Draco Dormiens Nunquam Titilan



CAPÍTULO TRINTA – Draco Dormiens Nunquam Titilandus







– Eu sempre disse a vocês, – comentou Hermione após Harry lhes relatar tudo o que havia ocorrido. Desde a discussão nas frias masmorras até a calorosa discussão no escritório de Dumbledore. – um professor de Hogwarts é alguém confiável! Se Dumbledore permite que alguém entre para a escola, e porque tem plena confiança!



– Acho que você está se esquecendo de nosso falso professor Moody! – disse Rony sarcástico.



– Rony, não seja idiota! Dumbledore pensava que aquele era Olho-Tonto Moody. – retorquiu a garota com um relâmpago tempestuoso. – E era um belo de um impostor! – Os três estudantes caminhavam nos belos gramados verdejantes do castelo e, rumo a aula de Trato de Criaturas Mágicas eles sentiam a brisa lamber-lhes os cabelos e o aroma floral dos canteiros invadir suas narinas de forma agradável e reconfortante.



– É, você tem razão, Mione. – Harry estava um tanto quanto confuso, novamente ele descobrira sobre o passado de seus pais, e dessa vez ele ficou sabendo que a pessoa por quem mais alimentava rancor dentro dos muros da escola havia salvado a vida de seus pais e conseqüentemente a sua também. Harry sabia que não devia nada a Snape, afinal era ele quem havia pagado sua divida na noite em que salvou os Potters, mas mesmo assim um sentimento de culpa invadia seu peito cada vez que olhava para o céu, ou ficava absorto em pensamentos.



Quando eles chegaram próximos da cabana de Hagrid encontraram a turma já reunida em torno do conhecido picadeiro da Hagrid. Os já também conhecido, Cavalos-do-Lago continuavam a ser estudados e eles já havia chagado a conclusão de que as feras eram apenas carnívoras e que tinham um certo gosto pela carne vermelha. Hoje eles iriam aprender sobre as mutações dos cavalos-do-lago após, seu global bom dia, ele começou a explicar que os cavalos-do-lago normalmente se comportavam de forma semelhante a um bicho-papão, pois assumiam a forma do que mais assustasse sua vítima, mas que, no entanto essas transformações não são tão perfeitas quanto às dos bichos-papões, mesmo porque sua mutações estavam sempre ligadas á tema aquáticos.



– Isso seria ótimo, – comentou Rony desesperado – Uma aranha que sabe nadar... – a voz de Hagrid continuou ao fundo.



– Caso Snape brigue com vocês, não liguem porque ele ainda deve estar muito nervoso. – disse Harry pensando alto com os amigos.



– Quê os cavalos-do-lago têm a ver com Snape?



Escutou-se um som alto, frio e cortante que arrepiou até o gramado do colégio. Todos olharam para o alto a procura de alguma coisa diferente. Harry pressentiu um borrão negro dentro da floresta proibida, mas pensou ter sido uma ilusão.



– O que são aqueles pássaros negros? – perguntou Hermione apontando para o céu. Havia dezenas de pássaros negros rodeando o céu da escola. Novamente escutaram um som alto e frio.



– Devem ser gralhas. – disse Hagrid desconversando. – Só um momento. – Hagrid foi até sua cabana entrou dentro da mesma e permaneceu ali por alguns segundos. Com um estampido imperceptível aos mais desatentos um pássaro fantasmagórico, prateado e translúcido saiu de dentro da cabana de Hagrid pela chaminé e voou como um feitiço até uma das torres do colégio. Hagrid saiu da cabana e voltou para a aula.



– Hagrid! – Hermione estava muito séria. – Isso não são gralhas.



– É óbvio que são, sua sangue-... – começou Nott.



– Você, não se atreva a dizer isso dela. – gritou Rony para Teodoro do outro lado do picadeiro.



– O quê? Que ela é uma sangue-ruim?



– Hei! Vocês dois! – chamou Hagrid – Menos dez pontos para Sonserina e Grifinória!



– Hagrid! – disse Rony chateado.



– Gigante paspalho... – concluiu Teodoro Nott.



