Capitulo 6



CAPÍTULO VI


Harry chegou furioso à Potter Tower naquela manhã. Passou por seu escritório como uma flecha e dirigiu-se à sala de reuniões. Ao entrar, encontrou Hermione saboreando uma bolacha com uma expressão tranquila e relaxada.
— Passei em seu apartamento esta manhã para buscá-la. — Ele lançou o sobretudo sobre uma das cadeiras. — Imagine minha surpresa ao constatar que já havia saído.
Ela e encarou e riu.
— Achei mesmo que ficaria surpreso.
— Seu carro já ficou pronto?
Hermione rabiscou algo no bloco de anotações e engoliu o último pedaço da bolacha, antes de responder:
— Não.
— Então, como chegou até aqui, Hermione? — Harry tentava disfarçar o nervosismo.
— Peguei o trem.
— Acho que já discutimos sobre isso antes.
Na realidade, tinha vontade de gritar bem alto que ela estava se arriscando sem necessidade e deixando-o preocupado e apreensivo com aquele comportamento.
Hermione deu de ombros.
— Você discutiu. Eu, não.
— Mas concordou...
— Não. Não concordei com nada. — Colocando o lápis sobre a mesa, ergueu-se. — Você me falou sobre todos os riscos que andar de trem representa para minha gravidez. Insistiu que um táxi também não era uma boa opção. Está vendo algum bibelô aqui, Potter?
Dando alguns passos adiante, Harry enlaçou-a pela cintura.
— Sim... estou, Delgado. — E beijou-lhe a testa. — Está sendo cabeça-dura em não admitir que o trânsito de Chicago não é nada seguro, nem para você, nem para o nenê.
— Isso é bobagem.
Roçando os lábios nos dela, Harry constatou como aquelas curvas suaves se amoldavam às linhas fortes de seu corpo, apesar da diferença de altura entre eles.
— Não gosto que utilize transportes públicos, Hermione.
— Milhares de pessoas fazem isso todos os dias, e nada acontece.
— Eu não conheço essa gente.
Harry entendia que não era correto interferir tanto assim na vida dela. Podia estar exagerando, mas não se sentia confortável com a idéia de vê-la andar de trem ou de ônibus. Muito menos pegar um táxi, com um motorista louco realizando manobras mirabolantes nas ruas abarrotadas de Chicago.
— Se é assim, o que sugere que eu faça para vir trabalhar ou ir a outro lugar qualquer?
Ele pressionou a testa contra a dela.
— Eu a levarei.
— Não, não posso lhe pedir algo assim.
— Não está pedindo. — Beijou a ponta de seu nariz. — Estou me oferecendo.
Os lábios dele desceram sobre os dela, e Harry vibrou com o doce contato daquela boca perfeita. Quando seus braços a enlaçaram, esperou que ela o repelisse. Porém, para seu espanto, Hermione passou a mão ao redor de seu pescoço, correspondendo ao abraço.
O gesto animou-o a aprofundar o beijo. Os lábios dela abriram-se, dóceis e sedentos. Quando suas línguas se tocaram, um intenso desejo fez com que todas as fibras de Harry vibrassem.
Harry desceu as mãos até alcançar-lhe a cintura, pressionando-a para que Hermione sentisse o quanto o excitava. Precisava fazer amor com aquela mulher.
Seu tremor o relembrou da última vez em que estivera com uma mulher. Tentou convencer a si mesmo de que esse era o motivo para aquela reação imediata. Contudo, no fundo sabia que o desejo crescente pouco tinha a ver com a falta de sexo no último ano, e sim com a garota colada a seu peito.
Beijar Hermione estava se tornando um hábito que ele não sabia se conseguiria, ou se queria, romper.
Afastou-se um pouco e fitou-a por alguns segundos. Hermione tinha um brilho renovado no olhar, e um leve rubor tingia-lhe as faces.
— Como está sua agenda para hoje, Hermione?
— Tenho de me encontrar com Robert Marsh esta manhã.
Harry apanhou o casaco de sobre a cadeira.
— E depois do almoço?
