O sonho de Hermione



"Hermione brigava mais uma vez com Harry, como de costume, depois saia de casa e ficava andando na neve, ia ao parque ou qualquer coisa do gênero, dessa vez, já estava escuro. Hermione segue correndo sem rumo pela cidade. Suas pernas param de corresponder aos comandos e ela se debruça, procurando descansar um pouco.

Ela olhou para o fim da rua e viu uma silhueta. Poderia julgar ser um sinistro, ou qualquer comensal idiota. Ela não sabia porque, mas o medo havia invadido seu corpo. Talvez por não conseguir correr. Harry já havia saido de casa em busca dela, mas estava indo no sentido contrário. O medo se apoderara do corpo de Hermione. Será que era porque aquela silhueta sinistra estava se aproximando dela? Ela não tinha reação, não conseguia mexer um músculo, sua visão foi escurecendo e acordou em um lugar imundo.

– Parece que você acordou Granger.

– O que você quer Voldemort?

– Testar meus poderes. Crucio

Hermione se contorceu, mas não emitiu um som sequer.

– Vamos sangue ruim, sofra. Crucio

– Não vou me rebaixar ao seu nível – falou ela com dificuldade.

– Como consegue resistir ao crucio do mestre das trevas?

– Acha mesmo que você é tão grande assim?

Hermione estava presa à parede, com as mãos acima da cabeça, presas com correntes grossas e enfeitiçadas. Sua cabeça pendia.

– Como ousa...? Ora ora, se não é o Potter... Parece que ele achou nosso esconderijo.

''Não Harry, fica ai, não vem, é uma armadilha! Fica ai! eu me viro sozinha!" Foi o que ela conseguiu pensar, desejou do fundo da alma que Harry não entrasse ali. Mas como sempre, Harry, teimoso o suficiente para rastrear a presença de Hermione.

– O que foi Granger? Preocupada com o namoradinho.

Hermione o fuzilou com o olhar
.
Harry invadiu o lugar arfando. Havia corrido mais do que conseguia pra tirar Hermione dali.

– Ora ora Potter

– Afaste-se... dela...

– Não. Crucio

Hermione começou a fazer caretas e Voldemort ria feito louco. Harry apontou a varinha para ele.

– Avada Kedavra – Voldemort foi mais rápido, acertou o peito de Harry.
Hermione gritou desesperada ao ver o corpo de Harry no chão, inerte. Tudo foi perdendo o foco..."


Hermione acordou gritando feito louca, toda suada e com tontura. Ela se sentou na cama e viu Rony ao lado dela e Harry nos pés da cama

– Que foi Mi? O que houve? – perguntou Rony, porque se Harry perguntasse ela ia ser grossa.

– Eu... eu tive um pesadelo... Pareceu tão real...

– O que você sonhou? – perguntou Rony. Ela não havia percebido a presença de Harry ainda, só ouvia a voz de Rony, tudo estava embassado.

Aos poucos sua visão foi clareando, ela viu Harry sentado na cama.

Hermione o abraçou tão forte, que Harry nem acreditou e Rony muito menos.

– Que bom que você tá bem! – ela falou entre lágrimas – foi horrível.

– O que foi horrível, me conta – falou Harry.

Ela pareceu despertar de um transe com a voz dele e o largou

imediatamente, voltando sua atenção para Rony, deixando Harry sozinho de novo.

– O que você quer Potter?

– Vim ver se você tava bem.. – falou ele meio cabisbaixo.

– Você num viu que eu to bem? Volta pra sua cama.

Harry nada respondeu, apenas saiu do quarto calado e ficou atrás da porta escutando.

– Hermione, seja mais dócil com ele. Mas fala logo o que você sonhou

– Ele foi muito dócil quando me traiu com a outra né? Eu... Eu sonhei que Voldemort... – Rony estremeceu – Ele...

Ela contou o sonho tentando parecer menos preocupada com o fato de Voldemort ter matado Harry no sonho dela.

– Que horas são? – perguntou ela

– 4:23 – respondeu Rony depois de olhar o relógio de pulso.

– Brigada, pode voltar a dormir, vou tomar um banho, to toda suada.

