Natal
Natal
–Onde está Sirius?
–Você já pediu isso quatorze vezes, Íris! Eu juro que da próxima vez que você pedir, eu te azaro. – A garota encarou-o, os olhos escuros flamejando com o desafio.
–Você nunca irá conseguir me azarar, Pontas! Grave isso na sua mente: Nunca ninguém irá azarar Íris, a Única Marota da História de Hogwarts. – Tiago olhou-a, meio assombrado e meio divertido. Com um movimento, empurrou-a pra dentro do trem como um irmão faria à uma irmã mais nova.
–Oi Amor! – Alguém cantarolou atrás dele. Tiago virou-se, e Caroline aproveitou a brecha pra botar a cabeça pra fora de volta pela porta, os cabelos longos balançando enquanto ela se pendurava para observar o casal.
–Oi, meu Lírio! – Tiago cumprimentou, enlaçando a namorada pela cintura e beijando-a calidamente. No trem, Carol deu uma risadinha baixa e então entrou novamente para arrumar uma boa cabine pra eles.
–Onde está Sirius? – Ela repetiu, mais para irritá-los que pra saber realmente. Tiago olhou pra ela com cara de bravo, e Pedro, pelo que Caroline avaliou, nem a havia ouvido.
Quando a porta da cabine abriu-se, todos pularam de susto. Tiago encarou o recém chegado com uma expressão desconfiada, e teve certeza do mal que vinha a ser feito. Levantou-se para ficar da altura do loiro que fechava a porta atrás de si, deixando dois amigos do lado de fora, numa provável “guarda”.
–Você não é bem vindo aqui, Malfoy! – Tiago alertou, enquanto seu inimigo pegava a varinha sorrateiramente.
–Ninguém perguntou a você, Potter! – O outro respondeu, sua voz ainda mais arrastada. – Soube que você andou mexendo com Narcisa, e vim aqui acertar nossas contas... – Com um só movimento, Lucio segurou a camisa de Tiago, e apontou a própria varinha para o pescoço do Moreno. Com outro movimento, lançou a varinha de Pontas pro outro lado da cabine. Pedro encolheu-se no banco, e Tiago percebeu que ele seria tão útil quanto uma esponja. – Com medo?
–Nunca! – Tiago avisou, e encarou Lucio Malfoy com altivez. O loiro fez um movimento e aspirou o ar, como se fosse falar. Mas parou quando sentiu algo frio entre seus cabelos:
–Largue-o, Malfoy, se não quer saber o que um quintanista pode fazer. – Caroline avisou, com uma expressão desafiadora. Lentamente, Lucio largou Tiago, e virou-se para ela, apenas para dar de cara com olhos flamejantes e uma varinha apontada para o meio entre seus olhos.
–Você... É uma vergonha! – Ele avisou, entre dentes. – Você desonra a todos nós! Sua sangue-ruim!
–Estupefaça!
...Remo passou por perto daquela cabine apenas para ver Lucio Malfoy ser jogado para trás e cair, inerte no meio do corredor. E, logo após disso, uma garota de cabelos loiros colocar a cabeça pra fora, dizer uma injúria, e bater a porta.
–“Se não você vai saber o que um quintanista pode fazer!” – Tiago repetiu, mais tarde, enquanto todos estavam esparramados nos sofás, pufes e no chão de sua casa. Sirius olhou pra ele, ligeiramente abismado, enquanto Caroline segurava suas pernas no colo:
–E quem foi esse quintanista salvador? Temos de integrá-lo ao grupo imediatamente... – Tiago e Caroline trocaram um olhar cúmplice, e então o maroto moreno sentenciou:
–Ele já está no grupo!
–Como já está no grupo?? – Sirius observou, e então seu olhar recaiu sobre Caroline. Um brilho alegre tomou conta de seus olhos. – Quintanista salvador? – Ela sorriu e anuiu com a cabeça, contente. Questão de meia hora depois estavam todos dormindo, cansados da viagem.
