De volta ao Beco
Agosto passou como uma leve brisa, faltava agora apenas uma semana para a esperada volta a escola. Na manhã de sábado a Srª. Weasley acordou todos bem cedo para irem ao Beco Diagonal comprar o que havia sido pedido na lista de material enviada pela escola.
- Vamos logo, vamos logo... - disse uma apressada Srª Weasley - Vamos hoje ao Beco Diagonal para não deixarmos tudo para cima da hora.
- Molly, calma... - falou o Sr. Weasley se espreguiçando e tomando um gole de café - hoje é sábado, não é dia de ter pressa.
- Ai, não vejo a hora de ver o Beco Diagonal como era antes - disse Hermione.
- Mamãe preciso de novas vestes a rigor - falou Gina analisando sua lista de material.
- Vestes a rigor... - disse Rony pensativo - que desastre...
- Acontece, Rony, que todos nós precisamos de vestes a rigor. Está aqui na sua lista também - disse Gina passando para Rony sua lista de material.
- É, e é para o primeiro dia de aula - falou Harry - estranho...
- Esta tudo muito bem, mas vamos logo, terminem logo de comer e vamos - retrucou a Srª Weasley mais uma vez.
Eles terminaram de comer, saíram para o jardim e ali desaparataram para o Caldeirão Furado a estalagem visivel apenas aos bruxos em Londres. Foram para a parte de trás do bar, onde Tom o estalajadeiro deixava as latas de lixo e com um toque de varinha em um determinado tijolo o Sr. Weasley abriu o portal para o Beco Diagonal.
O Beco Diagonal estava diferente desde a última vez que Harry, Rony e Hermione estiveram ali com o duende Grampo, antes de arrombarem o Gringotes o banco doa bruxos e fugirem montados em um dragão. Não haviam mais barracas desmanteladas, não haviam mais pessoas mendigando, não haviam mais táboas nas janelas das lojas. Tudo estava como no primeiro dia em que Harry vira o Beco, com suas lojas coloridas, pessoas alegres conversando interessadas, crianças paradas nas vitrines, todo tipo de gente passando para lá e para cá com montes de sacolas.
- Hermione, querida, se quiser pode ir a loja do Olivaras para comprar uma nova varinha - disse a Srª Weasley.
- Ok. Eu vou com você Mione - disse Rony.
- Eu e o Harry vamos a Florean e Fortescue - disse Gina puxando Harry pela mão.
- Muito bem, então Rony, tome já leve o dinheiro para comprar suas vestes e seus livros - disse o Sr. Weasley. E entregou a Rony uma bolsinha cheia de ouro. A situação financeira da família Weasley tinha melhorado muito desde a promoção do Sr. Weasley, agora eles não tinham mais que comprar livros e roupas de segunda mão. - acho que isso dá. Eu e Molly vamos a Floreios e Borrões comprar os livros de Gina. Quer que compremos os seus também Harry?
- Ah, sim obrigado Sr. Weasley, se não for incomodar...
- Imagine querido, só não esqueça de passar no Boticário para comprar seus ingredientes de poções e em Madame Malkin com Rony para comprar suas vestes - disse a Srª. Weasley.
Harry, Rony, Hermione e Gina saíram então em direção de Madame Malkin. Chegaram na loja e logo foram atendidos. Quando as medidas de Rony estavam sendo tiradas Hermione olhou pela janela da loja:
- Olhem só, é o Draco e a mãe dele - exclamou.
- E cadê o pai? - indagou Rony - Ai! - exclamou quando Madame Malkin o espetou com uma agulha que usava para fazer ajustes nas roupas.
- Pare de se mexer querido - disse ela bondosamente - e vocês por favor se afastem da janela, antes que o Sr. Malfoy os veja aqui, não quero outra confusão na minha loja.
- Não se preocupe, não vai acontecer nada, agora não há mais motivos - disse Harry observando Draco e a mãe entrarem na Floreios e Borrões.
- O Lucius voltou para Azkaban, então? - perguntou Hermione
- É deu no Profeta, vocês não viram? - respondeu Gina - Bem, era o mínimo que poderia acontecer.
- Pronto querido - avisou Madame Malkin fazendo os últimos ajustes nas vestes de Rony com a varinha - vai levar essas mesmo?
- Ah, vou sim, ficaram muito boas. Pelo menos essas não tem babados e eu acho que o azul combina comigo. - disse ele comtemplando sua imagem no espelho.
- Muito bem. Quem será o próximo? - perguntou Madame Malkin
- Ah, pode ser eu? - Hermione levantou a mão em um gesto muito seu
Eles passaram um bom tempo dentro da loja e quando saíram os quatro carregavam grandes sacolas com vestes a rigor e para a escola.
- Bem, agora tenho que ir ao Olivaras, ele disse que faria uma varinha sob medida para mim - falou Hermione olhando esperançosa para Rony.
- Bem, então vamos - disse ele correspondendo ao seu olhar.
