A briga e o encontro



O dia mal tinha nascido e Lizie já estava acordada, se arrumando o mais silenciosamente possível para não acordar as colegas de quarto. Jogou seus livros na mochila e desceu para a Sala Comunal da Grifinória. A garota ainda estava completamente perdida na própria cabeça... E pensar que á essa hora do dia anterior, não tinha idéia do que iria acontecer... Será mesmo possível estar gostando desse tal ruivo Brad Tanner sem ao menos conhecê-lo? E como é que ficava Dave nessa historia? Ele era seu amigo desde o seu primeiro ano em Hogwarts, mas no seu terceiro ano descobriu que não era só amizade... Era algo bem mais forte.
A grifinória realmente queria fazer as pazes com Dave... Mas o problema era: Como?
Automaticamente, sua mão revirou os bolsos de suas vestes, e depois de constatar que eles estavam vazios é que foi lembrar que o misterioso colar de D.A.L. estava com a professora McGonagall. Será que deveria ir até a sala da professora para perguntar? Achou melhor não... Essas coisas demoram um pouco, além do mais, havia entregado o colar na manhã passada!
A garota atravessou o buraco do retrato para ir para a antecâmara do Salão Comunal, praticar um pouco para o Campeonato dos Duelos, rezando para não encontrar o ruivo... Mas quando estava chegando, teve uma idéia... A grifinória sorriu marotamente e seguiu para a Ala Hospitalar o mais rápido que podia. Ofegando, ela se aproximou lentamente da porta da Ala Hospitalar, que estava entreaberta. Ouviu a voz de Madame Pomfrey:
- Não posso fazer mais nada, Tonkson! Agora fique quieta e tome esse remédio! – ordenou a enfermeira impaciente.
- Mas como é que eu vou aparecer assim por ai! Olhe só essas coisas no meu rosto! – choramingou Gabriela em tom de desespero.
- Você ainda não vai poder ir para as aulas mesmo. Mas tenho ordens de Madame Pince, e hoje á noite você vai ter que ir cumprir sua detenção!
- Ah não! E se alguém me ver? Eu não posso aparecer assim em público! E se ela me ver?– protestou a sonserina. Lizie concluiu que ela, só podia ser Lizie Lohans, ela mesma.
- Não adianta reclamar Tonkson! Acho que essa detenção é bem merecida! Onde já se viu duelar na biblioteca! – ralhou Madame Pomfrey.
- É tudo culpa daquela Lohans... Ela me paga!
- Mas ela não duelou sozinha! Agora pare de reclamar e tome logo isso!
- Mas vai demorar muito pra isso sair do meu rosto?- perguntou a sonserina desesperada.
- Receio que demore. Foi uma bela azaração... Já esteve aqui um sonserino e uma corvinal em situação parecida... E não faz muito tempo. Ano passado então, aconteceu muito disso e... – Lizie intensificou seu sorriso, a enfermeira devia estar se referindo á Jony e Bella, que ela mesma azarou. E no ano passado então, ela perdera as contas de quantos mandara para a Ala Hospitalar... Sua fama de azaradora era muito conhecida. Mas Gabriela interrompeu:
- Eu quero saber de mim! Eu não posso aparecer assim! – pediu a sonserina, e Lizie ficou feliz ao perceber uma nota de pânico em sua voz. Nesse momento Madame Pomfrey saiu de perto da cama em que a patricinha estava. Lizie deslizou um pouquinho mais para o lado na esperança de ver o estado da sonserina... A grifinória ouviu os passos abafados da enfermeira se encaminhando até a porta, e se esgueirou para trás de uma estátua bem na hora que Madame Pomfrey fechou a porta da Ala Hospitalar. Lizie correu até a porta novamente e encostou o ouvido nela.
-... As marcas vão ficar durante uns dias. Uma semana ou mais talvez, mas olhe, as bolhas já começaram á estourar... – informou a enfermeira calmamente.
Mas Lizie não pode escutar a resposta de Tonkson. A garota ouviu passos bem ás suas costas, e desgrudou o ouvido da porta imediatamente e correu para trás da estátua. Filch passou por ali resmungando mal humorado como sempre, com Madame Nora em seus calcanhares, e desapareceu na curva do corredor.
Estava louca de curiosidade para escutar o que Gabriela respondeu. Mas sentindo que já estava abusando da sorte, Lizie foi até a antecâmara do Salão Comunal sorrindo satisfeita, pensando quanto tempo as marcas de sua azaração para rebater bicho-papão ainda ficariam no rosto da sonserina...
O castelo ainda estava deserto, mas na sede do Clube dos Duelos já havia uns seis alunos duelando uns contra os outros. Afinal a segunda fase do Campeonato já estava chegando, e todos pareciam dispostos á dar o melhor de si, e finalmente tentar ganhar o Campeonato, que já era ganho por Lizie á três anos seguidos. A grifinória observava atenta dois corvinais duelando, quando Alicia, sua companheira de quarto da Grifinória, chegou.