 Kelly Clarkson - Because of You


Rony concordou e ela entrou no banheiro. Deixou a água gelada escorrer pelo seu corpo e ficou imaginando como o Harry fazia falta, não estava mais suportando. Como queria poder se jogar nos braços dele e dizer o quanto o amava. Mas seu orgulho falava mais alto. Ela saiu do banho, colocou um roupão, ainda de cabelos molhados, foi para a cozinha, fez um chocolate quente e foi para a sala, se sentou na frente da lareira e olhou as cinzas, haviam restos do que um dia, fora uma foto dela e de Harry.

Ela sentiu um aperto tão grande no coração que não pode conter as lágrimas, saiu correndo com a caneca na mão, acabou derrubando tudo no caminho. Largou a caneca em cima da mesa e encostou na parede, deslizou até o chão, abraçou os joelhos e chorou, chorou como um bebê.

– Por que? Por que fez isso Harry? Por que logo eu tinha que ser a horcrux? Por que tinha que acontecer isso comigo? O que fiz pra merecer tudo isso? Não entendo – murmurou ela

Descarregou toda água que tinha no corpo ali. O dia amanheceu e ela ainda estava encostada na parede, chorando. Se levantou e foi deitar, não queria ninguém perguntando o que tinha acontecido. Ela entrou no quarto, ainda com os cabelos molhados, se deitou na cama e abraçou o travesseiro. Encostou em outro travesseiro, lágrimas ainda teimavam em sair dos seus olhos, a dor de cabeça era insuportável, então perdida em pensamentos e lágrimas, ela dormiu.

* * *

Hermione acordou, e novamente levou um susto, seus olhos antes castanhos, estavam pretos.

* * *

Luna escolhia roupas, estava entre um vestido verde limão com desenhos de narguiles nas pontas, uma blusa laranja com um urubu no meio, uma calça preta com vagalumes ou um vestido vermelho com abóboras. Ela girava pelo quarto de braços abertos, olhando para o teto.

– Meu Deus! Esperei tanto por isso! Eu... Vou sair com RONALD WEASLEY! – ela gritou.

* * *

Harry levantou, ainda era quinta feira, sentia-se péssimo, não dormia direito há séculos, sentia vontade de chorar toda vez que Hermione se aproximava. Rony estava muito feliz com o encontro, então nem ousou desanimar o amigo com a sua infelicidade.

Hermione usava sua fic no orkut pra se expressar e desabafar tudo o que sentia, então passava horas e horas na frente do laptop, digitando, e digitando, lendo algumas histórias e achando que sua história pudesse ser assim, mas infelizmente não era. Ela suspirou, cansou de digitar e imaginar como seria a batalha final, como iriam combater o inimigo, como seria tudo daqui pra frente.

Se sentiu imensamente culpada por fazer Harry sofrer tanto, a essa altura já não era possível distinguir quem sofria mais.
Voldemort adorava isso, porque assim descobria as maiores fraquezas de Harry, era Hermione, a garota por quem ele daria a vida. O dia não poderia ser pior. Todos foram dormir cedo, a fim de melhorar a atmosfera pesada que reinava na casa. No outro dia, Hermione acordou decidida a esquecer de Harry.

Saiu da cama, tirou todos os porta retratos do criado mudo, pegou todos os presentes que Harry a deu, tudo que tinha o cheiro dele, tudo que a fazia lembrar dele, juntou tudo e colocou em uma sacola. Amarrou a sacola e selou com um beijo. Jogou a sacola no lixo. Voltou para o quarto e foi tomar banho. Harry levantou depois que ela entrou no banheiro, foi para a cozinha para comer alguma coisa, e a sacola o chamou a atenção, ela exalava o cheiro de Hermione fundido com o dele.

Ele se aproximou e abriu a sacola. Encontrou colares, cartas, anéis, fotos, flores, livros, roupas, lençóis, tudo que era relacionado a ele. Ele sentiu seu estômago dar cambalhotas, tudo ao seu redor girar, seu coração se despedaçar e lágrimas salgadas surgirem em seus olhos. Ele ainda ficou encarando aqueles objetos por alguns segundos, lágrimas insistiam em sair dos seus olhos sem fim.