- Então eu e o Harry vamos dar uma passada em Florean e Fortescue - disse Gina puxando Harry pela mão.
- Nos encontramos, ãh, daqui meia hora então? Na Floreios? - perguntou Harry
- OK! - disseram Rony e Hermione em unissono e saíram na direção oposta da de Harry e Gina.
A meia hora que Harry passou com Gina tomando um grande sunday de pistache com cobertura de feijõezinhos de todos os sabores lembraram muito as tardes que passaram juntos em Hogwarts, em cantos isolados da propriedade. Tardes agradáveis em que eles falavam besteira, davam risada, simplesmente aproveitavam a companhia um do outro.
Sentados ali eles foram cumprimentados por vários colegas de Hogwarts que também faziam as compras de material, Simas Finnigan e sua mãe - que Harry reconheceu da Copa Mundial de Quadribol em seu quarto ano de estudo - estavam cheios de sacolas e pacotes e sentaram na mesa ao lado deles. Ficaram ali por apenas dez minutos, ao que Simas informou que tinham que sair correndo, pois ainda iriam comprar uma vassoura nova para ele. Parecia que após toda a confusão do último ano as pessoas tinham voltado a sua vida normal, também passaram por ali: Luna e seu pai – Xenofílio -, Dino Thomas e Neville que agora estava muito mais parecido com o menino de rosto redondo que Harry conhecera anos atrás – Ah, é... Minha avó tem cuidado exageradamente dos machucados que consegui no último ano, não posso reclamar – disse ele quando Gina comentou sua boa aparência.
Passada a meia hora Harry e Gina se encontraram com o Sr. e a Srª. Weasley, Rony e Hermione na Floreios e Borrões.
- Encontramos Narcisa e Draco Malfoy durante nossa caminhada – disse a Srª Weasley.
- É, e até que eles foram educados – informou o Sr. Weasley – pelo menos, ela não nos amaldiçoou – riu-se ele.
- Ora, Arthur, isso não tem graça – advertiu a Srª Weasley vendo os garotos rirem.
- Me desculpe, Molly. E então, vamos passar na loja de Fred e Jorge antes de irmos para casa?
- Ah, claro! - Exclamou Hermione – Estava mesmo querendo comprar um mini-pufe.
- Nada disso! - Interveio Rony, e Hermione se assustou com a reação do rapaz – Eu não vou deixar você colocar a vida do coitado do mini-pufe em risco.
- Como assim colocar a vida dele em risco? - perguntou Harry intrigado, Hermione olhava para Rony com ar de incredulidade.
- Oras, com aquele doido do Bichento a solta, o coitadinho nunca vai ter paz. Sem contar que além dele ser um prato muito suculento para um gato, os dois ainda vão ter que competir para ver quem consegue atrair mais a atenção da Mione – disse Rony, como que colocando um ponto final no assunto.
- Rony, é o Bichento que vai dividir as atenções com o mini-pufe ou você? - perguntou Gina
- Quê? Você, não ouviu o que eu disse?
- Eu ouvi o que você disse – falou Harry – e eu acho que você está com ciúmes do coitado do bicho que ainda nem foi comprado.
- Ah, Arthur, vamos na frente, eu não tenho mais idade para esses assuntos adolescentes – disse a Srª Weasley sorrindo e saiu com o marido pela rua torta.
- Ah, Rony! Você não precisa ter ciúmes – disse Harry apertando as bochechas do amigo como se fosse um bebê – Tenho certeza que a Mione vai saber dividir muito bem o tempo dela entre você, o Bichento, o mini-pufe, os deveres, as horas de estudo, as aulas extras, as ídas à biblioteca... e ah, é claro as revisões dos deveres de casa de nós dois.
- Ah, cala a boca Harry! – disse Rony dando um empurrão no amigo. Harry, Gina e Hermione não se aguentavam de tanto rir, Rony também arriscou um sorriso enquanto desciam a rua em direção a Gemialidades Weasley, mas o vermelhidão nas suas orelhas com certeza não eram reflexo dos cabelos cor de fogo.
As vitrines da loja de Fred e Jorge estavam cheias de pessoas, e pelo que os garotos conseguiram divisar do lado de fora a loja também estava apinhada de gente. A vitrine da direita Harry conseguiu ver por cima da cabeça de algumas crianças estava tomada por objetos laranjas e amarelos –os olhos de Harry arderam quando entraram em contato com o amarelo berrante e ele não conseguiu não pensar no vestido que Luna usara no casamento de Gui e Fleur - que se contorciam, rolavam, quicavam, e andavam de lá para cá batendo uns nos outros aparentemente com vida própria. Eles forçaram entrada pela multidão parada à porta da loja e uma vez dentro foram recepcionados por um Jorge Weasley sorridente, aparentemente o rapaz havia se recuperado bem da perda do irmão gêmeo.
- Oi para vocês!
- Oi – responderam Harry, Rony, Gina e Hermione em unissono.