- Veio para treinar Lizie? – perguntou Alicia, que tinha um inexplicável sorriso no rosto.
- Vim, é claro... Por que está sorrindo? – perguntou Lizie intrigada.
- Não tem a mínima idéia? Oras... Só achei graça, pois soube que você andou “treinando” ontem na biblioteca... Não acha que anda duelando demais não? – brincou a garota sorrindo.
- Ah! Aquilo, você soube... Bem, aquela Tonkson estava pedindo! – se defendeu Lizie.
- Não estou te acusando! Pelo contrário... Vim te parabenizar! Aquela sonserina de uma figa mereceu! Você soube? Eu também estou na Segunda fase do Campeonato dos Duelos! – informou Alicia radiante.
- Que ótimo! Tomara que a gente não se encontre logo no Campeonato!
- Deus me livre! Eu não quero ir pra Ala Hospitalar tão cedo! E Lizie, aquele garoto ruivo lindo, da Academia da Pensilvânia, não veio falar com você ainda? – perguntou ela curiosa, sorrindo.
- O quê? Pelas barbas de Merlim! Esqueci que eu tenho que terminar o dever de Feitiços! É a primeira aula! Até mais Alicia! – mentiu Lizie, e saiu praticamente correndo dali. Se ela contasse que ele a tinha convidado para dar uma volta, em menos de uma hora a escola inteira já saberia. E a grifinória não queria admitir que estava gostando de Tanner... Como é que eu estaria gostando? Onde é que eu estava com a cabeça de aceitar esse convite? Eu só posso estar ficando doida, eu amo Dave Warty, mas ele está saindo com aquela Howd, e parece que me odeia... pensava a grifinória completamente confusa.
Como não tinha mais como voltar para o Clube dos Duelos agora, foi até o Salão Comunal, que estava quase deserto, para comer alguma coisa antes de ir para a aula de Feitiços com o professor Flitwick.


Lizie estava completamente distraída durante a aula de Feitiços, enquanto o miúdo professor Flitwick explicava feitiços para reanimar. Não ficou surpresa em perceber que Gabriela Tonkson não estava ali, e nem se importava com os murmúrios do pessoal da Sonserina, principalmente das “amigas” de Tonkson, que lançavam á grifinória olhares furiosos.
A garota não conseguia parar de olhar discretamente para Dave, que conversava com Howd, e sem perceber seus olhos deslizavam para Brad Tanner, que sorria abertamente, e quando via o que estava fazendo, se repreendia e voltava a tentar prestar atenção no professor.
- Coitada da Tonkson! Você viu o que aquela Lohans fez com ela? – sussurrou Caroline para Dave, enquanto olhava malignamente para Lizie.
- Ah! Eu vi sim, mas essa Tonkson bem que mereceu! Ela chamou a Lizie de... bem, chamou ela de sabe... sangue-ruim! – replicou Dave, aborrecido.
- Mas é isso o que ela é! Uma sangue-ruim metida! – bufou a sonserina.
- Caroline não começa! Dá pra parar de implicar com a Lizie? Você sabe que eu não gosto que fale assim dela! – protestou Dave irritado, encarando a ruiva.
- Não vem defender ela Dave! E é o que ela é sim! Se prefere essa sangue-ruim vai lá com ela então! – sussurrou a ruiva furiosa.
- Caroline pára com isso! A Lizie é incrível, e não tem nada demais uma pessoa ser nascida trouxa! – mandou Dave se irritando ainda mais, mas não teve coragem de admitir que preferia mil vezes Lizie do que ela.
- Ah, está bem, já parei. Mas só disse o que eu acho. – vociferou Caroline, encarando mal-humorada o grifinório, e em seguida ela juntou seus livros e foi se sentar ao lado de sua amiga da Sonserina. Dave continuou encarando a sonserina. As garotas são realmente complicadas...
A aula já estava quase no fim, e Lizie repensava pela milésima vez em procurar a professora McGonagall para pedir sobre o colar... Mas o colar foi varrido de seus pensamentos quando um pedaçinho de pergaminho dobrado foi atirado na sua carteira. Lizie se mexe na cadeira, inquieta, e desdobra o pedaço de pergaminho:
“Estou ansioso para te conhecer melhor. Brad Tanner.”
Lizie olha atordoada para o ruivo, corando furiosamente. E em seguida, o pedaço de pergaminho pega fogo, e as chamas formam um coração que fica suspenso no ar durante alguns segundos e desaparece. A grifinória corando como nunca, olha para o ruivo, que abre um lindo sorriso e pisca um dos olhos azuis. Sem poder resistir, a garota sorri também, e sentindo sua face como se tivesse em chamas, enquanto um sente um frio gostoso na barriga, desvia seus olhos irresistivelmente verdes do ruivo.