— Às duas horas, irei ao Solar da Costa do Lago interrogar a secretária de sua mãe, Jennifer Anderson. Depois, colocarei seus pais a par dos últimos detalhes da investigação.
— Ótimo. Após almoçarmos, levarei você até a casa deles.
Quando ela o fitou como se pretendesse protestar, Harry meneou a cabeça.
— Está decidido, Delgado. Vá se acostumando com isso. Serei seu chofer até que seu carro fique pronto, e ponto final.


Depois de tomar o depoimento de Jennifer Anderson, Hermione se encontrava sentada no solário da mansão dos Potter.
— Já interroguei a maioria de seus filhos e vários empregados da Potter Corporation. —Hermione pousou a xícara de porcelana sobre o pires. Não se sentia nada confortável segurando algo tão elegante e tão caro.
— Conseguiu descobrir algo novo? — Lilian Potter tinha seu sotaque europeu mais acentuado devido a sua óbvia preocupação.
Com quase sessenta anos, Lilian Potter era uma senhora belíssima, dona de uma elegância que só os nobres possuem. Porém, os acontecimentos do último mês começavam a lhe provocar efeitos devastadores. Tristeza, tensão e ansiedade se refletiam nos belos olhos verdes. A antiga princesa da Altaria não apenas experimentara o terror da tentativa de assassinato de seu primogênito como também a recente perda do pai, o rei Thomas, e o irmão, o príncipe Marc, em um trágico acidente de barco.
Hermione lamentou não ter descoberto algo novo que pudesse aplacar o sofrimento daquela mulher.
— Infelizmente, sra. Potter, não consegui descobrir nada além do que já sabíamos.
— O quê? Isso é inconcebível! — James esbravejou, contrariado. — Alguém tentou matar nosso filho. Queremos esse miserável o quanto antes na cadeia!
— Todos nós queremos, papai. — Harry acabava de entrar. — Mas essas coisas são demoradas.
Passou o braço ao redor dos ombros de Hermione num gesto protetor, que causou uma expressão de surpresa no rosto dos Potter.
— Hermione tem se esforçado bastante para elucidar os fatos, colocando em risco a própria saúde.
— Isso não vem ao caso. — Hermione se desvencilhou dele e lhe dirigiu um olhar de advertência, na esperança de mantê-lo calado.
Não lhe agradava a idéia de ver detalhes de sua vida expostos para qualquer um. Tampouco se sentia confortável com o jeito especulativo dos Potter, intrigados com a intimidade com que o filho deles a tratava.
— Sr. Potter, considerando que Daniel jamais sofreu um atentado até se tornar o sucessor do rei Thomas no trono de Altaria, chegamos à conclusão de que a tentativa foi de natureza política.
— Entendo. Só que não sabemos o porquê. — James esfregava a testa, nervoso.
— Pois é. Contudo, sabemos que, quem quer que seja que atentou contra a vida de Daniel, era profissional. Escolheu um lugar público com o propósito de desaparecer na multidão logo após apertar o gatilho. Isso nos leva a crer que existe uma razão política por trás do atentado. E, quando descobrirmos o motivo, chegaremos até os verdadeiros culpados.
— Com licença, sr. Potter — disse a criada, à soleira. — O senhor tem uma chamada telefônica.
— Diga que não posso atender. Estou no meio de uma reunião.
— Creio que deveria atender, senhor — insistiu, com a naturalidade de alguém que trabalhava para os Potter fazia muitos anos. — É o sr. Albert Dessage. E falou que é urgente.
Hermione conhecia de nome o detetive particular que os Potter contrataram para acompanhar as investigações.
Quando James se ergueu da cadeira, a criada lhe entregou o telefone sem fio.
— Linha dois, senhor.
— Obrigada, Ruby. — Quando a mulher saiu, James atendeu: — O que descobriu, Dessage? — perguntou aflito, dispensando uma saudação cortês.
Hermione percebeu a troca de olhares entre James e Lilian, e então ele franziu a testa. Escutou atento por vários segundos, antes de dizer:
— Sei, sei. Sim, ela está aqui. Espere um momento. — E ofereceu o aparelho a Hermione. — Dessage quer falar com você, sra. Delgado.
