Tudo novo denovo



O tempo estava instável. Enquanto o trem se deslocava em direção a Hogwarts eles passavam por trechos de sol, e outros em que as nuvens faziam parecer que já havia anoitecido. O carrinho de comida passou depois de uma hora de viagem, altura em que eles já estavam mortos de fome. Compraram de tudo um pouco: sapos de chocolate, feijõezinhos de todos os sabores, bolos de caldeirão e suco de abóbora. Quinze minutos depois de comerem Luna e Neville apareceram à porta da cabine.

- Oi pessoal! - cumprimentou Neville com um aceno.

- Olá! - disse Luna sonhadora.

- Ah, aí estão vocês... - disse Gina - pensei que não iam aparecer antes de chegarmos a Hogwarts.

- Bom, tivemos um pequeno contra-tempo. - Neville falou olhando para os pés.

- Não foi um contra-tempo, foi até muito legal. As pessoas não costumavam falar comigo assim antes. - disse Luna parecendo fascinada.

- Mas, o que foi que aconteceu? - perguntou Hermione impaciente.

- Bom, sabe, as pessoas pararam para nos cumprimentar... - explicou Neville sem jeito.

- Principalmente o Neville, todo mundo sabe que foi ele quem matou a cobra. Mas, também falaram comigo, me perguntaram se eu estava em Hogwarts no dia da luta, se eu fazia parte da AD. E pareceram querer ser meus amigos. Ninguém nunca tinha falado comigo assim - repetiu ela - geralmente as pessoas simplesmente me ignoram, sabe.

E ali estava mais uma vez o dom de Luna para dizer a verdade nua e crua. Após um breve momento de silêncio, Rony falou para quebrar o clima:

- Bom, agora vocês sabem como é ser Harry Potter.

- É, e eu digo por experiência própria que... ser Harry Potter as vezes não tem a mínima graça. - falou Harry - Não quando existe um cara encanado com a idéia de te matar.

Eles riram. Harry pegou o baralho de trouxas comprado na Gemialidades Weasley e o resto da viagem transcorreu com muitas risadas ao que Harry tentava ensinar a todos como jogar. Quando a noite caiu Hermione alertou a todos que deviam se vestir, pois já deviam estar próximos da escola. E ela tinha razão, quinze minutos depois eles estavam desembarcando na estação de Hogsmead. Avistaram Hagrid a caminho das carruagens que os levariam até o castelo, mas tiveram tempo de apenas um rápido "Olá", pois Hagrid em seguida partiu para o lago com os alunos do primeiro ano.

O Salão Principal estava exatamente como Harry se lembrava dele, exceto pelos nomes gravados em dourado em suas paredes e a pessoa sentada è cadeira do diretor. A Profª McGonagall estava sentada ereta e exalando sua conhecida aura de autoridade, mas ainda assim parecia um pouco desconfortável, parecia que aquela cadeira dourada de espaldar alto não era tão aconchegante para ela quanto fora para Dumbledore. E a mudança no quadro doscente não parava por aí. Haviam dois rostos novos na mesa dos professores que Harry certamente não conhecia, uma mulher de rosto bonito, cabelos negros tão lisos que mal ficavam presos no alto de sua cabeça, onde ela tentara prendê-los num rabo de cavalo, sua pele tinha um tom bronzeado bonito e seus olhos eram amêndoados. Havia também um homem baixo e magro, com uma pequena corcunda, usava óculos redondos como os de Harry porém, Harry percebeu, com lentes muito mais grossas que as dele sobre um nariz pequeno demais. O homem também parecia um pouco ancioso, conversava avidamente com a Profª Sprout e gesticulava muito ao falar, tinha os cabelos louros, olhos azuis muito vivos e parecia jovem embora cansado.

Após todos se acomodarem, Hagrid adentrou o Salão Principal com a fila de crianças habitual que seriam selecionadas pelo chapéu seletor. Hagrid colocou o banquinho no chão encimado pelo chapéu de modo que todos pudessem vê-lo, de repente um rasgo se abriu na base do chapéu como uma boca e ele pôs-se a cantar.

Há muito tempo atrás
Foi me incumbida uma tarefa
A de separá-los por suas qualidades
Muitos séculos se passaram
Muitos pensamentos eu ouvi
Muitos amigos se separam
Quando sobem até aqui
Muitas vezes eu os alertei
Quando senti o perigo chegar
E os meus conselhos eu não medirei
Quando eu o sentir se aproximar
Felizmente todos sempre me ouviram
E sei que juntos sempre estarão
Pois por Hogwarts sempre sentirão
Uma grande e eterna gratidão
E agora que estamos aqui novamente
Nesta tão pura e leal união
Eu agora lhes afirmo abertamente
Em Hogwarts não haverá mais seleção

O chapéu silenciou. Aqui e ali as pessoas murmuravam. Como assim não haverá mais seleção? Pensou Harry. Não fazia sentido. Hagrid chamou o primeiro nome: Adersen, Yuka. O pequeno menino se sentou no banquinho, Hagrid colocou o chapéu seletor em sua cabeça que perguntou:

- Para que casa você gostaria de ir? - Ao que o menino respondeu:

- Eu não sei. Não me acho corajoso, nem tampouco inteligente. Mas não quero ir para Sonserina - disse suplicante.