Dave estava observando Lizie quase hipnotizado quando vê um pedaço de pergaminho aterrissando na carteira da bruxa. Ele olha para o lado e descobre que ele fora mandado por Brad Tanner. Sentindo uma onda de raiva, ele segura com mais força a sua varinha. O pergaminho tinha pegado fogo... E um coração ficara suspenso no ar. O que é que esse americano estava achando? O grifinório segura sua varinha com mais força ainda, até os nós de seus dedos ficarem esbranquiçados. Esse ruivo estava pedindo...
E quando Jony Serpen vê a estranha formação das discretas chamas que queimavam o pedaço de pergaminho que Lizie segurava, é que ele compreendeu. Suas entranhas se reviraram de ciúmes, de raiva... E seus olhos faiscaram perigosamente contra o ruivo da Academia de Magia da Pensilvânia. Era melhor Brad Tanner se cuidar...


- Ah como o tempo passou rápido! Turma, a aula acabou, e Serpen, praticar o feitiço para reanimar para a próxima aula! Estão dispensados... – anuncia o professor Flitwick alegremente, parecendo muito satisfeito. Todos os alunos se precipitam em direção da porta ao mesmo instante, menos Lizie que ficara para trás forçando seus livros para dentro da mochila. Quando finalmente conseguiu colocar todos os livros para dentro da mochila, foi rapidamente até a porta... Mas a menção de seu nome a fez parar antes de sair da sala.
- Aquela Lohans não pode simplesmente atacar a Gabriela e sair impune... Eu vou me vingar, ah se vou! – sibilou a ruiva Caroline Howd para suas amigas. As sonserinas conversavam encostadas na parede do corredor.
- Tentei ir visitar a Gabriela... Mas ela não quer receber visitas... Coitadinha, esta morrendo de vergonha, dizem que o rosto dela está pavoroso! – comentou uma outra sonserina, do quarto ano.
- A Lohans é uma covarde! Dizem que ela atacou a Gabriela sem mais nem menos!
- Não foi não... A Gabriela chamou ela do que todas nós queríamos á muito tempo... Sangue-ruim! – sussurrou teatralmente uma outra.
- É... Essa grifinória pensa que pode... Dizem que um dos americanos baba por ela, o Serpen é obcecado por ela, e parece que aquele Warty é apaixonado por ela, não é Caroline?
- Mas eu estou namorando com ele, e não ela! – retrucou Howd com azedume. – Não sei o que os garotos vêem nela! Eu particularmente acho ela horrível... Tão feia coitadinha... – disse ela maldosamente, e todas as outras apresaram-se em confirmar vigorosamente com a cabeça, abafando risadinhas. Foi demais para Lizie. Mas quando ia sair da sala, tremendo de raiva, ela escutou uma voz conhecida debochar das sonserinas.
- Olha quem está falando de beleza, oras se enxerguem, vocês são mais parecidas com trasgos do que com garotas... – caçoou Dora Dilys em voz alta. Os alunos que estavam no corredor agora riam com vontade do comentário da lufana.
- Você não sabe contar Dilys? Se você não viu, estamos em seis, e você é só uma... Vamos deixar você em pedaços quando acabarmos... – ameaçou Caroline em voz baixa, de modo que somente Dora , e Lizie que ainda escutava tudo escondida, conseguiram escutar.
- Vocês só têm é inveja da Lizie porque ela é linda e tem um bocado de garotos de gostam dela! – defendeu Dora, enfrentando as sonserinas corajosamente. Lizie sentiu um arrombo de afeição pela lufana.
- Você vai se arrepender Dilys... Lohans não está aqui pra te ajudar agora... – vociferou Caroline, e Lizie viu de relance a sonserina puxar a varinha.
- Não estou Howd? – bradou Lizie, se pondo ao lado da lufana.
- Olha quem apareceu pra defender a amiguinha... A sangue-ruim! – disse Caroline em voz alta, mas agora o corredor já estava praticamente vazio, exceto por Lizie, Dora e o bando de sonserinas.
Uma raiva reprimida se apossou da grifinória. Já estava cansada dessas sonserinas á atormentando... Esquecendo-se que portava uma varinha, a grifinória tomou impulso e meteu um soco com toda a força que conseguiu reunir bem na cara de Caroline, que cambaleou e quase caiu para trás com o impacto. Tremendo de raiva, Lizie agora encarava Caroline. As outras sonserinas recuaram horrorizadas, aparentemente surpresas demais para fazerem alguma coisa. Dora parecia contentíssima.
Caroline pegara a varinha, mas Lizie foi mais rápida.
