Mais encrencas? Será?



Capítulo IV
Mais encrencas? Será?


–Onde aquele Rabicho se enfiou? Ah! Quando eu pegar aquele rato! – Tiago praguejou. Remo e Sirius estavam ajoelhados um de cada lado de uma das camas, as cabeças juntas sobre o Mapa do Maroto.

–Hum... Pontas? Se você vier aqui um pouquinho vai ter mais raiva ainda do Rabicho... – Sirius observou. Tiago se aproximou da cama e o amigo afastou-se um pouco para que ele pudesse ver. Remo apontou para dois pontos legendados, aparentemente juntos: Severo Snape e Pedro Pettigrew.

–Ranhoso. – Tiago cuspiu, com nojo. – O que o Rabicho está fazendo com ele?

–Não sei, mas que o Rabicho anda muito estranho... Ah, isso anda... – Sirius observou.

–Olhe! Mais dois nomes! – Remo berrou, apontando pro mapa: Bellatriz Black e Lúcio Malfoy.

Bellatriz e Andrômeda possuíam exatamente dez meses de diferença na idade, por isso estavam no mesmo ano. Sirius não entendia bem como isso teria acontecido, mas a prima mais velha (Bella, como era chamada) parecia ter um talento nato para magoar a irmã. Narcisa, ou Cissa, do sexto ano, também parecia ter nascido para atormentar Andrômeda.

Mais um nome aparecia no mapa, se aproximando: Régulo Black.

–Ah, não... Isso já está ficando pessoal. O que a “nata” da minha família está fazendo junta desse jeito? Boa coisa não pode ser. – Sirius observou. Ficaram olhando para o mapa até que cada pontinho começou a desaparecer nos salões comunais. Pedro abriu a porta do dormitório, com uma broa na mão e a boca toda suja de farelos.

–O que você estava fazendo com o Ranhoso? – Sirius atacou.

–Nada, ué. Estávamos brigando, daí ele e aquela trupe dele me encurralaram e eu saí correndo. Alguém quer? – Perguntou, oferecendo a broa pela metade. Todos ficaram encarando-o, até que ele deu de ombros e desceu de volta ao Salão Comunal.

–Ele ta armando alguma coisa... Eu sinto. – Sirius anunciou, tirando a camisa.

–Eu também acho Almofada, mas não é por isso que você precisa fazer um Strip-tease. – Tiago observou. Sirius respondeu “Olha pra lá se não quer ver” e tirou as calças, colocando o pijama logo em seguida.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*


Uma semana se passara e nada de Pedro falar sobre aquele misterioso encontro com os sonserinos. Isso começava a afundar na memória de todos, e mais ainda quando viam o progresso de Caroline em se tornar um animago.

–Dá última vez você quase conseguiu se tornar um elefante. O tamanho ficou igual. – Sirius comentou. – Agora vê se dá uma manerada...

–Ok... – Ela retrucou, fechando os olhos. E diminuiu consideravelmente de tamanho, desaparecendo no tapete. Depois voltou ao normal, com cara feia.

–Uma formiga??? É isso que você chama de Animago? – Tiago berrou, rindo. –Isso ta mais pra “Insemago”.

–Ah, Droga, Tiago! Se vocês ficarem me desmotivando assim não vou conseguir nunca! – Ela retrucou, cruzando os braços. – Não quero mais fazer nada agora, também! Tive um idéia fantástica!

–Fala lá, Carol... Que idéia fantástica você teve? – Tiago murmurou enjoado.

–E se nós escrevêssemos um livro? – ela sugeriu. Eles se aproximaram pra escutar melhor. – É! Um livro no qual a gente escreve o que a gente sabe e os feitiços e azarações que a gente conhece... Então? O que vocês acham?

–Sabe que eu gostei... – Sirius observou, com a mão no queixo. Pedro concordou de prontidão e Remo, depois de ponderar o assunto, aceitou sem mais delongas. Tiago, no entanto...

–Eu adorei! Por que nunca tive essa idéia??? Isso é mais que incrível!! – A garota sorriu triunfante, e puxou de dentro da mochila um pequeno livro.

–Isso se chama livro expansor. As folhas dele acabam quando acharmos que deve acabar. E a capa ainda está em branco!

–Começaremos já! – Bradou Tiago, pegando o livro e o largando aberto na mesa. Todos sentaram nas cadeiras ao redor. Ele equilibrou uma pena de repetição rápida em cima da superfície lisa da folha.

