Os alunos da Pensilvânia
CAPÍTULO 11
Lizie acordou ainda atordoada com todos os acontecimentos do dia anterior. Mas estava se sentindo horrivelmente mal... Não queria ter brigado com Dave. “Eu sou uma idiota mesmo”, pensava a garota. Aquela poderia ter sido a oportunidade perfeita para os dois fazerem as pazes... Mas ela perdera a cabeça quando Caroline Howd entrou na conversa. Mas se lembrou do colar e de D.A.L., o que realmente seria aquele colar? Ou a grifinória andava imaginando coisas, talvez fosse um simples colar e nada mais... Mas isso não era possível. Aquele colar tinha alguma coisa de especial, dava pra sentir. Então uma idéia surgiu na cabeça cheia de caraminholas da bruxa... Ela poderia mostrar o colar para a professora McGonagall, e dizer que uma amiga com quem ela estava brigada lhe deu o colar, e poderia pedir para a professora verificar se não tinha nenhum encantamento ou maldição, a professora não tinha como desconfiar... Vasculhou o dormitório e viu que todas as outras garotas já tinham ido para o Salão Comunal. O mais depressa que pode abriu seu malão e achou bem lá no fundo, escondido, o colar com o pingente de estrela de sete pontas que brilhava feito uma estrela. Sem poder resistir, colocou o colar no pescoço. Era magnífico. Resistiu á tentação de usá-lo, e o guardou seguro no bolso de suas vestes.
Com o colar seguro, jogou sua mochila nas costas e correu para o Salão Comunal para comer alguma coisa antes de ir para a aula de Transfiguração. O Salão já estava cheio, o que Lizie estranhou, pois a essa hora ainda não tinha praticamente ninguém. A grifinória se espremeu ao lado de uma companheira de quarto da Grifinória, Alicia, que estava absorta conversando com a amiga a respeito de ter visto um casarão enorme de aspecto sombrio, ter chegado voando, e aterisou perto da orla da floresta. Dumbledore se levantou e todos silenciaram imediatamente.
- Bom dia, caros alunos de Hogwarts! Hoje eu tenho uma notícia muito especial para todos vocês! A julgar pelos murmúrios agitados de todos, muitos de vocês devem estar se perguntando por que um casarão chegou a esta manhã voando e pousou perto da cabana do nosso professor Rúbeo Hagrid. Não era uma alucinação. O casarão pertence aos alunos da Academia de Magia da Pensilvânia, uma escola de magia que se encontra nos Estados Unidos, e eles irão permanecer conosco até o Natal. – anunciou o prof. Dumbledore com um enorme sorriso no rosto. Todos recomeçaram a conversar agitados, mas o diretor pediu silêncio outra vez. – Vieram com a delegação da Academia da Pensilvânia, quarenta e quatro alunos do quinto ao sétimo ano, com o objetivo de partilharmos conhecimento mágico, e ainda esta manhã alguns alunos de Hogwarts foram para a Academia da Pensilvânia. Agora quero que vocês cumprimentem nossos alunos de intercambio!
E neste exato momento, as portas do Salão Comunal se abriram. Um homem alto de aspecto inteligente entrou liderando uns quarenta jovens que usavam um uniforme quase todo preto, exceto pela blusa vermelho vivo. Dumbledore foi caminhando até eles, e cumprimentou o diretor animadamente.
- Langton! É bom revê-lo meu caro! – saudou Dumbledore, apertando a mão do homem.
- Igualmente, Dumbledore! Sinto-me na obrigação de lhe dizer que este castelo é magnífico!
- Os alunos da Academia de Magia da Pensilvânia, vão ter aulas juntamente com vocês, alunos de Hogwarts, como eu já mencionei, com o objetivo de partilhar conhecimento e sabedoria. Os nossos alunos de intercambio podem escolher com que casa vão querer freqüentar as suas aulas. – anunciou Dumbledore, enquanto o diretor da Academia da Pensilvânia, Sr. Langton, sentava-se na mesa dos professores. Um grupo de uns dez alunos se sentou á mesa da Grifinória, próximos onde Lizie estava, enquanto alguns se sentavam á mesa da Corvinal, Lufa-Lufa e alguns poucos na mesa da Sonserina.
