Epílogo



- Titia, quero mais um pedaço de panetone.

-Claro, querido, aqui está.- Hermione serviu o sobrinho e então voltou-se para Harry - Você vai repetir, também?

- Sim...- Ele sorriu.- Para acompanhar o campeão.

- Quer apostar qum de nós come mais panetone?- Jamie o provocou.

- Nào, obrigado, cowboy... Este, paramim, é o último pedaço.

- Pois eu aguentaria mais um.

- Vá em frente. Afinal, você precisa comer bastante, para crescer.

Hermione olhou de Harry para o sobrinho. E teve vontade de fotografar aquele momento, para eternizá-lo

Era noite de Natal. Uma noite perfeita, cheia de intensas magias... Resultante de um dia igualmente perfeito e feliz.

Naquela manhã, Harry tinha conseguido tirar a árvore caída da escada. Fora até em casa e voltara na hora do almoço. À tarde, havia ajudado Jamie a fazer um grnade boneco de neve. Da janela da cozinha, Hermione podia avistá-lo, lá fora, como um espectador silencioso da felicidade que ela experimentava. Sim... Pois não havia outra palavra, senão felicidade, para definir seu estado de espírito.

Ali estava ela, na companhia de Jamie, a quem amava comou m filho... E na de Harry, por uem estava loucamente apaixonada. O que mais poderia desejar?

Nas últimas horas, Harry a abordara por várias vezes, roubando-lhe bejos e murmurando-lhe palavras doces ao ouvido. Hermione correspondera, deliciada.

Em alguns momentos, se perguntara aonde tudo aquilo iria parar...

Sabia que, dentro de alguns dias, teria de retornar sua vida, em Tucson. Teria de dizer adeus a Harry Potter. Mas, por enquanto, ela não queria pensar nisso. Afinal, Ainda lhe restava uma semana, antes que essa hora difícil chegasse. E Hermione queria desfrutar cada momento, intensamente.

- Vamos abrir os presentes?- a voz de Jamie, intrrompeu-lhe as divagações.

- O que você disse, querido?- Hermione perguntou, com um sorriso.

Jamie repetiu a pergunta. E mostrou-lhe o prato vazio:

- Veja, titia, já comi todo meu panetone.

- Muito bem, Jamie.

Pouco depois, ante os olhares ternos de Harry e Hermione, o pequeno Jamie deslumbrava-se com os vários presentes que ela havia trazido de Tucson, escondidos em meio á bagagem. Carrinhos, livros com figuras coloridas, uma pequena lousa, uma caixa de lápis de cor e várias peças de roupas... Tudo isso Hermione comprara durante o ano, aos poucos, para presentear Jamie.

Como era de se esperar, Jamie não ligou muito para as roupas novas. Mas, em compensação ficou fascinado com os brinquedos.

- Bem, isso é tudo, querido- disse Hermione.- Espero que tenha gostado dos presentes.

- Eu adorei- Jamie respondeu, radiante. Apontando uma caixa, ao lado da árvore, indagou- E este aqui? Para quem é?

Hermione, que não havia reparado no pacote, fitou-o com estranheza:

- Engraçado, não me lembro de tê-lo trazido...

- É um presente meu, para Jamie- Harry a interrompeu.

- Puxa!- o garotinho exclamou, alegremente surpreso. Abriu o pacote com impaciência e, por um momento, nada conseguiu dizer.

O presente era um trenzinho, com vários vagões de cargas e passageiros. Uma miniatura perfeita. Havia também uma estação e trilhos para serem montados.

- É lindo, Harry!- disse Jamie, correndo para abraçá-lo.

Desde aquela tarde, Harry lhe pedira que parasse de chamá-lo de Sr. Potter. E que o tratasse pelo primeiro nome.

- Que bom que você gostou.

- Você me ajuda a armar os trilhos?- Jamie perguntou, contendo um bocejo

- Que tal deixarmos para amanhã?- Harry propôs.- Estou com um pouco de sono.

O menino assentiu e voltou a comtemplar o brinquedo. De súbito, indagou.

- Você não trouxe nada para tia Hermione?

- Jamie!- ela o censurou, carinhosamente.- Isso não é pergunta que se faça.

- Eu trouxe, sim- Harry respondeu com um sorriso.

- E onde está?- Jamie quis saber.

- Bem ali... Escondi-o atrás da árvore, queria que fosse uma surpresa.- Pegando o pacote, embrulhado em papel colorido, Harry entregou-o a Hermione.- Pronto Srta. Granger.

- Oh, Harry...- ela murmurou.- Não era preciso...

- Abra, titia- Jamie pediu, curioso.- Aposto que é um quadro.

De fato, o formato do pacote não deixava dúvidas.

Hermione desfez o embrulho. Então, um sorriso comovido insinuou-se em seus lábios.

- Deixe-me ver, titia- disse Jamie.