- Acho que o melhor para você então seria a casa de Hufflepuff - disse o chapéu seletor - mas só o mandarei para lá, se assim você me pedir.

- É, é isso, quero ser da Lufa-Lufa - informou o menino num sussurro apenas para o chapéu.

- Então será, LUFA-LUFA! - gritou o chapéu.

- Ah...acho que de certo modo, a pessoa sempre acaba escolhendo para que casa quer ir - disse Hermione.

- Bom, isso não faz realmente sentido, eu não escolhi para que casa queria ir quando cheguei aqui - informou Rony em voz baixa enquanto a seleção prosseguia.

- Ah não? Tem certeza Rony? - perguntou Hermione - Você não desejava realmente entrar na Grifinória, uma vez que toda a sua família pertenceu à casa?

- Bom, sim, desejava.

- Pois bem, na verdade eu acho que ele sempre levou em consideração o que a pessoa quer - informou Hermione finalizando a conversa.

Quando todos os alunos já estavam acomodados nas mesas de sua casas correspondentes a Profª McGonagall se levantou simplesmente para dizer:

- Bom apetite!

E Harry viu como era bom voltar à escola. O barulho tão familiar dos pratos se enchendo e se esvaziando. A comida deliciosa preparada pelos elfos. As conversas dos colegas. A vista do Salão Principal cheio e transbordando familiaridade. Quando todos estavam cheios e satisfeitos pelo incrível banquete, a Profª McGonagall se levantou e imediatamente o Salão silenciou. Era a primeira vez que McGonagall iria fazer o discurso de início do ano letivo no lugar de Dumbledore e todos estavam anciosos para ouvir.

- Alunos do primeiro ano - começou ela - sejam bem-vindos. Veteranos, um bom retorno. Gostaria de avisar aos novos alunos que a Floresta que se encontra nos terrenos da escola é proíbida à todos. Gostaria de avisar a todos que este ano estamos formulando um torneio entre as casas de Hogwarts em que esperamos promover a amizade entre todos...

- Se isso significa ficarmos amigos do pessoal da Sonserina, eu estou fora do tal torneio - cochichou Rony.

- Cala a boca, Rony - ralhou Hermione.

- Os professores darão maiores informações sobre o acontecimento no decorrer do trimestre - continuou McGonagall - Quero apresentar a vocês também nossa nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas, a Profª Anna Ynawata - e a bruxa de longos cabelos lisos se levantou com um grande sorriso - e também como o Profº Slughorn decidiu proceder com sua aposentadoria, gostaria de lhes apresentar nosso novo mestre das poções, o Profº Adalberto Dimpsy - o homem de óculos redondos e nariz pequeno se levantou e deu um aceno nervoso para os estudantes que aplaudiam - Agora, acredito que todos estejam querendo colocar as novidades em dia, que creio eu sejam muitas, então podem subir para os seus dormitórios e por favor, fiquem atentos ao quadro de avisos de suas salas comunais.

Os alunos se levantaram com estrondo e seguiram conversando a caminho de suas casas.

- O que será que ela quis dizer com "fiquem atentos ao quadro de avisos"? - perguntou Rony um pouco sonolento enquanto caminhavam para a torre da Grifinória.

- Bom, exatamente o que ela disse não é? - perguntou Hermione - Para ficarmos atentos ao quadro de avisos, provavelmente por causa desse novo torneio entre casas.

- Qual é a senha? - perguntou Harry quando chegaram ao retrato da Mulher Gorda.

- Hum... Não sei. - respondeu Hermione.

- É... Armada de Dumbledore - disse uma voz atrás deles, eles se viraram e depararam com Gina, um grande distintivo de Monitora Chefe brilhando em seu peito.

- Mas, o que é isso? Por que não nos contou? - perguntou Harry.

- Bom, não queria que vocês ficassem me zoando - respondeu ela um pouco sem graça - e se zoarem não fiquem pensando que só porque sou monitora que não vou azarar vocês.

- Não se preocupa, já passamos por isso - disse Rony - não vamor zoar ninguém. Não na sua frente - terminou num cochicho enquanto passavam pelo buraco do retrato.

A sala comunal da Grifinória estava como Harry se lembrava. As poltronas dispostas aqui e ali, as mesas de madeira, o fogo esperto crepitando na lareira, porém havia uma grande agitação em frante ao quadro de avisos.

- Ah, bom pelo menos já sabemos para que são os trajes a rigor - disse Hermione.

E Harry viu por cima das cabeças dos alunos menores um grande aviso fixado:


GRANDE BAILE DE INÍCIO DO ANO LETIVO

- Baile de início de ano letivo? - perguntou Rony - Como assim? Nunca tivemos um baile de início de ano letivo.

- Ano novo, coisas novas - concluiu Harry olhando o aviso.




Pois é gente, ta dificil, mas eu não abandonei as minha fic não.... em breve o cap 9

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