- Bom apetite á todos, alunos de Hogwarts e nossos convidados da Pensilvânia! – bradou o diretor, e iniciou uma conversa com o Sr. Langton quase imediatamente.
- Lizie! Olha só aquele garoto do intercambio! – sussurrou Alicia, sua companheira de quarto, sorrindo bobamente.
- Que garoto? – perguntou Lizie, vasculhando o grupo de americanos com os olhos. Havia uns seis garotos e cinco garotas, conversando animados, enquanto olhavam espantados o Salão Comunal.
- Aquele ali ruivo! Ele simplesmente não pára de olhar pra você! Vai dizer que não percebeu? – murmurou ela, aumentando seu sorriso. Lizie olhou confusa para o grupo, e viu que um garoto ruivo, de olhos azuis, olhava fixamente para ela e sorria.
- Ele é lindo! Sorte a sua, hein Lizie? – provocou Alicia. – E aposto que ele vai escolher ter aulas com a Grifinória!
Um outro conversava aos cochichos com aquele garoto ruivo, e em seguida olhou para Lizie também. Os dois pareciam espantados. Lizie não conseguiu se segurar e sorriu também, divertida, sentindo um frio na barriga. O ruivo parecia ter levado um balaço na cabeça ao ver aquela garota maravilhosa sorrindo para ele, e piscou atordoado.
Dave Warty olhou com curiosidade para o grupo de americanos da Academia da Pensilvânia. Eles eram muito diferentes dos britânicos, com certeza. E não resistindo, olhou para Lizie, que estava a uma curta distancia deles, e sentiu suas entranhas reviraram. Ele tinha se arrependido de ter discutido com Lizie novamente. Quando viu que a grifinória o observava, ele disfarçou e voltou a observar os alunos do intercambio. Foi então que reparou que agora a maioria deles olhavam para Lizie, todos garotos, e cochichavam agitados. E uma raiva ferveu-lhe o sangue quando viu que um deles, um ruivo, observava Lizie quase hipnotizado. Então o grifinório quase explodiu de raiva, ou melhor, de ciúmes, quando viu a garota retribuir o sorriso para o americano ruivo.
Lizie observava atenta a professora McGonagall na tentativa de tentar aprender alguma coisa, o que era difícil, pois a grifinória nunca fora muito boa em Transfiguração.
- Lizie, eu não acredito que você brigou com o Dave outra vez! Bem que você podia deixar de ser orgulhosa e ir se desculpar pra ele... Olha lá, ele tá olhando pra cá de novo, Lizie, o Dave parece tão abalado... – ralhou Dora baixinho pra não atrair a atenção da professora.
- Eu não vou ir me desculpar! Ele é que está errado, porque eu não tenho nada com o Serpen, mas ele anda namorando a Howd! – teimou Lizie, olhando de esguelha para o grifinório. – E não me olhe assim Dora! Tá, eu admito, eu queria fazer as pazes com ele, mas ele não colabora!
- Então vamos mudar de assunto, pra ser sincera, já estou cheia de você falando do Dave!... Eu achei um máximo essa história de intercambio... Esses americanos parecem ser legais! Pena que eles vão ficar só até o Natal. E tem uns dez alunos da Academia da Pensilvânia do quinto ano que escolheram ter aulas junto com a Grifinória! Com a Lufa-Lufa tem só três! Agora aqui na sala, tem treze alunos de intercambio... Eles são tão interessantes, você não acha?
- Ah, são mesmo! Tão diferentes de nós, britânicos... – respondeu a bruxa vagamente, seus olhos correndo sem querer para o garoto ruivo, que sorria para ela. Subitamente sentiu um frio gostoso na barriga, e retribui o sorriso.
- Srta. Lohans! Não pense que eu não vi você sorrindo para aquele ruivo mocinha! Você já tem dono, e ele é o Sr. Warty! – brincou a lufana, sorrindo. Lizie corou imediatamente, e se voltou para encarar Dora.
- O Sr. Warty parece que não liga pra mim! – protestou Lizie.
- Agora me diga, senhorita, esse ruivo é mesmo muito bonito, não acha? Mas o Dave não parece estar gostando dessa história! – insistiu Dora, só pra aborrecer a grifinória, que hesitou.