Pelo jeito de James Potter, ela não teve nenhuma dúvida de que o caso sofrera uma reviravolta importante.
— Aqui é a investigadora Delgado, sr. Dessage.
— Como havíamos suspeitado, recebi há pouco uma confirmação da Interpol de que o rei Thomas e o príncipe Marc foram assassinados, sra. Delgado. O barco foi equipado com explosivos de plástico e um dispositivo de cronometragem, programado para explodir a várias milhas da costa, em mar aberto. Assim, os dois não teriam nenhuma chance de sobrevivência. Estavam condenados desde o momento em que subiram a bordo.
— Alguma pista que leve aos responsáveis?
— Até agora, não. Mas, por favor, diga aos Potter que o rei Daniel e sua esposa estão seguros e contam com a proteção da Guarda Real em tempo integral.
— Farei isso. — Hermione sentiu a mão de Harry de novo em seu ombro.
Ouviu o suspiro abafado de Lilian e percebeu que a mulher soluçava baixinho. James já devia tê-la colocado a par das últimas notícias.
— Mais alguma coisa, detetive?
— Sim, investigadora. — A linha começou a falhar. — Diga aos Potter que... família deve manter em segurança. Os assassinatos... são relacionados ao trono.
Com um ruído característico, a conexão foi interrompida, antes que Hermione pudesse responder.
Quando voltou a atenção aos Potter, James tentava confortar Lilian.
— O sr. Dessage disse, e tenho de concordar, que é certo que a tentativa de assassinato de seu filho esteja diretamente ligada ao trono de Altaria.
— E quanto a meus outros filhos? — Lilian olhou para Harry, depois para Hermione, cheia de aflição. — Eles também correm perigo?
— Não se preocupe conosco, mamãe — pediu Harry. — Estaremos bem.
Hermione assentiu, colocando o telefone sem fio sobre a mesa de centro.
— Concordo com Harry, sra. Potter. Contanto que o rei Daniel esteja seguro em Altaria, não vejo por que nos preocuparmos com os outros. Ele é o rei, agora, e, a menos que algo lhe aconteça, não há nenhum motivo para o assassino perseguir seus outros filhos. — Dirigindo o olhar a Harry, fez um agradecimento silencioso por ele estar muito distante na linha de sucessão, o que o deixava fora de perigo. — Mas aconselho que sejam cautelosos. Se notarem qualquer coisa suspeita ou sofrerem algum tipo de ameaça, por favor, chamem a polícia de imediato.
Hermione se ergueu para se despedir.
— Tenho uma equipe de seguranças aqui no Solar da Costa do Lago. Falarei com o chefe de segurança da Potter Tower para redobrar a atenção por lá. Seria aconselhável manter os outros meninos sob vigilância?
— Não, sr. Potter — respondeu Hermione. — Não creio que seja necessário. De qualquer modo, devem ficar atentos, já que os homens da família são os únicos aptos a herdar o trono.
— Certo. — James se levantou, estendendo-lhe a mão. — Obrigado por nos pôr a par dos últimos acontecimentos.
— Sem problemas, sr. Potter. — Ela enfiou os braços nas mangas do casaco que Harry segurava.
— Harry, por favor, fique de olhos bem abertos — suplicou Lilian.
— Ficarei, mamãe. — E deu-lhe um beijo no rosto. Hermione não podia fazer nenhuma promessa em relação aos outros filhos daquela mulher. Mas quanto ao mais novo...
— Sra. Potter, Harry e eu estamos trabalhando juntos, programando os interrogatórios e coordenando a investigação dos empregados da Potter Corporation. Posso assegurar que, não vi nada de anormal. Não tem nada com que se preocupar. Eu mesma cuidarei da segurança de Harry.


Perdido em devaneios, Harry guiou o Jaguar em silêncio pelos portões principais do solar. Não sabia se achava graça ou se se sentia ofendido pela promessa que Hermione fizera a sua mãe.
Por um lado, julgava quase cômico uma moça tão frágil jurar que o manteria em segurança. Era bem mais alto e mais forte que ela. Com aquela compleição, que chance a policial teria contra qualquer um que atentasse contra ele?
