N'A Toca



O jantar n’A Toca depois dos funerais foi muito bem vindo, ninguém estava exatamente bem, mas a comida como sempre saborosa da Srª. Weasley fez com que todos se animassem um pouco mais.

- Molly, Arthur, infelizmente tenho que ir. – disse Kingsley após terminar um pedaço da torta de maça servida como sobremesa. – Temos muita coisa para arrumar, há muito que se fazer dentro do Ministério agora, vamos deixar a casa em ordem, entendem.

- Claro, Kim, não se preocupe. – respondeu a Srª. Weasley.

- Ah, Arthur, não é necessário que compareça ao trabalho amanhã, pode tirar o dia de folga, sua família merece passar um tempo junta neste momento. – informou Kingsley.

- Ah, obrigado Kim. – respondeu o Sr. Weasley.

- À propósito Arthur, você foi promovido à chefe do Departamento de Controle do Uso Indevido da Magia, soubemos que Mafalda Hopkirk não estava sob efeito da Maldição Imperius e que apoiou Voldemort por vontade própria então, foi deposta do cargo... Que eu espero que você aceite, é claro! – Concluiu rapidamente antes que o Sr. Weasley pudesse recusar.

- Ora, parabéns Arthur! – Disseram Hagrid e McGonagall juntos olhando para um Sr. Weasley muito emocionado.

- Não precisa agradecer Arthur – disse Kingsley ao ver que o Sr. Weasley mal conseguia falar enquanto recebia abraços de todos – é apenas o reconhecimento que você merece... E claro uma regalia por ser membro da Ordem e amigo do novo Ministro. – Completou em um cochicho.
“Bem tenho que ir, boa noite a todos e obrigado pelo ótimo jantar Molly”.

- Ah, Kingsley, não quero incomodar, mas será que poderia dispor de um dos carros para que nos levem de volta até Hogwarts? – perguntou Flitwick.

- Claro, não era necessário pedir, um dos motoristas os levarão de volta em minutos. – respondeu Kingsley.

- Bem, então é melhor irmos também – disse McGonagall – vamos Hagrid. Molly obrigado pelo jantar e espero que todos fiquem bem.

- Ah, obrigada Minerva, fique bem também.

- Tchau Harry, Rony, Mione! – exclamou Hagrid.

- Tchau Hagrid! – responderam os três juntos.

- Bem, adeus, adeus. – esganiçou-se Flitwick.

A família Weasley, Harry e Hermione acompanharam os amigos até o jardim de onde viram os carros partirem, um em direção a Hogwarts e os outros em direção ao Ministério. Ninguém queria conversar muito naquela noite, então assim que ajudaram a Srª. Weasley a arrumar cozinha cheia de louça suja Harry, Rony e Hermione foram se deitar sem mais palavras.

O clima n’A Toca nunca foi tão pesado, a volta de Percy não amenizara a perda de Fred e apenas dois dias após os funerais é que houve uma conversa de verdade entre os habitantes da casa.

- Acho que já está na hora de desfazer o feitiço que lancei nos meus pais – disse Hermione durante o café.

- Hermione! – exclamou Rony e ela deixou cair o garfo com o qual comia bacon – Caramba, eu até tinha me esquecido.

- Pois é, mas eu não esqueci – disse ela.

- Mas como vamos chegar até a Austrália? – perguntou Rony – Nós não temos exatamente muito dinheiro, temos?

- Como assim nós? – perguntou a garota – Eu vou sozinha.

- Sozinha Mione? Acha mesmo que depois de tudo que passamos juntos, vamos deixar você ir sozinha até a Austrália? – perguntou Harry.

- Bem, é que eu achei que tinha de fazer isso sozinha.

- Se você quiser fazer isso sozinha nós iremos entender, mas caso contrario iremos com você. – disse Rony.

- Bem, entre ir para um país sozinha ou acompanhada dos amigos, é claro que prefiro ir com os amigos.

- Então está decidido, iremos os três, mas temos que ir e voltar antes do começo das aulas. – disse Harry.

- Que aulas? – perguntou Rony.