- Expelliarmus! – vociferou a grifinória, e a varinha da sonserina voou longe do seu alcance. Lizie olhou para a própria varinha, e a jogou para trás, deixando-a largada ali no chão do corredor mesmo... Queria dar uma lição nessa sonserina com as próprias mãos, ia fazê-la aprender a nunca mexer com Lizie Lohans, não precisava de uma varinha, essa Howd ia aprender... Lizie se lembrou do dia seguinte á festa do Slugh, de Caroline com Dave no Clube dos Duelos, e ela ouvira direito mesmo? Ela estava namorando com Dave? Agora que ela ia se arrepender mesmo...
Lizie avançou novamente para a sonserina, e reuniu toda a raiva e a força que pode e deu outro soco na cara da ruiva. Agora o olho esquerdo da sonserina começara a inchar rapidamente, e ganhar uma coloração roxa... Caroline avançou sobre Lizie e deu um tapa na cara da grifinória, com uma expressão de fúria no rosto. A sonserina já tomava novo impulso, mas a grifinória segurou o seu pulso e meteu outro soco na cara da ruiva. Visivelmente desesperada, a sonserina agarrou nos cabelos castanhos de Lizie.
- No cabelo é golpe baixo! – protestou Dora, que assistia á tudo com uma expressão animadíssima.
- Não sabe nem brigar Howd! Vai Lizie acaba com ela! – mandou a lufana animada, enquanto olhava para os lados para verificar se não tinha nem um professor vindo.
Lizie tentava se desvencilhar de Caroline, que tentava arrancar seus cabelos com determinação, e deu um chute bem colocado em suas canelas, e sem seguida lhe deu outro soco bem no nariz. A sonserina recuou com as duas mãos segurando o nariz, que agora sangrava.
A ruiva tomou impulso e antes que Lizie conseguisse impedir, o soco da sonserina a atingiu bem no estômago. Agora Lizie já estava vermelha de raiva, e sem dar tempo para a sonserina, lhe dá outro soco no nariz com mais vontade ainda, e vendo que Caroline estava apanhando feio, uma de suas amigas da sonserina, do sexto ano, entra na briga e segura os braços de Lizie para trás.
Caroline com o rosto contorcido de fúria avança sobre Lizie e lhe dá um soco no lado esquerdo do seu rosto... A grifinória sente sua bochecha esquerda latejar de dor, e dá uma cotovelada na sonserina do sexto ano com toda a força, se livrando dela, ao mesmo tempo em que conseguiu chutar Caroline para longe, que cai no chão com um baque. A grifinória viu de relance Dora se lançar sobre a sextanista, e logo a lufana e a sextanista estavam emboladas no chão numa briga violenta.
A ruiva, que estava caída no chão, dá uma rasteira em Lizie, que cai no chão também. Sem perder tempo, a sonserina se joga sobre Lizie e lhe dá outro soco no rosto.
A grifinória nem se importava que daqui á poucos instantes o sino iria bater e o corredor ia se encher de estudantes de novo, ela só queria socar cada milímetro daquela sonserinazinha nojenta... E era isso o que estava fazendo, com uma expressão furiosa no rosto. As outras amigas de Howd assistiam á tudo, horrorizadas, mas aparentemente estavam com medo de interferir e apanhar também. Dora e a sextanista da Sonserina também estavam brigando pra valer á uns dois metros dali.
Mas Madame Nora aparece na ponta do corredor, e momentaneamente todas congelam. Lizie para o punho no ar que estava prestes a bater na cara de Howd. Os olhos da gata de Filch vasculham a cena, os olhos da gata brilharam, ela sabia que o que elas estavam fazendo era errado, em seguida Madame Nora desaparece na ponta do corredor de novo. Lizie sabia o que ela ia fazer... A gata fora buscar o dono.
A grifinória se vira para a sonserina novamente, pronta para continuar a briga. Não queria saber se Filch chegaria a qualquer momento... Queria dar uma lição na sonserina com as próprias mãos... As varinhas de Lizie, Dora, Caroline e da sextanista da Sonserina jaziam esquecidas á um canto do corredor. Caroline Howd tinha um olho inchado e roxo, o nariz sangrando e os cabelos ruivos totalmente despenteados. A sonserina parecia muito determinada em arrancar os cabelos de Lizie, que tinha os cabelos castanhos bagunçados e o lábio inferior sangrando.
- Vamos, minha querida, onde eles estão?- sussurrava Filch para a gata. Ele devia estar muito perto agora, e todas pareciam petrificadas, incapazes de se mexer, enquanto ouviam os resmungos do zelador. – Se eu por as mãos nesses nojentinhos... Brigando no corredor...
O coração de Lizie dava fortes marteladas, a grifinória ofegante, viu Caroline e seu bando de amiguinhas da Sonserina saírem correndo para o outro lado do corredor.
- O que estamos esperando? Corre! – murmurou Dora agitada. Os cabelos cuidadosamente cacheados da lufana estavam agora totalmente desarrumados. Ela também exibia o olho direito roxo. A lufana recolheu rapidamente as duas varinhas e as enfiou no bolso das vestes.
