óssea.
— Não é nada de mais — Harry murmurou, absorto. — Conheço a constituição do joelho, por isso, sei exatamente onde tocar.
— Eu também conheço. Mas não consigo fazer uma massagem como essa.
— Bem, cada um é cada um.
Tratava-se de um simples dito popular, entretanto, Hermione não pôde deixar de pensar nos estranhos acontecimentos que tinham lugar quando Harry estava por perto. A maneira como ele tocara sua flauta, por exemplo, era, no mínimo, inexplicável. Havia algo muito incomum em Harry. Se ele era um farsante, então sabia fingir muito bem. A situação exigia uma investigação.
— Você disse que era cientista. Foi assim que aprendeu a conhecer tão bem o corpo humano?
— Sim.
— Você trabalha em Montreal?
— Um pouco mais ao norte.
— E há quanto tempo estava no mar?
— Antes do temporal? Três dias.
— Você costuma velejar muito?
— Não, é só um hobby. Mas, depois dessa tempestade, acho que vou procurar outro tipo de entretenimento. — Sorriu, irônico, afetando pesar.
— Sua família não vai ficar preocupada com você?
— Comigo? Não, não. Eles sabem que eu adoro viajar. Só vão começar a se preocupar dentro de um ou dois meses.
Você não pode ficar aqui, Hermione pensou. Limitou-se, porém, a perguntar:
— O que vai fazer? Alugar um barco e voltar para o continente?
— E arriscar a pele de novo? Eu não! — Ele sorriu-lhe de maneira positivamente desarmante. — Ainda não sei o que farei, mas, com certeza, será por terra.
Concentrado na massagem, Harry não a olhou mais. Hermione tentou imaginar o que lhe ia pela mente. Era provável que, no dia seguinte, ele fizesse algumas ligações no telefone público do mercado para resolver sua situação financeira. Depois, à tarde, tomaria a balsa para o continente. Uma vaga sensação de desapontamento tomou conta de Hermione ante a perspectiva de vê-lo partir.
Embora a contragosto, devia reconhecer que estava começando a gostar da companhia dele. Harry fora correto, não criticara o modo como ela vivia e não ridicularizara suas crenças e convicções. Era um homem de extrema sensibilidade, agradável e diligente.
Enquanto Hermione ia divagando, Harry continuava a massagear-lhe o joelho. Seus dedos deslizavam e exerciam suave compressão sobre a área afetada. Ela suspirou, relaxada.
Ele ergueu a cabeça e sorriu-lhe. Seu sorriso reconfortou-a com uma onda de calor. O calor espalhou-se dos olhos para a boca, e depois para os seios e o ventre. Em algum momento, pareceu transformar-se em luz e circulou devagar por todo o corpo dela, seduzindo-a.
Hermione sentiu a garganta seca. Harry tocava-a tão de leve, que em breve seus movimentos tornaram-se um mero sussurro à flor da pele. Uma das mãos escorregou para a sua perna, a outra começou a acariciar-lhe o flanco esquerdo. Ele continuava curvado, imerso em suas explorações. Hermione estremeceu. Enrubesceu. Sentiu o coração batendo rápido, cada vez mais rápido. E, dentro dela, formou-se um verdadeiro tumulto para acolher uma sensação nova, totalmente desconhecida.
Harry tornou a levantar os olhos para fitá-la. Você é Maravilhosa. Seu corpo é macio. Eu gostaria de acariciá-lo e desvendar todos os seus segredos.
É uma armadilha, disse a vozinha no cérebro dela. Todavia, o alerta foi em vão. As palavras de Harry penetravam em seus recessos mais íntimos, deixando uma trilha de calor que a incendiava. Aquilo era quase dor. Nunca havia sentido nada parecido, e não sabia como se comportar.
Hermione quis gritar muito confusa. Não entendo o que você está fazendo comigo!
Entende, sim, ele replicou silenciosamente.