Ele subiu as escadas devagar e entrou no quarto. Sentiu-se mal, desolado, suas esperanças desceram pelo ralo. "Será que ela já me esqueceu?" era o que ecoava na mente de Harry, sem respostas. Ele se deitou na cama e apoiou a cabeça nas mãos, fitou o teto, e depois de um longo tempo sozinho, chorando e tendo os piores pensamentos como companheiros, ele adormeceu.

O grande dia havia chegado, Rony saltou da cama animado e começou a se preparar, fazer discursos, e etc. O dia transcorreu normalmente, Harry e Hermione naquele clima de sempre... Rony olhou para o relógio, 19:18. Se levantou da cadeira com um bouquet nas mãos e o embrulhinho no bolso. Foi até a casa da garota andando. Ao chegar lá, bateu na porta. Ela abriu a porta sorridente. Estava com uma calça skinny, um scarpin preto com abóboras, uma blusa preta, uma faixa preta também com abóboras e um sobretudo longo, os olhos azuis mais azuis do que o normal, talvez por causa da maquiagem. Rony estava boquiaberto.

– Vamos? – perguntou ela sorrindo

– V-vamos sim... é-é-é... A getne vai an-andando porqueeeeee... A noite tá l-linda.

Luna sorriu e olhou para o céu. Sorriu novamente, abriu os braços e começou a girar, movimento característico de Luna. Rony fez careta, mas a garota nem notou. Caminharam em silêncio até o lugar até agora desconhecido.

– Onde vamos?

– Supresa.

Eles continuaram andando de mãos dadas e pararam na frente de um prédio muito iluminado denominado "roxy"

– Que isso Ron?

– Um cinema

– Que? Depois me chamam de louca quando eu falo de bufadores ou narguilés.

– Cinema é um lugar onde os trouxas assistem filmes, devia saber disso.
Luna sorriu, eles entraram e compraram pipocas.

– Vamos, o filme está começando.

Ela concordou e entraram na sala escura. A tiara e o sapato dela acenderam luzes laranjas.

– Luna! Apaga isso!

– Não posso!

– Por quê?

– Eles acendem no escuro, se tivesse me falado onde a gente ia...

– Fica quieta Luna, daqui a pouco o lanterninha vem encher o saco.

Luna fechou a cara e tirou a tiara.


* * *

 Backstreet boys - Incomplete


Harry foi tentar conversar com Hermione novamente.

– Hermione... Acredita em mim... Eu não fiz por mal... Ela imitou até o seu jeito.

– Já te falei que não quero mais falar com você!

– Mas Hermione, você não entende...? Você não está fazendo mal só pra mim, está fazendo mal a si mesma.

– Você Potter... Só pensa em você! Quem falou que eu estou fazendo mal a mim mesma? Seu estúpido.

– NÃO FALE ASSIM COMIGO! E VOCÊ SABE MUITO BEM QUE TÁ SOFRENDO TANTO QUANTO EU, SE NÃO MAIS.

– NÃO GRITE COMIGO! SEU GROSSO! EU TE ODEIO HARRY POTTER.

Hermione não aguentou ficar ali nem mais um segundo, pegou sua bolsa, o casaco e saiu pelas ruas geladas e brancas. Lá fora estava uma nevasca. A rua estava deserta, e ela continuou correndo sem rumo, os pés afundando na neve, dificultando ainda mais. Harry demorou um pouco para se tocar do perigo que ela corria de novo por culpa dele. Colocou uma blusa e saiu atrás dela, viu pegadas no meio da rua, ele passou a seguir as pegadas, mas um caminhão passou empurrando a neve e apagando todas as pistas que ele tinha.

– DROGA! – ele gritou

Ele continuou seguindo a direção que as pegadas indicavam, chegou em um cruzamento de duas ruas, ele foi para o lado direito, mas ela tinha ido reto. Ela parou de correr, suas pernas não correspondiam mais, então elas fraquejaram quando Hemione viu uma silhueta de alguém nas sombras, ela poderia jurar ser um sinistro. A rua estava escura. Ela só pode ver a silhueta desconhecida de aproximar antes de desmaiar e acordar num lugar imundo e úmido, com Voldemort ao seu lado, a antiga Hermione, que agora tinha o rosto de Voldemort. Hermione estremeceu.