Mais uma vez o som foi escutado por qualquer um nos terrenos do castelo, antes que pudessem esperar se proteger ou ao menos gritar. Os pássaros negros começaram a dar rasantes pelo gramado do castelo. Eram como grandes cavalos negros dotados de asas draconianas, eles tinham milhares de dentes finos e longos que lembravam um porco espinho e seus olhos eram vermelhos e tinham pupilas verticais que eram emolduradas por uma pele vermelha e sangrenta que cobria os olhos do bicho. Aquilo não parecia uma criatura normal, parecia uma besta mítica, mas foi quando um dos enormes pássaros passou ao lado de Harry, que ele ficou extremamente nervoso. Em seu dorso, as aves traziam a Marcas Negra, que brilhava vermelha no couro do animal, Guiando o pássaro, havia uma criatura de vestes negras sem rosto ou expressão, apenas um buraco podre no lugar de uma boca e mãos com finos dedos em decomposição, era um Dementador. O pânico havia se instalado no castelo. Era possível ouvir gritos desesperados, ver alunos correndo para o castelo e, jorros coloridos que batiam nos pássaros e ricochetavam no gramado. Das milhares de janelas do castelo, havia alunos e professores que tentavam sem sucesso expulsar as aves horripilantes.



Antes que Harry sacasse a varinha, ele escutou Hagrid assobiar alto e estridente. Uma lufada de vento passou retumbante pelos gramados do colégio como se obedece ao comando do Guarda-caça. Harry virou-se para trás e viu que mais de cem testrálios levantavam vôo de dentro da floresta. Os testrálios sempre tidos como feios pareciam muito belos se comparados aos horripilantes pássaros que atacavam o castelo. Os testrálios ganharam altura e começaram a lutar contra seus oponentes voadores, havia mais de cem testrálios para apenas trinta comensais e sua cavalaria das trevas, mas os horríveis cavalos draconianos pareciam mais fortes que os testrálios de Hogwarts, e um a um os testrálios caiam da batalha, sem ferimentos ou cortes, apenas caiam como se desmaiassem. Harry sabia que de alguma forma os dementadores estavam afetando os testrálios.



Harry ergueu a varinha.



EXPECTO PATRONOUM! – um jorro de luz branco-prateada saiu da ponta da varinha de Harry e formou vários pontos flutuantes prateados, aos poucos um enorme cervo prateado formou-se e correu na direção dos pássaros. O belo patrono corpóreo de Harry encontrou-se no ar com muitos outros patronos provenientes de professores que estavam no castelo. Ao seu lado Hermione conjurou uma bela lontra prateada e do castelo Harry pode ver o patrono em forma de uma fênix irromper da janela da torre em que o pássaro fantasmagórico de Hagrid havia entrado. Das janelas ovais das masmorras, a raposa de Snape galgou junto ao restante dos patronos. Havia mais de vinte patronos reunidos, mas mesmo assim a força dos dementadores parecia não se afetada por patrono nenhum, ele estavam tão bem como se eles nem ali estivessem. Os Dementadores juntos pareciam sugar os patronos até que só restasse uma bruma prateada.



Harry sentiu-se fraco, caiu de joelhos. Hermione ao seu lado tinha a varinha erguida, mas não parecia estar com a força de antes. Rony estava tentando lançar feitiços de estuporamento ou azarações do corte, mas nada parecia atingir os pássaros malditos. Eles começaram a baixar o vôo para aterrisar nos terrenos do castelo. A presença dos dementadores começou a invadir a escola, de forma que todos começaram a sentir muito frio. O ar transformou-se de um morno agradável para o frio congelante do inverno mais rigoroso. Harry de joelhos viu que não havia somente um, mas mais de dois em cada ave, e que mais dementadores desciam em direção ao castelo.



– QUEM OUSA INVADIR OS MUROS DESTA ESCOLA SEM SER CONVIDADO? – Dumbledore descia os degraus da escadaria de pedra que dava acesso ao Saguão de Entrada. O diretor trajava longas vestes azuis que cobria até os seus dedos. Pelo sua mão, uma mão branca e de dedos finos e longos a varinha estava erguida em direção ao grupo de Dementadores que acabava de chegar. Dumbledore sacudiu a varinha uma vez e o gramado do colégio cresceu até atingir um metro de altura, formando uma barreira em volta dos alunos que ainda corriam preocupados. Os Dementadores não ligaram para o que aquele humano desprezível dizia e continuaram flutuando na direção das portas Duplas de Carvalho. Dumbledore parecia não se incomodar. De frente para o castelo ele cantava um encantamento que Harry não entendia uma palavra sequer; sacudindo a varinha continuamente ele não parava de encantar o nada.



–... ADEAMOS ET FILO ERIGE NOSTROUM! DRACO DORMIENS NUNQUAM TITILANDUS! ADEAM ...