Mas Hermione não entendia. Fora criada para ser independente e auto-suficiente. Fora instruída a desconfiar dos homens. A maneira como reagia ao toque de Harry era alarmante.
Estava prestes a dizer isso a ele, quando uma batida seca na porta interrompeu-os.
Consciente de seu desejo, Hermione arquejou. Harry pressionou o dedo indicador contra seus lábios e capturou-lhe o olhar. Está tudo bem. Não vai acontecer nada que você não queira. Confie em mim.
Ela respirou fundo e captou a fragrância máscula da pele dele. Entretanto, ao invés de excitá-la ainda mais, aquele cheiro indefinível apaziguou-a. Sua pulsação estabilizou-se, a agitação interior dissipou-se por completo.
Mais uma batida soou, dessa vez, impaciente. Harry foi atender o visitante.
— Pois não? — A voz dele exibia uma rispidez que a surpreendeu.
Para evitar confrontos com um dos nativos, Hermione levantou-se e foi até a porta. Deparou com Draco Malfoy, que a olhou furtivamente.
— Aconteceu alguma coisa, Draco?
— Meu menino mais novo teve um ataque de asma. Ginny falou que você tem que arrumar um remédio pra isso. — o pescador devolveu, num tom dez vezes mais ríspido que o de Harry.
— Ela não tem que arrumar nada para você — Harry retorquiu, com os dentes cerrados, e deu um passo à frente, parecendo ficar ainda mais alto.
Hermione colocou a mão no braço dele e contemporizou:
— Seu filho está com febre, Draco?
— Isso — o pescador grunhiu.
— Espere um pouco.
Ela foi até a cozinha e selecionou algumas ervas. Colocou-as dentro de um saco plástico e deu-as ao nativo.
— Prepare um chá e faça-o beber de duas em duas horas. Use três medidas de água e uma de folhas. Diga a Ginny para ferver o chá com a panela tampada por dez minutos. Ah, e não deixe o menino tomar leite em hipótese alguma.
O homem apanhou o saco de ervas, virou-se e sumiu na trilha que descia a encosta do morro.
— Criatura adorável — Harry comentou, fechando a porta. — Ele é um exemplo da população daqui?
— Draco é pescador. Vive perto do píer, com a mulher e os cinco filhos.
— Cinco filhos? Aquele sujeito? A mulher dele devia ser canonizada por deixá-lo tocá-la. Ele fede.
— A procriação é um modo de vida aqui. Para gente como os Malfoy, não há muito o que fazer à noite.
— Poderiam ler. Ou assistir à televisão.
— Não estão acostumados com livros. E a televisão deles provavelmente está quebrada. Em vez de consertá-la, preferem investir na alimentação das crianças. Os filhos são seu futuro. Quando crescerem, vão pescar e sustentar a casa na velhice dos pais. Como é comum um ou outro filho debandar para o continente, precisam ter uma prole numerosa para se garantirem.
— É inacreditável! — Harry murmurou, sem disfarçar o espanto.
— Famílias grandes são muito raras no lugar de onde você veio?
— Pode apostar. Só permitem duas crianças por família. Ela franziu o cenho. Do que ele estava falando? Decerto não viera da China!
— Não sabia que o governo canadense estabelecia um controle de natalidade tão rígido. Harry pigarreou e logo emendou:
— O que eu quis dizer é que as pessoas costumam limitar a família a dois filhos. Faz sentido, porque as reservas naturais de cada planeta são limitadas.
— Às vezes as pessoas não sabem como explorá-las, essa é que é a verdade. São inábeis ou têm preguiça.
Ele ficou em silêncio, pensativo.
— E se o filho de Draco não melhorar?
— Ele voltará amanhã para pedir mais remédios.
— E se, ainda assim, o menino não sarar?
— Ginny o levará ao posto médico.
— Não vão querer se vingar de você?
Hermione adotou uma expressão condescendente. Sorriu, maliciosa.