Lizie se precipitou para trás de uma tapeçaria, com Dora logo atrás. A passagem secreta dava numa escada que as levaria dois andares acima.
- Onde eles estão, minha querida? Vamos! Fareje! Quero pendurá-los pelos pulsos na minha sala... – incentivava o zelador, e as garotas perceberam uma nota de esperança em sua voz. De uns dias pra cá, o zelador andava muito mal-humorado, patrulhando o castelo em busca de infratores para lhes dar um bom castigo.
Minutos depois, Lizie e Dora se encontravam ofegantes na porta da sala de História da Magia, esperando o professor Binns para mais uma entediante aula. Mas no decorrer da aula, nenhuma das duas prestou a menor atenção no professor, as garotas conversaram entre murmúrios a aula inteira, o assunto era, é claro, a briga que acabaram de ter.


Lizie voltava exausta para a Torre da Grifinória, depois do jantar. Qualquer um que a visse agora não perceberia que ela andara brigando... Já Caroline tinha ficado com um olho roxo e o nariz meio inchado, e quando alguém lhe perguntava por que estava assim, murmurava alguma coisa que lembrava “Me machuquei”, e dizia que depois iria para a Ala Hospitalar. Dora Dilys exibia um lábio inchado, e o olho um pouco roxo, mas parecia bem contente, pois a sextanista da Sonserina que ela brigara, parecia ter brigado com o Salgueiro Lutador...
A grifinória queria começar a fazer as tarefas logo para se ver livres delas... O jogo de quadribol contra a Sonserina estava chegando, e essa era sua única noite livre na semana, nas outras Dave tinha marcado treinos, que se tornavam cada vez mais cansativos. Mas quando a garota se sentou para fazer o dever de Historia da Magia, ainda relembrando a briga que tivera mais cedo, se lembrou que agora tinha detenção com Madame Pince... Por causa da briga que tivera na noite anterior com Gabriela Tonkson... Levantou-se da poltrona num pulo, e correu para o buraco do retrato, já estava quase na hora de sua detenção dupla com Gabriela, e estava curiosa para ver como é que estaria o rosto da sonserina depois da sua azaração...
Mal Lizie tinha posto os pés para fora do retrato, ela viu uma coisa que varreu tudo da sua cabeça.
O ruivo Tanner estava parado ali fora, aparentemente á sua espera. Quando ele a viu, abriu um enorme sorriso. A grifinória não conseguiu pensar em nada para dizer, e apenas sorriu também, sentindo seu rosto esquentar. Como é que podia ter se esquecido do encontro com o americano?
- Olá Lizie, como vai? – cumprimentou o ruivo sorrindo, se adiantando para mais perto dela.
- Ah, oi Tanner... – admirou-se Lizie, surpresa, piscando atordoada para o ruivo.
- Não precisa me chamar de Tanner não... Só Brad, por favor. – avisou o ruivo, sorrindo ainda mais. A garota apenas confirmou com a cabeça, sorrindo também.
- Então... Será que podemos dar uma volta? – convidou Brad ansioso, os olhos azuis fixados em Lizie.
- É claro... Só temos que tomar cuidado com o Filch, o zelador aqui do castelo, ele não anda muito satisfeito ultimamente... – sugeriu a bruxa, se sentindo um pouco mais a vontade.
- Ah, eu sei quem é, já vi ele... Não parece ser muito, hum... Agradável.
- Ele não gosta nadinha dos estudantes... E ficaria muito feliz em nos dar um castigo! Mesmo você sendo um aluno do intercambio...
- Que tal irmos para os jardins? Perto do casarão da Pensilvânia... Gosto de ficar olhando o lago... – perguntou o ruivo, que não conseguia tirar os olhos da grifinória.
- Ah, vamos, eu também gosto! Mas será que o diretor, o Sr. Langton, não vai sentir a sua falta não? – disse Lizie, que não conseguia parar de sorrir... Estar com o ruivo era muito agradável, e lhe dava uma constante sensação de frio na barriga, como se estivesse em uma montanha-russa.
- Vamos torcer para que não sinta... Eu meio que... Sai escondido, mas não vamos nos preocupar com isso! Agora que estou aqui com você não quero me preocupar com mais nada... – respondeu o americano sorrindo, e Lizie apenas corou e sorriu mais ainda.
Lizie e o ruivo já estavam á porta do Saguão de Entrada, enquanto conversavam animadamente, quando a garota se lembrou... Lembrou-se porque tinha saído da Torre da Grifinória. Tinha que ir cumprir a detenção com Madame Pince! Quando a garota saíra da Torre da Grifinória, se esquecera completamente da detenção quando se deparou com o ruivo.