- Oras, 1º de Setembro, início das aulas em Hogwarts. – disse Harry com ar de que a resposta era óbvia.

- Harry, nós abandonamos Hogwarts – disse Hermione.

- Hermione, foi uma situação de emergência, temos que concluir nossa educação – disse Harry em tom conclusivo.

- Harry não vão nos aceitar de volta.

- E como é que você sabe disso Mione? – perguntou Rony – Por acaso leu em “Hogwarts – uma história”?

- Ah... Na verdade não. – respondeu ela.

- Bom, então... – disse Harry – deveríamos tentar, não é? Bem, não é que eu não esteja cansado de vocês, afinal são sete anos convivendo com vocês dois e...

- Ah Harry, cala a boca – disse Rony jogando um pedaço de pão no rosto do amigo, e eles riram.

O dia passou como todos os outros n’A Toca, Harry, Rony e Hermione ajudavam a Srª Weasley – que não se recuperara da morte de Fred, mas tomava o cuidado para que não a vissem chorando - nos afazeres de casa e passavam o tempo livre jogando quadribol em duplas com Gina. No final da tarde antes do jantar após uma partida excepcionalmente boa de Hermione, Harry chamou Gina para um canto do jardim, ele trocou um olhar apreensivo com Rony que sorriu e entrou na casa de mãos dadas com Hermione.

- Bem, Sr. Potter aqui estamos nós – disse Gina com um sorriso.

- É, Srtª. Weasley, e como estamos nós? – perguntou ele com um meio sorriso e ar de hilariedade.

- Bom, até onde sei, nós não estamos de jeito nenhum, não é? – ela perguntou.

- É, então acho que temos de resolver esta situação – respondeu ele com um tom quase de lamentação. – Gina, depois de tudo que passamos percebi que nada me fez mais falta do que você neste último ano. Sei que preciso de você agora, mais do que jamais precisei, mas...

- Não me venha com “mas” Harry Potter, eu passei um ano infernal, voltei para Hogwarts sem você, cumpri detenções por ser leal à você, pensei em você durante todos os dias e todas as noites morta de preocupação por não ter notícias suas. Finalmente nós temos a chance de ter uma vida normal, bem não exatamente normal... Afinal você foi de O-menino-que-sobreviveu para O Eleito e depois para O-cara-que-derrubou-Voldemort, então...

- O-cara-que-derrubou-Voldemort? – interrompeu-a Harry - De onde você tirou isso, acabou de inventar não foi? – perguntou rindo.

- Isso não vem ao caso, o negócio é que você sempre será uma celebridade, mas finalmente não tem ninguém querendo matar o meu namorado e você me vem com “mas”! – falou ela exasperada.

Ele sorriu.

- Não precisa dizer mais nada, você acaba de responder às minhas perguntas.

- Assim espero. E então, você vai tomar uma atitude ou eu vou ter que pedir...

E ele a beijou, e tentou colocar naquele beijo tudo o que sentia, toda a saudade, todo o carinho, todo agradecimento.

No jantar quando informaram que estavam planejando ir à Austrália para resgatar os pais de Hermione o Sr. Weasley insistiu que o Ministério se encarregaria disso e que Kingsley não se importaria de dispor de dois ou três funcionários para irem buscar os pais de um membro da Ordem. E os três acabaram concordando em deixar que o Sr. Weasley e o Ministério se encarregassem disso.

- Ah, e também temos que enviar uma coruja à Hogwarts para pedir nossa readmissão. – informou Rony.

- Muito bem Rony! – exclamou a Srª Weasley – Ah, queridos que ótimo ouvir isso, vocês querem voltar para a escola!

- Ora, muito bem mesmo – disse o Sr. Weasley – vou solicitar ao próprio Kingsley para que escreva as cartas solicitando a readmissão dos três. Duvido que Minerva não aprove. Amanhã mesmo os pedidos serão expedidos.

O resto do jantar foi descontraído, todos comeram e beberam e conversaram muito. E mais tarde Harry, Rony e Hermione foram se deitar ansiosos com a expectativa de que a resposta para a solicitação de suas readmissões fosse positiva.

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