— Não. Eles têm uma relação de amor e ódio comigo. Já curei muita gente, por isso, confiam em mim e me respeitam. Ao mesmo tempo, acham que sou uma bruxa e sentem medo. Prefeririam morrer a me desafiar. Você pode não acreditar que eu tenha poderes sobrenaturais, mas os nativos juram que sim. Não demonstram isso com palavras, mas a atitude deles para comigo é reveladora. Na realidade, sou diferente deles e é por essa razão que me temem.
— Mas você trata dos doentes — Harry retrucou, inconformado.
— É a minha missão. E tenho certeza de que faço bem o meu trabalho. Os nativos não gostam de admitir meu valor para a comunidade, mas eu sei quanto os ajudo, e isso é suficiente para mim.
Estavam sentados no sofá, e o fogo ardia na lareira. A tarde estava se escoando rapidamente.
— Nunca pensou em sair daqui, Hermione?
— Não. Eu não saberia fazer outra coisa. E também não saberia para onde ir.
Harry apoiou o braço no encosto do sofá e lançou-lhe um olhar inquiridor.
— Então? Qual é a sua decisão? Devo me vestir e ir embora ou posso ficar até a chuva passar?
Hermione mirava fixamente o fogo, atordoada. Tentou imaginar-se sozinha na cabana, mas não conseguia apagar a presença de Harry dali.
Se ele ficasse uma noite a mais, não faria diferença, afinal…
— O mais correto seria você partir — declarou, com uma sensação de vertigem.
— Só que você não quer que eu parta.
— Eu lhe devo muito mais que hospitalidade. Se não fosse por você, eu estaria morta a esta hora.
— Não é bem assim. Eu fiz o que qualquer um teria feito no meu lugar. E não tive o menor trabalho. Você é leve como uma pluma. O oceano se encarregou de nos empurrar até aqui.
— E depois você me trouxe para casa.
— Não foi nenhum sacrifício. Gosto de estar perto de você. — Diante do olhar vacilante dela, Harry ficou sério. — Por que tem tanto medo de mim?
— Porque você é diferente.
— E você me quer.
Hermione começou a tremer. O calor irradiou-se por seu corpo, como uma carícia.
— Não quero ninguém — retorquiu, com voz sumida. Harry segurou-lhe as mãos e depositou um beijo em cada palma. Seus olhos a tranqüilizavam: Não tenha medo. Ele guiou suas mãos trêmulas até o peito largo. Sob seus dedos, Hermione sentiu os pêlos macios e a carne firme. Harry fechou os olhos. Ela retirou a mão depressa e cruzou os braços, procurando se recompor.
— Isso não é certo, Harry. Eu não deveria…
— Uma ova que não deveria!
Curvando-se, ele escondeu o rosto entre as mãos. O olhar tímido de Hermione pousou na calça dele. Por baixo do jeans, a extensão do desejo de Harry era inequívoca.
Nenhum homem jamais a desejara. O estuprador que a atacara tivera um ímpeto puramente animal, muito diferente da paixão que Harry agora nutria por ela.
— Isso não poderia acontecer, Hermione. Como acha que me sinto? Não estou muito melhor que você, eu garanto.
Ela teve vontade de tocá-lo. Crispou as mãos, impotente.
Harry levantou-se e apanhou a flauta. Recostado à parede, começou a tocar. Uma melodia quente, impetuosa, que falava do conflito que ela própria estava vivendo naquele momento.
Hermione afundou no sofá e cerrou as pálpebras. Isso não impediu que uma sucessão de imagens desfilassem diante de seus olhos fechados. Eram imagens poéticas, eróticas, belas. Viu as mãos de Harry em seu corpo nu. As mãos acariciavam-lhe os seios, enquanto seus lábios se uniam num beijo tortuoso de paixão. Hermione sentiu um arrepio quando as mãos fortes tocaram seu sexo. Então abriu-se totalmente para Harry, e o prazer que nascia dentro dela elevou-se a um grau inimaginável, até conduzi-la a um orgasmo cheio de texturas, cores, sons e cheiros que a mente humana jamais poderia descrever.