- Céus! Eu não acredito que esqueci... Brad, eu tenho que ir cumprir uma detenção! Desculpe, desculpe mesmo, mas eu tenho que ir! Até depois! – se despediu ela apressada, enquanto corria para a biblioteca, deixando Brad ali parado no Saguão de Entrada, observando a grifinória desaparecer depois de ter subido as escadas.
Minutos depois a garota chegou ofegando na biblioteca. Madame Pince ainda parecia muito brava, e explodia com os alunos por qualquer coisa... Quando Lizie lhe avisou que tinha chegado, ela gritou para ela esperar a outra retardada chegar, o que atraiu os olhares de alguns estudantes que estavam ali. A grifinória foi até uma mesa afastada e se sentou para esperar... Queria ver o estado do rosto da Tonkson, não devia estar nada bonito pelo desespero da sonserina...
Enquanto esperava, a garota olhava fixamente para um ponto da mesa, deixando os pensamentos vagarem sem rumo. Ela realmente tinha gostado de dar uma liçãozinha naquela Caroline Howd... Era ela quem estava atrapalhando tudo entre Dave e Lizie. Mas tinha que admitir que, em parte, os dois não faziam as pazes porque são muito orgulhosos... Nenhum queria admitir que tinha feito alguma coisa de errado. Dave não queria admitir que errou quando começou a sair com Caroline, brigando com Lizie e tudo mais. E Lizie não queria admitir que não fora o certo á se fazer quando estava saindo com Jony, provocando ciúmes em Dave.
Mas agora tem esse Brad Tanner! Por que esse ruivo tinha que aparecer na minha vida justo agora? E como é que eu estaria gostando dele? Isso é impossível... Mas talvez nem tanto. Seus pensamentos foram interrompidos pela voz de Madame Pince, que parecia extremamente irritada.
- Madame Pomfrey me avisou que aquela outra delinqüente, digo, senhorita, não vai poder comparecer a detenção... Vai cumprir outro dia. Mas você vai começar agora. Pode começar na seção de História da Magia, você vai arrumar todos os livros em ordem alfabética, estive procurando alguém para fazer isso... Vocês, alunos, nunca devolvem no lugar certo. – mandou Madame Pince num tom de que Lizie não deveria reclamar nem discutir. A garota apenas concordou com a cabeça, desanimada, e foi caminhando lentamente para a seção de História da Magia... A grifinória devia ter imaginado que a loira iria achar um jeito de não comparecer á detenção!
Mal tinham se passado dez minutos de detenção, e Lizie ouviu a voz de Brad Tanner, e parou no ato de recolocar o livro “A Revolta dos Duendes no século XIX” de volta á prateleira da biblioteca.
- Mas foi o diretor Dumbledore que me mandou aqui buscar a srta. Lohans! Ele quer que ela... Mostre o castelo para nós, alunos do intercambio! – argumentou o ruivo. Lizie saiu de trás da estante e encarou o ruivo perplexa, e aproveitando a distração de Madame Pince, o ruivo piscou um dos olhos azuis para a grifinória e sorriu travessamente, mas Madame Pince parecia muito indecisa.
- Hum... – hesitou a bibliotecária. – Está bem... Se são ordens de Dumbledore, tenho que cumprir! Mas não fique tão feliz, senhorita, você ainda vai terminar essa detenção! – disse ela secamente.
- Claro, Madame Pince, agora com licença, preciso ir... Mostrar o castelo para os americanos, sabe... – se despediu a grifinória de cabelos castanhos apressada, se segurando para não rir. Estava na cara que era uma mentira contada por Tanner para lhe livrar da detenção.
Lizie só achou seguro rir quando já estava á uma distancia segura de dois corredores da biblioteca.
- Ah, obrigada Brad... Aquela detenção ia ser uma droga! Nem sei como agradecer! – agradeceu ela, ainda rindo.
- Não precisa agradecer não... Só de estar com você já é a recompensa. Eu não podia te deixar nas garras daquela vassoura velha...
- Mas como é que você sabia que eu estava lá? – perguntou ela rapidamente, sentindo sua face esquentar, achou melhor mudar de assunto, enquanto andavam sem rumo pelos corredores.
- Hum... Eu estava na biblioteca ontem quando você duelou com aquela garota, esqueceu? E aquela bibliotecária disse calmamente que você ia ter que cumprir uma detenção!
- Ah, bem, a Tonkson, aquela garota, estava pedindo... – justificou ela sem graça.
- Eu achei genial o modo como você enfrentou ela. Você é incrível, Lizie. Nunca tinha conhecido uma garota como você... – disse o ruivo, baixando o tom de voz, e Lizie percebeu que ele estava corando, do mesmo modo como ela também estava.
- Sabe, você também é muito legal... – deixou escapar Lizie. O que eu estou fazendo? Só posso estar ficando louca, com certeza...
