Novidades Antes do Natal



Capítulo XIII
Novidades antes do Natal


Contrafeita, Caroline gritou. Hermione sorriu, Rony assoprou a franja pra cima e Harry virou-se pra ela.

–Diga, maninha querida, o que você precisa, por que nós estamos trabalhando. – Ela cruzou os braços, mal humorada.

–Vocês estão sempre trabalhando. E tentando esconder de mim o que fazem, como se eu já não soubesse de tudo. – Ela retrucou, batendo com a varinha na têmpora. Sua mão tinha uma pequena e mal feita amarra e um pouco de sangue havia escapado do machucado que ela fizera ali e coagulara. – Bem, o caso é o seguinte: Eu acho que sei onde é que ela está.

–Onde é que o que está.

–Onde está o que está que vocês trabalham tanto procurando. – Ela respondeu, depois fez uma expressão difícil.

–Tenho vontade de te dar um beijo quando você faz essas carinhas. – Harry comentou.

–Pare de me tratar como criança! – Ela berrou. Harry observou-a.

–Carol... Você sabe que eu adoro você, né, mas nós realmente estamos muito ocupados pra ficar escutando chiliques seus. – Ele terminou, com uma expressão não muito amistosa.

–Ah, droga, também, Harry! Você e Tiago são iguais. – Ela comentou, saindo e fechando a porta atrás de si. Harry se voltou ao “trabalho”.

–Olhe! Ela esqueceu a mochila! – Hermione observou, puxando uma mochila pra cima da mesa. Harry deu de ombros.

–Depois eu devolvo pra ela. – murmurou. Hermione ia largar uma mochila quando, casualmente, um papel bem dobrado caiu em cima da mesa.

–O que é isso? – Rony perguntou, apanhando o papel.

–É de Caroline, Ron! Deve ser particular e... – A moça começou, mas parou de repente. Puxou o papel das mãos do amigo e o mostrou a Harry: – Leia! – Os olhos de Harry correram de um lado pra outro. Quanto mais lia, mais seus olhos se arregalavam.

–É uma pista. – Anunciou. – Nós corremos perigo, mas Caroline corre muito mais. – E, derrubando a cadeira, levantou-se e saiu correndo.

–Odeio quando ele faz isso.

–Você não leu nada, mesmo, não é, Ron?

–Você não me deu tempo! – Ele retrucou mal humorado.

–Era sobre você-sabe-o-que. –Ela avisou, em um tom sombrio. Rony abriu a boca para contestar, mas Hermione o fez calar com um mero olhar.

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–Ah! Minha mochila! – Ela observou, se agarrando no objeto que pendia nas mãos de Harry. – Achei que tinha desaparecido!

–Você a encontrou. A propósito... Você que escreveu isso? – Ele perguntou, entregando o papel a ela.

–Eu... – Ela abaixou a cabeça por um instante, e os cabelos encobriram seus olhos escuros. – Acho que não preciso responder. – Terminou, erguendo a cabeça, os olhos com um brilho quase demoníaco. Depois virou as costas e sumiu na primeira curva.

Harry cambaleou pra trás, como se tivesse recebido um forte ataque. Rony empurrou-o para que não perdesse a compostura.

–O que foi isso? – O ruivo perguntou. Harry piscou meio atordoado, duas ou três vezes, antes de se recuperar plenamente. Encarou o amigo e respondeu:

–Não tenho certeza. Mas Caroline está com graves problemas. E nós também. Vamos. Acho que o nosso foco de trabalho deve mudar agora. Caroline realmente sabe de alguma coisa e não está nos contando.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*


–Que foi que você andou fazendo? – Tiago perguntou-lhe, de braços cruzados quando ela entrou na sala. Ela deu de ombros.

–Sei lá... Eu não lembro. – E sorriu. – Nada, de certo. Acho que acabei dormindo em algum lugar sem perceber... – E ela fez uma cara complexa.

–Íris, Íris... Acho melhor te cuidar... O Sirius estava ficando maluco atrás de você.

–Mentira! – O maroto moreno exclamou, aparecendo por trás dela. Segurou-a pelos ombros, virou-a de frente pra ele e beijou-a. Tiago, Remo e Pedro desviaram os olhos casualmente. – Bem, talvez não seja... – E sorriu.

–Eu sei que não é mentira. Você fica doido sem a minha presença! – Ela riu. – Eu te amo!