N/A: AI MEU DEUS, QUE HOMEM É ESSE??? COMO ELE CONSEGUE FAZER UMA MULHER CHEGAR AO ORGASMO ATRAVÉS DE UMA MÚSICA??? E AQUELA MASSAGEM... AIAIAI, COMO EU QUERIA UMA MASSAGEM DAQUELAS!!! HUAUAHUAHAUAAUAHUAU

E OS ERROS DELE NA HORA DE FALAR? NÃO É A COISA MAIS FOFA DO MUNDO? “Eu poderia comer um foi inteiro.” QUE COISINHA LINDA.... MAS E AGORA ? PQ ELE TEM DIFICULDADES ESQUISITAS COM O IDIOMA?

E O DRACO??? MAL-EDUCADO E MAL-AGRADECIDO! TADINHO, EU GOSTO TANTO DELE... MAS NÃO RESISTI A FAZER ELE POBRE, PESCADOR E COM CINCO FILHOS PRA CRIAR.... ACHO QUE É A VISÃO MAIS BIZARRA DO DRACO QUE EU JÁ TIVE NA VIDA!!!
“— Cinco filhos? Aquele sujeito? A mulher dele devia ser canonizada por deixá-lo tocá-la. Ele fede.” (CHOREI DE RIR QUANDO O HARRY DISSE ISSO....)

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS PARA:

PAULA POTTER: Eu imagino que deva ser a pior coisa que pode acontecer na vida de uma mulher é ter medo de homem!!! Huabuahuaahuaaua. Imagina, logo eles que são uma das melhores coisas da vida??? Ainda mais desse tipo, alto, moreno, forte, olhos verdes.... Aiaiaiai.... Só de pensar, morro de inveja dela! Ainda mais depois dessa massagem aí do capítulo 3!!!

Andréa Pismel da Silva: Obrigada por ter me desejado uma ótima semana pq ela foi mto boa msm!!! Eu tb acho lindo essa comunicação visual que ele consegue realizar. Queria um desses pra mim! Quanto ao segredo dele.... Bom, isso já é uma longa estória... Continua acompanhando, viu?

Amor: Atualizo todo domingo, pode ser feriado e até msm Carnaval (Até pq não viajei por causa da chuva q tah caindo aqui, desanimei.... = P). As gracinhas do Harry são as melhores neh...Espero que o capítulo 3 tenha compensado sua ansiedade! Pessoalmente, é um dos que eu mais gosto!

Robert’s: Se vc gostou do capítulo 2, acredito que vai gostar ainda mais do 3! A mione tah traumatizada, mas eu acho q o Harry vai conseguir dar um jeito nisso, neh? Conto com vc na semana q vem!

Adriana Paiva: Leitora nova?? Sempre bem-vinda!!! Como vc já deve saber atualizo todo domingo! Também acho o Harry tudo de bom! Conto com vc nos próximos capítulos!

Jéssy Nefertari: Bom, eu ia te dizer q o final era feliz (complicado, mas feliz!), mas já q vc leu o final, gostou??? Eu achei tão lindo.... Mas queria saber, vc leu o livro todo ou só o final??? Conto com vc nos próximos capítulos hein...

Tata: Como é que ele conseguiu reproduzir a música assim???? Só Deus sabe neh... Eu tb acho q não deve ser legal viver tanto tempo sozinha como ela vive... mas fazer o q neh... Nada que o nosso moreno não possa dar um jeito! Dormir abraçada com uma arma??? Deus me livre!! Que perigo! Espero que tenha curtido o capítulo 3... A gente se fala na semana q vem!

Gabrielli Oliveira: Um músico, o Harry??? Hummmm, acho q não! Bom, eu acho q se tivesse sido eu q convivêsse com uma tentativa de estrupo, também seria meio cismada com homens.... Mas um homem como esse me tiraria qualquer trauma!

N/A2: Aos meus leitores fantasminhas, q não comentaram, mto obrigada tb e espero q tenham gostado bastante do capítulo 3!!! Tanto q também passem a deixar seus recadinhos que são mto importantes pra mim.... Preciso saber se a fic tah agradando! Conto com vcs!

GOSTARIA DE FAZER UM CONVITE ESPECIAL A TODOS:

CONHEÇAM MINHA NOVA ADAPTAÇÃO, “O Amuleto” É UM LIVRO DA NORA ROBERTS, UMA ESTÓRIA ENCANTADORA E EU GARANTO QUE VOCÊS VÃO GOSTAR.

http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=26392

TÔ ESPERANDO VCS E MUITOS OUTROS POR LÁ HEIN.... BEIJOS PARA TODOS E ATÉ SEMANA QUE VEM!

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