Por outro lado, seu ego fora ferido. Não lhe agradava saber a opinião que Hermione fazia a seu respeito. Ela o via apenas como um homem indefeso.
— Antes de considerar minha promessa a sua mãe um insulto pessoal, lembre-se disso: sou treinada para observar situações e analisar qualquer perigo em potencial. — Com um gesto natural, Hermione colocou uma mão sobre a coxa dele, e aquele contato provocou um arrepio na espinha de Harry. — Não quis dizer com isso que você não pode se defender, e sim que estaria atenta se pressentisse uma ameaça.
Ela lhe deu um tapinha brincalhão na perna.
— Além do mais, eu carrego uma arma. Você, não.
Aturdido por Hermione descrever seus pensamentos, Harry virou-se para fitá-la.
— Não estava pensando em nada disso — mentiu.
Não queria admitir que a avaliação dela fora precisa. Afinal de contas, um homem tem seu orgulho! Hermione lhe endereçou um sorriso cínico.
— Diga o que quiser, Potter.
Como Hermione fazia aquilo? Ele era assim tão transparente? Decidindo que já era hora de mudar de assunto, indagou:
— O que pretende fazer hoje à noite?
Hermione afastou a mão da perna dele. Harry estendeu o braço e alcançou-a, colocando-a de volta sobre sua coxa.
— Não planejei nada além de tomar um banho quente e assistir à televisão comendo um sanduíche de queijo e tomando um prato de sopa.
— Por que não passamos em meu apartamento antes? Assim posso mudar de roupa, pegar Baby, e então comeremos algo mais nutritivo juntos.
Hermione o estudou durante vários segundos, e Harry achou que ela recusaria a proposta.
— Devo adverti-lo de que meu televisor não tem controle remoto.
— Meu Deus, mulher! Estamos no século XXI, e não na Idade da Pedra! Onde já se viu uma tevê sem controle remoto?!
Hermione gargalhou.
— Eu tinha um, mas perdi quando me mudei depois do divórcio, no ano passado.
— Certo, é uma desculpa razoável.
Saindo da estrada da costa, Harry dirigiu vários quilometros a oeste, quando enfim parou em frente a uma loja de eletroeletrônicos num centro comercial.
— Por que estamos parando aqui?
— Compraremos um controle remoto universal.
Hermione riu.
— Está brincando, não é?
— Não. — E Harry saiu do Jaguar.


Três horas mais tarde, Harry sentou-se no sofá com o braço ao redor de Hermione. Ela se recostou, com Baby cochilando preguiçosa em seu colo.
Depois de ver dez minutos de programação, Harry apertou o botão do controle remoto.
— Este é um dos filmes mais maçantes que já vi — disse, sintonizando outro canal.
— Essa é a idéia. —Hermione bocejou. — Ficar sentado no sofá, assistindo a programas entediantes o suficiente para atrair o sono.
Quando Harry parou para ouvir a transmissão do noticiário, Hermione meneou a cabeça.
— Se não se importa, prefiro não ouvir isso.
— Por que não?
O âncora anunciara havia pouco um relatório especial dos festejos do Dia dos Namorados ao redor do mundo.
— Não ligo muito para esse feriado em particular.
Harry ficou um minuto calado, desejando saber qual o motivo, e de repente compreendeu. Como poderia ter esquecido? Alguns dias atrás, Hermione lhe revelara que o marido a abandonara justo no Dia dos Namorados.
— Esqueça isso, querida. Tenho certeza de que você tem recordações mais agradáveis de outros Dias dos Namorados.
— Não, não tenho.
Hermione colocou Baby no sofá e ergueu-se. Recolheu a tigela de pipoca vazia e as latas de refrigerantes, e se encaminhou para a cozinha.
Harry a seguiu.
— Nunca teve um Dia dos Namorados inesquecível?
Hermione deu um sorriso sem graça e colocou as tigelas na pia.
— Jamais esquecerei o do ano passado.
— Não quis dizer isso, e sabe muito bem. — Harry postou-se diante dela. — E os outros? Michael nunca lhe comprou flores ou pelo menos a levou para jantar fora?