Hermione, porém, não o atendeu. Estava maravilhada demais com o que via: o quadro era pintado à óleo. E retratava aquela cabana, respeitando vários detalhes: a varanda, com suas pilastras de madeira, as árvores ao redor... Havia até mesmo um lampião, que se podia ver através de uma janela aberta. A única diferença era que a cabana fora retratada durante o verão. O verde dominava a paisagem. E no céu azul e quase sem nuvens, o sol se destacava, como um disco de prata.

- É lindo, Harry- Hermione afirmou, com a voz embargada pela emoção.- Quem foi que pintou?

- Eu mesmo...Num tempo em que cultivava esse hobby.

- Você é um artista- Hermione comentou, admirada.- Deveria continuar pintando.

- Vou pensar nisso.- Fitando-a com intensidade, ele perguntou:- Então você gostou, mesmo?

- Adorei.

-É para que não se esqueça nunca de mim... Nem deste lugar.

- Como poderia?

Ambos se olhavam, tomado pela magia do momeno. Estavam a ponto de se beijar, quando Jamie exigiu:

- Eu também quero ver.

Sorrindo, Hermione e Haarry compreenderam que teriam de deixar o beijo para outro momento... Que veio, durante a madrufada, quando Jamie já estava dormindo.

Mais que foi uma sequência de beijos, a paixão cobrava carícias ousadas...E foi assim que, cedendo à voz soberana do desejo, Hermione e Harryse despojaram do receio, das roupas e das últimas reservas.
No quarto de Hermione, ambos se amaram té o amanhecer, cumprindo enfim o sentimento que havia se instalado nos corações, sem sequer pedir licença.

Quando Hermione despertou, pela manhã, perguntou-se se tudo não teria sido um sonho. Mas a presença do homem adormecido, a seu lado, provava que sua felicidade era real... E absoluta.

- Bom dia.- ela disse, baixinho, beijando-lhe os cabelos escuros.

Abrindo os olhos,ele perguntou:

- Estamos no paraíso?

- Acho que sim, querido... – Hermione respondeu, antes que Harry lhe cobrisse a boca, num beijo longo e apaixonado.


Penny costumava dizer que o tempo voava, quando a vida era desfrutada intensamente.

Essas palavras, mais do que nunca, pareciam verdadeiras a Hermione, naquela manhã. Era o dia dois de janeiro. Dia de partir de volta a Tucson... De dizer adeus à felicidade compartilhada com Harry.

Naqueles dias, nem Hermione, nem Harry haviam falado no futuro. Não fazia mal. Hermione sabia que levaria dentro do coração, para sempre, a lembrança daquele breve tempo de paixão.

Difícil, quase impossível, era imaginar a vida, dali por diante, sem Harry. Decididamente, aquele homem deixaria um profundo vazio em seu coração e também no do pequeno Jamie.

Aliás Jamie estava impossível, naquela manhã. A todo momento perguntava quando Harry chegaria.

- Não sei ao certo, querido- Hermione respondia, num tom paciente.- Ele foi para a fazenda, ontem à tarde. Mas acho que deverá estar de volta até a hora do almoço.

Jamie assentia, com uma expressão de desagrado... E logo voltava a perguntar por Harry. Hermione, embora se sentisse arrasada, estava decida a não ralhar com o sobrinho. Afinal, podia imaginar o que se passava no coraçãozinho de Jamie.

Por volta de duas tarde, Hermione começou a ficar preocupada. Estava com a bagagem toda arrumada e já vestida para a viagem. Jamie também estava pronto... E de péssimo humor. Mas Harry não dava sinal de vida... Por quê?

Essa pergunta se repetia, na mente de Hermione, a todo momento.

Às três e meia, ela se sentia prestes a perder o controle. Algum problema havia ocorrido, com Harry. Só isso poderia explicar sua ausência.

Eram quase quatro da tarde, qando Hermione ouviu o som de um veículo se aproximando, mas não parecia o caminhão de Harry, ela pensou, apurando bem os ouvidos.

De fato, momentos depois, uma reluzente caminhonete cor de vinho aproximou-se do pátio. Em seguida, surgiram mais dois veículos: outra caminhonete, de cor azul, e um jipe.

- O que aconteceu, tia Hermione?- Jamie pergntou.- Cadê o Harry?

-Ali está ele- disse Hermione, ao vê-lo descer a caminhonete cor de vinho.

Ele se aproximou, com um sorriso no rosto de traços perfeitos.

- Perdoe-me pelo atraso, Hermione- ele se desculpou. Em seguida, voltou-se para Jamie:- Como vai, campeão?

- Estou muito bravo- o garotinho respondeu, com o rostinho contraído.

- É mesmo? E por que?

- Porque não quero ir embora.

- Jamie, querido, nós já conversamos sobre isso- Hermione o censurou, num tom carinhoso. Dirigiu-se a Harry, tentando sufocar a terível angustia que sentia, perguntou:- Quem são aquelas pessoas?

- Eu lhe contarei num instante.- Sorrindo para Jamie ele pediu:- Será que você me deixa conversar som sua tia, por um minuto?

O menino deu os ombros.

- Puxa, você está mesmo furioso, cowboy.- Harry segurou a mão de Hermione e conduziu-a ao interior da cabana.