- Ah não enche Dora! Céus! Que cabeça a minha! Tinha me esquecido, aconteceu uma coisa realmente estranha ontem á noite...
Então Lizie contou aos cochichos sobre o colar, e a carta de D.A.L. Verificou se não tinha ninguém observando, e tirou cuidadosamente o colar do bolso, e o mostrou para uma assombrada Dora.
- Isso só pode ter magia muito antiga! Isso é realmente raro! – assombrou-se Dora, olhando para o colar fascinada. – Mas sua família não é trouxa? Como é uma herança de família? – acrescentou ela timidamente, a lufana não gostava de tocar nesse assunto.
- É isso que eu estava me perguntando! E eu não consigo imaginar quem seja D.A.L.!
- Turma, não se esqueçam de ler o próximo capitulo para a próxima aula! Estão dispensados. – avisou a professora McGonagall. Lizie se despediu de Dora, e esperou todos saírem da sala.
- Se apresse, Srta. Lohans, ou vai se atrasar para a próxima aula! – ralhou a professora.
- Professora McGonagall, eu queria pedir um favor para a senhora... – enrolou Lizie.
- Então peça, Srta. Lohans, que eu vejo como posso ajudá-la. – disse a professora bondosamente, desde o ataque dos dementadores ela andava muito atenciosa com a garota.
- É que eu ganhei esse colar de uma amiga minha, sabe, nós estamos meio brigadas, e conhecendo ela como eu conheço, é bem capaz desse colar ter alguma maldição ou encantamento perigoso, e eu andei me perguntando se a senhora poderia verificar isso para mim. – pediu a grifinória, baixando a voz a cada palavra. Mas se surpreendeu ao não receber uma bronca ou algo do gênero da professora, que agora examinava o colar com um grande interesse.
- Vou verificar sim, Srta. Lohans. Pode deixar que quando eu terminar eu te aviso.Agora vá andando. – respondeu a professora McGonagall, e a garota agradeceu apressada e rumou para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, agradecendo silenciosamente que a professora não tivesse feito perguntas.
Lizie chegou praticamente correndo na sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, e sentou-se em uma mesa próxima á escrivaninha do prof. Lupin, ao lado de Dora, que não perdeu tempo em perguntar porque Lizie se atrasou para a aula. Resumidamente a grifinória lhe contou que entregou o colar para a professora McGonagall.
- Mas ela não desconfiou? – surpreendeu-se a lufana.
- Não. Ela não desconfiou. – repetiu Lizie, talvez pela milésima vez.
A turma toda estava conversando animada, então o professor Lupin chega, e todos silenciam.
- Sejam bem-vindos alunos da Academia de Magia da Pensilvânia. Espero que aproveitem bem esse tempo que passarão em Hogwarts. Hoje, eu resolvi mudar o tema da nossa aula, especialmente em razão do ataque de dementadores que ocorreu em Hogwarts á pouquíssimo tempo, como todos já devem saber. Hoje vamos estudar os Patronos. – silenciou Lupin para fazer mistério. Todos estavam ansiosos para estudarem os dementadores e patronos. Lizie prendeu a respiração, e involuntariamente se lembrou daquele dia, dos dementadores avançando sobre eles...
- Os dementadores estão entre as criaturas mais sombrias que vagam pela terra. Mas não vou me prolongar muito explicando sobre os dementadores, porque já estudamos isso brevemente... Hum, e imagino que os alunos da Pensilvânia já estudaram, estou certo? – perguntou o prof. Lupin.
- Estudamos um pouco, senhor, mas eu gostaria de ouvir mais sobre eles. – adiantou-se o garoto ruivo. Lizie teve um sobressalto, e ficou observando-o.
- Qual é o seu nome?
- Tanner, Brad Tanner, senhor. Estudamos rapidamente os dementadores. – respondeu o ruivo confiante, que não consegue resistir e dá uma olhada em Lizie, que desvia imediatamente o olhar.
- Está bem. Vou lhe explicar sobre dementadores resumidamente...
Então o professor dá uma longa explicação sobre os dementadores, em que todos prendem sua atenção, vidrados na explicação.