- E ai, qual é a daquela vitrine amarelona? - perguntou Gina
- Ah-ha! Então vocês ainda não conhecem nossa mais nova sensação? – falou uma voz atrás deles e quando se viraram deram de cara um Percy alegre e jovial – na verdade ele está parecendo dez anos mais jovem sem aquele visual engomadinho – pensou Harry. Percy tinha deixado os cabelos crescerem uns dois dedos e agora eles estavam elegantemente desarrumados espichados para cima – Harry imaginou se Percy teria usado uma porção generosa de algum gel para cabelos de trouxas para deixá-los arrepiados daquela forma.
- Mas o que foi que você fez no cabelo? - perguntou Rony boquiaberto – Está parecendo um porco-espinho.
- Rony! - exclamou Hermione – Ah, não liga Percy, eu gostei, muito mais despojado.
- Obrigado, Mione. Mas eu estava falando que vocês ainda não conhecem nossa mais nova invenção, na verdade minha invenção.
- É, sério? - perguntou Gina – Você inventou alguma coisa?
- Pois é, ele até que leva jeito para a coisa – disse Jorge – só precisa se aprimorar.
- Bem, deixe que eu apresente para vocês – continuou Percy cheio de orgulho – nossos MagiBichos, uam opção divertida e bem mais em conta para as famílias que não podem comprar bichinhos de verdade para seus filhos.
- Hum, e como funcionam? - perguntou Harry.
- É bem simples – disse Percy pegando um dos objetos laranjas de dentro de uma caixa – Bem, enquanto estão dentro da caixa eles são assim, laranjas ou amarelos, podem estar cilindricos, quadrados, triângulares..., bem o importante é que eles praticamente tem vida própria, a partir do momento que eles entram em contato com a pele humana passam a se transformar e a ter a cor do bichinho correspondente – vendo as expressões de incompreensão no rosto de todos Jorg se adiantou para ajudar o irmão com a explicação.
- Olhem só, se vocês o colocarem na palma da mão enquanto ele estiver quadrado ele vai se transformar em um gato, se ele estiver cilindrico se transformará em coruja, se estiver triângular em rato...Entenderam?
- Legal, mas qual é a função? - perguntou Hermione.
- Ora, companhia não é mesmo? - respondeu Percy – Eles fazem as mesmas coisas que um bichinho de verdade faria: a coruja vôa, pia e bica, o gato mia, ronrona, e arranha quem não der atenção para ele, o rato roe qualquer coisa, se esconde e coisas desse tipo.
- Muito legal, genial mesmo, mas a mágica deles não acaba? - Perguntou Gina.
- Bem, por enquanto sabemos que cuidando bem do bichinho ele pode permanecer intacto por uns seis meses – respondeu Percy.
O restante da tarde não poderia ter sido mais divertido, eles compraram varinhas falsas e baralho de trouxa, além de caramelos incha-língua, vomitilhas e nugás sangra-nariz – Nunca se sabe quando vamos precisar matar uma aula estudando em Hogwarts – comentava Rony sempre sob um olhar de desaprovação de Hermione que no fim das contas não conseguiu comprar seu mini-pufe, pois estavam em falta. Quando o sol já estava se pondo no horizonte e o céu adquirira um tom alaranjado a Srª Weasley apressou todos para irem embora.
- Bom retorno à escola – disse Jorge.
- E não infrinjam nenhuma regra – aconselhou Percy sem conseguir se segurar. E assim eles partiram de volta para A Toca.
A semana passou depressa e logo já era manhã do dia 1º de Setembro.
- Vamos logo, vocês estão atrasados. Um carro do Ministério vai nos levar até King's Cross. - Dizia uma impaciente Srª Weasley.
Eles entraram nos dois carros do Ministério, e em dez minutos estavam desembarcando em Londres. Logo que chegaram à estação rumaram para a coluna entre as plataformas 9 e 10, atravessaram-na e se depararam com a locomotiva vermelha que soltava uma densa fumaça entre as pessoas que estavam na plataforma nove e meia. Harry sentiu uma maravilhosa sensação de reencontro, ver a locomotiva parada ali à sua espera o fez perceber realmente pela primeira vez que estava voltando para Hogwarts. Eles se apressaram em entrar no trem e conseguir uma cabine vazia, quando as bagagens já estavam guardadas saíram à janela para se despedir de uma Srª. Weasley chorosa.
- Se cuidem! - dizia ela, as lágrimas escorrendo pelo rosto – Mandem notícias, venham para o Natal, e comportem-se!
Eles acenaram pela janela até a Srª Weasley desaparecer quando o trem fez a primeira curva, depois sentaram-se um de fronte ao outro. Os quatro se olharam, por um momento eles nem puderam acreditar que estavam no Expresso de Hogwarts novamente, então Rony quebrou o silêncio:
- E lá vamos nós denovo! - disse rindo – E aí, quem topa uma partida de Snap Explosivo?
Gente, terminei o cap. 7, espero que vocês gostem, e á todos que acompanham minha fic: obrigada pela paciência!!!
Mil bjos Potterianos
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!