– Com medo Granger?

– Nao! Nunca! O que você quer comigo?

– Ué, você não sabe tudo? Pense

Hermione ficou quieta. Estava claramente preocupada demais para pensar.

– Claro que quero pegar o Potter com isso.

Hermione gelou.

– Ainda vai demorar pra você lutar com ele! Sua transformação não tá completa.

– Não passa de uma semana

– Eu sei seus planos, eles nunca irão funcionar.

– Cala boca sangue ruim.

Hermione o fuzilou com o olhar.

– Não adianta me olhar assim. Olha só, o Potter tá aqui pertinho já.

Hermione desejou profundamente que ele não entrasse ali, Harry fez
exatamente o contrário. Desde que se amaram pela primeira vez, tinham uma ligação muito grande. Ela sentia o que acontecia com ele e vice-versa. "Não harry, não vem!" pensava ela enquanto sentia ele cada vez mais perto. Ela estava presa na parede por correntes grossas e enfeitiçadas, com as mãos acima da cabeça.


* * *

Luna olhava distraida para a tela, passou o filme inteiro pensando em unicórnios saltitantes vestidos com um colan verde limão e as vezes soltava suspiros.

– Luna! Dá pra parar de pensar em bufadores com corpete e assistir o filme? Pára de loucura

– Então é isso que você realmente acha de mim? Uma louca?

– Não Luna, eu não quis dizer isso.

– Mas disse.

– Não Luna...

O cinema inteiro olhava pra eles.

– Mas nada Ronald. Toma essas flores pra você!

Ela jogou o bouquet na cara de Rony e saiu correndo. Rony foi atrás, mas a garota já havia aparatado.

– Lunaaaaaaaa! – ele gritou olhando pro céu deixando vários flocos de neve entrarem em sua boca.


* * *

– É, o seu namoradinho tá vindo pra cá... Te salvar... Como o amor é patético.

– Cala a boca seu monstro! Porque você não desiste logo? Sabe que vai perder.

– É aí que você se engana sangue ruim. Quando só existe uma horcrux, o poder das outras é transferido para a última.

Harry adentrou o local.

– É aí que VOCÊ se engana. Hermione não era a última horcrux, era apenas mais uma delas.

– Ah, Potter, você foi tão incompetente ao ponto de não destruir todas?

– O colar que encontrei no 6º ano não era uma horcrux, ainda existe mais uma além da Hermione.

– Parabéns Potter. Descobriu a minha pegadinha.

Harry sorriu sarcasticamente.

– Você acha mesmo que um dia ainda vai me derrotar? – perguntou Harry com desdém o suficiente pra tirar Voldemort do sério.

– Não, não acho, tenho certeza. Mas antes, eu vou torturar sua amiguinha sangue ruim.

– Cala boca seu imundo! – berrou Hermione

– Como ousa? Não tem medo que eu te mate?

– Não, pelo menos ia ficar longe de você seu monstro.

– Ok, Crucio.

– Pare com isso Voldemort! – gritou Harry da porta – deixe-a em paz e maltrate a mim.

– Por isso que eu digo que o amor enfraquece as pessoas. Olha só o Potter, está se humilhando na minha frente, com os olhos rasos em lágrimas, tisc tisc, patético. Você é tão ridículo Potter – falou ele meneando a cabeça negativamente.

Harry o fuzilou com o olhar.

– Me olhar assim não vai adiantar. Vou maltratar a sua namoradinha mais um pouquinho. Crucio

Hermione sentiu tudo dentro de si se torcer, mas resolveu mostrar que o amor realmente fortalecia as pessoas. Então com o maior esforço ficou imóvel e não soltou um ai.

– Uau – falou ele em tom desdenhoso – como uma sangue ruim faz isso heim Granger?

Ele fez uma careta e se aproximou da garota que transbordava ódio pelos olhos.

– Do mesmo jeito que faço isso! – disse ela dando uma cabeçada nele e um chute no saco.

Ele se prostrou devido a dor e Harry aproveitou a distração.
– CRUCIO! – Harry gritou.

– Accio varinha! – falou Hermione ainda com as mãos amarradas acima da cabeça.