- Imagino, também, que muitos de vocês estejam ansiosos para aprender a realizar um Patrono, mas não esperem muita coisa de vocês, pois o feitiço do Patrono é muito complexo. E devo dar os parabéns á Srta. Lohans, que como vocês todos sabem, enfrentou cinco dementadores este domingo juntamente com a Srta. Monteiro, e as duas realizaram um Patrono Corpóreo, o que é ainda mais difícil. O feitiço é Expecto Patronum. Agora quero ver vocês tentarem, não é a mesma coisa realizá-lo enfrentando um dementador, é claro. Tentem pensar no pensamento mais feliz que vocês conseguirem, se concentrem ao máximo, e em seguida digam Expecto Patronum. Qualquer dúvida me chamem, vou estar observando vocês.
- Pra você é fácil, não é? Você já sabe... Mas eu simplesmente não consigo! – reclamou Dora.
- Não é fácil coisa nenhuma! E eu só consegui um Patrono Corpóreo uma vez, uminha... – rebateu Lizie. A grifinória viu que Dave observava Brad Tanner, aquele garoto ruivo, com uma cara de quem queria lhe lançar uma boa azaração, pois o ruivo não parava de olhar para Lizie, sorrindo. “Esse sorriso é lindo”, pensou a grifinória antes que pudesse se conter, e se repreendeu por isso. Mas não tinha como negar. Lizie fixou seus olhos incrivelmente verdes nos olhos azuis do ruivo, e sem poder resistir sorriu. E ao perceber o que estava fazendo, se voltou imediatamente para o seu livro. O que é que eu estou fazendo? Isso é loucura, nem o conheço... Pensava a grifinória.
Quando viu que o professor Lupin estava passando ali perto, a garota fechou os olhos, se concentrou, e pensou em Dave, de como seria bom se os dois parassem de brigar...
- Expecto Patronum! – mas da sua varinha saiu apenas um fiapinho de luz prateada. Tentou se concentrar mais, não estava realmente se esforçando...
- Expecto Patronum! – e desta vez um dragão enorme, envolto de luz prateada, saiu da varinha da grifinória. Todos pareceram momentaneamente congelados, observando o patrono de Lizie, que voou pela sala, se exibindo, e soltou um urro ensurdecedor, que fez uma das alunas da Pensilvânia gritar assustada. Se deliciando com esse momento, a grifinória sorriu orgulhosa, e olhou para Dora ao seu lado.
- Exibida... Eu não imaginava que fosse assim! – sussurrou a lufana.
Até o professor Lupin pareceu impressionado, e quando se recuperou do choque, se dirigiu para a carteira da garota.
- Parabéns, Srta. Lohans, belo patrono, confesso que nunca havia visto ou ouvido falar de um assim, lembra muito um Rabo-Córneo húngaro, se não estou enganado, deve ter uns três metros... Estou impressionado! Parece ser muito poderoso! Hum, vinte e cinco pontos para a Grifinória!
- Mas como é que você faz! Eu não consigo! – reclama Dora mal-humorada, enquanto olhava Lizie acariciar seu dragão prateado. – Olha, vou tentar... Expecto Patronum! – e da varinha da lufana, sai uma fumaça prateada, que dura poucos segundos e desaparece. – Viu só?
- Mas pelo menos você consegue fazer uma fumaça! Olha só á sua volta, tem gente que nem isso consegue! – exclamou a grifinória. Ela percorre os olhos pela sala, bem á tempo de ver a tentativa mal-sucedida de Dave, que corou imediatamente quando viu que Lizie estava olhando.
- Vamos lá, Sr. Warty! Tente novamente, e agora pense em outra coisa, isso em que está pensando não deve ser um pensamento suficientemente feliz! – encorajou o professor.
- Hã, está bem professor. – concordou Dave, que pigarreou e disse com clareza: - Expecto Patronum!
E desta vez, foi possível se ver momentaneamente uma criatura do tamanho de um cavalo coberta de penas, que brilhava uma luz prateada intensa, mas desapareceu logo em seguida. Dave sorriu radiante para o professor.