–Teste! – E a pena escreveu na folha:
¬¬
P: Teste.
A: Ah! Chega de teste, Pontas, agora é minha vez: Siriuséocaramaisgostosodafacedaterra. Vixi! Não é que dá certo mesmo!
Carol: Claro que dá! Ah! Por que a pena não coloca só a minha inicial?
Al: De certo é por que você não tem um apelido. Ih! Olha! AL de Aluado! Legal!
R: Legal mesmo! R de Rabicho! Gostei!
P: Ninguém perguntou...
A, Carol, AL: Pontas!
P: Que foi... É que escapuliu!


–Isso é muito legal! – Sirius observou, enquanto a pena escrevia.

–É sim, mas que tal falar de alguma coisa da qual vocês devem entender bem: detenções. – Carol sugeriu
P: Quem disse a você que entendemos bem de detenções?
Carol: Vocês vivem aprontando. Não me diga que nunca foram pegos...
P: Regra número um dos Marotos: Nunca serem pegos em flagrante.
A: Regra número um dos Marotos nunca serem pegos em flagrante. Ah! Pontas deixa de ser chato!
P: Ninguém falou com você, Almofadinhas.
Carol: Detenção número um: Menos três pontos. Essa é só pra casos leves, tipo, se você está conversando demais na sala de aula...
Al: Detenção número dois: Menos cinco pontos: Você deve estar conversando pra caramba, né?
P: Detenção número três: Menos vinte/vinte e cinco pontos: O que você quebrou? A porta da sala de aula? Ou o vaso de flores da professora?
A: Menos cinqüenta pontos: Infrações um pouco mais graves, como estar na Floresta Proibida mesmo ela sendo proibida.
Al: Polir a sala de troféus: O que você andou fazendo pro Filch? Andou amolando madame Norra???
P: Polir a Sala de Armaduras e menos vinte pontos: Bem Feito! Ninguém mandou largar uma bomba de bosta no meio do corredor.
A: Polir a Sala de Troféus/Armaduras e menos cinqüenta pontos: Quem foi o desgraçado que te deu o projeto original da bomba de pântano pra você estourar no meio do Salão Principal?
Al: Menos duzentos pontos: Você deve realmente ter cometido uma infração muito grave... Por que ta tão quieta, Caroline? E você, Rabicho.
Carol: Eu nunca passei dos vinte pontos.
R: ZzZzzZzzzzZZzzzz...
P: Animal... Dormindo á essa hora... E você nunca passar dos vinte pontos? Você é uma criança ainda, menina!!! Expulso da escola: Você matou o Salgueiro Lutador ou demoliu a escola mesmo?


–Ah, Merlin! Acho que nunca dei tanta risada! – A menina declarou, entre risos.

–Por quê? Essa é a coisa mais séria do mundo! – Tiago retrucou. – Bem... Talvez não...

Eles riram. Remo e Tiago logo se entreteram em um jogo de Xadrez de Bruxo. Caroline e Pedro –que havia acordado - começaram a discutir sobre “gastronomia” e Sirius puxou o livro de Animagia para lê-lo novamente. E o tempo passou sem que eles percebessem.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*


–O problema não é esse, Marye! – Lílian berrou, sentada na “Sala Vazia” com Marian e Andrômeda. – O problema é que eu gosto dele!

–Desculpe dizer, Evans, mas você tem um mal gosto de matar!

–EU SEI! – Lily berrou novamente. – Mas que droga! Eu sei que ele é um enorme galinha, que não quer nada com nada e que é um vadio e sem vergonha, mas eu gosto dele! Ele simplesmente me inebria, me deixa louca! Ele me deixa com raiva, com ódio e com amor ao mesmo tempo! Eu não entendo o que eu sinto por ele.

–Ok. – Andy observou. – Se ele pedisse pra namorar com você, o que você faria?

–Se eu não desmaiasse na hora, aceitaria. – Lílian respondeu. – Mas esse é o problema. Garotos como ele ou Sirius não pedem pra namorar e sim pra ficar. Entenderam? – Ao ver o rosto de curiosidade das amigas, Lily continuou. – Eles não querem garotas pra casar e fazer uma família, eles só querem garotas pra...

–Lil! – Andy interrompeu-a. Lílian soltou um muxoxo de irritação.

–Era o que eu ia dizer. Eles não se interessam, é mais por ter um futuro.