Lizie não conseguiu pensar em mais nada para dizer, e pelo jeito Brad também não. Então Lizie achou melhor mudar de assunto, e começou a perguntar de como era a escola lá na Pensilvânia. Os dois conversaram longamente, enquanto passeavam pelos corredores do castelo.
- Lá as coisas são bem mais diferentes do que aqui, e pra ser sincero, prefiro aqui... E lá não é um castelo, é meio que uma mansão de aspecto sombrio, confesso que ainda me dá arrepios... Gostei muito do castelo aqui, é umas duas vezes maior do que a mansão da Pensilvânia, mas o terreno em que fica a mansão é bem grande, temos também uma floresta, e o campo de quadribol é esplendido! Você joga quadribol? – perguntou Brad interessado, com os olhos sempre grudados na bruxa, com uma expressão de admiração e atordoamento.
- Aaah jogo, claro que jogo, no time de quadribol da casa, da Grifinória! Como artilheira... Aliás, esse final de semana temos um jogo contra a Sonserina! – respondeu ela entusiasmada, e também não conseguia desgrudar os olhos do ruivo.
- Vou torcer pela Grifinória então, e pra ser sincero, não vou muito com a cara desse pessoal da Sonserina... Eu também jogo, só que como goleiro! Lá a escola também é dividida em fraternidades, ou casas... Bem que você podia ir visitar a minha escola um dia!
- Eu? Ah, talvez um dia, não é? Brad! Olhe que horas são! Quase uma hora da manhã! Nem tinha visto o tempo passar... Amanhã temos aula, e depois tenho treino... É melhor você voltar também, se o Sr. Langton descobrir! – admirou-se Lizie, mal tinha visto o tempo passar! E não soube como Filch não os pegou!
- Já? Mas estava tão bom! – exclamou o ruivo, surpreso. – Lizie, você tem... Você está saindo com alguém ultimamente? – perguntou ele abruptamente. A grifinória o encarou surpresa.
- Não, nada demais, estava saindo com um garoto, mas, não estava sendo muito legal... Por quê? – admitiu a garota, sem jeito.
- Mas você e ele, não tem nada, não é? – insistiu o americano, parecendo muito constrangido, corando. Por que será que ele está tão interessado nisso? Lizie pensou... Bem estava saindo com Jony Serpen, mas teve que admitir que estava gostando muito mais de Tanner, que conhecia á pouquíssimo tempo, do que de Jony. Isso só pode ser piração...
- Não, não temos não. Mas, por quê? – murmurou a grifinória, devia estar decididamente vermelha agora. Estava meio óbvio do porque que ele estava tão interessado nisso...
- Ah... Bom saber. – suspirou Brad, abrindo um enorme sorriso. Parecia muito feliz, e Lizie tinha quase certeza do motivo. – Quer que eu te leve até a Torre da Grifinória?
- Não precisa, ainda está um pouco longe, é melhor você já ir voltando!
- Então tá, a gente se vê amanhã Lizie... – se despediu o ruivo.
- Até amanhã.
Mas antes que Lizie pudesse dar meia volta e tomar o caminho para a Torre da Grifinória, Brad a segurou pelo braço. A garota estremeceu e encarou o ruivo. Ele a puxou para mais perto, e a grifinória pode sentir o calor do seu corpo. Ela congelou por dentro.
O rosto do americano agora estava muito próximo do seu, seus lábios estavam prestes a se tocar, mas bem na hora Lizie virou o rosto e o ruivo beijou a sua bochecha. O ruivo parecia extremamente constrangido, e Lizie sentiu seu rosto ardendo, mas sorriu sem jeito para o garoto.
Antes que perdesse a coragem, a grifinória deu um beijo na bochecha do ruivo, também, e acenou, se despedindo, deixando o americano sorrindo incerto.
A grifinória voltava distraída para a Torre da Grifinória, ainda lembrando do seu encontro com Brad Tanner. Realmente, o ruivo era fantástico...
Mas então a garota viu uma coisa que fez gelar seu sangue... Os grandes olhos de Madame Nora, a gata do zelador, a encaravam. Se Filch a apanhasse andando pelo castelo á essa hora, estaria realmente encrencada... Tomada por um pensamento realmente imprudente, Lizie caminhou em direção da gata, sorrindo marotamente. Á muito tempo queria realizar esse sonho que pelo menos era também o da grande maioria dos estudantes de Hogwarts. Antes que a gata percebesse o que ela ia fazer, a grifinória deu um bom pontapé na gata de Filch... Madame Nora miou alto e saiu em disparada pelo corredor.
Sabendo que o miado com certeza atrairia Filch, e que estaria muito mais encrencada do que já estava se Filch descobrisse que ela dera um pontapé em sua gata, a grifinória correu o mais rápido que conseguiu, e pouco depois já estava no retrato da Mulher Gorda.