- Viu só, está melhorando! Ótimo, ótimo! Mais dez pontos para a Grifinória! Meu Deus! Não havia visto a hora! Turma, a aula acabou, até a próxima aula! – exclamou o prof. Lupin, que parecia estar contente com os resultados da aula. Lizie jogou suas coisas apressadamente dentro da mochila e seguiu Dora, enquanto Brad a seguia com os olhos, e Dave olhava mal-humorado para o ruivo.
O frio começou a aumentar á medida que ia escurecendo. Lizie estava sentada em uma poltrona na sala Comunal, e olhou desanimada para a sua pilha de deveres, e suspirou entediada. Decidiu fazer logo o complicado dever de poções, mas para isso teria que ir para a biblioteca.
No caminho para a biblioteca, havia um grupo de estudantes da Academia da Pensilvânia, encostados na parede do corredor, entre eles estava Brad Tanner, que parou imediatamente de conversar quando a grifinória apareceu no corredor. Os outros olharam interessados, para ver a causa do atordoamento do amigo. Quando viram que era Lizie que estava passando, aquela garota de Hogwarts que ouviram falar o dia inteiro, todos se acotovelaram para ver a grifinória passar.
E Gabriela Tonkson quase teve um ataque de fúria ao contemplar tal visão. “Por que é que todos estão babando por essa Lohans? Ela nem é tão bonita assim, talvez só um pouquinho! Eles não fizeram isso quando eu passei! Ela não tem nada de mais!”, pensou a sonserina com raiva.
Quando viu que todos a observavam, Lizie começou a sentir sua face esquentar, e passou apressada pelos americanos, sem ao menos olhar para Brad. Gabriela estava parada no fim do corredor, lívida de raiva.
- Então Lohans, já parou de se exibir? Coitados desses pobres garotos... O que você fez para eles te olharem assim? Confundiu eles? Ou será que estão só impressionados porque nunca viram uma sangue-ruim tão feia? – sibilou Gabriela. A mão de Lizie voou automaticamente para a sua varinha. E antes que a patricinha pudesse pegar a sua, a grifinória apontou a sua varinha ameaçadoramente á poucos centímetros de Gabriela.
- Nunca mais me chame disso. Já estou cheia de você, não tem nada melhor pra fazer? Sabe como isso se chama, Tonkson? Inveja. Já está avisada. Da próxima vez, te mando pra Ala Hospitalar. – ameaçou Lizie, ainda com a varinha apontada para a sonserina, que abriu a boca para falar, mas pareceu mudar de idéia, e se afastou dali rapidamente. A grifinória, satisfeita, retomou seu caminho á biblioteca.
Seus pensamentos vagavam perto de Dave, mas ela não queria dar o braço á torcer e ir pedir desculpas. Estava tão concentrada pensando no grifinório que acabou esbarrando em Dora no caminho da biblioteca.
- Ah, desculpa Dora, é você... Não estava prestando atenção. – se desculpou a grifinória apressada, enquanto recolhia os seus deveres que tinham caído no chão.
- Como sempre, você não estava prestando atenção, aposto que estava tão concentrada “viajando” nessa sua mente biruta que nem estava olhando por onde ia... Mas aposto que estava pensando em Dave... Ou será que você estava pensando naquele americano Tanner?
- O quê? De onde você tirou isso? Você sabe que eu gosto é do Dave! Eu nem conheço esse Tanner! – replicou a garota nervosa.
- Ui! Não precisa falar assim também! Mas quem sabe... Você estava olhando pro Tanner de um jeito diferente, sabe. Até o Bob comentou isso... E dá pra sacar na hora que aquele Tanner está fascinado por você! Me arrisco á dizer até apaixonado... – justificou Dora.
- Você acha é? – interrompeu Lizie, sem poder se conter. – Mas isso não me interessa. Você também vai á biblioteca? Eu vou agora para terminar a tarefa que o Snape passou...
- Eu também estava indo. E só pra te avisar, o Bob me contou que o Dave está louco da vida com esse Tanner! Morrendo de ciúmes... Nem ligou direito pra Howd hoje! – informou Dora sorrindo.
- Ciúmes? Tem certeza? – quis saber Lizie, interessada.
- É, louco de ciúmes! Afinal, aquele Tanner é lindo de morrer!