–Ah, Merlin! Diga-me... O que eu fiz pra merecer um namorado tão perfeito? – Marian pediu. – Por que eu nunca tive esses problemas que transformam a minha vida em uma novela trouxa melosa? Ah! Espera, eu sei! É por que eu detesto as novelas trouxas melosas! Obrigada por clarear a minha cabeça, Merlin!

–Pára de falar coisas sem nexo, Marye, E tenta ajudar a Lil. – Andy mandou.

–Às vezes eu tenho raiva de você, Andy. Me acorda bem no melhor da minha divagação. Ok. Lil, sabe o que você tem que fazer?

–Hum?

–Chegar nele e taca um beijão daqueles. Pronto. Ta resolvido. – Marian finalizou, escorando-se melhor na cadeira.

–Marye, Marye... Pra você é tudo tão fácil... A vida não é esse mar cor de rosa que você pensa. – Andy observou, enquanto Lílian assoprava a franja pra cima.

–Três erros: Primeiro: É logicamente impossível que o mar fique cor de rosa, por que não existiriam tantas daquelas algas vermelhas pra cobrir um mar inteiro. Segundo: Mar cor de rosa é coisa de criança de segundo ano. Terceiro: Eu, pensar que a vida é uma moleza? Você esqueceu que eu sou prima da futura Bellatriz Lestrangue - odeio o noivo dela, droga! Portanto a frase que você falou antes está literalmente errada.

–Dá pra parar, vocês duas? – Lílian pediu, apoiando as mãos na mesa. – Que droga! Eu preciso de atenção.

–Vixi, Lil... Procura o Tiago então... Ele vai te dar muita atenção. – Andy mandou. Marye se levantou da cadeira, espreguiçou-se e se colocou novamente de frente pra Lílian:

–Olha Lil... Eu não sei o que faria no seu lugar, mas eu prometo que vou tentar dar uma mão pra você, mas não espere – e não me peça – pra falar com aquele idiota do Potter. Você pode ficar com ele, e meus parabéns pra você, que ótimo! Mas não me peça nada relativo á aquele garoto. Boa noite, meninas! – E, antes que as demais pudessem responder, Marye sumiu pela porta.

–Acho que também vou dormir... – Andy murmurou. – Tchau, Lily.
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–... Por que você demorou tanto? – Severo Snape perguntou para a sombra esguia e gorda que se aproximava.

–Tive problemas pra ti-tirar eles do-do meu pé... – A figura gaguejou. – O que você quer?

–Ele não quer nada. – Outro rapaz respondeu. Era loiro, de olhos cinzentos e uma voz ligeiramente arrastada. Snape cumprimentou-o com um sinal amistoso. – Nem eu e nem você, não é, Bella?

Uma risada aguda ecoou pelo corredor quando uma moça elegante, de cabelos negros e olhos escuros surgiu iluminada pela luz da varinha de Snape. Pedro Pettigrew se encolheu inteiro.

–O que vocês querem? – Perguntou novamente, tentando colocar a voz mais firme que possuía. Bellatriz riu novamente.

–Oras Rabicho. – Ela cuspiu. – Nós não queremos nada. Quem quer é Você-sabe-quem. – Pedro cambaleou para trás. Snape e Malfoy seguraram-no pelos braços.

–Ora, vamos, Pettigrew. – Lúcio falou com sua voz venenosamente calma. –Não vai nos trair como você fez com o Black, o Potter e o Lupin, não é mesmo? Nós não admitimos traidores. O Lord das Trevas não admite traidores. – É agora que Ele está pronto pra te dar sua marca, e é agora que você vai recebê-la.

E, juntos, arrastaram o pequeno Maroto até a Floresta Proibida.

Do quarto, Tiago, Remo e Sirius ouviram um grito estridente, mas por que dariam bola? Devia ser só um centauro ou outra criatura da Floresta.

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N/A: Gente... Esse Cap. eu achei curtinho. O primeiro de 2008!
Minha Betinha voltou, mas acho que decidiu não deixar uma notinha... O que realmente é uma pena...
Bem... As respostas dos coments!

Thaisa Loony: Muito bem vinda! É muito bom ter uma nova leitora!
Vc gostou da marota Sonserina? *-* Que bom! Eu não queria ser tão clichê, aí inventei ela.
Pra colocar em itálico... você tem que colocar “maior que” “i” “menor que”. Assim (se aparecer): e pra finalizar é só botar barras: .
Espero ter ajudado. Sua fic também é ótima!
bjo

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