- Chegou a hora mais difícil- Hermione murmurou, contendo as lágrimas - hora de nos dizermos adeus.

- Pois é... - Harry a fitava com intensidade.- Ao que tudo indica, você agora retomará sua vida normal, lá em Tucason.. E dentro de algum tepo, serei apenas uma vaga lembrança.

- Não- Hermione discordou, com veêmencia.- Nunca esquecerei você. Na verdade, não tenho a menor idéia do que farei, para sobreviver à terrível saudade que sinto desde já.

- Também não consigo imaginar minha vida sem sua presença, Hermione. O mais incrível é que nos conhecemos há tão pouco tempo... E, no entanto, sinto que sempre esperei por você. Que sempre guardei um espaço especial, em meu coração, para cultivar o amor que você me despertou.

Hermione baixou os olhos. Uma lágrima escorreu-lhe pelo rosto. E ela nem se importou em exugá-la.

- Então é sso que vamos fazer?- disse Harry, após um breve silêncio.- Vamos deixar que as circunstâncias nos levem para longe, sem reagir?

Hermione fitou-o, com uma expressão interrogativa:

- O que quer dizer, Harry?

- Quero dizer que não me sinto disposto a aceitar essa imposição. Em resumo, estou com vontade de mudar o jogo, virar a mesa... Dar um passo decisivo, em ver de me curvar às exigências do destino.

- Como assim?

- Quero unir nossas vidas, de modo definitivo.

- Harry, você está dizendo que...

- Quero me casar com você, Hermione Granger... E ser o pai de Jamie e de outros filhos que a vida nos trouxer.- Harry suspirou. Sua voz tremia, de tanta emoção.- Puxa, como é difícil falar assim, abertamente, do amor que sinto por você.. por vocês. Agora, por favor, pare de me olhar como se eu fosse um marciano e me dê uma resposta... Se você disser não, prometo que não insistirei mais. Direi a minha mãe, a Maggie, a Robert e seu irmão, e ao juiz de paz, para voltarem à fazenda. Depois levarei você e Jamie para o aeroporto e...

- Espere um momento- Hermione apartou, entre maravilhada e perplexa.- Aquelas pessoas que estão lá fora...

- São minha mãe, Maggie, Robert, o irmão dele e o juiz de paz.- Harry repetiu. Visivelmente embaraçado, como um adolescente que pela primeira vez se declarasse a uma garota, acrescentou:- Eles poderiam ser nossos padrinhos, sabe? Eu bem que queria trazer um padre, também. Mas achei que seria melhor fazer um casamenteo na igreja mariz de Kananaskis.bem, isso pode esperar. O que não pode esperar é meu coração, Hermione. Diga de uma vez se você aceita...

- Aceito!- Hermione declarou, radiante, beijando-o levemente nos lábios.

Harry tentou prolongar o beijo. Mas Hermione o impediu, delicadamente.

- Não podemos fazer isso agora, querido. Precisamos avisar aquelas pessoas e ao nosso querido Jamie que...

- Já sei de tudo- o garotinho a interrompeu, correndo de braços abertos para ambos.

- Você estava nos bisbilhotando! - Hermione concluiu, sorrindo.

- Juro que não faço mais, titia.

Os três se abraçaram, calorosamente.

Pouco depois, na presença de um juiz de paz, de Lílian Potter, Maggie, Robert e seu irmão, o casamento de Hermione e Harry era selado.

No final da cerimônia, enquanto os noivos trocavam um beijo cheio de paixão, Jamie afirmou, em voz bem alta, como se anunciasse uma importante revelação.

- Eu sabia que Papai Noel não ia se esquecer de mim.

- Por que diz isso, meu bem?- Maggie perguntou.

- Porque pedi a ele um papai de presente de Natal. E ganhei Harry...

-Bem...- a Sra. Potter interveio, emocionada.- Há pouco mais de dois mil anos, uma criança veio ao mundo para mudar o coração dos homens. Portanto, não me surpreeende que no ínicio deste terceiro milênio a inocência de nosso querido Jamie tenha razido tanta felicidade às nossas vidas.- Inclinando-se na direção do garotinho, ela pediu-Agora dê-me um beijo, querido... Pois, além de um papai, você ganhou uma avó, de gorjeta.

- Duas- Maggie a corrigiu.

-Titia, acho que nossa família aumentou- disse Jamie, tomando a mão de Hermione.

- E isso não é maravilhoso, meu bem?- ela respondeu, com um doce sorriso.

Uma sensação de puro deslumbramento a dominava. De mãos dadas com Jamie e Harry, sentia-se capaz de enfrentar qualquer obstáculo, de realizar todos os sonhos. A vida a presenteara com o bem maior: o amor. E não havia nada que Hermione desejasse mais.


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Óóóh, que história mais cute essa não???

Bjoosss!!!

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Comentários (1)

  • Mione Jean Potter

    Nossaaaaaa, essa fic é tao perfeita e doce. Muito bem escrita. Me arrancou diversos sorrisos aqui

    2015-03-04
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