- Por acaso você sabe que horas são senhorita? – resmungou a Mulher Gorda mal-humorada, olhando desconfiada para Lizie.
- Ah, vai logo, Focinho de Porco! Focinho de Porco! – arquejou Lizie, ainda sem fôlego.
- Você com certeza sabe que não podia estar fora da Torre á essa hora! – ralhou ela.
- Por favor! Abre logo! Focinho de Porco! – suplicou Lizie, e a Mulher Gorda girou, desconfiada.


Lizie Lohans estava sentada á mesa da Grifinória no Salão Comunal, era verdade que estava morrendo de sono, mas parecia muito contente.
Dave a observava discretamente, intrigado com toda essa felicidade da grifinória. Será que estava imaginando coisas, ou aquele americano Tanner também parecia muito feliz, talvez pelo mesmo motivo de Lizie...? O grifinório tinha que admitir que sentia muita falta da companhia de Lizie, mesmo como amiga...
- Srta.Lohans, por favor, me acompanhe até a minha sala. – chamou a professora McGonagall. Todos olharam interessados, mas Lizie se levantou rapidamente, deixando uma torrada pela metade, e seguiu a professora prontamente. Será que era o que Lizie estava pensando?
McGonagall sentou atrás de sua escrivaninha e indicou a Lizie uma cadeira, que a garota sentou, ansiosa.
- Você já deve imaginar porque te chamei aqui, Lohans. – começou a professora.
- Tenho uma idéia, professora.
- Confesso que fiquei muito intrigada com esse colar que me entregou, Lohans, então apressei um pouquinho os testes. Sabe, essa sua amiga que lhe deu isso de presente, deve gostar muito de você! Não achei nenhuma maldição, nem nenhum tipo de encantamento perigoso, nem nada que lhe possa oferecer perigo. E, não sei se posso afirmar isso com certeza mas... Parece que o pingente é feito com o material das próprias estrelas! – exclamou a professora, parecendo assombrada com a própria afirmação.
A garota suspirou aliviada, mas surpresa. Sempre achou que o colar tinha alguma coisa de especial, mas, ser feito com o material das próprias estrelas?
- Com certeza já deve ter ouvido falar, mas artefatos feitos desse material são extremamente raros, e possuem poderes ocultos que talvez nenhum bruxo consiga descobrir! E as estrelas não são como os troxas as descrevem... São muito mais especiais, misteriosas e poderosas, como a senhorita com certeza já deve saber, também. Isso é magia muito antiga, magia desconhecida pelos bruxos atuais. Então sugiro que o guarde em segurança, e não saia espalhando que pertence uma jóia dessas por ai, entendido? – aconselhou McGonagall, observando admirada o colar e o devolvendo para Lizie.
- É claro, professora McGonagall, é claro... E muito obrigada, por verificar, e tudo mais...– concordou a garota, boquiaberta, tirando o colar de pingente de estrela de sete pontas das mãos da professora e o guardando em segurança no bolso das vestes.
- Pode ir andando agora, Lohans.
Lizie saiu da sala da professora ainda meio atordoada... Por que esse D.A.L. lhe daria uma coisa assim? Dissera que era uma herança de família, mas como poderia, se sua família não tem um pingo de sangue mágico? Porque fora realmente uma surpresa quando Lizie recebeu a carta de Hogwarts, e seus pais afirmaram que ninguém na família era bruxo, e isso também era uma completa surpresa para eles, a descoberta do mundo dos bruxos.


A professora Trelawney explicava em sua voz etérea o que acontece quando Marte e está na décima casa, mas Lizie não prestava a menor atenção, mesmo que tentasse, não conseguia prender sua atenção na professora, tinha muito no que pensar agora... Queria contar logo para Dora sobre o colar, mas nesse dia não tinha aula conjunta com a amiga lufana...
A grifinória brincava com o colar com os dedos, debaixo da carteira, enquanto observava Dave. E Brad não conseguia desgrudar os olhos de Lizie. A grifinória estava mergulhada em suas reflexões... Seus ouvidos tomados por um estranho zumbido.
O que será que Dave sentia realmente pela grifinória? E Brad, será que ele gostava dela mesmo?
Mas o que a intrigava mesmo era o colar... O jeito seria esperar para descobrir quem seria D.A.L...





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Agradecimentos:
Tay McKinnon: Ohh e vc acha que eu também não tenho uma..hum, Grande queda por ruivos? *-* Tudo começou com os Weasley...Mas bem, você vai ver o que vai acontecer....
Obrigado por acompanhar a fic, e por tudo! ^^

Lyla Garbo: Obrigada, bem, e quanto a minha criatividade, eu faço o melhor que posso o/

Di-Luá~: Calma flor de beterraba, já postei ;D


Em breve mais um capítulo, e por favor, comentem! \o/

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