- Dora fale baixo! Se você não percebeu, acabamos de chegar na biblioteca! – mandou a grifinória aflita, pois Dave estava ali, e seu ânimo despencou, e estava com Caroline Howd.
Lizie e Dora foram sentar numa mesa mais afastada, e começaram a fazer o dever de poções.
Dave viu que a grifinória tinha acabado de chegar, e estava pensando em tomar coragem e ir conversar com ela... Mas será que deveria? Ele precisava fazer isso, pois passava o tempo inteiro pensando em Lizie, e como abordá-la, talvez até desculpar-se... O garoto andara pensando na discussão que eles tiveram, e estava pensando... Será que ela estava com ciúmes? Sentiu uma pontinha de esperança crescer no seu peito. Mas decidiu que antes de tudo, teria que parar de sair com Caroline Howd. Mas lhe faltava coragem, pois a sonserina fora tão compreensiva com ele. Mas Dave não gostava dela de verdade. Ele gostava mesmo de Lizie Lohans.
No momento que o garoto levantou a cabeça para espiar onde Madame Pince estava, viu que um grupo de estudantes da Pensilvânia tinha acabado de chegar à biblioteca. Instintivamente, olhou para Lizie, e viu que aquele ruivo Tanner a observava, e sentiu que precisaria de todo o seu autocontrole para não atacar o americano quando viu os dois trocando sorrisos.
- Essa Tonkson não tem jeito mesmo! Olha ela ali, perto daquela estante... Que prazer ela sente em implicar com você? – bufou Dora, depois que a amiga lhe contou aos murmúrios o que tinha acontecido antes, no caminho para a biblioteca.
- Não sei, se um dia eu descobrir eu te falo! Já volto, tenho que procurar um outro livro, esse aqui não serve! – avisou a bruxa.
Enquanto a garota de cabelos castanhos vasculhava na seção de poções, numas estantes mais distantes, a sonserina Gabriela foi atrás dela.
- Eu quero que saiba que eu não tenho medo de você, sua sangue-ruim metida! – murmurou a loira, com uma expressão maligna no rosto.
- Pois deveria ter! E pare de me chamar de sangue-ruim! Eu estou te avisando, Tonkson... – retrucou a grifinória, a mão involuntariamente procurando a varinha nas vestes.
- Ah! Estou morrendo de medo! A grande Lizie Lohans está bravinha! Ui, o que vai fazer? – debochou Gabriela. Lizie sentiu uma raiva imensa, seu desejo era lançar um feitiço na cara dessa patricinha nojenta antes mesmo dela perceber o que estava acontecendo. E um feitiço lhe aflorou na mente, que ela havia visto em algum lugar. Antes que pudesse perceber, ela mentalizou “Levicorpus!”.
Imediatamente, a sonserina foi pendurada pelo tornozelo de cabeça para baixo! Enquanto estava suspensa comicamente pelo tornozelo direito, a sonserina segurava sua saia. A loira praguejou coisas inteligíveis, e apontou sua varinha para Lizie, que voou para trás e bateu numa estante de livros. A grifinória foi soterrada por uma avalanche de pesados livros.
Com um baque, a sonserina caiu no chão, ofegante, o cabelo loiro cuidadosamente arrumado já se despenteando.
- Quem você pensa que é sua sujeitinha nojenta de sangue-ruim!
- Quem eu sou? Uma garota que você morre de inveja! E PARE DE ME CHAMAR DE SANGUE-RUIM!- bradou Lizie vermelha de raiva, e apontou sua varinha para a loira, que foi lançada longe, e colidiu com uma outra estante. A grifinória nem pensou nas conseqüências, e á essa hora Madame Pince já devia ter percebido o tumulto. Mas como a biblioteca de Hogwarts é enorme, e as garotas estavam numa seção mais afastada, ninguém parecia ter percebido nada. Lizie nem se importou com o que poderia acontecer, agora tudo o que queria era descontar toda a sua raiva nessa sonserinazinha metida, dar uma lição nela...
- Eu chamo você do que eu quiser! Sua vaca es...
- Travalíngua! – interrompeu Lizie, apontando sua varinha para a sonserina, que teve a língua colada no céu da boca. Mas infelizmente, Gabriela realiza um feitiço que desgruda sua língua do céu da boca.