— Não. A coisa mais íntima que recebi dele, se é que se poderia considerar romântico, foi um telefonema me avisando que teríamos um jantar para angariar fundos para a campanha política, e Michael queria que eu saísse e comprasse um vestido novo para a ocasião. Isso foi no Dia dos Namorados.
— Só? — Harry não podia acreditar que existisse alguém tão insensível.
Rindo, ela assentiu.
— Depois, Michael saiu para tomar alguns drinques com colegas de trabalho e, de um modo muito conveniente para ele, se esqueceu de vir em casa me apanhar.
— O sujeito foi para o jantar sem você?!
— Não fique tão chocado. — Abriu a torneira para lavar a pouca louça que tinham usado. — Michael acabou levando-a secretária dele.
Harry se enfureceu. Que tipo de homem seria capaz de tratar Hermione dessa maneira?
— Quanto tempo tinham de casados?
— Seis meses. — Deu de ombros, como se aquilo não tivesse importância. — Isso não me surpreendeu. Quando nossa lua-de-mel terminou, descobri onde tinha me metido.
— E por que continuou com ele?
Voltando-se para encará-lo, Hermione sorriu, triste.
— Em parte porque queria que meu casamento desse certo, e porque não tinha para onde ir.
— Mas...
Ela colocou o dedo indicador sobre os lábios dele, siienciando-o.
— Não soube de imediato que me casara com tamanho patife. Michael era um mestre em disfarçar sua infidelidade, e eu estava ansiosa por aceitar suas desculpas.
Harry tomou-a nos braços.
— Não sabia mesmo o que estava acontecendo?
— Sabia. Apenas não queria admitir que estava tão desesperada para constituir uma família que acabei cometendo o maior erro de minha vida.
— Como conseguiu conviver com isso durante quatro anos?
Harry imaginou a solidão que Hermione deveria ter experimentado desde a infância. Primeiro, vivendo num abrigo para menores, e mais tarde como esposa de um cafajeste.
— Não era tão ruim. Michael não era violento. A maior parte do tempo passávamos separados. Ele, no trabalho dele, e eu, no meu. Mas, enquanto permanecesse casada, eu fazia parte de alguma coisa... pertencia a alguém.
Harry não sabia o que dizer. Jamais imaginara aquele tipo de solidão. Nunca soubera o que era não ter alguém que o amasse. Sempre contara com o amor incondicional de seus pais, avós e irmãos.
Sabendo que tudo o que dissesse soaria inadequado, resolveu fazer a única coisa que lhe pareceu sensato: beijou-a.
Queria deixar claro o quanto significara para ele aquela demonstração de confiança que Hermione acabara de lhe dar. E se desculpar pela reação imprudente de sua involuntária excitação. Porém, a rigidez dos seios comprimidos contra seu tórax enviou-lhe uma carga de impulsos elétricos tão violenta que atingiu cada nervo, jogando por terra suas boas intenções.
Enlaçando-a com mais firmeza, envolveu-lhe o seio direito e contornou o mamilo sensível com o polegar. Introduzindo a mão sob a blusa de Hermione, venceu o obstáculo que o impedia de um contato total. Ao encontrar a maciez daquela pele na palma da sua mão, quase gritou de prazer.
Naquele momento, Harry soube que desejava aquela mulher mais do que tudo.
Forçando-se a libertá-la, endireitou-lhe a blusa e deu alguns passos atrás.
— Tenho de ir.
Hermione meneou a cabeça.
— Acho que seria melhor.
— Estarei aqui pela manhã, por volta das oito, para buscá-la.
— Não irei à Potter Tower amanhã. Terei de passar o dia em meu escritório, transcrevendo minhas notas e arquivando alguns relatórios.
— Então a que horas devo passar aqui para levá-la até o departamento de polícia?
— Estará livre desse encargo amanhã, Potter. Vou pegar uma carona com um colega.
Harry a encarou durante alguns segundos, desejando saber por que o simples pensamento de não vê-la no dia seguinte na sala de reuniões da Potter Tower o deixou tão aborrecido.
Decidindo que era melhor não saber, apanhou Baby e dirigiu-se à porta, antes de se arrepender e fazer o papel ridículo de lhe pedir para passar a noite com ela.

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