– CRUCIO, CRUCIO, CRUCIO. – Harry falava repetidamente dando risada num tom maléfico – Isso é por fazer mal à mulher que eu amo.

– Sectusempra – falou Hermione enquanto milhares de cortes se abriam na pele cinzenta de Voldemort.

Ela sorriu por dentro ao ouvir que Harry a amava, mas não podia se entregar agora.

Vários comensais começaram a emergir do chão.

– Vamos Hermione! Estamos em desvantagem

A garota se soltou das correntes e os dois aparataram na rua enquanto ainda tinham tempo.

– Ótimo, pra onde fica sua casa? – Perguntou Hermione visto que as placas estavam cobertas e ela não tinha idéia de onde estava, por ter sido arrastada desmaiada.

– Sei lá, mas o que deu nele pra ele resolver atacar sozinho?

– Não sei – respondeu ela friamente e desapareceu.

– Ótimo, ela aparatou e nem me avisou.

Ele também aparatou na entrada de casa e ela descia as escadas com a mala na mão.

 Blink 182 - I Miss You


– Onde você vai?

– Pra um hotel, não quero ficar aqui com você.

– Pára com isso Hermione! – a garota andava em passos largos, Harry corria para a alcançar e a impedia de andar mais rápido. Ela parecia não escutar o que ele falava e simplesmente ignorava, ele a puxou pelo braço – por favor... Eu já te pedi desculpa... Longe de mim você vai correr mais perigo do que se ficar aqui...

– Não me importo! Se eu ficar longe de você vou estar bem – ela respondeu quase gritando.

– Hermione! Pára! Você está nos destruindo! Será que você não enxerga?

– CALA A SUA BOCA! – ela gritou exasperada, a voz dele ecoava em sua cabeça, estava para explodir.

– NÃO! NÃO CALO PORQUE VOCÊ NÃO PENSA NEM EM SI MESMA! SERÁ QUE ATÉ ISSO EU VOU TER QUE FAZER POR VOCÊ? VOCÊ NÃO ESTÁ NEM AÍ PRO QUE EU SINTO OU PENSO NÃO É HERMIONE? VOCÊ É DESPREZÍVEL!

– O-o-o q-que v-vo-cê d-disse? – falou ela com a voz falhada e os olhos rasos em lágrimas.

– Não Mi, não foi o que eu quis dizer... Caramba, eu sou um monstro.

– Mas você disse Potter! Esquece que eu existo ok?

Ela pegou as malas e foi andando em direção a entrada. Rony estava voltando. Ela chorava descontroladamente.

– Mi, o que foi?

– Pergunta pra esse monstro!

Ele a abraçou enquanto via Harry parado na porta, vendo-a partir e chorando silenciosamente.

– O que aconteceu? – ele perguntou movimentando apenas a boca.

– Eu gritei com ela – respondeu ele do mesmo jeito.

– Por quê?

– Depois eu falo.

Hermione continuava abraçada a Rony, nesses últimos dias ele tinha sido sua rocha, a pessoa que ela confiava e contava tudo, lugar que sempre foi de Harry. Rony enfeitiçava as malas para voltarem pra dentro de casa.

– Onde você pensa que vai mocinha? – ele perguntou num tom extremamente amoroso, o tom que Harry sempre usou com ela.

– Vou pra um hotel, quero ficar longe dele.

– Cara, é isso que eu num entendo, num dia vocês estão super bem, felizes e JUNTOS, no outro estão se odiando, se ofendendo constantemente, brigando e fazendo o outro chorar. Eu acabei de ser deixado em um cinema, e nem to assim, a Luna ficou com raiva porque eu chamei ela de louca...

– Rony, com você é diferente, você não a ama desde a primeira vez que a viu. Não sei nem se você ama ela.

– Mas Mi, é exatamente por isso que vocês têm que parar, vocês se AMAM. Vamos, entra logo, eu to congelando.

– Você tem razão Ron, mas eu ainda to muito chateada com ele.

 Ela tinha os olhos inchados, talvez por ter chorado tanto enquanto estava na presença de Voldemort, por mais que não quisesse demonstrar medo, ela não podia evitar que lágrimas saissem dos seus olhos. Harry já havia entrado há muito tempo, tinha cansado de esperar. Rony e Hermione entraram em casa.