- Como é que você se atreve! Você vai aprender a me respeitar, sua sangue... – mas Lizie já apontara sua varinha para a sonserina novamente.
- Silêncio! – ordenou a grifinória. Lívida de fúria, a loira aponta sua varinha para a grifinória e faz uma seqüência de gestos, mas Lizie repele o feitiço com um gesto da varinha, que não foi o suficiente, e sentiu seu sangue quente escorrer pelo queixo.
- Agora é você que vai aprender a nunca mais mexer comigo sua patricinha nojenta! Uediuósi! – rebate Lizie, e em seguida um pesado livro é atirado na cabeça da sonserina, que cai para trás com o impacto. Mas neste exato momento, Madame Pince chega, e quando abre a boca para começar a ter um acesso de fúria, é atingida por um feitiço de Gabriela que Lizie tinha acabado de desviar, e Madame Pince cai desmaiada.
- Riddikulus! – ordena Lizie, e sem ter tempo para desviar ou repelir o feitiço, Gabriela é atingida pelo feitiço para rebater bicho-papão. Quase imediatamente, sua pele começa a se cobrir de bolhas enormes e nojentas. Por trás dessas coisas enormes e esvoaçantes, Lizie viu a expressão maníaca no rosto da sonserina, a grifinória já com o rosto escarlate, em seguida Tonkson ordenou:
- Incêndio! – mas o feitiço atingiu uma mesa, que começa a pegar fogo! Agora um grupo de alunos tinha se agrupado em volta das duas, e assistia á tudo boquiabertos, é claro, á uma distância segura. Um deles teve o bom senso de apagar o incêndio da mesa, antes que a biblioteca inteira pegasse fogo.
- VOCÊ ME PAGA! Sua sangue-ruim! Espere só pra ver! – urrou a sonserina, visivelmente desesperada, tentando cobrir seu rosto com as mãos. Agora todos olhavam assombrados para as duas.
- Sua covarde! Eu não tenho medo de você e das suas ameaças! Estupefaça! – vociferou Lizie, e com um clarão vermelho, a sonserina cai inconsciente sobre uma pilha de livros no chão.
Dave tinha acabado de chegar ali para ver a razão do tumulto, e logo constatou que Lizie estava metida no meio. Quando empurrou uns calouros para chegar mais perto, contemplou a sonserina Gabriela irreconhecível, cheia de bolhas horríveis no rosto e nos braços, caída no chão desacordada sob uma pilha de livros. Sem poder se controlar começou a rir, ela bem que merecia. Então sentiu um frio na barriga, e viu Lizie ofegante, parada com o lábio sangrando, parecendo petrificada. E Madame Pince levantando do chão, com a expressão mais furiosa que ele já vira em toda a sua vida.
- O QUE VOCÊS TINHAM NA CABEÇA? DESTRUÍRAM UMA SEÇÃO INTEIRA DE LIVROS DE POÇÕES! DETENÇÃO! PARA AS DUAS! AMANHÃ AQUI NA BIBLIOTECA! SUAS DESMIOLADAS! DEPRAVADAS! NUNCA MAIS PONHAM OS PÉS AQUI NA BIBLIOTECA! – berrava Madame Pince, com o rosto púrpura, parecendo que ia explodir.
Só agora que Lizie percebeu o que realmente acabara de fazer. Durante o duelo, as duas haviam derrubado umas cinco estantes repletas de livros empoeirados de poções, além de rasgar, queimar e destruir mais alguns livros! Sentindo o rosto queimar, olhou para os estudantes que agora observavam o acesso de fúria de Madame Pince, e encontrou Dora, que parecia completamente surpresa e confusa, tentando decidir se ficava preocupada com Lizie ou se ria de Gabriela.
-...E ALGUÉM LEVE ESSA AÍ PARA A ALA HOSPITALAR! E AVISE ESSA RETARDADA QUE AMANHÃ ELA TEM DETENÇÃO! – gritava Madame Pince, que já estava tão descabelada que parecia uma vassoura velha. Os alunos foram se afastando lentamente, conversando animados uns com os outros, narrando o recente duelo para os amigos que tinham chegado mais tarde.