Um dementador estava atrás do diretor pronto para lhe dar o beijo maldito, Harry entrou em desespero e se levantou para correr na direção do diretor, quando o garoto começou a corre o alto gramado envolveu-lhe as pernas e ele ficou preso apenas vendo o fim de Dumbledore. Harry caiu em cima do braço e apenas escutou o barulho de seu osso quebrar. Sentiu uma dor lancinante e fechou os olhos.



As mãos do dementador já estavam nos ombros do diretor quando o rugir de um leão foi escutado. O ruminar de um texugo, o sibilar de uma cobra e o pio de uma águia também foram escutados no silencio do nervosismo. Como se o espírito do castelo se depreendesse de seus antigos muros, paredes e escadas de pedra, houve uma revolta. Da mais alta torre do castelo, um jorro de luz colorida começou a formar algo esférico de proporções planetárias. Das janelas das masmorras, um jato de luz verde musgo bateu em cheio nos cavalos draconianos. De uma alta torre no sétimo andar do colégio um jorro de luz vermelha amarrou os dementadores. Mais um jorro amarelo flui de uma janela no primeiro andar e englobou os cavalos draconianos. Por último um tiro de luz azul veio do quarto andar e chutou os grupos de seres das trevas do gramado do colégio. Dumbledore ainda cantarolava em frente às portas da escola e o jorro de luz colorida dividiu-se em quatro: vermelho, verde, amarelo e azul.



Harry olhou para cima e viu que acima de suas cabeças, o céu havia sido encoberto por uma enorme redoma esférica. Não poderia ser de vidro, tampouco de algo líquido. Eles pareciam estar entro de uma gigante bolha de sabão que protegia das mais altas torres do castelo até os confins da Floresta Proibida. Harry sabia que de alguma forma o castelo estava trancado e protegido contra tudo e todos. Ainda sentindo a dor do braço quebrado, ele desmaiou. As ultimas palavras que escutou foi à voz aflita de Madame Pomfrey dizendo que ele devia ser enviado para enfermaria.





Desde o dia em que o castelo havia sido atacado, a redoma ainda não havia sido desfeita. E isso não parecia ser por vontade de Dumbledore ou qualquer outro ali, parecia que o castelo decidia quando era seguro abrir o escudo. E eram todos que comentavam sobre aquela redoma, escudo ou cúpula que havia sido invocada pelo diretor. Não existia um aluno sequer que não passasse próximo as janelas do castelo e se perguntasse por que aquilo ainda estava ali e como Dumbledore havia invocado isso. Muitos diziam que Dumbledore havia conjurado a redoma porque era muito poderoso, mas o palpite que mais agradava a Harry era o de Mione.



– Eu ainda acho que isso é um escudo feito pelos fundadores. Vocês viram que as quatro cores das casas se destacaram no dia do ataque? – disse Hermione para Harry, que fazia uma careta por causa do braço que desde que fora remendado por magia lhe dava incômodas pontadas. – Afinal, eu escutei muito bem o que Dumbledore disse, ele estava proclamando um mantra evocativo. E vocês sabem...



– Não Mione, não sabemos! – disse Rony cansado.



– Os mantras evocativos eram usados na antiguidade para se realizar feitiços. Hoje usamos pequenas palavras, mas no passado era necessário ficar cantando até que o feitiço tivesse efeito.



– Às vezes me espanto com sua sabedoria! – disse Harry.



– Faço só o necessário... – disse sem graça.



– Tá ok! – riu Rony enquanto chagavam até a torre da grifinória depois de um longo e cansativo dia de aulas. A mulher gorda sorria para os três e quando eles chegaram perto e disseram a senha ( Verruga do Javali ) a pintura virou-se para abrir passagem pelo buraco do retrato para que entrassem no salão comunal de Grifinória. Inesperadamente Harry sentiu um peso enorme no pescoço. Ele pôs a mão no peito e lembrou-se que desde o dia do julgamento, jamais havia tirado a medalha da fênix. Rony e Hermione pararam abruptamente diante do buraco do retrato e ficaram olhando para o amigo, mudos. Ele puxou a corrente dourada e a medalha estava brilhando como fogo. Um pequeno rolinho de pergaminho transcendeu-se de dentro da medalha. O pergaminho estava escrito em fina caligrafia verde, era obviamente de Dumbledore. Havia apenas duas palavras escritas: Meu escritório.

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