Sirius tirou a calça que usava como pijama, e Tiago casualmente desviou os olhos.
–Você podia ter um pouco mais de pudor quando tirar a roupa em frente a um homem... – Pontas comentou, ao passo que Sirius vestiu uma camisa, andando só de cuecas pelo quarto. Antes de responder, ele vestiu uma Jeans larga e chamou Tiago com um aceno.
–Eu sei que sou bonito e gostoso, Pontas... Mas não se preocupe, você não faz meu tipo... – Sirius avisou, enquanto voltavam pra sala. Tiago soltou um palavrão, dizendo que Sirius não passava de um filho de uma da vida, mas esse apenas respondeu: – Pelo menos eu não sou o Veado da turma... E não gosto de ver homens pelados... – E desferiu um soco contra o ombro de Tiago. Rindo, saiu correndo pela casa, enquanto o amigo o perseguia, berrando: “É CERVO!”. Logo que os demais marotos ouviram, caíram na risada, deixando Lílian perdida no assunto.
Sirius passou correndo, pegou Caroline pela mão, e continuou correndo. Puxou-a pra fora, onde uma moto reluzente, nova, estava esperando. Em um só movimento, ele montou na moto e puxou Caroline pra cima. Antes que ela pudesse falar qualquer coisa, o veículo levantou vôo, e eles deixaram pra trás Remo e Pedro rindo, Lílian olhando admirada para a motocicleta voadora e um Tiago bravo demais, bradando injúrias para Sirius.
Era noite. Ambos estavam sentados juntos, no telhado do Relógio, na torre mais alta do Big Bem. Desatenta, Caroline examinou o relógio de pulso, que marcava 23h59min. Seu olhar desviou-se novamente para o céu, e ela achou que a lua estava perto demais quando um tremor de frio tomou conta de seu corpo. Percebendo o movimento involuntário, Sirius puxou-a para perto e abraçou-a, protetoramente.
–Carol? – Ele chamou, e sua voz soou como uma música suave nos ouvidos dela. Caroline ergueu a cabeça levemente, apenas para fitar os olhos do namorado. Sirius deu-lhe um beijo leve. – Você me ama? – Novamente, ela abaixou a cabeça. Então, encarou o céu na frente deles:
–Conte todas as estrelas do céu, e some-as à todos os grãos de areia da praia e a todas as gotas de água do oceano. O número que você obter não se aproxima nem um pouco a quantia que eu te amo. – Ela disse, para então se escorar no ombro dele. Sirius puxou de dentro do bolso duas correntes, que estavam presas ás duas extremidades de um coração grande. Com apenas um movimento, ele quebrou o coração, e entregou metade a ela:
–Esse é meu presente pra você, pra que você nunca se esqueça de mim. – Ele pendurou o cordão no pescoço dela. – Pois, tenha certeza, eu nunca me esquecerei de você. – Emocionada, ela pegou sua metade do coração e examinou-o com um sorriso.
–Prometa-me uma coisa?
–Tudo o que você quiser...
–Prometa-me que nunca vai perder ou tirar essa medalha do pescoço, que nunca vai deixá-la longe de você... Prometa-me que nunca vai se afastar dela, como se ela fosse eu... Prometa-me isso?
–Eu prometo, Caroline... Eu prometo...
–Hum... – Ela fez, ajeitando-se melhor contra o peito dele. – Te perdôo se você for pra Azkaban, mas daí você tem que escondê-la bem pra que ninguém ache... – Nisso, Sirius riu. Deu um beijo nos cabelos claros dela.
–Eu não vou pra Azkaban, amor... Não precisa se preocupar... Agora, o que você acha de irmos? Está meio frio aqui... – Ele perguntou, tomando-lhe pela mão e erguendo-a sobre o telhado. Montaram na moto juntos, e Sirius não teria como ver a lágrima solitária e triste que caiu os olhos de Caroline.
Continuará... x)
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