- Meu Deus! Pelas Barbas de Merlim! Lizie, o que você estava pensando? Duelar com essa Tonkson aqui na biblioteca? Não vou me surpreender se amanhã levarem Madame Pince para o St. Mungus! Ela está prestes á explodir! – exclamou Dora, impressionada, enquanto as duas caminhavam pelo castelo.
- Eu sei lá, na hora eu fiquei com raiva, já estava cheia dessa Tonkson! – desabafou Lizie. - Sabe, acho que agora estou satisfeita... Ela não ficou nada bem com aquelas coisas no rosto! – riu Lizie, não conseguindo mais se segurar. Ao seu lado, Dora ria descontrolada.
- Há! Essa sonserina teve o que mereceu! Isso vai ficar na história de Hogwarts! – ofegou Dora, ainda gargalhando.
- É... Acho que a detenção é um preço pequeno á se pagar! Agora ela vai pensar duas vezes antes de me insultar! Você viu só o desespero dela? – gargalhava Lizie.
- Oh! Acho que eu já vou indo! Se o Filch nos pegar... Tchau Lizie, até amanhã! Você foi genial! – se despediu a lufana ainda rindo.
A grifinória não tinha terminado o dever de poções, mas seria melhor não colocar os pés tão cedo na biblioteca... Ainda relembrava o duelo com Tonkson quando percebeu que já estava na Torre da Grifinória. Jogou-se numa das poltronas, e puxou o livro de transfiguração da mochila e começou a ler. Mas não estava realmente prestando atenção. Agora seus pensamentos estavam focados no colar com a estrela de sete pontas prateada. Será que a prof.ª McGonagall já teria feito todos os testes necessários? E se fosse descoberto que o colar possuía alguma maldição? Já estava desejando não ter entregado o colar para a professora... Será que iria demorar muito? Mas afinal... Quem lhe mandara aquele colar? D.A.L... Mas quem seria? Por mais que tentasse achar uma resposta, mais confusa ficava.
Seus pensamentos foram interrompidos quando uma garotinha, talvez do primeiro ano, chegou e começou a falar rapidamente:
- Você é Lizie Lohans? – perguntou ela, a sua longa franja lhe ocultando os olhos.
- Sou sim, por quê? – bocejou Lizie, curiosa.
- Me mandaram entregar isso para você. – falou ela, lhe estendendo um pedaço de pergaminho enrolado. A grifinório o pegou, e o leu rapidamente:
“Gostaria muito que nós nos encontrássemos depois da aula para nos conhecermos. Podemos nos encontrar no Saguão de Entrada? Por favor, responda. Gostei muito de você.
Brad Tanner”
- Quem lhe mandou entregar isso? Aquele ruivo da Academia da Pensilvânia? – perguntou Lizie, corando ao reler o bilhete.
- Sim, foi ele que me mandou aqui. E ele pediu pra levar a resposta agora, se for possível.
- Hum... Então diga pra ele que eu aceito. – mandou Lizie, sem pensar direito. E antes que pudesse mudar de idéia, a garotinha já tinha desaparecido pelo buraco do retrato. A garota subiu para o dormitório, se sentindo exausta. Colocou o pijama e se deitou na cama, nem se importando por não ter terminado o dever de poções.
A grifinória ainda não sabia direito porque tinha aceitado se encontrar com o ruivo... Afinal, nem o conhecia! Mas não conseguia esquecer aquele sorriso do ruivo. “Será que eu estou gostando dele?” pensava ela, olhando fixamente para o teto, como se a qualquer momento a resposta aparecesse ali, escrita. Mas não era possível. Ela realmente amava Dave. Será possível estar gostando dos dois ao mesmo tempo? Como ela gostaria de fazer as pazes com Dave, que aquela Howd sumisse! Pensando nessas coisas, a bruxa finalmente adormeceu.
Tay McKinnon: Obrigada por tudo =D
E tua fic é ótima, não precisa agradecer os comentários!
Di-Luá~: Calma Dih! Não posso postar todo dia ;D
é só parar de me encher no msn que eu escrevo, hoho²
Lyla Garbo: Obrigada por ter lido! o/
Carol Emily Black Eveline: Obrigada tbm =D
U.U
Que sem criatividade para agradecer eu tenho
Espero que tenham gostado, e comentem!
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