– Ué, você não ia pra um hotel? – perguntou ele grossamente

Hermione segurou as lágrimas

– Se você não quiser que eu fique aqui, eu vou...

– Não! a Hermione vai ficar AQUI com a GENTE – falou Rony interrompendo uma nova discussão e uma onda de choros.

– O que deu em você Ron? Deu pra proteger ela agora? Você ama ela por acaso?

– Harry, não, eu...

– Então fica com ela pra você!

Harry sentia-se um lixo, estava morrendo de ciúme do melhor amigo, não sabia nem porque, talvez porque ele estivesse tomando um lugar que sempre foi dele, o lugar de rocha de Hermione, a pessoa que ela confia, e conta tudo, a pessoa que ela sorri ternamente e fala num tom amoroso.

Ele passou por Hermione esbarrando em seu ombro e subiu as escadas de dois em dois degraus. Abriu a porta estupidamente e a bateu com força, o quadro que estava pendurado ao lado da porta de seu quarto caiu no chão. Harry jogou tudo que encontrou na frente no chão.

– DROGA!

Era possível escutar os gritos dele da sala. Hermione e Rony olhavam espantados pra porta.

Harry se jogou na cama e enfiou a cara no travesseiro

– AAHHHHHHHHHHHHHH! – ele gritou abafado pelo travesseiro.

Hermione ainda chorava no ombro de Rony.

– Porque tem que ser assim Ron? Por quê? O que eu fiz pra merecer isso?

– Nada Mi, calma... Vai passar...

Ela chorou mais ainda, aquele era o tom de Harry, o jeito que ele falava com ela quando estava preocupada, era daquele jeito que ele sorria pra ela, e ela geralmente encontrava segurança apenas naqueles olhos verdes, agora encontrava nos azuis de Rony também. Talvez porque ela nunca tivesse prestado atenção neles.

– Tenho minhas dúvidas Ron, isso é um pesadelo...

Ele a abraçou mais forte e de tanto chorar ela dormiu. Rony subiu com ela no colo e a colocou na cama, depositou um beijo terno em sua testa e a cobriu. Logo depois foi falar com Harry, estava preocupado com o amigo. Bateu na porta. Não houve resposta, então ele abriu a porta devagar

– Cara, ce tá acordado?

– Tô Rony...

– Cara, o que deu em você? Porque falou daquele jeito comigo?

– Sei lá, acho que é ciúme, ela tá te tratando do mesmo jeito que me tratava, tenho certeza que você é a pessoa que ela confia agora, é pra você que ela sorri ternamente, e usa o tom amoroso dela, aquele que eu tanto amo, é você que ela abraça como fazia comigo, sei lá, acho que você tá tomando o meu lugar...

– Harry, pára, eu nunca vou tomar o seu lugar, eu sou apenas amigo dela, você é a pessoa que ela ama.

Ele apenas encarou o amigo

– Tá, agora me conta o que aconteceu...

Harry deixou uma lágrima escapar pelos olhos. Ele achava aquilo realmente estranho, ele nunca fora de chorar, e de repente, parece que todas as lágrimas que nunca sairam de seus olhos resolvessem se libertar, era realmente assustador. Harry contou tudo o que aconteceu logo que Rony saiu de casa.

– Também né cara, como você acha que ela se sentiu? Você, a pessoa que ela sempre confiou, que sempre amou, e que nunca tinha levantado a voz com ela, a chamando de desprezível deve ter sido realmente chocante.

– Eu sei Ron, mas sei lá, eu... Fiquei nervoso com tudo o que houve e descontei nela.

– Ela tá muito mal.

– Eu sei.

– E pelo que vejo você também – disse ele olhando ao redor e reparando que mais da metade do quarto estava em pedaços.

Harry o olhou nos olhos.

– Não sei mais o que eu faço, não aguento mais ficar sem falar com ela, isso é terrível.

– Eu sei Harry, dorme e tenta falar com ela, amanhã... SEM GRITAR.

– Ela não vai querer me ouvir

– Tenta

– Ok

– Boa noite Harry

– Boa noite


capítulo particularmente desesperador =S
beijão, comentem e votem.
:*

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