–Eu sei! – Ele retrucou e roubou mais um beijo rápido dela, puxando-a pra perto do jogo de Xadrez-de-Bruxo de Remo e Pedro.

–Eu sei quem vai ganhar. – Tiago sentenciou. Carol olhou pra ele.

–Pontas. Ajuda o Aluado que eu vou ajudar o Rabicho. Vamos ver quem vai ganhar. – E ela mudou de lado no tabuleiro, sentando ao lado do gordo maroto. Minutos tensos se passavam, ela murmurando coisas pra Rabicho, Tiago e Sirius de cenho franzido ao lado de Remo.

–Torre da E7! – Pedro declarou, depois de Caroline sussurrar algo pra ele. – E Xeque-Mate!

Os olhos dos outros três marotos se esbugalharam. Pedro começou a gritar, e Sirius foi o primeiro a se recuperar.

–Ele se emocionou. – Declarou, com ironia. Caroline riu.

–Deixa ele... – Ela retrucou, e seus olhos tornaram-se opacos.

–Caroline? – Sirius chamou, mas ela não respondeu. Ele passou a mão na frente de seus olhos, mas a garota nem piscou. Sus olhos pararam de se mover, sem cor e brilho, como se ela estivesse morta. – PESSOAL! PESSOAL! ACUDAM! – A garota cambaleou, e Sirius a segurou e a pegou no colo, pondo-a delicadamente no sofá. De repente, a pele dela tornou-se assombrosamente branca, e todo o calor de seu corpo esvaiu-se. – Caroline? – Sirius chamou, mais uma vez.

–Temos de levá-la para a Enfermaria... – Tiago avisou, mas Sirius ignorou-o, ficando com uma expressão compenetrada, fitando o rosto da garota.

–Caroline – Sirius chamou mais uma vez. – Se você pode me ouvir, diga-me o que está havendo. –Tão rápido quando aconteceu, a pele dela retomou a cor.

–Frio... – Ela murmurou, encolhendo-se involuntariamente. Tremores ocasionais tomaram seu corpo. Desesperado, Sirius abraçou-a.

–Calma amor... Tudo vai ficar bem... – Ele olhou pra ela, preocupado, e ela parou de tremer. Mas continuou ali, em um estado de semi consciência. O moreno pegou na mão da garota, mas algo impediu o contado de sua pele. Com cuidado, ele retirou o papel que estava na mão dela, abriu-o e leu-o:

Estou, por meio desse, tentando contar pra alguém onde se encontra uma sétima parte.
É inseguro, sei, mas a escolhida deve saber.
Saberás também que, se contar a alguém, sofrerá tanto que, quando eu terminar, ela nem lembrará de que quem é.
Provavelmente isso acontecerá de qualquer forma, mas posso fazer com que o sofrimento seja nulo.
A sétima parte, retornando ao assunto principal, encontra-se...


Nesse momento havia um risco, um borrão. Logo pra baixo o bilhete continuava:

É melhor não. Percebi agora que tal importante informação cairia em mãos erradas.
O Inimigo sofrerá e decairá, mas a Escolhida, tal como ele, sofrerá e perderá sua identidade.
Suas almas, como as de muitos outros, tornaram-se propriedades minhas.
Aproveitem bem o resto de suas vidas, pois elas não duraram muito.
T.S.R.
I.AM.L.V.


Caroline soltou um murmúrio baixo, e seus olhos abriram-se. Sirius embrulhou novamente o papel, e voltou os olhos pra ela, tentando sorrir. Não entendera corretamente o bilhete, mas tinha certeza de que a Escolhida que fora nomeada era Caroline. E, naquele momento, ele prometeu a si mesmo que a protegeria, a ela e ao Inimigo, fosse quem fosse.

–Sirius? – Ela murmurou, debilmente, e olhou pra ele. – O que eu estou fazendo aqui?

–Você desmaiou, amor. – Ele respondeu, colocando a mão sobre a fronte dela. – Como está se sentindo?

–Estou bem... – Ela respondeu. – Deve ser porque eu não comi nada durante o dia... Eu ando “encucada” com alguns assuntos... – Ela olhou de esguelha pra ele, e tentou sorrir. Ele sorriu em resposta, pegou um pacote de batatas fritas que Pedro ainda não abrira e ofereceu a ela.

–Eu vou te dar umas palmadas da próxima vez que você ficar sem comer. – Ele avisou, e, enquanto ela sentava, ele abriu o pacote. Sentaram juntos e comeram em silêncio.

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